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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

30 de abril de 2014

Igreja da Lagoinha: Um Celeiro de Heresias


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Por Thiago Oliveira


A Igreja Batista da Lagoinha ficou famosa em todo o Brasil devido ao grupo Diante do Trono, ministério de louvor da igreja liderado por Ana Paula Valadão, filha do então Pastor Márcio Valadão. A igreja tem a sua linha assumidamente pentecostal desde os anos de 1960. O pastor José Rego, o primeiro pastor da Lagoinha, pregava que o batismo com o Espírito Santo era uma experiência distinta da conversão e era adepto da glossolalia. Em 1964, a Convenção Batista excluiu a Igreja da Lagoinha do seu rol.

O pastor Márcio Valadão, que hoje se denomina apóstolo, chegou ao pastoreio em 1972 e foi o responsável pelo projeto expansionista da Lagoinha. Chegou a abrir diversas congregações. Uma de suas “filhas” é a Igreja Batista Getsêmani, liderada pelo pastor Jorge Linhares, autor de um livro herético intitulado “Benção e Maldição”.

No entanto, fica evidente que o “boom” da Igreja da Lagoinha está estritamente ligado ao grupo Diante do Trono. Este ministério de louvor que gravou seu primeiro CD em 1998, logo se tornaria uma potência da crescente indústria gospel com os álbuns seguintes “Águas Purificadoras” (2000) e “Preciso de Ti” (2001). O projeto inicial era gerar receita para investir no combate à prostituição infantil na Índia. Porém, o sucesso foi tão rápido que logo fez do ministério um dos expoentes da música cristã contemporânea. Hoje é o maior grupo de louvor da América Latina, com milhões e milhões de discos vendidos, além de vários prêmios musicais.

Não demorou para que as músicas do Diante do Trono tivessem espaço nos cultos de diversas denominações. Suas canções eram carregadas de emoção, falavam sobre a dependência do homem e incentivavam a busca por Deus. Todavia, pessoas mais atentas já haviam notado alguns equívocos teológicos em suas letras. Temos o exemplo de “Vitória na Cruz” que tem no mínimo dois erros: 1. Diz que o Diabo e o Inferno festejaram a morte na cruz. 2. Diz que Jesus tomou as chaves do Inferno da mão do Diabo. Bem, o Inimigo não comemorou a morte na cruz, pelo contrário, ele tentou Jesus para não ir até ela, pois sabia bem que o Filho de Deus triunfaria no madeiro. E a outra coisa é: Satanás nunca teve as chaves de coisa alguma, ele nunca foi dono de nada. Não existe respaldo bíblico para tais afirmações.

Com a consolidação do Diante do Trono no cenário nacional, houve um forte investimento midiático, hoje a Igreja da Lagoinha tem o seu próprio canal de televisão, a Rede Super, e lá vincula seus cultos e também os diversos congressos realizados pelo Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono. Foi justamente com esse espaço midiático que as heresias desse ministério começaram a repercutir. Coisas muito estranhas como o episódio em que a Ana Paula engatinhou como um leão, dizendo que estava recebendo uma nova unção. Vale ressaltar que o uso do termo unção no Novo Testamento está vinculado ao fato de termos recebido a Cristo no ato da conversão e seu Espírito se faz presente em nós (1 Jo 2: 20 e 27). 

Talvez o maior agravante tenha sido o ocorrido nesse último feriado de Páscoa. Ana Paula Valadão protagonizou um tal de ato profético que só vendo para crer:




Meu Deus! O que foi isso? O que são aquelas danças? O “aviãozinho” da Ana Paula muito se assemelha aos movimentos dos terreiros de umbanda. Tais atos proféticos não tem base neotestamentária. O que acontecia no Antigo Testamento, com o movimento profético era puramente didático (não tinha poderes místicos) e geralmente apontava ou para Cristo ou para o juízo de Deus sobre Israel. Ademais, hoje Deus não nos fala por meio dos profetas, mas sim através da revelação de seu Filho:

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hebreus 1:1-2)

Engraçado é ver no vídeo que “apóstolos” estão transferindo o poder para a outra geração. Mas acontece que  apostolado cessou no século primeiro. Indo para a Bíblia vemos que para exercer o ofício apostólico existiam duas condições: 1. O apóstolo tinha que ser testemunha ocular da ressurreição de Cristo (Atos 1:2-3, 1:21-22, 4:33 e 9:1-6; 1Co 9:1 e 15:7-9). 2. O apóstolo tinha que ter sido comissionado diretamente por Jesus (Mt 10:1-7, Mc. 3:14, Lc 6:13-16, At 1:21-26, Gl 1:1 e  1:11-12 ). Não existe nenhuma condição bíblica para crer que o ofício apostólico é válido em nossos dias, até porque, quem chamou os apóstolos contemporâneos? Quais os requisitos de seu apostolado? Quantos são os apóstolos nos dias atuais? Basta se auto-intitular? 

