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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

30 de outubro de 2013

Até que ponto uma religião pode interferir na vida de um adepto.


por Johnny Bernardo


O paralelo entre o espiritual e o material (ou social) há séculos é interpretado de diversas maneiras. A grande dificuldade é em saber quais os limites entre a vida espiritual de um adepto, e sua realidade social. De forma geral, todas as religiões interferem de alguma forma no cotidiano de seus seguidores.

Questões associadas à vestimenta, à alimentação, ao entretenimento são discutíveis em grupos religiosos pertencentes, por exemplo, ao cristianismo e ao islamismo. Outras restrições, como a do acesso aos meios de comunicação (televisão, rádio, revistas) e a publicação de listas de “livros proibidos” aos membros ou cidadãos de um país confessional, também são interferências diretas na forma de vida dos indivíduos.

No Irã – e em outros países islâmicos confessionais, dirigidos com base na Sharia – a religião não é simplesmente um elemento social, parte de um contexto geral da sociedade, mas permeia todos os aspectos sociais dos iranianos, com restrições e punições igualmente severas. A execução de 16 rebeldes opositores, neste sábado (26), no Irã, e a postagem de vídeos por uma muçulmana dirigindo, na Arábia Saudita - é proibido às mulheres dirigirem -, são dois exemplos recentes. De forma semelhante, a religião também é usada em alguns países ocidentais como um mecanismo de controle, de influência política.

Mesmo com o avanço da democracia, da laicidade do Estado, a religião ainda é um elemento que exerce forte influência em governos, em discussões de abrangência universais. Há séculos o Catolicismo Romano se utiliza de mecanismos de submissão, seja quando das cruzadas, das inquisições, dos cerceamentos científicos, da indução ao belicismo e aos conflitos étnicos.


Aspectos constitucionais, das leis, em muitas ocasiões são desrespeitados por denominações religiosas, como os que praticam a poligamia nos EUA (ver Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias), ou que induzem seus membros a doarem mais do que o necessário para à manutenção de sua estrutura organizacional. Neste segundo aspecto, o neopentecostalismo brasileiro se destaca pelo o fato de que exerce forte domínio psicológico sobre seus adeptos.

O fanatismo religioso – particularmente no que se refere às igrejas pentecostais extremistas, a exemplo da Igreja Deus é Amor, Sinos de Belém Missão das Primícias e Congregação Cristã no Brasil, para citar algumas igrejas – se traduz pelo o que o membro pode ou não fazer ou ser. Por exemplo, a persistência da IPDA em proibir o acesso à televisão, à vestimenta já adotada por outras igrejas, à prática esportiva e ao entretenimento, interfere de forma radical na vida de seus membros.

Apesar das restrições impostas pela IPDA, a tendência é de que, futuramente – como em uma eventual ausência de seu líder máximo, David Miranda -, ocorram mudanças semelhantes as que vêm ocorrendo nas Assembleias de Deus – particularmente desde que a televisão e os usos e costumes foram liberados aos membros. A dificuldade de assimilação dos limites entre o espiritual e o social é um sério problema porque gera transtornos dificilmente irreparáveis na medida em que a capacidade crítica, de vivência social, de um fiel é seriamente prejudicada e limitada.



Há questões econômicas, de controle, por trás do fanatismo religioso que ultrapassa os limites pentecostais, cristãos, e que são perceptíveis na forma como organizações com forte atuação no Brasil (como as Testemunhas de Jeová) se articulam no cenário religioso. Nas TJ, a maneira quase militarizada como seus membros são organizados, e a influência exercida sobre as famílias (inclusive com proibições de contato com membros disciplinados – a preguiça também é tida como aspecto passível de disciplina) são retratados em filmes como To Verdener (Mundos Separados).

Produzido pelo dinamarquês Niels Arden Oplev, em 2008, To Verdener retrata a história de Sara (Rosalinde Mynster), uma jovem de 17 anos que foi criada com base nos ensinos das Testemunhas de Jeová, e que se vê em situação de conflito após iniciar um relacionamento com o ateu Teis (Johan Philip Asbaek). Disciplinada pelos anciões de sua congregação, Sara passa a ser rejeitada por sua própria família. O enredo, baseado em uma história verídica, é algo comum nas TJ.

Manipulação, restrições, cerceamentos, mortificações, são mecanismos de controle psicológico, característico de grupos destrutivos, e que visam explorar financeiramente adeptos. Novamente, todas as religiões possuem algum nível de influência no cotidiano de seus membros, mesmo que em alguns casos de forma não perceptível ou racional. Neopentecostais, pseudocristãos, são citados como exemplos, mas há inúmeros outros que se enquadram na proposta de análise da matéria.

Resumindo, o ponto principal a ser tomado como foco de análise é até que ponto uma religião pode interferir na vida de um adepto? Restrições como a de acesso a livros, a da ingestão de certos alimentos (como café e chá preto, no caso do Mormonismo), à participação em eventos festivos, recreativos ou de entretenimento (como no caso de algumas igrejas pentecostais, a exemplo da IPDA), de inserção em cursos universitários (como no caso das Testemunhas de Jeová), e aos direitos da mulher (como no caso do islamismo), são questões a serem investigadas mais de perto.





Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da 
religiosidade brasileira e colaborador do Genizah 


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz2jG7tpX6j
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31/10 - Reforma Protestante para alguns e halloween gospel para outros!


Nesse mundo gospel neopentecostal não é à toa que muitos não saibam o que significou ( e o que significa) a Reforma Protestante, sem falar que ao menos na minha época esse assunto foi abordado nas aulas de história no oitavo ano.
Para quem quer começar a compreender sobre o assunto segue um breve vídeo do Ariovaldo Jr.



Igreja reformada sempre se reformando!

