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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

31 de dezembro de 2010

Ano Novo: ESCÂNDALOS RENOVADOS


Calvino Rocha

Aonde vamos para com tantos escândalos? 2010 foi um ano marcado por histórias delicadas envolvendo líderes evangélicos.

Ouvi, em diversas oportunidades, sobre pastores que sucumbiram diante do poder do dinheiro ou do sexo. Pastores que, durante anos, alimentaram relações extraconjugais e, que, nesse período, subiram ao púlpito como se nada estivesse acontecendo. Cinismo puro!

Além disso, ouvi novas histórias envolvendo o casal Hernandes e sua igreja, nem “tão Renascida”. No entanto, o nome mais presente na mídia evangélica foi o de Silas Malafaia. Ele trouxe tele-evangelistas norte-americanos, para pedirem dinheiro em terras tupiniquins, já que, ao que parece, na América, eles não têm mais “credibilidade”. Além disso, Malafaia esteve envolvido em discussões político partidárias, que geraram desconforto e lhe renderam muitas críticas, inclusive do “todo poderoso” Edir Macedo, que julgou suspeita a postura de Malafaia, que transferiu seu apoio ao presidenciável José Serra – como se ele, Edir, pudesse suspeitar alguma coisa de alguém.

Recentemente, a bomba que estourou envolveu a liderança da igreja Bola de Neve, que se revelou não “tão alva”. Afinal de contas, dizem que um dos pastores da referida comunidade, se envolveu com adultério e desfalque financeiro, e nenhuma medida mais séria, por parte da igreja, foi tomada quanto ao assunto.

Diante de toda esta história, preciso perguntar: O que esperar de nossas igrejas e líderes em 2011?

Diante de tantos escândalos, e sabendo que eles poderão se repetir no próximo ano, entendo, que está na hora de ouvir as palavras do Senhor por boca do profeta Joel, colocando-as em prática: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus... Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó SENHOR... (Joel 2.12-17).


Calvino enviou este texto ao Genizah por e-mail

Renê Terra Nova e Suas Campanhas


Pelo desenho do diamante você imagina o preço.. né?
Você já sabe onde não vai me encontrar em fevereiro.. rssss - Não sou muito fã de pagar para ouvir heresias e uma Teologia Demoniaca chamada: Teologia da Prosperidade.


MARCA DA BESTA? Brasileiro ganha documento de identidade com chip



Em 2011, 2 milhões de brasileiros poderão substituir a cédula do Registro Geral (RG) pelo cartão de Registro de Identidade Civil (RIC). Com a chegada do RIC, cada cidadão passa a ser reconhecido nacionalmente por um único número, vinculado diretamente às suas impressões digitais e registrado em um chip presente no cartão. O novo documento foi lançado hoje (30), em Brasília, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
Segundo Barreto, a nova identidade é um dos mais modernos documentos de identificação do mundo. “Com o RIC, o Brasil ingressa no século 21. A identidade atual completou 27 anos sem muitas mudanças. O novo RIC é mais moderno, traz tecnologia de ponta, é mais seguro e mais prático. No futuro, esse documento também integrará o CPF, o título de eleitor e muitos outros documentos. Além disso, há possibilidade de fazer transições bancárias com o novo cartão.”
A nova identidade é um cartão magnético com impressão digital e chip eletrônico, incluirá nome, sexo, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade, assinatura, impressão digital do indicador direito, órgão emissor, local e data de expedição e de validade.
De acordo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowsky, o novo documento de identificação é a prova de fraudes e evita que uma mesma pessoa seja identificada por mais de um número de registro em diferentes estados da Federação ou que o cidadão seja confundido com uma pessoa de mesmo nome.“Os resultados [do RIC] são de extrema relevância. Essas vantagens poderão contribuir para mitigar os graves prejuízos para o estado e para os cofres públicos, pois evita crimes”, afirmou.
A substituição da carteira de identidade será feita, gradualmente, ao longo de dez anos. As primeiras cidades que receberão o projeto piloto no próximo ano serão Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO).
Os cidadãos contemplados nesta etapa inicial receberão uma carta indicando a possibilidade de troca do RG pelo RIC, além do local onde o novo documento poderá ser retirado. A implementação da nova identidade não compromete a validade dos demais documentos de identificação.
A emissão do RIC em 2011 será custeada pelo Ministério da Justiça, o cidadão não precisará pagar pela troca. Segundo o ministério, o investimento no primeiro ano será de cerca de R$ 90 milhões. Para os próximos anos, o comitê gestor do RIC vai definir a origem dos recursos que vão custear as emissões, sendo possível, inclusive, parcerias público-privadas e financiamentos internacionais.



Fonte: 
Agência Brasil
Via: Site Creio

Mais uma Bizarrice Gospel: Quanto custa essa tijolada?


Quer reconstruir a vida irmão? Tá desanimado? Sem dinheiro? A mulher te trocou por dois de 20? Sem trabalho? Devendo pra Deus e todo mundo? Tá sem marido? Tem dor de barriga, gases presos, dor nas costas ou verminose?

Então não perca mais essa bizarrice gospel do "Tijolo da Edificação".

Vá lá e confira. Ah e de quebra vai levar pra casa um tijolaço (se der oferta é claro!). Não esqueça de levar um caderno pra recolher autógrafos do pastor camarada e sua equipe de fé...hahahha

Fonte: Libertos do Opressor

Confira fotos e videos da Ana Paula Valadão, Ludmila Ferber e Fernanda Brum no Complexo do Alemão.



Olha a @PraFeBrum recebendo flores das maos do #ComandanteRene! #DeusTbEhCaveirao!

Bati continência e o #ComandanteRene me chamou d 01! Rsrs

Diploma de #AMIGOSdoBOPE ao DT!

Cantei PrincipeDaPaz e nova q fiz ontem TuaPaz Eue@PraFeBrum NaoEhTarde e agora PavaoPavaozinho!

#TropaDeElite De Jesus! Cantei #HinoNacional #PrincipeDaPaz e #Papai falou #JahNaoProcederahDaiMorte

Faixa d anuncio do culto! #MtFelizDeVerMeuNomeAli! #QueBomQEstouAqui!

Que Deus possa usar cada vez mais nossos irmãos para levar a palavra do Senhor a quem precisa. Não precisamos atravessar oceanos para pregar, como podemos ver existetm pessoas bem perto de nós ainda carente de ouvir falar de um verdadeiro Deus!

Top parceiros de 2010!


Nossos agradecimentos aos blog's/sites que nos prestigiaram em 2010. Esperamos que a parceria continue em 2011!

1º Lugar: Spirittvonline
2º Lugar: Pulpito Cristão
3º Lugar: Profetirando
4º Lugar: Picaretólogos
5º Lugar: Bereianos
6º Lugar: Genizah
7º Lugar: Esboçando Idéias
8º Lugar: Gargalhada Insana
9º Lugar: Crise de Conciência
10º Lugar: Blog PC Amaral

Visitem nossos parceiros!!