Infelizmente vi, nas redes sociais, diversas pessoas dizendo que não enxergaram nada demais no dito ato profético e que sentiram uma forte emoção durante a encenação. Pobre da igreja que coloca as emoções pessoais a frente das Escrituras. Lembrem-se de que a Bíblia é um livro que foi inspirado pelo Espírito Santo, sendo assim, ele nunca iria impelir alguém a encenar ou agir algo que não tem o respaldo da Palavra. Lembro de Jeremias 28, lá o falso profeta Ananias fez um grande estardalhaço, falando que o julgo da Babilônia seria quebrado em 2 anos e Judá estaria livre. Para isso ele arrancou o julgo de madeira do pescoço do profeta Jeremias (seria um ato profético?). Então Deus ordenou que Jeremias falasse a Ananias que ele quebrou um julgo de madeira, mas o Senhor iria por um de ferro e todos iam ter que se submeter a Nabucodonozor, rei babilônico. Também afirmou que o falso profeta morreria por ter feito o povo crer numa mentira. E tal como profetizou Jeremias, assim aconteceu.

Como se não bastasse as invencionices da líder do Diante do Trono, agora a Igreja da Lagoinha tem um outro expoente tão polêmico e equivocado como a Ana Paula Valadão tem se portado. É o tal do Pastor Lucinho Barreto, que ganhou fama após ter uma imagem sua “cheirando” a Bíblia exposta na internet. Ele se diz uma referência para a juventude evangélica brasileira e promove “loucuras por Jesus”. Sua teologia é infundada, todavia, suas pregações são muito visualizadas no YouTube. Realmente o Lucinho tem sido venerado.

A heresia da vez foi ter falado que Deus criou esposas para Caim e Abel assim como criou Eva para Adão (veja aqui). Sinceramente, esta é uma tremenda de uma sandice. Como alguém que se diz pastor defende algo que não é bíblico, como sendo uma verdade? Gênesis 5:4 diz que Adão gerou filhos e filhas e isso nos dá respaldo para dizer que Caim e Abel casaram com irmãs ou sobrinhas, e que naquele contexto o incesto não era pecado. Por mais bem intencionado que seja o Lucinho, isso não serve como desculpa para distorcer a Palavra de Deus como ele vem fazendo. Uzá foi fulminado por tocar na arca da aliança, algo proibido. Ele fez isso quando os bois tropeçaram (2 Samuel 6:6-7), talvez com a intenção de livrá-la de uma possível queda, mas Deus não o poupou. Por mais “irrelevante” que seja a doutrina, Lucinho peca por não fazer das Escrituras a sua fonte de revelação, embasando seus argumentos em mero achismo. 

Não há dúvidas de que a Igreja Batista da Lagoinha tem se tornado um verdadeiro celeiro de heresias e como isso é ruim. Gostaria muito de não ver o que vi e nem ouvir o que ouvi, todavia, diante do que ouço e do que enxergo, não me calarei e me posicionarei em defesa da Palavra. Cabe a mim clamar a Deus por misericórdia: Misericórdia Senhor, para que eu não venha a cometer os erros que hoje denuncio. E misericórdia para a liderança da Lagoinha, que eles possam se voltar a sã doutrina, abandonada faz tempo, trazendo-lhes condenação. Ajuda Senhor. Preciso (realmente) de ti!

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Divulgação: Bereianos

21 de abril de 2014

Obama revolta evangélicos e católicos ao convidar bispo gay para oração de Páscoa na Casa Branca


No twitter,  o bispo gay Robinson revelou-se surpreendido com a escolha de Obama.

O presidente Barack Obama causa polêmica durante o tradicional café da manhã de Páscoa da Casa Branca ao escolher o bispo episcopal  Gene Robinson para fazer a oração de encerramento da solenidade. O bispo Robinson é assumidamente gay.