29 de outubro de 2013

Carta encontrada na Igreja Mundial pede para fiéis “encenarem” milagres



Lembram do nosso bom e velho conhecido Valdemiro Santiago? O mesmo que falou que recebeu uma "inspiração divina" para criar o Trízimo? O mesmo que apareceu chorando no youtube falando "sou um coitado,não tenho nada na vida" e depois foi listado pela revista Forbes, como possuindo um patrimônio PRÓPRIO de 450 milhões de reais.
Em carta encontrada no templo da Igreja Mundial do Poder de Deus na zona sul de São Paulo, a igreja pede ao fiéis para se "passarem por enfermos curados, ex-drogados e aleijados" para assim "conseguir convencer mais pessoas a contribuírem financeiramente para a aquisição do canal 32″ pois "Essa é a maneira mais eficiente de convencer as pessoas que realizamos milagres". No texto ainda há um espaço para o nome do bispo local poder assinar, um pedido de sigilo e a destruição do material.
Vi essa matéria no Notícias da TV, que informa que procurou as autoridades da instituição para darem uma entrevista, mas a igreja se limitou a informar, por meio do bispo Jorge Pinheiro, segundo na hierarquia interna, que "a informação não procede".
Segue a carta:


28 de outubro de 2013

À espera de um milagre (Igreja Mundial)

Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do País

 

Rodrigo Cardoso – de ISTOÉ

Confira compilação com cenas do apóstolo Valdemiro Santiago e outros líderes da igreja pedindo contribuições aos seguidores:

 

IstoE_PastorWaldemiro_255.jpgChorar durante a pregação é um dos traços mais marcantes da performance de Valdemiro Santiago de Oliveira, o todo-poderoso da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), no púlpito. Criticado por abusar dessa prática, o autointitulado apóstolo tem motivos mais terrenos para derramar suas lágrimas atualmente. O império neopentecostal construído por esse mineiro de 49 anos, nascido em Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, vive a maior crise da sua história. O mais recente indício de que a IMPD está fragilizada foi a decisão do Grupo Bandeirantes de encerrar, na semana passada, a parceria que mantinha com Valdemiro, que alugava quase a totalidade da grade da programação do Canal 21 e ocupava cerca de quatro horas diárias nas madrugadas da Band. Motivo do fim do acordo: atrasos no pagamento.

 

O PASTOR - Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais

PASTOR
Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se
expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a
casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais.

 

Valdemiro até que tentou impedir o fato. De microfone em punho, o comedor de angu que cuidava de marrecos na roça antes de se converter evangélico usou toda a sua empatia com o povão. No início do mês, pôs o rosto no vídeo, caprichou na voz chorosa e iniciou uma campanha conclamando seus fiéis a ajudá-lo a arrecadar R$ 21 milhões para honrar compromissos com o aluguel de horários na mídia. A Mundial já devia R$ 8 milhões ao Grupo Bandeirantes referentes a setembro. No fim deste mês, outro boleto a vencer: R$ 13 milhões. A emissora paulista não confirma oficialmente, mas a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, concorrente direta da Mundial, teria entrado na disputa por esses horários e conseguido vencer a briga sobre a maior concorrente na disputa por almas. "Pegaram a gente em um momento de fraqueza", diz uma liderança da IMPD. "Gastamos R$ 300 milhões com templos ultimamente e vivemos um tempo de estruturação e amadurecimento."

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PODER
Diante da crise, Valdemiro nomeou Jorge Pinheiro (acima), marido da irmã
de sua esposa, para gerir o setor financeiro e administrativo da IMPD no
lugar do bispo Josivaldo (abaixo), transferido para Lisboa

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"Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados
por bispos e pastores. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo"
,
afirma um alto dirigente da IMPD do Rio de Janeiro

Quisera Valdemiro Santiago, porém, que seus problemas fossem revezes restritos apenas ao campo administrativo da sua igreja. Em São Paulo, o líder evangélico é alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. Desde janeiro de 2013, diligências feitas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) e pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda, da Polícia Civil, apuram um suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O dono da Mundial virou alvo das autoridades quando elas descobriram que a Fazenda Santo Antonio do Itiquira, localizada em Santo Antônio do Leverger (MT), um conglomerado de 10.174 hectares de terras ocupado por milhares de cabeças de gado, foi comprado por R$ 29 milhões à vista pela empresa W. S. Music, cujos representantes são o apóstolo e sua mulher, a bispa Franciléia. O caso, que pode configurar uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, corre em sigilo.

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A Mundial, fundada em 1998 – antes dela, Valdemiro fora pastor na Igreja Universal por 18 anos (leia quadro) –, viveu um avanço muito grande em um curto espaço de tempo. De 500 templos em 2009, hoje a denominação computa mais de cinco mil unidades, segundo seus membros. Acontece que a vida de uma igreja não se resume ao púlpito ou aos cultos. Administrativa e financeiramente falando, a IMPD não evoluiu. "Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo", afirma um alto dirigente da denominação, lotado no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a devoção em torno dos cultos, espécie de pronto-socorro espiritual, onde fiéis garantem ter alcançado a cura divina para alguma enfermidade graças à intercessão de Valdemiro, trouxe notoriedade à igreja e atraiu quadrilhas de pastores que se infiltraram em seus templos para se apropriar das doações. "Há dois anos e meio, por exemplo, o Valdemiro descobriu uma dessas quadrilhas no ABC paulista liderada pelo bispo e por seus auxiliares e os expulsou."