Bíblia Apostólica: Igreja Renascer lançará versão própria da Bíblia em 2011

Bíblia Apostólica: Igreja Renascer lançará versão própria da Bíblia em 2011
A Igreja Renascer já tem grande planos para 2011, um dos principais projetos são os lançamentos de versões próprias da Bíblia a serem comercializadas a partir do primeiro trimestre em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil.
A primeira versão a ser lançada será a “Bíblia da Mulher de Bem com a Vida” com instruções e pensamentos da Bispa Sônia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer em Cristo. O lançamento previsto é para março durante um evento especial da denominação voltado para o público feminino.
A segunda versão é o projeto mais importante e aguardado. A Bíblia Apostólica será voltada a todo o público da Igreja Renascer e demais denominações que creem em apostolado nos tempos de hoje. Conterá de duas a três mil anotações criadas pelo Apóstolo Estevam Hernandes e equipe da igreja. Segundo informações de membros da administração, foram cerca de cinco anos desenvolvendo os textos. Ainda não há data definida para o lançamento, mas as notas já estão prontas.
Segundo membros, a Igreja Renascer guarda também outras surpresas a serem lançadas em 2011.
O Gospel+ entrou em contato com a Igreja Renascer para saber mais sobre o lançamento, mas até a data de fechamento desta matéria a denominação não havia respondido.
Fonte: Gospel+
E lá vem heresias... Deve ser uma Biblia sobre a "Prosperidade",