Entre 150 clérigos cristãos presentes, Obama escolheu o gay.
Todos os anos a Casa Branca convida representantes de diversas denominações para participar de um café da manhã de Páscoa. Em geral, apenas um ou dois religiosos são anunciados como eventuais preletores. Não raro, outros são convidados, antecipadamente, para fazer orações. A oração de encerramento costuma ser da escolha pessoal do presidente. A surpresa é que entre os mais de 150  clérigos presentes Obama tenha escolhido justamente um bispo assumidamente gay e militante das causas LGBT.



A escolha supreendeu até o próprio Robinson que estranhou ter sido escolhido para protagonizar um dos momentos mais visíveis do evento e publicou em seu twitter que foi obrigado a improvisar diante do inesperado convite.

Analistas da Casa Branca concordam que Robinson e os demais convidados foram, de fato,  pegos de surpresa. Até porque, se  o nome de Robinson tivesse sido antecipado, para além das críticas e desagravos, a cerimônia dificilmente contaria com os mesmos convidados presentes. Obama quis mandar um recado aos religiosos da nação. Foi ouvido. 

Para muitos, Obama foi o covarde ladino de sempre. Jamais faria a mesma coisa se tivesse na posição de buscar a sua reeleição.

Nas redes sociais, cristãos evangélicos e católicos repudiam a atitude escarnecedora do presidente.



Com informações de The Washington Times, Twitter e The White House





Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2014/04/obama-revolta-evangelicos-e-catolicos.html#ixzz2zXDNtRln
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18 de abril de 2014

Vídeo do Diante do Trono causa polêmica


Vídeo do Diante do Trono causa polêmicaVídeo do Diante do Trono causa polêmica
Oração durante congresso gera críticas
Durante o feriado de Páscoa acontece em Belo Horizonte o 15º Congresso de Adoração e Intercessão Diante do Trono. Transmitido ao vivo pela internet, o evento reuniu líderes evangélicos conhecidos como Apóstola Valnice Milhomens, Pastor Márcio Valadão e Pastor Hudson Medeiros. Também estavam presentes lideranças influentes na área da música como a pastora/cantora Ana Paula Valadão, seu esposo pastor Gustavo Bessa, e seu irmão André Valadão.
Em meio a cerca mais de três horas da celebração, a pastora Ana Paula chamou ao palco todos os líderes para fazer o que denominou “Ato Profético: Transferência de Gerações”. Após um período de oração os pastores mais velhos oraram e impôs as mãos sobre a geração de Ana Paula (filha do Pr Márcio) que em seguida fez o mesmo para a “nova” geração, representada por Israel Salazar, Marine Almeida, Amanda Carius e Leticia Brandão, que hoje são integrantes do backing vocal do grupo Diante do Trono.
Dentro de pouco tempo o vídeo deste momento, com cerca de 4 minutos,  já circulava na internet, gerando uma série de comentários críticos à cantora. Em redes sociais como o Youtube e Facebook havia quem fizesse piada com os movimentos de Ana no palco, chamando de “unção do avião” e reclamando do fato de ela ter empurrado Israel. Ao mesmo tempo, muitos defenderam o ato profético, afirmando que não se pode criticar um movimento espontâneo guiado pelo Espírito Santo. Um terceiro grupo, inclusive, previa a polêmica, afirmando que muitos evangélicos “não entenderiam”.
Não é a primeira vez que a cantora se envolve em polêmicas por conta de uma ministração. Anos atrás ela engatinhou no palco durante um evento e falou sobre a “unção do leão”. Foi um momento parecido no Congresso de Adoração do Diante do Trono de 2011 que levou bispos da Igreja Universal a criticarem a cantora.
Veja o vídeo postado no Portal Diante do Trono


Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/video-diante-trono-causa-polemica/