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PREGAÇÃO
Com fama de milagreiro, Valdemiro fez fama ao se aproximar
dos mais humildes. Abaixo, sua esposa, a bispa Franciléia

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Esse mesmo dirigente lembra do dia em que, ao manobrar seu carro na saída de um culto, uma fiel bateu no vidro para alertar que pessoas traíam a confiança do líder evangélico: "Pastor, está vendo esse carnê da Mundial? A conta corrente aqui escrita não é a da igreja. Estão distribuindo carnês falsos para o povo pagar! Avisa o apóstolo, por favor!" Ou seja, o dinheiro estava sendo desviado num esquema paralelo ao de Valdemiro. Professor da pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Bitun se deparou com essa prática ao ir a campo para a confecção de sua tese de doutorado. Intitulado "Igreja Mundial do Poder de Deus: Continuidades e Descontinuidades no Neopentecostalismo Brasileiro", o estudo defende que Valdemiro foi o único dissidente da Universal que conseguiu alcançar sucesso. E assim o fez graças, principalmente, à remasterização da cura divina, uma prática bastante difundida no Brasil nos anos 1970. "Um bispo me contou que havia pastores infiltrados em igrejas e até mesmo bispos cobrando propinas de pastores", diz Bitun.

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SUSPEITA
Uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, como a compra de uma
fazenda de R$ 29 milhões (à esq., o documento  de compra em seu nome),
é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo

Valdemiro é um líder religioso onipresente no altar e nos programas televisivos e demorou a perceber que estava sendo traído por pessoas muito próximas a ele – e do alto escalão da igreja. Havia um grupo próximo a Josivaldo Batista de Souza, que era considerado o número 2 da Mundial, agindo como lobos em pele de cordeiro. "Ele se deu conta de que o problema advinha da concentração de poder em torno dessa turma", diz um membro da hierarquia paulista da Mundial. "Era gente pedindo avião para fazer não sei o quê, para ter programa na televisão não sei onde, para abrir igreja em um grotão aí…" Segundo esse integrante da IMPD, Valdemiro cometeu erros próprios de líderes que sobem muito e rapidamente. "Ele se cercou de um estafe pequeno que blindava o acesso a ele. E, assim, passou a ouvir pouco outras opiniões. Precisa amadurecer."

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FLAGRA
Membros da Mundial chegaram a clonar carnês para desviar
o dinheiro que era arrecadado dos fiéis nos cultos

Diante das dívidas, dos calotes e das traições, o líder da IMPD está tentando conter a sangria da sua igreja do jeito que pode. Transferiu para Lisboa o pastor Josivaldo, um ex-membro da Universal que o acompanha desde o começo dos trabalhos da denominação em Pernambuco, segundo Estado onde ele fincou sua bandeira. Para substituir Josivaldo, que era responsável pela gestão administrativa e financeira e cuidava do dia a dia da Mundial, além dos bispos e pastores, Valdemiro achou por bem recorrer a um familiar. Empossou o bispo Jorge Pinheiro, marido da irmã da sua esposa Franciléia. Para tentar se reequilibrar financeiramente, conta um bispo paulista, ele decidiu se desfazer de duas Cidades Mundiais, como são chamados os megatemplos da IMPD, em São Paulo e no Paraná. Elas se encontram fechadas pelos órgãos públicos locais, após pouco tempo de funcionamento, por não preencherem requisitos para receber o público. Um claro erro de avaliação que onerou a igreja. "A Cidade Mundial paulista está fechada desde fevereiro de 2012. Mas Valdemiro, todo mês, tem de pagar R$ 5 milhões das parcelas da compra dela", diz o bispo. Missionário da IMPD, o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP), que foi designado pela igreja para fazer "a coisa caminhar" junto aos órgãos públicos, segue na sua empreitada. "Não recebi o comando de parar o trabalho ainda. Mas a vontade do apóstolo é que fala mais alto", afirma. Templos pequenos e mal localizados, que não condiziam com a orientação de Valdemiro, também deixaram de ser usados. "Cerca de 15% deles tiveram de ser fechados ou reestruturados", diz uma liderança da igreja. Pode ser uma saída para que a fama de caloteiro não suplante a de apóstolo milagreiro.

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NA JUSTIÇA
Faz três meses que a Mundial não paga o aluguel do imóvel (acima),
localizado em Pirituba (SP): ação de despejo e cobrança de R$ 34 mil.
À esq., Cidade Mundial em São Paulo, que será fechada

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Não são poucos os templos ocupados pela IMPD que têm problemas com aluguel atrasado ou ações de despejo em curso na Justiça. Em Pirituba, por exemplo, bairro da capital paulista, o proprietário impetrou na justiça uma ação de despejo contra a igreja por não receber o aluguel de seu imóvel desde julho. E cobra, ainda, o pagamento de R$ 34.538,64. De acordo com um de seus representantes legais, essa é terceira vez que a justiça é acionada desde 2010, quando o local passou a ser ocupado pela Mundial. "Não entendo a falta de organização da igreja. Não acredito que ela não tenha caixa para pagar o aluguel", diz ele, que prefere não se identificar. "Esses problemas diminuíram 70% nos últimos tempos", garante Dênis Munhoz, advogado da Mundial. À frente também do cargo de vice-presidente da Mundial, Munhoz refuta a ideia de a denominação viver uma crise, argumentando que a IMPD é a evangélica que mais cresce no Brasil. Sobre as quadrilhas de pastores, afirma: "Se existe esse problema, a igreja sempre tomou as providências rapidamente." Prefere, no entanto, não comentar a perda dos espaços no Canal 21 e na Band. Quem falou sobre o assunto foi o presidente da IMPD, o deputado federal José Olímpio (PP-SP). "Estamos pagando muitas prestações, os valores de aluguéis aumentaram, temos muitas obras em andamento e acabou atrasando alguma coisa. Aí, deixa de pagar um mês e vira um problema para a mensalidade seguinte", diz.

Para se ver livre de mais problemas, Valdemiro, que, procurado por ISTOÉ, não se manifestou, entregou os horários que possuía na Rede TV! e na CNT. Deixou também de alugar espaço em dezenas de retransmissoras de diferentes estados e recuou no projeto de ocupar a programação de tevês da Argentina, Colômbia e do México. "Muitas vezes, é melhor dar um passo atrás para, depois, dar um maior à frente", diz o alto dirigente da Mundial do Rio. "Valdemiro me disse que estava, inclusive, vendendo a sua fazenda no Mato Grosso." Essa informação não foi confirmada pelo presidente nem pelo vice-presidente da IMPD. Mas, na atual situação, receber R$ 33 milhões, valor estimado da Fazenda Santo Antonio do Itiquira, seria como um milagre para o líder evangélico.

