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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18
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22 de junho de 2015

Estamos às portas de uma guerra civil religiosa?


guerra 2A última (levando-se em conta que, enquanto escrevo, é dia 20/06/15, às 11h): a discussão entre Silas Malafaia e Ricardo Boechat pela internet. A penúltima: o ataque a um grupo de umbandistas por supostos evangélicos, ferindo com uma pedrada uma menina de 11 anos. A antepenúltima: os protestos agressivos na Marcha Gay com símbolos religiosos cristãos. As anteriores: a polêmica do boicote do Malafaia a O Boticário, por conta de uma propaganda do Dia dos Namorados; denúncia de que casas que foram doadas para desabrigados em Alagoas e Pernambuco se tornaram bares, bocas-de-fumo e igrejas; traficantes evangélicos expulsando adeptos de religiões afro dos morros que dominam; ataques a terreiros de candomblé por supostos evangélicos; beijo gay durante cultos evangélicos; manobra política entre evangélicos para a aprovação de isenção de impostos para o dinheiro recebido pelos pastores (pessoa física, pois para as igrejas tal isenção já existe); ataques hackers contra sites de lideranças evangélicas; igreja usando de políticos que ajudou a eleger para “ganhar” terrenos, mesmo que isso signifique desalojar famílias que lá vivem, e por aí vai. A lista infelizmente não tem fim.
Nos últimos tempos, não passa um dia sem que surja na imprensa alguma notícia sobre os evangélicos. Em quase a totalidade, tais notícias são negativas. São acusações de homofobia, nepotismo, violência, intolerância, corrupção. São acusações que de forma alguma se relacionam Àquele que os evangélicos dizem seguir, que é Jesus Cristo. São acusações que destoam da missão cristã de ser sal e luz nesse mundo sem gosto e em trevas.
Está certo que a imprensa está aí para explorar e direcionar a opinião pública. E, para a imprensa, o alvo da vez são os evangélicos. E não é para menos: nos últimos tempos, têm conquistado grande espaço na política, chegando ao ponto de ter o Presidente da Câmara dos Deputados e alguns candidatos à Presidência da República. Os líderes evangélicos detém tanto poder a ponto de estremecer o império global, tornando a novela das nove – o principal produto da emissora – um fracasso de audiência, mesmo com as modificações feitas na obra para tentar agradar a esse público.
Porém, boa parte da liderança evangélica e seus seguidores dão um bom arsenal para a imprensa. O amor, base dos dois mandamentos deixados por Jesus, passa longe dos atos e das palavras desse povo. Em pessoas que não exalam amor não é possível perceber a presença de Deus. Apenas rancor, ódio, soberba, vaidade, hipocrisia. Apenas seres que apontam o cisco no olho dos outros sem conseguir enxergar grandes traves em seus próprios olhos.
Sim, pois a Bíblia diz que o homossexualismo é pecado e precisa ser grandemente combatido! – dizem os fariseus pós-modernos, que precisam ter um inimigo real para sua guerra santa contemporânea. Porém a mesma Bíblia coloca a mentira como filha do diabo. Ora, deturpar um versículo bíblico para se encaixar naquilo que queremos passar a nossos fiéis é o quê?
“E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!
Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” – Lucas 17:1,2
Não vejo a Igreja Primitiva fazendo boicotes aos produtos babilônicos ou romanos. Não vejo a Igreja Primitiva se metendo na política do império, colocando lá representantes para angariar benefícios para sua comunidade específica (até porque o desejo é que todos na nação fiquem bem, não um grupinho ou outro). Não vejo a Igreja Primitiva colecionando escândalos para se manter em evidência, na esperança do “falem mal, mas falem de mim”.
Mas vejo assim a Igreja Primitiva:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” – Atos 2:42-47
Embora houvesse perseguições dos grupos fariseus e do Império Romano, a Igreja Primitiva, conhecida por seus atos de justiça, amor, paz, alegria, comunhão, CAÍA NA GRAÇA DE TODO O POVO.
E as igrejas evangélicas no Brasil? Elas caíram na graça de todo o povo? E por que não, já que dizem pregar o mesmo Cristo que a Igreja Primitiva?
Você já sabe a resposta, embora ela seja dura e triste de se digerir.
Há perseguições e perseguições. Uma coisa é a perseguição sofrida na Síria, na Coreia do Norte e em outros países avessos ao cristianismo. Lá, um cristão é perseguido simplesmente por pregar a Palavra.
Porém, no Brasil estamos assistindo a um outro tipo de perseguição. Os líderes que têm sido perseguidos pela imprensa não o são por estar cuidando dos necessitados, ou pregando a Jesus Cristo. A perseguição ocorre por seu posicionamento hipócrita frente a questões nacionais e por pregarem a um falso evangelho, onde o que importa é vender – a alto preço – as bênçãos terrenas. Até o mundo tem visto o quanto as pessoas têm sido extorquidas e o quanto os líderes têm lucrado com isso.
A coisa está tão feia que até o mundo tem se escandalizado com isso.
Talvez estejamos às portas de uma guerra civil religiosa. Porém, o intrigante será ver que muitos que guerreiam em nome de Jesus estão na realidade guerreando em seu próprio nome e em nome da manutenção do conforto e segurança de seus líderes.
Cabe, dessa forma, à Igreja real, verdadeira, santa, pura, ser o sal e luz nessa terra. Essa Igreja não tem um CNPJ certo, um templo majestoso, um líder humano carismático. Essa Igreja é formada por vários membros, talvez eu e você. Essa Igreja se manifesta 24 horas por dia em cada lugar em que seus membros estejam, sendo sal e luz em seus microuniversos: em casa, na escola, no trabalho, nas ruas e até nas igrejas.
É pelo trabalho da Igreja verdadeira que Cristo se manifesta ao mundo. Os que dizem que precisam de altas quantias mensais para espalhar programas das rádios e tv’s estão, em sua grande maioria, anunciando a si mesmos.
Que possamos nos armar com a armadura de Deus, pois os próximos dias serão ainda mais maus. Mas Jesus é conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.


Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
Via: Uma estrangeira no Mundo

16 de junho de 2015

Vítima de intolerância religiosa, menina de 11 anos é apedrejada na cabeça após festa de Candomblé

O ódio e a intolerância contra religiões afro-brasileiras fizeram mais uma vítima no Rio: uma menina de 11 anos, que levou uma pedrada na cabeça. O caso ocorreu no domingo à noite, na Avenida Meriti, na Vila da Penha, Zona Norte da cidade. Por volta das 18h30, após uma festa em um barracão, um grupo de oito religiosos, vestidos com trajes brancos do Candomblé, caminhava de volta para casa. Na altura do número 3.318, dois homens em um ponto de ônibus do outro lado da via começaram a insultá-los.
- Quando viram várias pessoas vestidas de branco, começaram a insultar, gritando que a gente ia “queimar no inferno” por ser “macumbeiro” - lembra a avó, uma pesquisadora de 53 anos.
Até que, em determinado momento, um dos homens jogou uma pedra na direção ao grupo, que bateu num poste e atingiu a neta da pesquisadora, de 11 anos. De acordo com a avó, após a agressão e mais alguns insultos os suspeitos fugiram embarcando num ônibus.
- Ficamos todos muito nervosos, a gente não sabia o que tinha acontecido, só escutamos o estrondo. Minha neta sangrou muito, chegou a desmaiar. Não reagimos em nenhum momento, a prioridade era socorrer - lembra a avó.

A roupa da jovem ensanguentada após a agressão.
A roupa da jovem ensanguentada após a agressão. Foto: Reprodução/Facebook

O grupo retornou para o barracão, situado em Cordovil, a cerca de dez minutos do local do crime. Depois de limparem a menina, que estava com muito sangue pelo corpo, a levaram até o Posto de Assistência Médica (PAM) de Irajá, onde os médicos fizeram um curativo no ferimento. Segundo a avó, ela só não levou pontos porque estava com o ferimento muito inchado.
- Nunca tinha passado por uma situação dessa. Eu me senti impotente, não podia fazer nada. Ninguém estava prejudicando ninguém, me questiono por que fizeram isso. Acho que, independentemente do que a pessoa pratica ou no que acredita, em qualquer religião, a prioridade é tratar o ser humano como um irmão - desabafa ela, adepta do Candomblé há 33 anos, destacando que a neta está traumatizada e que iniciará um tratamento psicológico por causa do trauma.
No Facebook, a pesquisadora iniciou uma campanha contra a intolerância religiosa publicando fotos de candomblecistas segurando um cartaz com a frase “Eu visto branco, branco da paz, sou do Candomblé, e você?”. Nesta segunda-feira, a pesquisadora foi até a 38ª DP (Brás de Pina) registrar queixa. O crime foi registrado como intolerância religiosa e lesão corporal. Nesta quarta-feira, sua neta fará exame de de corpo delito.

Kátia começou uma campanha no Facebook contra esse tipo de preconceito.
Kátia começou uma campanha no Facebook contra esse tipo de preconceito.


Via: Extra

5 de junho de 2015

15 previsões sobre o futuro da religião no mundo


Um estudo do Pew Research Center, uma organização que conduz pesquisas independentes sobre diferentes temas e em escala global, procurou traçar um panorama sobre as religiões no mundo nos próximos cem anos.
Para tanto, “The Future of World Religions: Population Growth Projections” contou com a ajuda de especialistas para investigar projeções demográficas de grupos religiosos (como budistas, cristãos, hindus, judeus, muçulmanos, além de religiões associadas a costumes tribais e também os chamados de “não filiados”, que incluem ateus e agnósticos) a partir de suas distribuições geográficas, taxas de fertilidade e mortalidade e padrões migratórios. 
Mas o Pew Research Center alerta: todas estimativas são baseadas em tendências atuais e levam em conta indivíduos se designam especificamente como parte de uma ou outra religião. “Agora, o que significa ser cristão, muçulmano ou judeu irá variar de pessoa para pessoa, de país para país e de década para década”. 
E como estará o mundo da religião nas próximas décadas? Veja a seguir.