29 de dezembro de 2010

Cristo e o Natal


Dave Hunt

         Hoje em dia, o Natal é celebrado do mesmo modo como muitas crenças e práticas do Catolicismo Romano, que sobreviveram à Reforma Protestante. O historiador Will Durant nos diz que o Catolicismo Romano se originou da mistura do paganismo com o Cristianismo, a qual aconteceu sob o governo de Constantino, nos anos 300 d.C. Comentando a “cristianização” do Império Romano, conforme os Reconstrucionistas do grupo COR (Coalizão Sobre o Reavivamento), Jay Grimstead se refere gentilmente aonde esses Reconstrucionistas pretendem chegar:
         “O paganismo sobreviveu na forma dos antigos ritos e costumes aceitos... por uma igreja indulgente... estatuas de Isis e Horus sendo renomeadas de Maria e Jesus .... A Saturnália (festival de Saturno à celebração do solstício de inverno), incenso, velas, flores, procissões e vestes, que tanto agradavam os antigos pagãos, foram ‘purificados’   e adaptados aos ritos católicos...”
Apesar da origem pagã e da crassa comercialização, nós nos alegramos no tempo do Natal, porque, de algum modo, ele nos traz a recordação do nascimento do Salvador. Infelizmente, os festejos natalinos geralmente têm perpetuado a confusão referente a quem Jesus Cristo é realmente e sobre o que Ele veio concretizar no mundo. Isto não é de surpreender, tendo em visto o falso entendimento que houve, até mesmo entre os Seus próprios discípulos, no primeiro Advento. Maior será a confusão sobre a qual a Bíblia nos adverte, que vai acontecer por ocasião de Sua Segunda Vinda. A verdade é que o mundo inteiro - e também milhões de cristãos - vão adorar o Anticristo, convencidos de que ele é o verdadeiro Cristo.
As celebrações do Natal nos fazem lembrar que as mesmas errôneas interpretações, que levaram milhões de pessoas a não reconhecerem Cristo, quando Ele veio à Terra, deverão prevalecer em Sua Segunda Vinda. As causas desta confusão feita há 2000 anos, continuam sendo a chave da confusão de hoje: ou seja: qual a verdadeira missão do Messias e qual a natureza do Seu reino? Quando, como e por quem o Seu reino será estabelecido ... qual a relação de Israel com a igreja? [N.T. Este último ponto pode ser esclarecido com a leitura de Romanos 10-11]. Muitos cristãos modernos estão cegos, do mesmo modo como estiveram os antigos discípulos de Jesus, os quais O abandonaram, porque Ele não satisfez as suas expectativas messiânicas.
         Até mesmo João Batista se desiludiu sobre o que esperava de Cristo, quando enviou os seus discípulos para indagar: “És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Mateus 11:3). Tais dúvidas pareceriam impossíveis em alguém que havia sido enviado por Deus, a fim de ”preparar o caminho do Senhor”. João foi cheio do Espírito Santo, quando ainda estava no sexto mês de concepção e saltou no ventre de sua mãe, quando escutou a voz de Maria, a qual acabara de saber que iria dar à luz o Filho de Deus. Vocacionado e inspirado por Deus para ser o precursor do Messias, João Batista testificou: E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus” (João 1:33-34).
         Confiante nesta revelação sobrenatural, João declarou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Mesmo assim, chegou o dia  em que João Batista, no desespero da prisão, enviou os seus discípulos para indagar se realmente Jesus era o Messias esperado. Apesar da revelação sobrenatural quanto à identidade de Cristo, João interpretou erroneamente a Sua missão. Ora, os profetas não haviam dito que o Messias iria estabelecer o Seu reino em Jerusalém? Então, por que ele (João), o arauto do Messias, estava agora na prisão? João não conseguia entender que Cristo viera ao mundo para morrer pelos nossos pecados, a fim de que judeus e gentios, unidos numa igreja, pudessem chegar ao Céu. João também não entendeu que haveria uma Segunda Vinda.
         O mesmo aconteceu com os discípulos de Cristo, no Jardim do Getsêmane. Admirados, eles viram Aquele que eles imaginavam ser onipotente, agora impotente, ao ser aprisionado, amarrado e levado pelos soldados. Obviamente, Jesus não podia ser o Messias! Os sonhos se desfizeram e eles voltaram à sua vida normal. O mesmo aconteceu aos dois viajantes no Caminho de Emaús, quando Cristo deles se aproximou: “E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram”.  (Lucas 24:19-24).
         A morte de Cristo, conforme nós a reconhecemos hoje, é o exato coração do Evangelho e sem ela não teríamos vida eterna. Sua morte convenceu os Seus contemporâneos de que Ele não era o Messias, o Salvador do mundo, conforme lemos em Mateus 27:40-44, com ênfase no verso 42: “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos”. Foi este o desrespeitoso desafio da multidão sequiosa de sangue e dos líderes religiosos, que se encontravam ao pé da cruz, e também do ladrão impenitente crucificado ao lado de Jesus.
         Quem Cristo veio salvar, do que, para que e como, nada disso foi compreendido, naquele tempo, por pessoa alguma, nem mesmo pelos Seus próprios discípulos. Quando Ele tentou explicar que deveria morrer pelos pecados dos homens, Pedro o censurou por ser tão “negativo”: “Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso”.  (Mateus 16:22). Contudo, momentos antes, Pedro havia declarado: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”...  “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus’. (Mateus 16:16-17). Obviamente, Pedro não entendeu a missão de Cristo, mesmo sabendo Quem Ele era. E a repreensão de Cristo a Pedro demonstra a importância que Ele dava à Sua missão: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (verso 23).
         Isto mesmo aconteceu aos de Jerusalém. (João 2:23-25), os quais creram em Jesus, viram os Seus milagres e acreditavam ser Ele o Messias, “mas Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia” (verso 24) e sabia que eles não iriam aceitar a verdade. O mesmo erro podemos constatar em João 6, quando o povo, após ter sido alimentado, quis arrebatar Jesus para fazê-Lo Rei (verso 15). Havia muitos que se consideravam Seus discípulos (os mesmo que hoje se autodenominam cristãos), porém tinham uma falsa visão da missão de Jesus e quando Ele tentou explicar-lhes a verdade, eles não quiseram escutá-Lo e O abandonaram (João 6:66).
         Sabemos como Cristo lidava com as multidões que desejavam segui-Lo. Deveríamos fazer o mesmo. Muitos se apresentavam dizendo a Jesus que criam nEle e que desejavam segui-Lo fielmente. Ao contrário dos métodos de hoje, Cristo não exigia que os Seus discípulos se filiassem a uma organização, que fizessem parte de um coral ou comitê, que fossem ativos no trabalho da igreja, mas que se arrependessem (mudando suas mentes). E aos que se mostravam ansiosos por segui-Lo, ele diria o seguinte: “Tem certeza de que deseja me seguir?” Quanto “negativismo”, hem? E lhes diria mais“Estou indo para um monte chamado Calvário, em Jerusalém, onde vão me pregar numa cruz. Então se você quiser me acompanhar, precisa se arrepender, tomar a sua cruz, agora mesmo e Me seguir, porque é para lá que Eu estou indo.”
         Hoje em dia, somos por demais sofisticados para pregar o Evangelho em termos negativos. Estudamos motivação ao sucesso, psicologia, fazemos o curso de Dale Carnegie: “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, técnicas que consideramos ideais para “ganhar pessoas para Cristo”. Desse modo, vamos enchendo as igrejas com multidões imaginando que a missão de Cristo foi simplesmente fazer com que nos sintamos bem conosco, edificando a nossa auto-estima, com Ele respondendo nossas orações egoístas e cumprindo nossa agenda autocentrada.
         Os Reconstrucionistas, os Dominionistas e os do Reino Agora  estão mais confusos do que João Batista, praticando um erro semelhante. Eles se recusam a sofrer a rejeição de Cristo, a suportar a vergonha da cruz, porque isto seria “derrotismo”. Imaginam que já estamos vivendo no Reino Milenial e que devemos agir como “filhos do Rei”. Que a nossa tarefa é estabelecer domínio sobre todas as doenças e até mesmo sobre a morte... tudo isso devendo ser realizado pela igreja, antes do retorno de Cristo.
         Isto soa muito positivo e ecumênico. Os lobistas “cristãos” desejam trabalhar com os “moones”, os mórmons, enfim, com todos os que estiverem desejosos de trazer de volta os valores cristãos às nações. E,nesta época de Natal, mais uma vez podemos exibir publicamente uma cruz e um berço, numa questão de honra - como um denominador comum no acordo ecumênico.
         Em defesa desta tolice, os líderes cristãos defendem a validade de todos os que dizem “Jesus Cristo é o Senhor”. Parece que esqueceram as palavras de Cristo, conforme Mateus 7:22-23“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.  Muitos, como os mórmons e os católicos (para não mencionar os batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas) que chamam Jesus de “SENHOR”, nem por isso são salvos!
         Em 17/10/1989, Paul e Jan Crouch recepcionaram com boas vindas ao seu programa de TV - “Praise the Lord” - dois padres e uma líder católica. Crouch exibiu sua ingenuidade e inacreditável ignorância teológica, ao afirmar que “as diferenças entre protestantes e católicos eram apenas uma questão de semântica”.  Em sua ânsia de aceitar a Transubstanciação. (Esta é uma heresia tão grande que levou milhares de cristãos verdadeiros, os quais a negaram, à morte na estaca), Crouch declarou:“Bem, nós (protestantes) cremos nas mesmas coisas. Portanto, uma coisa que nos dividiu por tanto tempo (a Transubstanciação) não deveria ter-nos dividido, porque entendemos a mesma coisa, apenas com uma pequena diferença... Estou erradicando do meu vocabulário a palavra “protestante”, pois já não estou protestando contra coisa alguma... É tempo de os católicos e não católicos se unirem  em um só Espírito e serem um com o Senhor”.
         Ora, os católicos seguem um evangelho diferente  - o da salvação pelas obras e rituais, através da mediação da igreja. [N. T. - Nós, protestantes, seguimos este Evangelho: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Timóteo 2:5) e: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”, o que redunda em enorme diferença. (Efésios 2:8-9)].
         O Natal, com a sua ênfase sobre o “Menino Jesus”, tende a perpetuar outra grave heresia católica: a da subserviência de Cristo à Sua mãe. Esta é uma heresia que a ICAR tem promovido, deliberadamente, durante séculos. Certamente, Maria deve ser honrada por ter sido a mãe do Salvador. Mas ela não é “Co-Mediadora” nem “Co-Redentora”, conforme o ensino romanista. Nas catedrais católicas, pelo mundo a fora, é fácil observar as pinturas, as estatuas e os vitrais que dão a Maria um papel predominante. Muitas vezes ela é mostrada até mesmo sobre a cruz, como a nossa Redentora. Jesus é mostrado como um infante indefeso nos braços da mãe, ou uma criancinha em seu colo, quando não, como uma vítima falecida em seus braços maternos. Maria nunca é apresentada ali como submissa ao Filho e quando, raramente, isto acontece, Cristo não é apresentado no triunfo de sua Ressurreição, enquanto Maria é sempre apresentada como a “Rainha dos Céus”. Assim, Cristo continua sendoo menino submisso à direção de Sua mãe.
         Típico deste engodo  é um vitral observado na janela de uma igreja na França. Sobre a mesma está escrito: “O Purgatório”. Ali, Maria e Jesus são mostrados sobre uma nuvem (representando o Céu), com almas atormentadas nas chamas do Purgatório, na parte inferior, tendo os braços estendidos, clamando por socorro. Por acaso elas estão implorando a ajuda de Cristo? Não, elas estão suplicando a ajuda de Maria, a qual está usando uma coroa real. Enquanto isso, Jesus, o Senhor da Glória, que triunfou na cruz contra Satanás e agora está assentado à destra do Pai, é apresentado como um menino de sete anos de idade, sobre os joelhos da “Rainha dos Céus”. Por isso, não é admirar que as almas do “Purgatório” peçam ajuda a Maria e não ao Filho. E na parte inferior desta abominação, estão as palavras: “Mãe Maria, salva-nos!”.
         Esta heresia não se originou na imaginação dos artistas, mas na tradição e nos dogmas da ICAR, sendo não apenas tolerada, como até promovida pela igreja. O temor do mitológico Purgatório é real para os católicos, porém Maria garante um escape aos seus devotos. Supostamente, ela teria aparecido a S. Simão Stock, no dia 16/07/1251, para lhe dar o que ficou conhecido como “A Grande Promessa”: ”Qualquer pessoa que morrer usando o escapulário não sofrerá no fogo eterno”. (O escapulário é uma peça de tecido marrom, contendo a promessa de Maria, num lado, e no outro, sua imagem segurando o “Menino Jesus”, a qual deve ficar pendurada no pescoço do fiel). Como as roupas mágicas dos mórmons, o escapulário dos católicos suprirá, supostamente, o que a morte e a ressurreição de
Cristo não conseguiu fazer. Em 1322, o Papa João XXII recebeu mais uma promessa conhecida como “O Privilégio Sabatino”:“Eu, a Mãe da Graça, descerei cada sábado, após a morte do meu devoto (ou seja, de quem usou o escapulário), a fim de libertá-lo”. A oração de Simão Stock termina assim: “Doce Coração de Maria,  sede a nossa salvação!”  [N.T. 
- Cada blasfêmia da ICAR,/ que ela chama de ‘oração’, / Jesus não vai escutar / pois só merecem um não!]
         O Natal oferece uma rara oportunidade de compartilhar o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, a fim de denunciar e corrigir o confuso quadro ecumênico que tem sido apresentado ao mundo. Milhões de pessoas têm sido seduzidas, imaginando-se “cristãs”, pelo simples fato de experimentarem um sentimento piedoso em relação ao “Menino Jesus”. [N.T. -Este “menino” criado pela nebulosa tradição católica não tem poder algum para salvar]. Devemos nos lembrar do que Cristo falou, conforme João 8:31-32: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.  As palavras de Jesus estão registradas na Bíblia e não nas tradições religiosas. A Palavra de Deus é a única verdade na qual devemos confiar e, por isso, somos convocados a divulgá-la com clareza e poder.
Texto de Dave Hunt - “Christ and Christmas”.
Traduzido e adaptado por Mary Schultze, em 25/12/2010. www.maryschultze.com