Fonte: ISTOÉ

 

Nota:

Este é o destino de quem usa o nome de Deus para enriquecimento, que torce as Escrituras, usa de textos isolados para enganar o povo, usa o povo como massa de manobra, usa esta massa de manobra para entrar na política, usa esta política para se defender da mídia, usa a mídia para difundir sua pregação que torce a Palavra, entrando assim num looping de falcatruas e se "arrudeia" de outros lobos como ele mesmo. Seria bom se fosse apenas isto, mas se ele não se arrepender e tornar de seus caminhos, coisas piores o aguardam nas trevas eternas.
João 10:10, "o ladrão não vem somente para roubar, matar e destruir" fala desses caras, deses homens mercenários e ladrões.

 

Ladrões, roubadores, e filhos do Diabo.

Evangelista agredido em praça de Belo Horizonte

"Que nos matem nas ruas, nos becos, nas praças, mas que o Evangelho seja anunciado." Ronaldo Barcelos.


Arlen

Conhecida pela criminalidade, prostituição, mendicância e tráfico de drogas, a Praça Rio Branco, conhecida como Praça da Rodoviária em Belo Horizonte, tem, em meio ao seu burburinho e trevas, há mais de 10 anos, uma voz que anuncia o Evangelho de Jesus Cristo, o evangelista Arlen Soares.

De fala contundente, objetiva e demostrando conhecimento bíblico muito acima da média, este homem de meia idade, como um João Batista moderno anuncia o Evangelho de Jesus Cristo aos transeuntes, moradores de rua e receptadores que frequentam o local, este por si só privilegiado, pois se encontra no caminho de quem se dirige ao Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro, indo ou voltando a outros estados.

A pregação ecoa por toda a praça e nota-se a linha extremamente bíblica de sua mensagem, que exalta a soberania de Deus e ao mesmo tempo condena os mercenários da fé, citando seus nomes já conhecidos, como Silas Malafaia, Edir Macedo, RR Soares, Davi Miranda, e dentre outros, Waldemiro Santiago (este com nota especial, pois com sua lábia já arrecadou fazendas e gado…). Questionamento e desafios são levantados a estes, como aos pregadores de milagres, convidando-os a visitarem os hospitais de câncer para ali exercerem o "ministério de cura", de que tanto se gabam.

Apontando como único problema da humanidade o pecado que faz a separação do homem e Deus, ele chama para o arrependimento, sem fórmulas mágicas para serem repetidas, confrontando assim o dogma reinante de "aceitar Jesus", uma prática não bíblica surgida nas igrejas Batistas do Sul dos EUA que tomou conta das igrejas evangélicas mundiais.

Nesta sexta-feira, dia vinte e cinco de outubro de dois mil treze, o evangelista foi agredido covardemente enquanto orava junto com as pessoas na referida praça, por um evangélico não satisfeito com a mensagem da cruz. Arlen foi golpeado com uma pedra, com o instinto mais primal de um ser humano, no lado direito da testa, na fronte, o que lhe provocou um corte profundo e um sangramento. Aturdido, passa o microfone para o Ronaldo, um dos que lhe acompanham e ajudam, junto com Isac, Amarildo, dentre outros, lava seu rosto mas logo em seguida retoma a palavra. Logo depois foi para um hospital, onde foi suturado com tres pontos e passa bem.

Arlen pertence a Missão Reluz, em Belo Horizonte, e juntos repudiamos este ataque e prega o Evangelho, mas sabemos que isto é apenas o começo do que se abaterá sobre a Terra, vide as agressões contra nossos irmãos em Serra Leoa, Indonésia, China, Coréia do Norte e países muçulmanos.

Fonte: Para esses dias 

27 de outubro de 2013

Damares, por favor, pare de cantar heresias!

Por Gutierres Fernandes Siqueira


Dificilmente a cantora Damares lerá este texto, mas ainda assim eu faço um apelo: - Damares, por favor, pare de cantar heresias!

Os fariseus iriam "curtir" bastante essa canção Alto Preço!
Para quem não a conhece, essa cantora paranaense faz um tremendo sucesso nas igrejas pentecostais e é famosa pela vingativa, antibíblica e mal escrita canção “Sabor de Mel”. Ou seria de fel? Damares faz parte de uma classificação que reúne o pior da música evangélica brasileira- a chamada “música gospel pentecostal”. Esse gênero é sinônimo de letras mal escritas, triunfalismo, cantoria de vingança, corinhos de “fogo” e ausência completa de referências à cruz de Cristo. Nasceu em meados da década de 1970 e abraçou com entusiasmo uma versão light da Teologia da Prosperidade. E é em si cheia de ressentimentos e autoconfiança.  

Mas por que este apelo? Recentemente essa cantora gravou uma música com o título “Alto Preço”[1]. E essa canção é uma das maiores aberrações doutrinárias já produzida nas últimas décadas. A teologia desse “hino” ensina uma salvação baseada em obras e na meritocracia humana. A composição não é dela, mas a interpretação e divulgação é. 

Veja a trágica letra:

Eu tô pagando, eu tô pagando
O preço pra morar no céu eu to pagando
Eu vou lutando, eu vou chorando
Cada detalhe o Senhor está somando
Eu tô pagando, eu to pagando
O preço pra morar no céu eu tô pagando
Eu vou lutando, eu vou chorando
A santidade tem um preço, eu tô pagando
Tô pagando, tô pagando
Um alto preço
Um alto preço

Sim, nesse “hino” Deus soma os nossos méritos e nós “pagamos o preço para morar no céu”. Acho que o apóstolo Paulo teria um infarto caso ouvisse uma música como essa cantada em uma igreja cristã. A música despreza uma das verdades cristãs mais óbvias para um leitor atento da Bíblia: é Jesus quem paga o alto preço. Somente Ele! Se confiarmos em nós mesmos como pagantes desse preço o nosso destino é apenas da danação eterna. Essa música é a expressão de uma das maiores heresias que um cristão pode expressar. É o desprezo da cruz de Cristo. “Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens”. [1 Coríntios 7.23].

