A última (levando-se em conta que, enquanto escrevo, é dia 20/06/15, às 11h): a discussão entre Silas Malafaia e Ricardo Boechat pela internet. A penúltima: o ataque a um grupo de umbandistas por supostos evangélicos, ferindo com uma pedrada uma menina de 11 anos. A antepenúltima: os protestos agressivos na Marcha Gay com símbolos religiosos cristãos. As anteriores: a polêmica do boicote do Malafaia a O Boticário, por conta de uma propaganda do Dia dos Namorados; denúncia de que casas que foram doadas para desabrigados em Alagoas e Pernambuco se tornaram bares, bocas-de-fumo e igrejas; traficantes evangélicos expulsando adeptos de religiões afro dos morros que dominam; ataques a terreiros de candomblé por supostos evangélicos; beijo gay durante cultos evangélicos; manobra política entre evangélicos para a aprovação de isenção de impostos para o dinheiro recebido pelos pastores (pessoa física, pois para as igrejas tal isenção já existe); ataques hackers contra sites de lideranças evangélicas; igreja usando de políticos que ajudou a eleger para “ganhar” terrenos, mesmo que isso signifique desalojar famílias que lá vivem, e por aí vai. A lista infelizmente não tem fim.
Nos últimos tempos, não passa um dia sem que surja na imprensa alguma notícia sobre os evangélicos. Em quase a totalidade, tais notícias são negativas. São acusações de homofobia, nepotismo, violência, intolerância, corrupção. São acusações que de forma alguma se relacionam Àquele que os evangélicos dizem seguir, que é Jesus Cristo. São acusações que destoam da missão cristã de ser sal e luz nesse mundo sem gosto e em trevas.
Está certo que a imprensa está aí para explorar e direcionar a opinião pública. E, para a imprensa, o alvo da vez são os evangélicos. E não é para menos: nos últimos tempos, têm conquistado grande espaço na política, chegando ao ponto de ter o Presidente da Câmara dos Deputados e alguns candidatos à Presidência da República. Os líderes evangélicos detém tanto poder a ponto de estremecer o império global, tornando a novela das nove – o principal produto da emissora – um fracasso de audiência, mesmo com as modificações feitas na obra para tentar agradar a esse público.
Porém, boa parte da liderança evangélica e seus seguidores dão um bom arsenal para a imprensa. O amor, base dos dois mandamentos deixados por Jesus, passa longe dos atos e das palavras desse povo. Em pessoas que não exalam amor não é possível perceber a presença de Deus. Apenas rancor, ódio, soberba, vaidade, hipocrisia. Apenas seres que apontam o cisco no olho dos outros sem conseguir enxergar grandes traves em seus próprios olhos.
Sim, pois a Bíblia diz que o homossexualismo é pecado e precisa ser grandemente combatido! – dizem os fariseus pós-modernos, que precisam ter um inimigo real para sua guerra santa contemporânea. Porém a mesma Bíblia coloca a mentira como filha do diabo. Ora, deturpar um versículo bíblico para se encaixar naquilo que queremos passar a nossos fiéis é o quê?
“E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!
Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” – Lucas 17:1,2
Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” – Lucas 17:1,2
Não vejo a Igreja Primitiva fazendo boicotes aos produtos babilônicos ou romanos. Não vejo a Igreja Primitiva se metendo na política do império, colocando lá representantes para angariar benefícios para sua comunidade específica (até porque o desejo é que todos na nação fiquem bem, não um grupinho ou outro). Não vejo a Igreja Primitiva colecionando escândalos para se manter em evidência, na esperança do “falem mal, mas falem de mim”.
Mas vejo assim a Igreja Primitiva:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” – Atos 2:42-47
E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” – Atos 2:42-47
Embora houvesse perseguições dos grupos fariseus e do Império Romano, a Igreja Primitiva, conhecida por seus atos de justiça, amor, paz, alegria, comunhão, CAÍA NA GRAÇA DE TODO O POVO.
E as igrejas evangélicas no Brasil? Elas caíram na graça de todo o povo? E por que não, já que dizem pregar o mesmo Cristo que a Igreja Primitiva?
Você já sabe a resposta, embora ela seja dura e triste de se digerir.
Há perseguições e perseguições. Uma coisa é a perseguição sofrida na Síria, na Coreia do Norte e em outros países avessos ao cristianismo. Lá, um cristão é perseguido simplesmente por pregar a Palavra.
Porém, no Brasil estamos assistindo a um outro tipo de perseguição. Os líderes que têm sido perseguidos pela imprensa não o são por estar cuidando dos necessitados, ou pregando a Jesus Cristo. A perseguição ocorre por seu posicionamento hipócrita frente a questões nacionais e por pregarem a um falso evangelho, onde o que importa é vender – a alto preço – as bênçãos terrenas. Até o mundo tem visto o quanto as pessoas têm sido extorquidas e o quanto os líderes têm lucrado com isso.
A coisa está tão feia que até o mundo tem se escandalizado com isso.
Talvez estejamos às portas de uma guerra civil religiosa. Porém, o intrigante será ver que muitos que guerreiam em nome de Jesus estão na realidade guerreando em seu próprio nome e em nome da manutenção do conforto e segurança de seus líderes.
Cabe, dessa forma, à Igreja real, verdadeira, santa, pura, ser o sal e luz nessa terra. Essa Igreja não tem um CNPJ certo, um templo majestoso, um líder humano carismático. Essa Igreja é formada por vários membros, talvez eu e você. Essa Igreja se manifesta 24 horas por dia em cada lugar em que seus membros estejam, sendo sal e luz em seus microuniversos: em casa, na escola, no trabalho, nas ruas e até nas igrejas.
É pelo trabalho da Igreja verdadeira que Cristo se manifesta ao mundo. Os que dizem que precisam de altas quantias mensais para espalhar programas das rádios e tv’s estão, em sua grande maioria, anunciando a si mesmos.
Que possamos nos armar com a armadura de Deus, pois os próximos dias serão ainda mais maus. Mas Jesus é conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
Via: Uma estrangeira no Mundo