Em 2050
A quantidade de muçulmanos no mundo irá quase que se equiparar ao número de cristãos (2,8 bilhões contra 2,9 bilhões) e 10% de toda a população europeia seguirá está religião. 
Juntos, muçulmanos e cristãos vão corresponder a 69% da população mundial.

Quatro em cada 10 cristãos do mundo vão viver na África subsaariana.

A única religião que não deve observar crescimento em seu número de fieis é o budismo. De acordo com a pesquisa, as baixas taxas de fertilidade em países como China, Japão e Tailândia serão as maiores causas desta estagnação.

Já entre os hindus, o número de seguidores deve crescer 34% até 2050, atingindo a marca de 1,4 bilhão de pessoas.

A quantidade de judeus deve crescer apenas 16% nas próximas décadas. A expectativa é que o número de seguidores desta religião seja de pouco mais de 16 milhões.

O número de pessoas sem filiação religiosa deve cair. Segundo a análise, 16% das pessoas do planeta hoje se descrevem como ateias, agnósticas ou dizem não se identificar com nenhuma religião. Em 35 anos, este grupo corresponderá a 13% da população mundial.

Esta população de não filiados estará majoritariamente concentrada em países com baixas taxas de fertilidade, como na Europa ocidental, América do Norte, China e Japão.

Nos EUA, por exemplo, este grupo crescerá dos atuais 16% para 26% em 2050. Já na Europa, estas pessoas vão corresponder a 23% da população de todo o continente.

É o cristianismo a religião que será a mais impactada pela perda de fieis. De acordo com a entidade, 40 milhões de pessoas se tornarão cristãs, mas 106 milhões de pessoas deixarão de seguir esta fé.

O grupo de não filiados ganhará 96 milhões de pessoas, enquanto que 36 milhões de indivíduos passarão a se designar como fiel de alguma religião;

Cinco países (França, Macedônia, Nova Zelândia, Bósnia-Herzegovina e Holanda) deixarão de ter os cristãos como maioria. Em 2050, a maioria das pessoas na França não terão uma religião específica e o mesmo acontecerá na Nova Zelândia e na Holanda. Já na Bósnia-Herzegovina e na Macedônia, a maior parte das pessoas será muçulmana.

O país com o maior número de cristãos será os Estados Unidos, seguido do Brasil e da Nigéria.

Islamismo e cristianismo vão empatar: 32% da população do mundo será muçulmana e 32% será cristã. 

Os muçulmanos desbancarão os cristãos e se tornarão a maior religião do planeta. O islamismo estará presente na vida de 35% das pessoas. 

Publicado em Exame

13 de maio de 2015

MIX SINCRÉTICO AO GOSTO DO FREGUÊS #VIDEO



Por Jonas Ayres

Fiquei profundamente incomodado ao assistir o vídeo do programa O Infiltrado sobre magia e o sincretismo religioso brasileiro. Ficou patente o enorme abismo que existe entre a Religião Oficial (ideal) e a Religiosidade Popular (real) praticada em solo brasileiro. 


O programa nos apresentou a “saga espiritual” do repórter Fred Melo Paiva, em uma busca frenética para dar solução a um suposto e particular problema financeiro. Desde Mãe Rita, mãe de santo famosa no Rio de Janeiro, passando por terreiros de candomblé, Igreja Católica fundada por negros escravos, Igreja Católica Central de São Jorge e até rituais europeus de magia Wicca, sempre acompanhado do Wilson (um boneco do exu-caveira), nos mostrou a dura e triste realidade em que se encontra a grande maioria dos brasileiros em sua forma de espiritualidade.

Espiritualidade esta que ficou testificada na vida do sacristão da Igreja Católica dos Negros, onde o mesmo não só praticava a magia como incentiva o repórter a assim proceder, dizendo ser absolutamente coadunáveis em sua cosmovisão, a prática do Catolicismo e também do Candomblé ao mesmo tempo.
Esta cosmovisão do sacristão é a que vivem a grande maioria do nosso povo, não somente Católico, mas também evangélico nos dias atuais. Uma fé pautada na superstição e crendice popular, misturada ao catolicismo e religiões africanas e afro-brasileiras, como também animismo indígena, e isso tudo misturado e batido no grande liquidificador da religião brasileira, formam um coquetel religioso gostoso para muitos, mas intragável para aqueles que têm compromisso com as Escrituras Sagradas, a Bíblia.

Nos deixa de cabelos em pé a dura realidade de que a maioria da sociedade brasileira que se denomina cristã beba também a grandes goles deste coquetel religioso e mágico semanalmente.

Aproveitando-se desta religiosidade popular brasileira, vemos igrejas intituladas de evangélicas no nome, mas mágicas na prática, servindo em seus cardápios também, deste coquetel magico. Penso que este seja o “sucesso” destas ditas igrejas neopentecostais, tais como Igreja Universal do Reino de Deus – fundador Edir Macedo, Igreja Internacional da Graça de Deus – fundador R.R. Soares (parente de Macedo), Igreja Mundial do Poder de Deus – fundador Valdemiro Santiago (discípulo de Macedo), e mais recentemente Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus – fundador Agenor Duque (Também discípulo de Edir Macedo, segundo ele próprio).