Nota:
[1] Mas, por favor, não confunda com a ótima canção do Asaph Borba que possui o mesmo título.

__________________
PS: Alguns reclamaram que a análise ficou a cabo somente do refrão, mas a música completa em nada muda essa abordagem crítica. Pelo contrário, somente reforça. No primeiro refrão é dito que o sangue de Jesus justifica e que Ele pagou o preço. Porém, logo em seguida, vem a ideia de "complementar a obra de Cristo". Assim, Jesus pagou o preço, mas eu também preciso pagá-lo. Ou seja, a obra do Senhor é insuficiente. A composição de Anderson Freire é puro pelagianismo.

Fonte: http://www.teologiapentecostal.com/2013/10/damares-por-favor-pare-de-cantar.html

26 de outubro de 2013

Pastor Valdomiro Santiago é capa da revista Isto É!

Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do País

Rodrigo Cardoso
Confira compilação com cenas do apóstolo Valdemiro Santiago e outros líderes da igreja pedindo contribuições aos seguidores:
IstoE_PastorWaldemiro_255.jpg
 
Chorar durante a pregação é um dos traços mais marcantes da performance de Valdemiro Santiago de Oliveira, o todo-poderoso da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), no púlpito. Criticado por abusar dessa prática, o autointitulado apóstolo tem motivos mais terrenos para derramar suas lágrimas atualmente. O império neopentecostal construído por esse mineiro de 49 anos, nascido em Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, vive a maior crise da sua história. O mais recente indício de que a IMPD está fragilizada foi a decisão do Grupo Bandeirantes de encerrar, na semana passada, a parceria que mantinha com Valdemiro, que alugava quase a totalidade da grade da programação do Canal 21 e ocupava cerca de quatro horas diárias nas madrugadas da Band. Motivo do fim do acordo: atrasos no pagamento.
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PASTOR
Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se
expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a
casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais
Valdemiro até que tentou impedir o fato. De microfone em punho, o comedor de angu que cuidava de marrecos na roça antes de se converter evangélico usou toda a sua empatia com o povão. No início do mês, pôs o rosto no vídeo, caprichou na voz chorosa e iniciou uma campanha conclamando seus fiéis a ajudá-lo a arrecadar R$ 21 milhões para honrar compromissos com o aluguel de horários na mídia. A Mundial já devia R$ 8 milhões ao Grupo Bandeirantes referentes a setembro. No fim deste mês, outro boleto a vencer: R$ 13 milhões. A emissora paulista não confirma oficialmente, mas a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, concorrente direta da Mundial, teria entrado na disputa por esses horários e conseguido vencer a briga sobre a maior concorrente na disputa por almas. “Pegaram a gente em um momento de fraqueza”, diz uma liderança da IMPD. “Gastamos R$ 300 milhões com templos ultimamente e vivemos um tempo de estruturação e amadurecimento.”
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PODER
Diante da crise, Valdemiro nomeou Jorge Pinheiro (acima), marido da irmã
de sua esposa, para gerir o setor financeiro e administrativo da IMPD no
lugar do bispo Josivaldo (abaixo), transferido para Lisboa
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"Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados
por bispos e pastores. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo"
,
afirma um alto dirigente da IMPD do Rio de Janeiro
Quisera Valdemiro Santiago, porém, que seus problemas fossem revezes restritos apenas ao campo administrativo da sua igreja. Em São Paulo, o líder evangélico é alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. Desde janeiro de 2013, diligências feitas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) e pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda, da Polícia Civil, apuram um suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O dono da Mundial virou alvo das autoridades quando elas descobriram que a Fazenda Santo Antonio do Itiquira, localizada em Santo Antônio do Leverger (MT), um conglomerado de 10.174 hectares de terras ocupado por milhares de cabeças de gado, foi comprado por R$ 29 milhões à vista pela empresa W. S. Music, cujos representantes são o apóstolo e sua mulher, a bispa Franciléia. O caso, que pode configurar uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, corre em sigilo.
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A Mundial, fundada em 1998 – antes dela, Valdemiro fora pastor na Igreja Universal por 18 anos (leia quadro) –, viveu um avanço muito grande em um curto espaço de tempo. De 500 templos em 2009, hoje a denominação computa mais de cinco mil unidades, segundo seus membros. Acontece que a vida de uma igreja não se resume ao púlpito ou aos cultos. Administrativa e financeiramente falando, a IMPD não evoluiu. “Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo”, afirma um alto dirigente da denominação, lotado no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a devoção em torno dos cultos, espécie de pronto-socorro espiritual, onde fiéis garantem ter alcançado a cura divina para alguma enfermidade graças à intercessão de Valdemiro, trouxe notoriedade à igreja e atraiu quadrilhas de pastores que se infiltraram em seus templos para se apropriar das doações. “Há dois anos e meio, por exemplo, o Valdemiro descobriu uma dessas quadrilhas no ABC paulista liderada pelo bispo e por seus auxiliares e os expulsou.”
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PREGAÇÃO
Com fama de milagreiro, Valdemiro fez fama ao se aproximar
dos mais humildes. Abaixo, sua esposa, a bispa Franciléia