NOTA IMPORTANTE:
Nos últimos dias deste ano de 2010, tomei a decisão de traduzir algumas cartas antigas de um dos meus autores cristãos mais queridos - Dave Hunt.
Suas mensagens, escritas há vinte anos, continuam atualíssimas, tendo em vista que este autor cristão especializou-se na profecia bíblica e temos visto acontecer muitas coisas, conforme sua visão escatológica.
Suas mensagens não perderam a importância para a Igreja atual, porque a Palavra de Deus é eterna e infalível, permanecendo para sempre no coração de quem ama os seus ensinamentos. Como aconteceu há dois mil anos atrás, o objetivo da missão de Cristo e do Reino de Deus continua sendo mal compreendido pelos que não conhecem as profecias bíblicas.
Quase todos os movimentos que se autodenominam “cristãos bíblicos” têm falhado,  pregando o reinado físico de Cristo na Terra, antes do Seu retorno.  Estes são os chamados Dominionistas ou Reconstrucionistas, os quais desejam ver o crescimento e enriquecimento da igreja, para que esta domine, eclesiástica e politicamente, o mundo inteiro.
Desde o tempo em que Dave Hunt escreveu este artigo (1989) os proponentes do “Reino Aqui e Agora”  têm crescido exponencialmente  em número e influência, conforme o Irmão Hunt tem escrito, ao longo de mais de vinte anos.
         Um dos seus últimos textos “A Ilusão Temporal III” está programado para janeiro de 2011. Aguardem esta preciosidade...
Embora Dave esteja, a maior parte do tempo, afastado do ministério, pela idade e por causa de um problema de saúde, devemos agradecer a Deus pelo privilégio de conseguir na Internet, no original,  os tesouros que ele tem escrito durante tantos anos, para traduzir e apresentá-los aos leitores, numa base contínua.
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo deu a Dave, graciosamente, tremendos “insights”, usando-o como um dos Seus modernos atalaias, com relação às tendências e assuntos que continuam a prejudicar missão de sua igreja, nos dias de hoje. A Deus seja dada toda a honra e toda a glória... E a Dave Hunt, o descanso eterno, nos braços do Senhor, quando Ele o convocar à mansão celestial que para este santo de Jesus já está preparada.  

Mary Schultze/TBC dezembro 2010 – www.maryschultze.com.

Quanto Custa ser um Cristão?



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“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?” (Lucas 14:28)
Este versículo é de grande importância. Poucas são as pessoas que não têm freqüentemente de fazer esta pergunta: “Quanto custa?”. Ao comprar um terreno, ao construir uma casa, ao mobiliar as habitações, ao fazer planos para o futuro, ao decidir a instrução e estudos dos filhos, etc., seria sábio e prudente que nos sentássemos a considerar com calma os gastos que tudo isso implicaria. As pessoas evitariam muitas moléstias e dores se ao menos fizessem a pergunta: “Quanto custa ser um crente verdadeiramente ser santo?” Estas perguntas são decisivas. Por não havê-las formulado desde um bom princípio, muitas pessoas que pareciam iniciar bem a carreira cristã, mais tarde mudaram seu rumo e se perderam para sempre no inferno.

Vivemos em tempos muito estranhos. Os acontecimentos se sucedem com extraordinária rapidez. Nunca sabemos “o que o dia nos trará”, quanto mais o que nos trará o ano! Nos nossos dias vemos muitos fazerem confissões de sua religiosidade. Em muitas partes do país as pessoas expressam vivo desejo de seguir um curso de vida santo e um grau mais alto de espiritualidade. É muito comum ver como as pessoas recebem a Palavra com alegria, porém depois de dois ou três anos se afastam e voltam a seus pecados. Há muitos que não consideram o custo de ser um verdadeiro cristão e um crente santo. Nossos tempos requerem de um modo muito especial que paremos e consideremos o custo e o estado especial de nossas almas. Este tema deve preocupar-nos. Sem dúvida o caminho da vida eterna é um caminho delicioso, porém seria loucura de nossa parte fechar os olhos ao fato de que se trata de um caminho estreito e que a cruz vem antes da coroa.

1) O que custa ser um verdadeiro cristão?

Desejo que não haja mal entendidos sobre este ponto. Não me refiro aqui ao quanto custa salvar a alma do crente. Custou nada menos do que o sangue do Filho de Deus ao redimir o pecador e livrá-lo do inferno. O preço de nossa salvação foi a morte de Cristo na cruz do Calvário. Temos “sido comprados por preço”. Cristo derramou o seu sangue em favor de muitos”(Marcos 14:241 Co.6:20). Porém não é sobre este tema que versa nossa consideração. O assunto que vamos tratar é distinto. Refere-se ao que o homem deve estar disposto a abandonar se deseja ser salvo; ao que deve sacrificar se se propõe a servir a Cristo. É neste sentido que formulo a pergunta: “Quanto custa?”.

Não custa grande coisa ser um cristão de aparência. Só requer que a pessoa assista aos cultos do domingo, duas vezes e durante a semana seja medianamente moralista. Este é o “cristianismo” da grande parte dos evangélicos da nossa época. Se trata, pois, de uma profissão de fé fácil e barata; não implica em abnegação nem sacrifício. Se este é o cristianismo que salva e o qual nos abrirá as portas da glória ao morrermos, então não temos necessidade de alterar a mundana descrição do caminho da vida eterna e dizer: “Larga é a porta e largo é o caminho que conduz ao céu”.

Porém, segundo o ensino Bíblico, custa caro ser cristão. Há inimigos que vencer, batalhas que evitar e sacrifícios que realizar; deve-se abandonar o Egito, cruzar o deserto, carregar o peso da cruz e tomar parte na grande caminhada. A conversão não consiste em uma decisão tomada por uma pessoa, em um confortável sofá, para logo em seguida ser levado suavemente ao céu. A conversão marca o início de um grande conflito, e a vitória vem após muitas feridas e contendas. Custa se obter a vitória. Daí concluirmos a importância de calcularmos este custo.

