Gosto de números, números complexos, números naturais, física e química me fascinam! Devido a minha formação acadêmica na área de ciências exatas me apaixonei pelo números e seu poder.
Tem uma frase que sintetiza a necessidade dos números: " Não ha gestão sem números", frase essa que revolucionou a gestão empresarial.
Dentro do meio eclesiástico os números passaram a ter também grande importância, quanto maior o numero de membros maior seria a aprovação de Deus a esse ministerio (será?) ou ao sucesso do modelo de gestão da igreja e seus lideres!
Hoje li uma reportagem falando do crescimento do número de evangélicos no Brasil na ultima década. Há que comemore esse crescimento com um sinal de avivamento no nosso meio, mas pergunto aos meus botões que diferença esse crescimento tem feito. Fomos chamados para ser sal e luz dessa terra e por que tanto sal e tanta luz não tem produzido aquilo para o qual foram feitos?
Conversei ano passado com um amigo que é pastor em Goiânia, ele me disse que a sua cidade tem um dos maiores índices de evangélicos por habitantes como também de igrejas por metro quadrado do Brasil porem os índices de violência, miséria, abortos e etc continuam crescendo.
Por ser uma ciência exata acho que há algo errado nessa matemática evangélica pois deveríamos ver essa quantidade de "gente crente" fazer a diferença no meio em que está incluída e não apenas encher os templos para ficar bonito no anuário do IBGE.
Há quem diga que até 2050 metade da população brasileira será evangelica, gostaria de estar vivo até lá pra analisar também os outros índices para saber se valeu a pena todo esse crescimento. Enquanto esse dia não chega fica a pergunta: " E eu, o que faço com esses números?"
Abaixo reportagem que me fez realizar essa reflexão!
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
dados comparativos entre os censos realizados nos anos 2000 e 2010 sobre
religião, e apontou crescimento de 61,45% dos evangélicos nos últimos
dez anos.
De acordo com o comparativo, no ano 2000, cerca de 26,2 milhões de
brasileiros se declaravam evangélicos, quantidade correspondente a 15,4%
da população, e no ano de 2010, a quantidade de brasileiros que se
identificaram como evangélicos saltou para 42,3 milhões, ou 22,2% da
população do país. Nos dados do censo de 1991, o percentual de
evangélicos na população brasileira era de 9%.
Mesmo com esse crescimento, a maioria da população brasileira ainda é
católica, embora a perda de fiéis proporcionalmente ao crescimento da
população seja constante. Desde o ano em que foi realizado o primeiro
censo, 1870, os católicos eram 99,7% da população, e em 2010, somam
73,6% dos brasileiros, de acordo com informações do G1.
O crescimento dos evangélicos está diretamente ligado à diminuição da
quantidade de católicos, e nas regiões Norte e Nordeste, o dado
comparativo do IBGE aponta com maior clareza esses números.
Entre 2000 e 2010, a maior redução percentual de católicos foi na
região Norte, que passou de 71,3% para 60,6% da população, enquanto que
os evangélicos saltaram de 19,8% para 28,5%.
Já na região Nordeste, os evangélicos cresceram de 10,3% da população, para 16,4% nos últimos dez anos.
O estado brasileiro com menor percentual de católicos é o Rio de
Janeiro, com 45,8%. O estado fluminense também registrou a maior
concentração de espíritas do Brasil, com 4% da população.
O estado brasileiro que registra a maior concentração de evangélicos,
proporcionalmente, é Rondônia, onde 33,8% dos habitantes se declararam
adeptos da doutrina evangélica. O estado do Piauí foi onde a menor
presença de evangélicos foi registrada, com 9,7%.
O IBGE divulgou também, dados comparativos entre religião e formação
escolar, e dentre os evangélicos, 6,2% não possuem instrução, e 42,3%
afirmam ter o ensino fundamental incompleto.
O
pastor Márcio de Souza
comentou a divulgação dos dados e demonstrou preocupação com os reais
motivos do crescimento: “Por trás dessa explosão demográfica evangélica,
devemos pensar no que tem gerado esse crescimento em nosso meio. Será a
‘fama’ de que crente prospera ou o afã de responder o chamado divino
para a ‘Missio dei’? Será que estamos atentando muito para a quantidade e
deixado a qualidade de lado?”, questiona Souza.
Segundo o colunista do Gospel+, o parâmetro para visualizar os
efeitos do crescimento dos evangélicos é a realidade social: “Um bom
termômetro para isso é olhar a situação de desigualdade social e
injustiça no país. Quando Calvino pregou o evangelho em Genebra, a
cidade deixou de ser um pulgueiro onde pessoas jogavam fezes pelas
janelas de casa e passou a ser uma referência de civilidade, justiça
social e respeito ao direito do outro. Sem contar que o trabalho foi
dignificado e reconhecido como ferramenta de Deus para nos prosperar”,
observa.
Para Márcio, o crescimento em números dos evangélicos não tem
refletido na sociedade de forma que a transforme: “Hoje, somos 42
milhões e os lixões continuam cheios de crianças sendo exploradas, gente
brigando com cães e urubus o pão de cada dia, as favelas continuam a se
multiplicar, o tráfico de drogas continua a recrutar nossos meninos e o
nosso índice com relação a distribuição de renda e desenvolvimento
humano só não é pior que o de Serra Leoa e algumas republiquetas
africanas. Se o Evangelho vigente no Brasil seguisse a doutrina dos
apóstolos, o país seria outro. Não teríamos pastores milionários e
crianças famintas. precisamos pensar se não estamos transformando lobos
em bodes ao invés de ovelhas”, critica o pastor.
Para ler a íntegra do artigo “Explosão Evangélica! Somos 42 milhões! E dapi?”, de Márcio de Souza em sua página, acesse este
link.
De acordo com o censo, o número de pessoas sem religião cresceu entre
os anos 2000 e 2010, passando de 12,5 milhões para 15 milhões.
Confira abaixo, infográficos retirados do site
Estadão Dados,
com comparativos entre a quantidade e crescimento de adeptos da
religião evangélica com as outras religiões no Brasil, entre os anos
1940 e 2010:
Gráfico comparativo de religiões entre os anos 1940 e 2010
Status atual das religiões no Brasil
Fonte:
Gospel+