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Esse mesmo dirigente lembra do dia em que, ao manobrar seu carro na saída de um culto, uma fiel bateu no vidro para alertar que pessoas traíam a confiança do líder evangélico: “Pastor, está vendo esse carnê da Mundial? A conta corrente aqui escrita não é a da igreja. Estão distribuindo carnês falsos para o povo pagar! Avisa o apóstolo, por favor!” Ou seja, o dinheiro estava sendo desviado num esquema paralelo ao de Valdemiro. Professor da pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Bitun se deparou com essa prática ao ir a campo para a confecção de sua tese de doutorado. Intitulado “Igreja Mundial do Poder de Deus: Continuidades e Descontinuidades no Neopentecostalismo Brasileiro”, o estudo defende que Valdemiro foi o único dissidente da Universal que conseguiu alcançar sucesso. E assim o fez graças, principalmente, à remasterização da cura divina, uma prática bastante difundida no Brasil nos anos 1970. “Um bispo me contou que havia pastores infiltrados em igrejas e até mesmo bispos cobrando propinas de pastores”, diz Bitun.
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SUSPEITA
Uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, como a compra de uma
fazenda de R$ 29 milhões (à esq., o documento  de compra em seu nome),
é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo
Valdemiro é um líder religioso onipresente no altar e nos programas televisivos e demorou a perceber que estava sendo traído por pessoas muito próximas a ele – e do alto escalão da igreja. Havia um grupo próximo a Josivaldo Batista de Souza, que era considerado o número 2 da Mundial, agindo como lobos em pele de cordeiro. “Ele se deu conta de que o problema advinha da concentração de poder em torno dessa turma”, diz um membro da hierarquia paulista da Mundial. “Era gente pedindo avião para fazer não sei o quê, para ter programa na televisão não sei onde, para abrir igreja em um grotão aí...” Segundo esse integrante da IMPD, Valdemiro cometeu erros próprios de líderes que sobem muito e rapidamente. “Ele se cercou de um estafe pequeno que blindava o acesso a ele. E, assim, passou a ouvir pouco outras opiniões. Precisa amadurecer.”
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FLAGRA
Membros da Mundial chegaram a clonar carnês para desviar
o dinheiro que era arrecadado dos fiéis nos cultos
Diante das dívidas, dos calotes e das traições, o líder da IMPD está tentando conter a sangria da sua igreja do jeito que pode. Transferiu para Lisboa o pastor Josivaldo, um ex-membro da Universal que o acompanha desde o começo dos trabalhos da denominação em Pernambuco, segundo Estado onde ele fincou sua bandeira. Para substituir Josivaldo, que era responsável pela gestão administrativa e financeira e cuidava do dia a dia da Mundial, além dos bispos e pastores, Valdemiro achou por bem recorrer a um familiar. Empossou o bispo Jorge Pinheiro, marido da irmã da sua esposa Franciléia. Para tentar se reequilibrar financeiramente, conta um bispo paulista, ele decidiu se desfazer de duas Cidades Mundiais, como são chamados os megatemplos da IMPD, em São Paulo e no Paraná. Elas se encontram fechadas pelos órgãos públicos locais, após pouco tempo de funcionamento, por não preencherem requisitos para receber o público. Um claro erro de avaliação que onerou a igreja. “A Cidade Mundial paulista está fechada desde fevereiro de 2012. Mas Valdemiro, todo mês, tem de pagar R$ 5 milhões das parcelas da compra dela”, diz o bispo. Missionário da IMPD, o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP), que foi designado pela igreja para fazer “a coisa caminhar” junto aos órgãos públicos, segue na sua empreitada. “Não recebi o comando de parar o trabalho ainda. Mas a vontade do apóstolo é que fala mais alto”, afirma. Templos pequenos e mal localizados, que não condiziam com a orientação de Valdemiro, também deixaram de ser usados. “Cerca de 15% deles tiveram de ser fechados ou reestruturados”, diz uma liderança da igreja. Pode ser uma saída para que a fama de caloteiro não suplante a de apóstolo milagreiro.
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NA JUSTIÇA
Faz três meses que a Mundial não paga o aluguel do imóvel (acima),
localizado em Pirituba (SP): ação de despejo e cobrança de R$ 34 mil.
À esq., Cidade Mundial em São Paulo, que será fechada
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Não são poucos os templos ocupados pela IMPD que têm problemas com aluguel atrasado ou ações de despejo em curso na Justiça. Em Pirituba, por exemplo, bairro da capital paulista, o proprietário impetrou na justiça uma ação de despejo contra a igreja por não receber o aluguel de seu imóvel desde julho. E cobra, ainda, o pagamento de R$ 34.538,64. De acordo com um de seus representantes legais, essa é terceira vez que a justiça é acionada desde 2010, quando o local passou a ser ocupado pela Mundial. “Não entendo a falta de organização da igreja. Não acredito que ela não tenha caixa para pagar o aluguel”, diz ele, que prefere não se identificar. “Esses problemas diminuíram 70% nos últimos tempos”, garante Dênis Munhoz, advogado da Mundial. À frente também do cargo de vice-presidente da Mundial, Munhoz refuta a ideia de a denominação viver uma crise, argumentando que a IMPD é a evangélica que mais cresce no Brasil. Sobre as quadrilhas de pastores, afirma: “Se existe esse problema, a igreja sempre tomou as providências rapidamente.” Prefere, no entanto, não comentar a perda dos espaços no Canal 21 e na Band. Quem falou sobre o assunto foi o presidente da IMPD, o deputado federal José Olímpio (PP-SP). “Estamos pagando muitas prestações, os valores de aluguéis aumentaram, temos muitas obras em andamento e acabou atrasando alguma coisa. Aí, deixa de pagar um mês e vira um problema para a mensalidade seguinte”, diz.
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Para se ver livre de mais problemas, Valdemiro, que, procurado por ISTOÉ, não se manifestou, entregou os horários que possuía na Rede TV! e na CNT. Deixou também de alugar espaço em dezenas de retransmissoras de diferentes estados e recuou no projeto de ocupar a programação de tevês da Argentina, Colômbia e do México. “Muitas vezes, é melhor dar um passo atrás para, depois, dar um maior à frente”, diz o alto dirigente da Mundial do Rio. “Valdemiro me disse que estava, inclusive, vendendo a sua fazenda no Mato Grosso.” Essa informação não foi confirmada pelo presidente nem pelo vice-presidente da IMPD. Mas, na atual situação, receber R$ 33 milhões, valor estimado da Fazenda Santo Antonio do Itiquira, seria como um milagre para o líder evangélico.