Tratarei de demonstrar de uma maneira precisa e particular o que custa ser um verdadeiro cristão. Suponhamos que uma pessoa esteja disposta a servir a Cristo e se sente impulsionada e inclinada a segui-lo. Suponhamos que como resultado de alguma aflição, de uma morte repentina, ou de um sermão, a consciência de tal pessoa tem sido avivada e agora se dá conta do valor da alma e sente o desejo de ser um verdadeiro cristão. Sem dúvida alguma, todas as promessas do Evangelho se lhe resultarão alentadoras; seus pecados, por muitos e grandes que sejam, podem ser perdoados; seu coração por frio e duro que seja, agora pode ser mudado; Cristo, o Espírito Santo, a misericórdia, a graça, tudo está à sua disposição. Porém, ainda, tal pessoa deveria calcular o preço. Vejamos uma por uma, as coisas que deverá desejar, ou, em outras palavras, o que lhes custará ser cristão

A) Custará sua Justiça Própria

Deverá abandonar o orgulho e a auto-estima de sua própria bondade; deverá contentar-se com o ir ao céu como um pobre pecador, salvo pela gratuita graça de Deus e pelos méritos e justiça de outro (Jesus). Deverá experimentar que “tem errado e se tem desgarrado como uma ovelha”; que não tem feito as coisas que deveria ter feito e feito coisas que não deveria; deve confessar que não há nada são nele. Deve abandonar a confiança em sua própria moralidade e respeitabilidade, e não deve basear sua salvação no fato de que tem ido à igreja, tem orado, tem lido a Bíblia e participado dos sacramentos do Senhor, mas que deve confiar, única e exclusivamente na pessoa e obra de Cristo Jesus.

Isto parecerá muito duro a algumas pessoas, porém não me surpreende que seja assim. “ Senhor - disse um lavrador, temeroso homem de Deus, a James Hervey - é mais difícil negar o nosso EU orgulhoso, que nosso EU pecador. Porém é absolutamente necessário que o neguemos . Aprendamos, pois, de uma vez por todas, que ser um verdadeiro cristão custará a uma pessoa perder sua justiça própria.

B) Custará seus pecados

Deverá abandonar todo hábito e prática que sejam maus aos olhos de Deus. Deve virar o seu rosto contra o pecado, romper com o pecado, crucificar o pecado, mesmo contra a opinião do mundo. Não pode estabelecer nenhuma trégua especial com nenhum pecado que amava antes da sua conversão. Deve considerar a todos os pecados como inimigos mortais de sua alma e odiar todo caminho de falsidade. Por pequenos ou grandes, ocultos ou manifestos que sejam os pecados, deve renunciar completamente a todos eles. Sem dúvida estes pecados tentarão vencê-lo, porém jamais poderá ceder. Sua luta contra o pecado será continua e não admitirá trégua de nenhum tipo. Está escrito:“Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes...”. “cessai de fazer o mal” (Ez.18:31; ls.l:16).

Isto também parecerá muito duro para muitas pessoas; e vemos que freqüentemente nossos pecados são mais queridos do que nossos próprios filhos. Amamos o pecado, o abraçamos com todo nosso ser, nos agarramos a ele, nos deleitamos nele. Separar-nos do pecado é tão duro como separar-nos da nossa mão direita, e tão doloroso como se nos arrancassem um olho. Porém devemos separar-nos do pecado; não há outra alternativa possível. “Ainda que o mal lhe seja doce na boca, e ele o esconda debaixo da língua, e o saboreie, e o não deixe, antes o retenha no seu paladar.. “ ,sendo este o caso, devemos apartá-lo de nós si em verdade desejamos ser salvos (Jó 20:12-13). Se desejamos ser amigos de Deus, devemos primeiro romper com o pecado. Cristo está disposto a receber os pecadores, porém não aqueles que se agarram a seus pecados. Anotemos pois, também isto: o ser cristão custará a uma pessoa seus pecados.

C) Custará seu amor à vida fácil.

Para correr com êxito a corrida ao céu se requer esforço e sacrifício. Haverá de velar diariamente e estar alerta, pois se encontrará em território inimigo. Em cada hora e em cada instante deverá vigiar sua conduta, sua companhia e os lugares que freqüenta. Com muito cuidado haverá de dispor de seu tempo e vigiar sua língua, seu temperamento, seus pensamentos, sua imaginação, seus motivos e sua conduta em suas relações diárias. Terá que ser diligente em sua leitura da Bíblia, em sua vida de oração, na maneira como passa o Dia do Senhor e participa dos meios de graça. Certamente que não poderá conseguir perfeição em todas estas coisas, porém mesmo assim, não pode descuidar-se.“O preguiçoso deseja, e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta” (Pv.13:4).

Também isto parece duro e difícil. Não há nada que nos desagrade tanto como as dificuldades na nossa confissão religiosa; por natureza evitamos as dificuldades. Secretamente desejaríamos que alguém pudesse cuidar de nossas obrigações religiosas e que desempenhasse por procuração nosso cristianismo. Não está de acordo com o nosso coração tudo aquilo que implique em esforço e trabalho; porém sem dor não há lucro para a alma. Deixemos bem firmado este fato: o ser cristão custará a uma pessoa seu amor pela vida fácil.

D) Custará o favor do mundo.

Se deseja agradar a Deus deve saber que será depreciado pelo mundo. Não deve estranhar se o mundo o engana, lhe ridiculariza, se levanta calúnias contra você e o persegue e o odeia. Não deve se surpreender se as pessoas o depreciam e com desdém condenam suas opiniões e práticas religiosas. Deve resignar-se a que o acusem de tolo, entusiasta e fanático, e inclusive que distorçam suas palavras e representem falsamente suas ações. Não se surpreenda de que o tachem de louco. O Mestre disse: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão vossa” (Jo.15:20).

Também isto parece duro e difícil. Por natureza nos desagrada o proceder injusto e as acusações falsas. Se não nos preocupa a boa opinião dos que nos rodeiam deixaríamos de ser de carne e osso._Sempre resulta desagradável ser o alvo de criticas injustificadas e objeto de mentira e falsas acusações; porém não podemos evitá-lo. Do cálix que bebeu o Mestre também devem beber seus discípulos. Estes devem ser “...desprezado, e o mais rejeitado entre os homens...(Is.53:3). Anotemos, pois, o dito: ser cristão custará a pessoa o favor do mundo .

Esta é, pois, a lista do que custará a uma pessoa ser cristã. Devemos aceitar o fato de que não é uma lista insignificante. Nada podemos riscar dela. Resultaria uma temeridade fatal se defendesse por justiça própria, os pecados, o amor à vida fácil, o amor ao mundo e crer que vivendo assim poder-se-ia salvar-se.

A realidade é esta: custa muito ser um verdadeiro cristão. Porém, que pessoa, no sentido pleno, pode dizer que este preço é demasiado elevado pela salvação da alma? Quando o barco está em perigo de afundar-se, a tripulação não vacila em lançar ao mar a preciosa carga. Quando a gangrena envolve a extremidade de um membro a pessoa se submeterá a qualquer operação, inclusive a amputação deste membro. Com maior motivo, pois, o crente está disposto a abandonar qualquer coisa que se levante entre sua alma e o céu. Uma religião que não custa nada, nada vale. Um cristianismo barato - sem a cruz - cedo ou tarde manifestará sua inutilidade; jamais levará a posse da coroa. Sem cruz não há coroa

II) A Importância de Calcular o Custo.