Todos estes, e outros mais, aproveitando-se desta realidade religiosa que vive nosso país, estão construindo verdadeiros impérios religiosos, cada um oferecendo um suposto coquetel mágico mais completo e poderoso que o outro, que só faz aumentar, acentuar, e viciar de forma inebriante o povo deste país.

Estes líderes se apresentam como especialistas em batalhas espirituais agindo como magos modernos possuidores de unções que controlam “deuses e demônios” para dar a tão sonhada vitória sobre o sofrimento de qualquer espécie e monta a seus seguidores.

Vejo que os pastores sérios desta nação tem um trabalho hercúleo pela frente, onde somente com o auxilio do verdadeiro e soberano Deus e de Seu Espírito Santo poderão, se não reverter, pelo menos, combater e minimizar os efeitos da religiosidade popular brasileira, e isto em longo prazo.

Penso que providencias devam ser tomadas com urgência, tais como:

Primeiro: A criação de mecanismos que protejam a liderança da igreja de se tornarem em imperadores que fazem da igreja do Senhor seus impérios pessoais, e evitando também uma Dinastia Eclesial, como foi o caso de Gideão que ao invés de gritar “pelo SENHOR Deus” tão somente, acrescenta em seu grito de guerra, por GIDEÃO também, revelando neste gesto o desejo de seu coração, ou seja, ser o cara que manda. Em minha humilde opinião o pastor não deve decidir sozinho sobre tudo na igreja local, parece que o sistema de Atos 15:23 “…pareceu bem a NÓS…” (compartilhamento de liderança – concílio de liderança) seja mais profícuo e democrático. O que definitivamente não ocorre nos arraiais neopentecostais e afins.

Segundo: Somente permitir integrar a liderança da igreja, em especial pastores e bispos, pessoas escolhidas com base em seu caráter cristão e não em seu carisma (dons). Porque está mais do que comprovado que o dinheiro muda a todos. Todos.

Terceiro: Enfatizar o ensino de uma cosmovisão equilibrada e bíblica sobre batalha espiritual, fazendo a igreja sair do conceito moderno, iluminista, dualista, onde lidamos com Deus e o diabo em pé de igualdade em poder. A igreja precisa saber definitivamente que só existe um Criador e o resto são seres criados, inclusive satanás e seus anjos caídos. Sendo assim, devemos aplicar melhor o conceito de Soberania divina, que Deus não apenas esta no controle, como Ele nunca o perdeu. Como bem nos disse Lutero, até mesmo o diabo, é o diabo de Deus!

Quarto: Como pastores, precisamos ensinar que nossa maior arma é a dependência absoluta aos desígnios deste Deus que é soberano, e que assim como Jesus Cristo viveu nesta dependência, nós também deveríamos viver. Do contrário, nunca descansaremos desta “roda viva” religiosa, vivendo como um hamster, correndo sempre atrás da promessa de algum queijo gostoso pendurado tão perto, porém jamais alcançável. Assim podemos romper definitivamente com este sistema religioso mágico, libertando este povo sofrido desta condição miserável de superstição religiosa. Porque se tem alguém vendendo coquetel mágico é porque tem gente querendo comprar, e quanto maior o sofrimento de um povo, maior o consumo deste tipo de bebida.

Encerro pedindo que Deus nos ajude nesta difícil, mas possível tarefa de desconstrução da religiosidade popular brasileira, para uma reconstrução de uma cosmovisão bíblica centrada no Evangelho e na busca não apenas da salvação da alma no por vir, mas em restaurar o “Shalom de Deus” para a humanidade, seu projeto original.


Que Ele nos conceda graça para isso.

***
Via: Púlpito Cristão

12 de novembro de 2013

FELICIANO DIZ QUE SE A IGREJA NÃO TEM CONDIÇÕES, DEUS USARÁ DEMÔNIOS

marco felicianoO vídeo que circula na Internet é parte da pregação de Marco Feliciano em um evento no sul do país denominado CLAMA SUL realizado no dia 02 de novembro. No vídeo, Marco Feliciano diz contar com o apoio de 600 terreiros de macumba e de suas entidades para continuar sendo o representante da “família brasileira”.