Pesquisa revela 4 motivos por que “ninguém quer mais ir à igreja”


Por Jarbas Aragão ►

Os autores Thom e Joani Schultz dedicam-se a fazer estudos constantes sobre como ajudar as igrejas a se fortalecerem. Afirmam serem consultores e já escreveram um livro polêmico anos atrás chamado“Why Nobody Learns Much of Anything in Church Anymore” [Por que ninguém mais aprende muita coisa na igreja]. Eles afirmam terem ficado muito preocupados após uma pesquisa conduzida por eles indicar que:
  • 12% dos presentes afirmam lembrar o conteúdo do sermão no dia seguinte
  • 90% afirmam que pensam em outras coisas durante o sermão
  • 33% acham os sermões “longos demais”
  • 11% dos homens e 5% das mulheres afirmam que o sermão dominical é a principal maneira como eles aprendem sobre Deus

Seu novo livro, “Why Nobody Wants to Go to Church Anymore” [Por que Ninguém mais quer ir à Igreja] promete ser igualmente polêmico. Assim como no primeiro, lideranças cristãs afirmam que a Igreja não é um esforço puramente humano e, por isso, as conclusões não podem ser aceitas sem questionamentos.

O fato é que em muitos países historicamente cristãos, principalmente na Europa e nos EUA, a frequência aos cultos diminui a cada ano. Cada vez mais, os bancos vazios aos domingos refletem-se no número recorde de igrejas fechadas ou vendidas para a abertura de templos para muçulmanos ou lojas.

No livro lançado este mês, os autores procuram fornecer algumas respostas, com destaque para as“quatro soluções possíveis” para o problema. Thom Schultz e sua esposa dizem que algumas das causas estão relacionadas com tendências sociais e culturais, mas para ele o problema pode ser identificado no mundo todo, especialmente entre os mais jovens.

Schultz disse que é uma questão complexa, pois a cultura atual questiona como nunca as crenças e o estilo de vida dos cristãos. Afirma ainda que as pessoas não querem simplesmente ser ministradas em um sistema de comunicação unidirecional, pois estão acostumadas a fazer parte de um debate constante nas redes sociais.

Os quatro aspectos principais de seu estudo, considerado por ele os “motivos” são:

1) As pessoas sentem-se julgadas na igreja. Como solução, ele propõe a “hospitalidade radical”. Isso significa aceitar a pessoa como ela é, mas sem concordar com o que ela faz. “Essa nada mais é que uma abordagem semelhante à que Cristo usava”, garante.

2) Falta de diálogo no que se refere ao ensino. Para Schultz é necessário existir uma “conversa sem medo”, que significa considerar os vários pontos de vista, ao invés de simplesmente oferecer palestras com o assunto já decidido. “As pessoas querem ser envolvidas na conversa sobre a fé”, por isso incentiva que as igrejas estejam mais abertas para ouvir opiniões.

3) Para a maioria dos não-crentes, “os cristãos são hipócritas” e essa percepção só aumenta com os casos de escândalo financeiros e sexuais em alguns meios. Por isso, o autor está pedindo “humildade genuína”. Defende que as igrejas não devem querer estar acima desses problemas sem oferecer soluções e mostrar na prática que isso é uma generalização.

4) É enorme o número de críticos argumentando que Deus está distante ou morto e por isso o mundo está nesse estado atual. Schultz acredita que as igrejas precisam voltar a sintonizar suas mensagens na pessoa de Deus. “Muitas igrejas já se esqueceram de falar sobre Deus, falam apenas sobre o que ele fazia nos tempos bíblicos”, afirma. A ênfase exagerada nos benefícios materiais que a fé pode trazer também contribui para que as pessoas percam a noção de elementos como graça e pecado, vendo sua relação com Deus como apenas uma troca de ofertas por bênçãos.

O Centro Pew de Pesquisa sobre Religião e Vida Pública, realizou um estudo demográfico abrangente em grande parte dos países do mundo. A pesquisa incluía estatísticas e análise de tendências para as próximas décadas. Uma de suas principais conclusões é o rápido crescimentos dos “sem religião”, especialmente em países tradicionalmente cristãos. Eles já são o terceiro maior grupo “religioso” do mundo, atrás de cristãos e muçulmanos. Cerca de uma em cada seis pessoas do mundo (16,3%) afirma ser “sem religião”. A maioria deles afirma que, embora tenha suas crenças particulares, não se identifica com nenhuma religião “oficial”.

Schultz acredita que essa tendência pode ser revertida caso as igrejas sejam mais relevantes em suas mensagens, especialmente se posicionando biblicamente sobre questões como desigualdade social, cuidado com o meio-ambiente, e tantas outras “perguntas que todos estão se fazendo”.

O autor mencionou a homossexualidade como um exemplo de assunto que rapidamente é abordado pelos pastores, que se esquecem que existem muitos outros tipos de imoralidades que eles parecem não ver.

“Eu acredito que a igreja pode prosperar de novo”, disse ele, observando que para isso é necessário mudar a metodologia, não a mensagem. 

Com informações The Blaze.

Li no Gospel Prime

25 de outubro de 2013

O novo ateu


Por Ricardo Barbosa de Souza em Monergismo

Hoje, o ateu não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina. O novo ateísmo não precisa negar a fé; apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador.