Facilmente poderíamos resumir o assunto estabelecendo o princípio de que nenhuma das obrigações prescritas por Cristo pode ser descuidada sem grande prejuízo para a alma. São muitos os que fecham os olhos para a realidade da fé salvadora e evitam considerar o quanto custa ser cristão. E para ilustrar o que digo eu os poderia descrever o triste fim daqueles que, ao declinar seus dias, se dão conta desta realidade e fazem esforços espasmódicos para voltar-se para Deus. Porém, com grande surpresa se dão conta de que o arrependimento e a conversão não eram tão fáceis como haviam imaginado e que custa “uma grande soma” ser um cristão. Descobrem, também, que os hábitos do orgulho e a indulgencia pecaminosa, junto com o amor a vida fácil e mundana, não podem abandonar-se tão facilmente como haviam pensado. E assim, depois de uma débil luta, caem em desespero a abandonam este mundo sem esperança, sem graça e sem estar preparados para comparecer diante de Deus. Em suas vidas alimentaram a idéia de que o assunto espiritual poderia ser solucionado prontamente e facilmente. Porém abrem seus olhos quando já é demasiado tarde e descobrem, pela primeira vez na vida, que estão indo para perdição por não haver antes “calculado o custo”.

Porém, há uma classe de pessoas as quais quero dirigir-me ao desenvolver esta parte do tema. E um grupo numeroso e que espiritualmente está em grande perigo. Tratarei de descrever estas pessoas e ao fazê-lo agucemos nossa atenção. Estas pessoas não são, como as anteriores, ignorantes do evangelho; não, ao contrário: pensam muito nele; não ignoram o conteúdo da fé; conhecem bem os esquemas da revelação. 

Porém, o grande defeito das tais pessoas é que não estão “arraigadas nem fundamentadas na fé”. Com muita freqüência o conhecimento religioso destas pessoas é de segunda mão; têm nascido de famílias cristãs, têm-se educado em uma atmosfera cristã, porém nunca têm experimentado em suas vidas as realidades do novo nascimento e a conversão. Precipitadamente e talvez por pressões diversas, ou pelo desejo de ser como os demais, têm feito profissão de fé e se tem unido a membresia de alguma igreja, porem sem haver experimentado uma obra da graça em seus corações. Estas pessoas estão em uma posição perigosíssima e são as que mais necessitam da exortação de calcular o custo de serem verdadeiros cristão

Por não haver calculado o custo um grande número de israelitas pereceu miseravelmente no deserto entre o Egito e Canaã. Cheios de zelo e entusiasmo abandonaram a terra de Faraó e parecia que nada poderia pará-los. Porém, tão logo encontraram perigos e dificuldades no caminho, seu calor não tardou em esfriar-se. Nunca pensaram na possibilidade de que pudessem surgir obstáculos. Pensavam que em questão de dias entrariam na posse da terra prometida. E assim, quando pelos inimigos, privações, sede e fome, foram provados, começaram a murmurar contra Moisés e contra Deus e desejaram voltar ao Egito. Em uma palavra: “não calcularam o custo” e em conseqüência morreram em seus pecados.

Por não haver calculado o custo, muitos dos seguidores de Jesus voltaram suas costas 
“... e já não andavam com ele” (JO.6:66). Quando pela primeira vez viram seus milagres e ouviram sua pregação, pensaram: “O Reino de Deus virá a qualquer momento”. Se uniram ao número dos apóstolos e, sem pensar nas conseqüências, o seguiram. Porém se deram conta de que se tratava de doutrinas duras de crer, e uma obra dura de realizar, e de uma missão dura de se levar a termo, sua fé se desmoronou e nada ficou da mesma. Em uma palavra: não pararam para “calcular o custo”, por isso naufragaram na sua profissão de fé cristã.

Por não haver calculado o custo, o rei Herodes voltou outra vez a seus velhos pecados e destruiu a sua alma. Desfrutava ouvindo a pregação de João Batista. O admirava e considerava um homem justo e santo, e inclusive o ouvia “de boa mente” . Porém, quando se deu conta de que devia abandonar a sua favorita Herodias, sua profissão de fé religiosa se desvaneceu por completo. Não havia pensado nisto; não havia “calculado o custo” (Marcos 6:20)..

Por não haver calculado o custo, Demas abandonou a companhia de Paulo, abandonou o evangelho, deixou a Cristo e perdeu o céu. Por longo período de tempo com o grande apóstolo dos gentios e se converteu em um dos seus companheiros de trabalho. Porém, quando se deu conta de que não podia participar da companhia do mundo e de Deus ao mesmo tempo abandonou o cristianismo e se uniu ao mundo. “Demas, tendo amado o presente século” - nos diz Paulo - “me abandonou... “ (II Tm.4: 10). Não havia calculado o custo.

Por não haver calculado o custo milhares de pessoas que têm sentido uma experiência religiosa sob a evangelização de famosos pregadores naufragam espiritualmente. Se excitam e emocionam e chegam a pensar que experimentaram uma obra genuína de conversão; porém, na realidade não tem sido assim. Receberam a Palavra com alegria tão espetacular que inclusive surpreenderam os crentes experimentados

Com tal entusiasmo falavam da obra de Deus e das coisas espirituais que os crentes mais velhos chegavam a envergonhar-se de si mesmos. Porém, quando a novidade e o frescor de seus sentimentos se dissiparam, uma repentina mudança lhes sobreveio e demonstraram que na realidade não eram mais do que corações de terreno pedregoso em que a Palavra não pôde lançar raízes profundas. “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo antes de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt.13:20-21). Pouco a pouco se derrete o céu de tais pessoas e seu amor se esfria. Por fim chega o dia quando seu assento na igreja está vazio e já nada se sabe deles. Por que? Porque não “calcularam o custo”.

Por não haver contado o custo, milhares de pessoas que professaram ser salvas em reuniões de avivamento, depois de um tempo voltam ao mundo e são motivo de vergonha para o evangelho. Começam com uma noção tristemente equivocada do que seja o verdadeiro cristianismo. Imaginam que a fé cristã não é mais que uma “decisão por Cristo”, uma mera experiência de certos sentimentos de alegria e paz. Logo que se dão conta de que têm de carregar uma pesada cruz no peregrinar até o céu, de que o coração é enganoso e de que o diabo está sempre ativo, se decepcionam e esfriam e retornam a seus velhos pecados. Por que? 

Porque nunca chegaram a saber o que é o cristianismo da Bíblia. Nunca aprenderam a calcular o custo.

Por não haver calculado o custo, freqüentemente os filhos de pais crentes dão um pobre testemunho do que é o cristianismo e são motivo de afronta para o evangelho. Desde a infância se familiarizaram de uma maneira teórica com o conteúdo do evangelho. Têm aprendido de memória longas passagens da escritura e têm assistido com certa regularidade a Escola Dominical, porém na realidade nunca têm pensado seriamente no que têm aprendido. E quando as realidades da vida começam a fazer-se sentirem suas vidas, com grande assombro por parte dos membros da congregação, estes filhos de crentes abandonam toda religião e submergem de cheio no mundo. Por que? Porque nunca chegaram a entender seriamente os sacrifícios e conseqüências que uma profissão de fé séria o cristianismo exige. Nunca se lhes ensinou a calcular o custo.

Estas verdades são tão solenes como dolorosas, porém são verdades e põem em relevo a importância do tema que estamos considerando. São considerações que põem de manifesto a absoluta necessidade que têm todos aqueles que professam um desejo profundo de santidade, de fazer-se a pergunta: Quanto custa?

Melhor iriam as coisas em nossas igrejas se ensinassem a seus membros a calcular o custo que implica a profissão de fé cristã. A maioria dos líderes religiosos dos nossos dias dão mostras de uma impaciente pressa nas coisas do evangelho. Parece que o único grande fim a que se propõem é a conversão instantânea das almas, e em torno disto centralizam seus esforços. Esta maneira tão parcial e vazia de ensinar e apresentar o cristianismo é funesta.