Até aqui, não me surpreende, afinal, as heresias, os desvios teológicos e o câncer do sincretismo religioso, são vistos comumente em todo movimento neopentecostal e seus pilares. A questão crucial fica por conta da declaração final de Feliciano que em alto e bom som declarou que Jesus disse-lhe: “…QUANDO A IGREJA NÃO SE LEVANTA E NÃO PODE, EU LEVANTO ATÉ DEMÔNIO…”
Nesse momento, aqueles que estavam o ouvindo, o aplaudiram, celebrando umas das declarações mais desgraçada que já tive o desprazer de ouvir e comentar até o presente momento.
A Bíblia que tenho, leio e creio, diz: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Mateus 16:13-19.
O texto claramente nos apresenta que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja, visto que é edificada pelo Senhor. Ora, se a igreja está fundamentada e edificada em Cristo, por quais razão ela não se levantaria ou não poderia fazer algo a ponto que fosse necessária a ajuda de demônios?
Pois é, para nossa tristeza, a declaração de Feliciano, além de antibíblica, é diabólica, pois está atribuindo um poder maior ao inferno, como se a Igreja estivesse limitada aos poderes de demônios.
Prezado amigo, lamentavelmente parte da igreja relativizou as Escrituras e estão dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.
Feliciano não é o único, nem o primeiro, e infelizmente não será o ultimo homem a se desviar e influenciar a apostasia em massa, cabe a nós, buscar em Deus sabedoria, conhecimento e principalmente discernimento para nos afastar de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência e consequentemente nos aproximar de Deus através da Graça, do Amor em Cristo.
Isto posto, concluo parafraseando Carlos Bregantim, a Igreja de Jesus vai muito bem, pois, ela existe nEle. Quanto às instituições religiosas e o mercado religioso, bem, estes vivem segundo as intempéries do próprio mercado, cujas regras são outras.
A Igreja de Jesus tem a ver com o Evangelho e as pessoas. As instituições religiosas e o mercado religioso tem a ver com o próprio mercado e suas regras mercadológicas e seus consumidores ou clientes.
Feliciano sabe disso, eu sei disso e muitas pessoas sabem disso. E você?
Minha oração é que Deus abençoe a todos!
[Paulo Alves de Melo Júnior]
O EsquiZilton acrescenta:
Em Filipos, Paulo também teve o auxílio de um demônio, que dizia a que quisesse ouvir que Paulo era homem de Deus e que pregava o caminho da salvação! Mas Paulo não aceitou tais auxílios dos demônios… O ocorrido, relatado em At 16:16-17, demonstra que os “paulos” modernos precisam, sim, da ajuda do demônio e seus asseclas!
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***
Fonte: Hospital da Alma. Divulgação: Púlpito Cristão.

30 de outubro de 2013

Até que ponto uma religião pode interferir na vida de um adepto.


por Johnny Bernardo


O paralelo entre o espiritual e o material (ou social) há séculos é interpretado de diversas maneiras. A grande dificuldade é em saber quais os limites entre a vida espiritual de um adepto, e sua realidade social. De forma geral, todas as religiões interferem de alguma forma no cotidiano de seus seguidores.

Questões associadas à vestimenta, à alimentação, ao entretenimento são discutíveis em grupos religiosos pertencentes, por exemplo, ao cristianismo e ao islamismo. Outras restrições, como a do acesso aos meios de comunicação (televisão, rádio, revistas) e a publicação de listas de “livros proibidos” aos membros ou cidadãos de um país confessional, também são interferências diretas na forma de vida dos indivíduos.

No Irã – e em outros países islâmicos confessionais, dirigidos com base na Sharia – a religião não é simplesmente um elemento social, parte de um contexto geral da sociedade, mas permeia todos os aspectos sociais dos iranianos, com restrições e punições igualmente severas. A execução de 16 rebeldes opositores, neste sábado (26), no Irã, e a postagem de vídeos por uma muçulmana dirigindo, na Arábia Saudita - é proibido às mulheres dirigirem -, são dois exemplos recentes. De forma semelhante, a religião também é usada em alguns países ocidentais como um mecanismo de controle, de influência política.

Mesmo com o avanço da democracia, da laicidade do Estado, a religião ainda é um elemento que exerce forte influência em governos, em discussões de abrangência universais. Há séculos o Catolicismo Romano se utiliza de mecanismos de submissão, seja quando das cruzadas, das inquisições, dos cerceamentos científicos, da indução ao belicismo e aos conflitos étnicos.


Aspectos constitucionais, das leis, em muitas ocasiões são desrespeitados por denominações religiosas, como os que praticam a poligamia nos EUA (ver Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias), ou que induzem seus membros a doarem mais do que o necessário para à manutenção de sua estrutura organizacional. Neste segundo aspecto, o neopentecostalismo brasileiro se destaca pelo o fato de que exerce forte domínio psicológico sobre seus adeptos.

O fanatismo religioso – particularmente no que se refere às igrejas pentecostais extremistas, a exemplo da Igreja Deus é Amor, Sinos de Belém Missão das Primícias e Congregação Cristã no Brasil, para citar algumas igrejas – se traduz pelo o que o membro pode ou não fazer ou ser. Por exemplo, a persistência da IPDA em proibir o acesso à televisão, à vestimenta já adotada por outras igrejas, à prática esportiva e ao entretenimento, interfere de forma radical na vida de seus membros.

Apesar das restrições impostas pela IPDA, a tendência é de que, futuramente – como em uma eventual ausência de seu líder máximo, David Miranda -, ocorram mudanças semelhantes as que vêm ocorrendo nas Assembleias de Deus – particularmente desde que a televisão e os usos e costumes foram liberados aos membros. A dificuldade de assimilação dos limites entre o espiritual e o social é um sério problema porque gera transtornos dificilmente irreparáveis na medida em que a capacidade crítica, de vivência social, de um fiel é seriamente prejudicada e limitada.