Sabemos que existem vários tipos de ateus. Existem aqueles que não creem em Deus por não encontrarem respostas para os grandes dilemas da humanidade como violência, miséria e sofrimento. Não conseguem relacionar um Deus de amor com o sofrimento humano.


Outros não creem porque não encontram uma razão lógica e racional que explique os mistérios da fé, como a criação do mundo, o dilúvio, o nascimento virginal, a ressurreição, céu, inferno, etc. Diante de temas tão complexos que requerem fé num Deus pessoal, Criador e Redentor, muitos não conseguem crer naquilo que lhes parece racionalmente absurdo.

Os dois tipos de ateus já mencionados são inofensivos. Na verdade, são pessoas que buscam respostas, são honestos e não aceitam qualquer argumento barato como justificativa para suas grandes dúvidas. São sinceros e lutam contra uma incredulidade que os consome, uma falta de fé que nunca encontra resposta para os grandes mistérios da vida e de Deus.

No entanto há um outro tipo de ateu, mais dissimulado, que cresce entre nós, que crê em Deus e não apresenta nenhuma dúvida quanto aos mistérios da fé, nem em relação aos grandes temas existenciais. Ele vai à igreja, canta, ora e chega até a contribuir. É religioso e gosta de conversar sobre os temas da religião. Contudo, a relevância de Cristo, sua morte e ressurreição para a vida e a devoção pessoal é praticamente nula. São ateus crédulos. O ateu moderno não é mais somente aquele que não crê, mas aquele para quem Deus não é relevante.

Este é um novo quadro que começa a ser pintado nas igrejas cristãs. Saem de cena os grandes heróis e mártires da fé do passado e entram os apáticos e acomodados cristãos modernos. Aqueles cristãos que entregaram suas vidas à causa do Evangelho, que deixaram-se consumir de paixão e zelo pela Igreja de Cristo, que viveram com integridade e honraram o chamado e a vocação que receberam do Senhor, que sofreram e morreram por causa de sua fé, convicções e amor a Cristo, fazem parte de uma lembrança remota que às vezes chega a nos inspirar.

Os cristãos modernos creem como os outros creram, mas não se entregam como se entregaram. Partilham das mesmas convicções, recitam o mesmo credo, frequentam as mesmas igrejas, cantam os mesmos hinos e leem a mesma Bíblia, mas o efeito é tragicamente diferente. É raro hoje encontrar alguém em cujo coração arde o desejo de ver um amigo, parente, colega de trabalho ou escola convertendo-se a Cristo e sendo salvo da condenação eterna. Os desejos, quando muito, se limitam a visitar uma igreja, buscar uma "bênção", receber uma oração; mas a conversão a Cristo, o discipulado com todas as suas implicações, são coisa que não nos atraem mais.

Os anseios pela volta de Cristo, o desejo de nos encontrarmos com Ele e ver restaurada a justiça e a ordem da criação ficaram para trás. Somente alguns saudosos dos velhos tempos lembram-se ainda dos hinos que enchiam de esperança o coração dos que aguardavam a manifestação do Reino. A preocupação com a moral e a ética, com o bom testemunho, com a vida santa e reta não nos perturba mais - somos modernos, aprendemos a respeitar o espaço dos outros. O cuidado com os irmãos, o zelo para que andem nos caminhos do Senhor, as exortações, repreensões e correções não fazem parte do elenco de nossas preocupações. Afinal, cada um é grande e sabe o que faz.

Enfim, somos ateus modernos, o pior tipo de ateu que já apareceu. Citamos com convicção o Credo Apostólico, mas o que cremos não tem nenhuma relevância com a forma como vivemos. A pessoa de Cristo para muitos é apenas mais uma grife religiosa, não uma pessoa que nos chama para segui-lo. O ateísmo moderno se caracteriza pela irrelevância da fé, das convicções, do significado da igreja e da comunhão dos santos.

A irrelevância de Deus para a vida moderna é intensificada pela cultura tecnocrática. Temos técnicas para tudo: para ter um matrimônio perfeito, criar filhos felizes e obedientes, obter plena satisfação sexual no casamento, passos para uma oração eficaz, como conseguir a plenitude do Espírito Santo e muitos outros "como fazer" que entopem as prateleiras das livrarias e o cardápio dos congressos. A sociedade moderna vem criando os métodos e as técnicas que reduzem nossa necessidade de Deus, a dependência dEle e a relevância da comunhão com Ele. Chamamos uma boa música de adoração, um convívio agradável de comunhão, uma moral sadia de santificação, assiduidade nos programas da igreja de compromisso com o Reino de Deus.

As técnicas não apenas criam atalhos para os caminhos complexos da vida, como procuram inverter os pólos de atenção e dependência. Tornamo-nos mais dependentes de nós do que de Deus, acreditamos mais na eficiência do que na graça, buscamos mais a competência do que a unção, cremos mais na propaganda do que no poder do Evangelho. Tenho ouvido falar de igrejas que são orientadas por profissionais de planejamento estratégico. Estudam o perfil da comunidade, planejam seu desenvolvimento, arquitetam seu crescimento e, de repente, descobrem que funcionam, crescem, são eficientes, e não dependem de Deus para nada do que foi planejado. Com ou sem oração a igreja vai crescer, vai funcionar. Deus tornou-se irrelevante. Tornamo-nos ateus crentes.

A minha preocupação não é simplesmente criticar o mundo religioso abstrato, superficial e impessoal que criamos ou criticar a tecnologia moderna que, sem dúvida, pode e tem nos ajudado. Minha preocupação é com o coração cada vez mais distante, mais abstrato, mais centralizado naquilo que não é Deus, mais dependente das propagandas e estímulos religiosos, mais interessado no consumo espiritual do que numa relação pessoal com Deus.

Como disse, o ateu hoje não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina, não precisa da comunhão dEle para a vida. A sutileza do novo ateísmo é que ele não precisa negar a fé, apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador. Este ateu está muito mais presente entre nós do que imaginamos.