Não interpretem mal o que digo. Eu aprovo inteiramente que se ofereça a salvação de uma maneira imediata, gratuita e completa em Cristo. Aprovo plenamente que se chame com urgência os pecadores a que se convertam imediatamente depois de se ouvir a mensagem de salvação. E a estas coisas não cedo o primeiro lugar. Mas condeno a atitude e o proceder de alguns que apresentam estas verdades por si só, isoladas e sem relação às demais verdades de todo conselho de Deus. Além destas verdades, com toda honestidade devemos advertir os pecadores das obrigações que impõe o serviço a Cristo e o que implica sair do mundo.

Não temos direito de forçá-los a entrar no exército de Cristo, se antes não os temos advertido e prevenido da magnitude da batalha cristã. Em uma palavra: devemos adverti-los do custo de ser um verdadeiro cristão.

Não foi esta a maneira de proceder do nosso Senhor Jesus? O evangelista Lucas nos diz que, em certa ocasião “Ora, ia com ele uma grande multidão; e voltando-se, disse-lhes: Se alguém viera mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:25-27). Francamente, não se pode reconciliar esta passagem bíblica com a maneira de proceder de muitos mestres religiosos da nossa época; no que a mim concerne, a doutrina do mesmo é clara como a luz do meio dia. Esta doutrina ensina que não temos que forçar os pecadores a uma precipitada confissão de fé cristã, sem antes não os termos advertido claramente da necessidade que têm de calcular o custo.

Lutero, Latimer, Baxter, Wesley, Whitefield, Rowland HilI, e outros, procederam segundo a maneira pela qual defende este texto. Todos estavam bem cientes do caráter enganoso do coração humano; e sabiam bem que não é ouro1 tudo que reluz, que a convicção não é conversão, que a emoção não é fé, que o sentimento não é graça, que não é de todo botão que provém fruto. “Não vos enganeis - era o grito constante destes pregadores - pensai bem no que fazeis; não corrais antes de haverdes sido chamados; calculem o custo!”.

Se desejamos fazer o bem, não nos envergonhemos de seguir as pisadas do nosso Senhor Jesus Cristo. Exortem as pessoas a que considerem seus caminhos. Obrigue-os com santa violência a que entrem e participem do banquete a que se entreguem completamente a Deus. Ofereça-os uma salvação gratuita, completa e imediata. Insta-os uma e outra vez a que recebam a Cristo na plenitude de seus benefícios.

Porém, em tudo, diga-lhes a verdade, toda a verdade! Alguns pregadores se utilizam de atos vulgares para recrutar adeptos. Não fale somente do uniforme, do soldo e da glória, fale também dos inimigos da batalha, da armadura, das sentinelas, das marchas, e dos exercícios. Não apresente apenas uma parte do cristianismo. Não esconda a cruz da abnegação, que todo peregrino cristão deve levar, quando falar da cruz sobre a qual Cristo morreu para nossa redenção. Explique com detalhes tudo o que a1, profissão de fé cristã implica. Rogue com insistência várias vezes aos pecadores que se arrependam e corram para Cristo; porém, insista, ao mesmo tempo, a que se sentem e calculem o preço.

III) Sugestões para Ajudar a Calcular Corretamente o Custo.

Mencionarei alguns fatores que sempre influenciam nos nossos cálculos para saber o custo do verdadeiro cristianismo. Considere com calma e equilíbrio o que se tem de deixar e o que se tem de provar para chegar a ser discípulo de Cristo. Não esconda nada, considera tudo. E logo, faça as seguintes somas, tendo o cuidado de repassá-las bem para não haver equivoco, pois o resultado correto dos mesmos é alentador:
  1. Conte e compare os benefícios e as perdas que um discipulado verdadeiramente cristão contém. Muito possivelmente perderás algo deste mundo, porém ganharás a salvação da alma imortal. Está escrito: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc.8:36).
  2. Conte e compare os elogios e censuras, se é que és um cristão verdadeiro. Muito provavelmente terás de sofrer as reprovações do mundo, porém, terás a aprovação de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. As censuras vêm dos lábios de pessoas equivocadas, cegas e falíveis; a aprovação vem do Rei dos reis o Juiz de toda a terra. Está escrito: “Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt. 5:11-12).
  3. Conte e compare os inimigos e amigos. Por um lado tens a inimizade do diabo e dos maus; por outro, tens o favor e a amizade de Cristo Jesus. Os inimigos, quando muito, podem produzir-te alguns arranhões, pode rugir forte e rodear a terra e o mar para tratar de arruinar a tua alma; porém não pode de modo nenhum destruí-la. Teu Amigo é poderoso para salvar-te eternamente. Está escrito:“Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer” (Lc. 12:4-5).
  4. Conte e compare a vida presente e a por vir . A vida presente não é fácil; implica em vigilância, oração, luta, esforço, fé e labor; porém, só é por poucos anos. A vida vindoura será de descanso e repouso; a influência do pecado já terá terminado e satanás estará acorrentado. E, ah! será um descanso para toda eternidade. Está escrito: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para noS eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentado nós nas cousas que se vêem; porque as cousas que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co.4:17-18).
  5. Conte e compare os prazeres do pecado e a felicidade do serviço a Deus. Os prazeres que o homem mundano obtêm são vazios, irreais, não satisfazem. São como a fogueira que fazem os espinhos arder: range e brilha, porém, só por uns minutos, logo se apaga e desaparece. A felicidade que Cristo ou torga a seu povo é sólida, duradoura e substancial; não depende da saúde nem das circunstâncias; nunca abandona o crente, nem mesmo na hora da morte. E uma felicidade que, além disso, se verá galardoada com uma coroa incorruptível. Está escrito: “O júbilo dos perversos é breve” “Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo duma panela, tal é a risada do insensato” (Jó 20:5; Ec.7:6). Porém também está escrito: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la a dou com a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo. 14:27).
  6. Conte e compare as tribulações que o cristianismo verdadeiro implica e as tribulações que sobrevirão aos maus após a morte . A leitura da Bíblia, a oração, a luta cristã, uma vida de santidade, etc., implica em dificuldades e exigem abnegação por parte do crente. Porém não é nada em comparação com a “ira que virá” e que se desencadeará sobre os impenitentes e os incrédulos. Um só dia no inferno será muito mais intolerável que toda uma vida de peregrinação levando a cruz. O “bicho que nunca morre e o fogo que nunca se apaga” é algo que vai mais além do que a mente humana pode conceber e descobrir. Está escrito: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu em tormentos”(Lc.16:25).
  7. Considere e compare, em último lugar, o número daqueles que se voltam do pecado e do mundo para servir a Cristo, e o número daqueles que deixam a Cristo e voltam ao mundo. Os que se voltam do pecado e do mundo para servir a Cristo são muitos; porém nenhum dos que realmente têm conhecido a Cristo voltam ao inundo. Cada ano multidões abandonam o caminho largo e tomam a senda estreita que conduza vida. Nenhum dos que andam pelo caminho estreito se cansam do mesmo e voltam ao caminho. O caminho largo registra muitas pegadas de pessoas que torceram seu rumo e o abandonaram; porém, as pegadas dos caminhantes do caminho estreito, que conduz ao céu todas seguem a mesma direção. Está escrito “O caminho dos perversos é como a escuridão”. “O caminho dos pérfidos é intransitável” (Pv.4:19; 13:15). Porém, também está escrito: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv.4: 18).
Estas somas e estas contas freqüentemente não se fazem corretamente; por isso há pessoas que continuamente e não podem dizer se vale a pena ou não servir a Cristo. As perdas e ganhos, as vantagens e desvantagens, as tribulações e os prazeres, as ajudas e os obstáculos, lhes dão um balanço tão igual, que não podem optar por Cristo. É que não têm feito a soma corretamente.
Como se explica o erro de tais pessoas? Se deve a uma carência de fé por sua parte. Para chegar a uma conclusão correta sobre nossas almas, devemos conhecer algo daquele poderoso princípio que Paulo menciona no capítulo 11 de sua Epístola aos Hebreus. Permitam-me demonstrar de que maneira intervém este princípio no grande “negócio” de calcular o custo.