Há questões econômicas, de controle, por trás do fanatismo religioso que ultrapassa os limites pentecostais, cristãos, e que são perceptíveis na forma como organizações com forte atuação no Brasil (como as Testemunhas de Jeová) se articulam no cenário religioso. Nas TJ, a maneira quase militarizada como seus membros são organizados, e a influência exercida sobre as famílias (inclusive com proibições de contato com membros disciplinados – a preguiça também é tida como aspecto passível de disciplina) são retratados em filmes como To Verdener (Mundos Separados).

Produzido pelo dinamarquês Niels Arden Oplev, em 2008, To Verdener retrata a história de Sara (Rosalinde Mynster), uma jovem de 17 anos que foi criada com base nos ensinos das Testemunhas de Jeová, e que se vê em situação de conflito após iniciar um relacionamento com o ateu Teis (Johan Philip Asbaek). Disciplinada pelos anciões de sua congregação, Sara passa a ser rejeitada por sua própria família. O enredo, baseado em uma história verídica, é algo comum nas TJ.

Manipulação, restrições, cerceamentos, mortificações, são mecanismos de controle psicológico, característico de grupos destrutivos, e que visam explorar financeiramente adeptos. Novamente, todas as religiões possuem algum nível de influência no cotidiano de seus membros, mesmo que em alguns casos de forma não perceptível ou racional. Neopentecostais, pseudocristãos, são citados como exemplos, mas há inúmeros outros que se enquadram na proposta de análise da matéria.

Resumindo, o ponto principal a ser tomado como foco de análise é até que ponto uma religião pode interferir na vida de um adepto? Restrições como a de acesso a livros, a da ingestão de certos alimentos (como café e chá preto, no caso do Mormonismo), à participação em eventos festivos, recreativos ou de entretenimento (como no caso de algumas igrejas pentecostais, a exemplo da IPDA), de inserção em cursos universitários (como no caso das Testemunhas de Jeová), e aos direitos da mulher (como no caso do islamismo), são questões a serem investigadas mais de perto.





Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da 
religiosidade brasileira e colaborador do Genizah 


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz2jG7tpX6j
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16 de outubro de 2013

Denúncias de desvios na Igreja Mundial derrubam religiosos


Responsável pela administração financeira do grupo com mais de 300 mil seguidores, bispo Josival Batista foi transferido para Portugal depois de denúncias de desvios



Denúncias de desvios na Igreja Mundial derrubam religiosos
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Carismático, com o dom da oratória e improvisação e capacidade de comandar multidões, o pastor Valdemiro Santiago chamou a atenção nos cultos da Igreja Universal do Reino de Deus. Logo, fundou o seu próprio grupo religioso - a Igreja Mundial do Poder de Deus. Em 2000, a Mundial nem aparecia no Censo. Dez anos depois, tinha 315 mil seguidores, segundo o IBGE. Sua direção, no entanto, chega a dizer que arregimenta 7 milhões de fiéis. Com sede num galpão de 43 mil metros quadrados no bairro do Brás, região central de São Paulo, a igreja tem hoje cinco mil templos. Na televisão, ocupa espaço em 22 horas de programação do Canal 21, do grupo Bandeirantes. Está presente em 18 países, entre os quais Uruguai, Argentina, Chile, México, Estados Unidos, Portugal, Suiça, África do Sul e Japão.

Mas o crescimento vertiginoso veio junto com os problemas. Hoje, a Mundial enfrenta dificuldades financeiras e tem uma dívida de R$ 21 milhões com emissoras de TV e rádio. Uma das razões teria sido o desvio de recursos da igreja, segundo informações de um seguidor da Mundial do Rio de Janeiro. Valdemiro sempre comandou os cultos, enquanto deixava a gestão administrativa e financeira a cargo do bispo Josival Batista, o número dois na hierarquia. Por causa das denúncias, Batista foi transferido para Portugal. Mais de 100 pessoas teriam sido afastadas em áreas diversas, segundo o mesmo integrante da igreja. No YouTube, há denúncias contra dirigentes que saíram, como o bispo Marcelo Santiago (sem parentesco com Valdemiro). Em um vídeo, Edir Macedo, líder da Igreja Universal, chamou Valdemiro de "servo do demônio".

Igreja não comentou

A direção da Igreja Mundial foi procurada, mas não comentou as denúncias de supostos desvios. Responsável pela área de TV do grupo, um dirigente identificado como Franklin disse que poderia falar na próxima semana. E não respondeu mais.

8 de outubro de 2013

loucura do novo pastor que se considera "referência para os jovens"

“Tem gente que precisa tomar tiro!”. Casado, falante e pai de dois filhos, pastor Lúcio Barreto veste roupas de adolescente e se define como "uma das referências atuais da juventude brasileira"

pastor lucinho barreto
“Tem gente que precisa tomar tiro!”. Pastor Lúcio Barreto Júnior se diz “referência para a juventude” e tenta se projetar com temas polêmicos (Divulgação)
Lúcio Barreto Júnior, de 42 anos, é um homem bem falante. Casado e pai de dois filhos, uma menina de 13 e um menino de 10 anos de idade, veste roupas de adolescente e, em seu site, se define como “uma das referências atuais da juventude brasileira”.
Essa “referência” da juventude brasileira foi notícia, ao posar para foto com o nariz encostado em um exemplar da Bíblia, como se nela houvesse cocaína, e ele fosse um usuário de droga.
“Se não for radical, não toca o jovem”, explicou seu gesto esse homem já na meia idade. O pastor Lucinho talvez considere radicais suas manifestações no programa da Super Rede de Televisão, uma emissora gospel instalada em Minas Gerais.
Um jovem pergunta: “Um policial em serviço é obrigado a matar alguém para se defender, isso é pecado?”







Lucinho poderia responder sim ou não, mas prefere se alongar e, fugindo da pergunta, justifica a violência policial. Diz ele folheando a Bíblia, como se estivesse próximo de revelar a verdade incontestável. “Vamos ler a Bíblia, então, porque Lucinho é achômetro, mas a Bíblia é palavra final”, diz.
Em seguida, saca um versículo e o cita fora de contexto. “Não há autoridade que não venha de Deus”, fulmina. Ele continua a leitura até emitir um grunhido, como se tivesse marcado um gol ou disparado um tiro. “Êêêêêêêêêêiiiiiiiiiiiiiiiiiii”, vibra.
“Vou traduzir, vou traduzir!”, diz “a referência” da juventude brasileira.
“Pra-rá-tá-tá-tá-tá… pá!”
“É, na cara do capeta!”
Diz, segurando um objeto na mão, como se fosse revólver, apontado para sua audiência.
“Policial, cristão ou não cristão, tá no serviço, tá trabalhando, a Bíblia só te chama de agente de Deus, você é o emissário do Céu, você é Jesus ali protegendo a sociedade.”
O líder da juventude segue na sua pregação:
“Então, chegou o momento, tem que usar o revólver, não tem jeito, irmão, pega o revólver e, ó, não dá pouco tiro não, dá muito tiro, descarrega o tiro. Quando acabar de dar tiro, joga o revólver na cara, joga o que tiver. Se tiver uma arma do Rambo, sapeca tiro no povo.”
Antes que alguém pergunte: “Por quê?”, ele responde:
“Porque tem gente que precisa tomar tiro. Precisa tomar tiro por quê? Porque eles estão querendo matar a sociedade.”
Em seguida, o pastor zomba daqueles que poderiam se opor a ele:
“A pessoa vem com o discurso todo bonito: ‘Não, pastor, isso não pode…’ Então espera o tiro do bandido vir no seu filho… Aí, eu quero ver você permanecer com esse discurso.”
O radical Lucinho volta à Bíblia:
“A autoridade está respaldada pela Bíblia e por Deus para sentar tiro na cara do povo que não quer viver de acordo com as nossas leis.”
Lucinho zomba outra vez daqueles que poderiam se opor a ele:
“Ô traficante, por favor, para, moço…”
“Não é para moço, não”, grita. “É faca na caveira mesmo. E vamos arrepiar o cabelo do sovaco deste povo, porque temos filhos. E a gente tá pondo filho neste mundo é pra quê? Pro bandido vir… Não, senhor.”
Por fim, ele faz a exortação política:
“Você, quando for votar, fica esperto porque você está pondo as pessoas que vão cuidar da gente, e nós temos que ter gente séria, em todos os poderes.”
No encerramento, ele faz um afago:
“E eu mando o meu beijo para a Polícia Militar, para a Polícia Civil e para todas as polícias. Federal, estadual, rodoviária. Beijo para vocês. Que Deus guarde vocês e abençoe vocês todos os dias.”
O programa do pastor Lucinho vai ao ar pela Rede Super de Televisão, emissora que pertenceu ao deputado Dalmir de Jesus, político que ostenta em sua biografia o título de marajá da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde recebia salário de R$ 50 mil.
Depois a emissora passou para o controle da Igreja Batista da Lagoinha, uma das denominações evangélicas que mais crescem no Estado, presidida pelo pastor Márcio Valadão, pai de dois astros da música gospel, Ana Paula Valadão e André Valadão, artistas sob contrato da Som Livre, a gravadora das Organizações Globo.
Márcio é um dos pastores que atenderam à convocação do pastor Silas Malafaia e foram a Brasília manifestar apoio ao deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que quis votar o projeto de “cura gay”.
Vídeo:

Igreja na Europa só sobreviverá com evangelização, diz bispo




Clemente disse que pregação
tem de começar na família

O bispo Manuel Clemente (foto), do Porto (Portugal), disse que a secularização em conjunto com a globalização ameaça extinguir o catolicismo europeu, que, para sobreviver, terá de ser “declaradamente evangelizador e missionário”.

Ao falar durante um seminário, dom Clemente afirmou que existe uma urgência em anunciar a mensagem de Cristo, “começando no próprio bairro, escola ou hospital, quando não na própria casa e família de cada um”.

Ele admitiu, contudo, que essa evangelização, para ter êxito, vai depender da capacidade da Igreja Católica de “compreender a metamorfose social e cultural” que está ocorrendo em todo o mundo. Mas isso não significa, segundo ele, que a Igreja tenha de se negar. "Ela precisa ser uma Igreja una, santa, católica e apostólica.”