A que se deveu o fato de Noé perseverar até o fim na construção da arca? Estava só em meio a uma geração pecadora, incrédula e havia de sofrer o opróbrio, a zombaria e o ridículo das pessoas. O que lhe deu fortaleza ao seu braço e paciência em seu labor? Foi a fé. Noé cria na ira que havia de vir; cria que só na arca poderia achar o refúgio seguro. Pela fé considerou e teve como pobre o conceito e a opinião do mundo. Pela fé calculou o custo e não duvidou de que a construção da arca significava um ganho.

A que se deveu o fato de Moisés rejeitar os prazeres do Egito e recusar-se ser chamado de filho da filha de Faraó? Como pode escolher ser maltratado com o povo de Deus e dirigir ao povo hebreu á terra da promissão, livrando-o da terra da escravidão? Segundo o testemunho do olho humano dos sentidos iria perder tudo e não ia ganhar nada em troca. O que impulsionou Moisés a agir dessa forma? Foi a fé. Ele cria que acima de Faraó havia UM maior e mais poderoso que o dirigiria e protegeria em sua grande missão. Ele tinha por maiores riquezas o vitupério de Cristo que todos os tesouros dos egípcios. Pela fé calculou o custo e “como vendo o invisível”, se persuadiu de que o abandono do Egito e o peregrinar pelo deserto era, na realidade, ganho.

Que foi que fez o fariseu Saulo de Tarso decidir deixar a religião de seus pais e abraçar o Cristianismo? Os sacrifícios e os custos que a mudança implicava eram em verdade enormes. No entanto, Paulo abandonou todas as brilhantes perspectivas que tinha entre os de sua nação; trouxe sobre si, ao invés do favor dos homens, o ódio do homem, a inimizade do homem, a perseguição do homem até a morte. A que se deveu o fato de Paulo poder fazer frente a tudo isso? Se deveu a sua fé. Ele cria que Jesus, a quem conheceu no caminho de Damasco, poderia dar-lhe cem vezes mais do que o que abandonara, e no mundo vindouro a vida eterna. Pela fé calculou o custo, e viu claramente até que lado se inclinava a balança. Cria firmemente que o tomar a cruz de Cristo sobre si era ganho.

Notemos bem todas estas coisas. A fé que fez Noé, Moisés e Paulo fazerem as coisas que fizeram, é o segredo que nos levará a conclusões corretas com respeito a nossa alma. A mesma fé tem de ser nossa ajudadora e nosso livro de contas quando nos sentamos para calcular o custo do verdadeiro cristianismo. Esta fé, se a pedimos a receberemos. “Ele dá maior graça” (Tiago 4:6). Armados com esta fé apreciaremos as coisas no seu justo valor. Cheios desta fé, nunca aumentaremos a cruz nem diminuiremos a coroa. Nossas conclusões serão todas corretas; nossa soma total não registrará erros.

Conclusão

Em conclusão desejo que consideres seriamente se tua profissão de fé religiosa te custa atualmente algo. Mui possivelmente não te custa nada. Com toda probabilidade tua religião não te custa dificuldades, nem tempo, nem pensamentos, nem cuidados, nem dores, nem leitura alguma, nem oração, nem abnegação, nem conflito, nem trabalho, nem labor de nenhuma classe. Bem, pois não te escuses do que vou te dizer: esta profissão de fé nunca poderá salvar tua alma; nunca te dará paz enquanto estás vivo, nem esperanças na hora da morte. lima religião que não custa nada, não vale nada. Desperta! Desperta! Desperta e crê! Desperta e ora! Não descanses até que possas dar uma resposta satisfatória a minha pergunta: “Que te custa?”

Pensa se é que necessitas de motivos que te estimulem mais e mais para o serviço do Senhor, pensa no muito que custou a salvação de tua alma. Considera que nada menos do que o Filho de Deus teve de abandonar o céu, fazer-se homem, sofrer a cruz, ser sepultado, para logo ressuscitar vitorioso sobre o pecado e a morte, e tudo para obter a redenção de tua alma. Pensa em tudo isso e te convencerás de que não é algo insignificante possuir uma alma mortal. Vale a pena tomar-se o incômodo de pensar sobre a esta alma tão preciosa.

Ó, homem preguiçoso! Ó, mulher preguiçosa! Te conformarás com perder o céu por mero fato de que não queres te preocupar com as coisas espirituais? Tanto te repugna o exercício e o esforço como para permitir que tua alma naufrague para toda a eternidade? Sacode esta atitude covarde e indigna! Lavanta-te e porta-te varonilmente! Que não termine o dia sem que hajas dito a ti mesmo: “Por muito que seja o custo, eu tomo a determinação de esforçar-me para entrar pela porta apertada”. Olha a cruz de Cristo e receberás alento para seguir adiante, e valor para consegui-lo. Sê sincero e realista com tua própria situação espiritual; pensa na morte, no juízo, na eternidade. Poderá custar muito o ser cristão, porém podes estar seguro de que vale a pena.

Se algum leitor realmente sente que tem calculado o custo, e tomado sobre si a cruz, eu o exorto a que persevere e continue em frente. Talvez freqüentemente sintas como se teu coração estivesse a ponto de desfalecer, e que o ímpeto da tentação ameaça naufragá-lo no desespero. Eu te digo: persevera, segue em frente. Não há dúvida de que teus inimigos são muitos, e os pecados que te rodeiam batem com ímpeto; talvez os teus amigos sejam poucos, e o caminho íngreme e estreito. Porém, mesmo assim, nestas circunstâncias, persevera e segue adiante.

O tempo é muito curto. Uns poucos anos de vigilância e oração, uns vão e vêm sobre as ondas do mar deste mundo, umas poucas mortes a mais, umas mudanças a mais, uns poucos verões a mais, e já não haverá necessidade de muita luta.

A presença e companhia de Cristo compensará os sofrimentos deste mundo. Quando nos vemos como somos vistos, e olhamos até a nossa jornada da nossa vida, nos surpreenderemos de nossa debilidade e desmaios de coração. Ficaremos surpresos de que demos tanta importância a nossa cruz, e pensamos tão pouco em nossa coroa. Ficaremos maravilhados de que calculando o custo, chegamos até a duvidar para onde se inclinava a balança. Animemo-nos! Não estamos longe do nosso lugar eterno!

PODE CUSTAR MUITO SER UM VERDADEIRO CRISTÃO 
E UM CRENTE FIEL, PORÉM VALE A PENA!

Fonte: Jornal “Os Puritanos” Ano IV N.3.
VIA: [ Monergismo ] / Via: [ Bispo J.C. Ryle ]
Fonte: Bereianos