Em Portugal, que é um dos países mais atrasados da Europa, a secularização ainda caminha devagar, diferentemente do que ocorre no Reino Unido, França e Alemanha.
Até a Irlanda, um país de forte tradição católica, a religião está sendo afastada do cotidiano das pessoas. Uma recente pesquisa revelou que, em uma lista de 119 itens sobre o que os irlandeses consideram importante para sua vida, a religião está em último lugar.

Com informação da Agência Ecclesia, entre outras fontes.



Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2013/02/igreja-so-sobrevivera-na-europa-com-evangelizacao-diz-bispo.html#ixzz2h64Av9X4

22 de setembro de 2013

Apoio de igrejas à ditadura continua sendo discutido nas Comissões da Verdade.

Matéria da Agência Brasil:


Depoimentos nas comissões da Verdade apontam apoio de setores das igrejas à ditadura militar

Cristina Indio do Brasil

Rio de Janeiro - O golpe de 1964 no Brasil teve apoio de parcelas importantes das igrejas. Essa foi uma das conclusões da segunda série de depoimentos, hoje (17), durante audiência pública da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão Estadual da Verdade, na sede Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Caarj), no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense. A educadora Letícia Cotrim, o pastor emérito presbiteriano Zwinglio Motta e o pastor luterano Mozzart Noronha relatam experiências que vivenciaram durante a ditadura militar.

Letícia ficou presa por 14 dias no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), uma semana no quartel da Polícia Militar no centro do Rio e um mês e três dias em um quartel do Exército em Petrópolis, na região serrana fluminense. Apesar de ter recebido apoio de integrantes de destaque da Igreja Católica, como dom Aloísio Lorscheider, ela disse que parte da igreja ficou omissa.

“Foram pessoas que nos ajudaram em uma hora de sofrimento. Eu tive isso, mas não quer dizer que a igreja era homogênea. Houve quem deu e quem não deu apoio. Foi pedido por mim a dom Eugênio Sales, e dom Eugênio não deu apoio para falar com quem tinha me prendido, que eu tinha uma história na igreja. Eu fui dada como uma pessoa subversiva e que não estava acontecendo nada comigo, quando na verdade estava”, disse Letícia, que participou desde a adolescência do Movimento Ação Católica.

Zwinglio Motta chegou a ser expulso da Igreja Presbiteriana do Brasil por defender questões contrárias às posições conservadoras da instituição. O pastor disse que foi preso por ser irmão de Ivan Motta Dias, militante desaparecido político, e, de acordo com informações levantadas pela família, foi morto em um dos locais de tortura em Petrópolis. "A repressão queria saber onde estava ele. Tentava por todos os meios e não conseguia. Descobriu-me, alguém me delatou, e fui preso por isso”, declarou.

Para Zwinglio, o trabalho da comissão em apurar a atuação da igreja no período da ditadura e no golpe de 1964 é importante para a história política do país. “Recuperar a memória é muito importante para que as gerações futuras tenham acesso ao que aconteceu para que isso não volte a se repetir”, disse o pastor emérito que depois, junto com 80 religiosos, fundou a Igreja Presbiteriana Unida.

O pastor luterano Mozzart Noronha, que fez parte de um movimento de resistência dentro das igrejas protestantes, também falou sobre a falta de apoio da instituição. Ele disse que recebeu suporte apenas de pessoas envolvidas com o movimento ao qual pertencia. “A igreja oficial não me deu nenhum apoio, mas aquela comprometida, que nós chamamos a do Cristo fora dos muros. Pessoas e indivíduos, embora membros da igreja, mas não respondiam institucionalmente por ela, essas pessoas nos deram apoio, não somente no tempo da nossa atuação clandestina contra a ditadura, mas também fora do país”, declarou o pastor que precisou se mudar para a Europa.

O coordenador do Grupo de Trabalho Papel das Igrejas durante a Ditadura, na Comissão Nacional da Verdade, Anivaldo Padilha, disse que os depoimentos confirmam que as igrejas tiveram postura contraditória, algo surpreendente porque era de se esperar que tivessem uma posição clara contra a violação dos direitos humanos, a tortura, assassinatos e desaparecimentos forçados. E isso, segundo ele, não ocorreu. “Alguns setores importantes das igrejas apoiaram a ditadura e setores minoritários se opuseram à ditadura", destacou.

Para o professor de direitos humanos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e membro da Comissão Estadual da Verdade, João Dornelles, a participação das igrejas se modificou com o trabalho de integrantes que se opunham aos militares e desenvolveram trabalhos com movimentos sociais de atuação mais política. "Surgiu, a partir da Igreja Católica, uma série de instituições que passou a cumprir um papel de denúncia de violação de direitos humanos, e a própria CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] se posicionando contra a ditadura, principalmente no decorrer dos anos 1970, na luta pela anistia e libertação dos presos políticos, junto com igrejas presbiterianas e metodistas”, analisou.

Edição: Aécio Amado

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