Jovens renunciam fast food, Facebook e até sexo nos 40 dias da Quaresma

A promotora de eventos Franciane Arnoni, que decidiu como "penitência" deixar de usar o facebook (foto: Daniel Guimarães/Folhapress)
A promotora de eventos Franciane Arnoni, que decidiu como “penitência” deixar de usar o Facebook (foto: Daniel Guimarães/Folhapress)
Publicado na Folha de S.Paulo
Uns deixam de ouvir música, outros param de tomar refrigerante e de frequentar lanchonetes. Mas também existem os que resolvem se desconectar das redes sociais, não tomar nada de álcool e abrir mão do sexo durante 40 dias.
Mesmo com propostas mais modernas, jovens continuam seguindo o princípio religioso de fazer algum “sacrifício” no período da Quaresma, que terminou ontem.
Estudante de engenharia química do Instituto de Tecnologia Mauá, Anderson de Oliveira, 22, decidiu não tomar cerveja. Também combinou com a namorada que eles não manteriam qualquer tipo de contato sexual durante a Quaresma, considerado pela Igreja um período de “reflexão e penitência”.
“É um desafio grande porque sou eu que costumo organizar as festas da minha turma na faculdade. Tive de resistir em umas duas baladas e em quatro churrascos nesse período, mas é algo que faço com convicção.”
De família católica, o universitário diz que os amigos costumam entender suas “missões” religiosas e que não teve problemas em combinar a privação do sexo com a parceira.
“Ela também é católica e não foi nenhum sacrifício para nós decidir essa questão. Fazemos na intenção de tentar melhorar algo na nossa maneira de ser, por respeito a um período importante para a nossa fé.”
Bispo auxiliar de Aparecida (SP), dom Darci José Nicioli, valida os sacrifícios modernos desde que eles não sejam “interesseiros”, prevejam uma “troca de benefícios” com Deus e que tenham finalidade de adquirir um “comportamento virtuoso”.
“Todo sacrifício ou esforço ascético [voltado ao espiritual] é válido, mesmo a renúncia ao corriqueiro da vida, como não usar as redes sociais, tomar refrigerante ou ouvir música, desde que sejam gestos de sentido.”
Religiosos alertam, porém, que não há sentido no sacrifício se, ao fim da Quaresma, a pessoa quiser “compensar” o período de abstinência.
A promotora de eventos Franciane Arnoni, 32, aproveitou a Quaresma para tentar acabar com o que considera um “vício”: ela parou de entrar no Facebook.
“Quis fazer algo que causasse muita diferença na minha vida, que provocasse reflexão. Por isso decidi deixar o Facebook. Ficava até de madrugada na rede social só para saber sobre os outros. Esquecia de mim, de conversar com minha família”.
A primeira semana foi a mais difícil, afirma Francine. Para matar a curiosidade sobre alguns fatos, como o casamento de uma amiga, pediu que mandassem fotos.
“Não sei se voltarei a navegar no ‘Face’. Pensei em tudo o que deixei de fazer para estar no mundo virtual e tomei um susto”, afirma.
FAST FOOD
As mais fortes penitências quaresmais, porém, continuam sendo relacionadas a deixar de comer algo –geralmente carne.
A analista de logística Géssica Morais Silva, 23, deixou de tomar refrigerante, o que fazia todos os dias, e abriu mão de comer lanches –sua refeição ao menos três vezes por semana.
“Faço para mostrar gratidão pela minha vida e ainda é muito pouco. Preciso fazer a outra parte, que é dar alimentos para outras pessoas.”
Segundo Géssica, que em anos anteriores deixou de comer chocolate e tentou não ser grosseira com as pessoas, o benefício que vê na ação é o sentimento de “paz”, de “dever cumprido.”

13 de abril de 2014

A Som Livre e a musica gospel!

Valadão: irritado com a carreira
Valadão: irritado com a carreira
A boa relação da Som Livre com os evangélicos sofreu mais um baque na semana passada.André Valadão, um dos cantores religiosos mais conhecidos do país, está insatisfeito com a gravadora, que sempre representou os interesses maiores da Globo com o mercado gospel.
Em e-mail enviado na semana passada à cúpula da Som Livre, Valadão avisou que está com ânimo zero de lançar um novo projeto na gravadora. Diz a mensagem:
- Nunca em toda minha carreira vendi tão pouco (…). Não consigo acreditar que até hoje não chegamos a disco de ouro no CD/DVD. (…) O disco não tem chegado nos pontos de venda, fato. Não vou lançar mais um projeto carregando meu nome e carreira sem ter perspectiva de no mínimo 40 000 cópias vendidas.
É a segunda disputa da Som Livre com evangélicos que vem à tona. Em outubro do ano passado, o Diante do Trono ameaçou processar a gravadora (Leia mais aqui).
Por Lauro Jardim

Pé de guerra

Diante do Trono: de saída da Som Livre
Diante do Trono: de saída da Som Livre
Diante do Trono, uma das bandas de música cristã mais badaladas do Brasil, está em pé de guerra com a Som Livre.
A banda quer deixar a gravadora, mas está impedida por um contrato que vigora até 2014. O Diante do Trono quer lançar o CD e DVD Tu Reinas, gravado no sertão do Nordeste, em outra casa, mas a Som Livre não deixa.
De duas, uma: ou a banda adia o lançamento para depois do fim do contrato – e perde a oportunidade de faturar com o Natal – ou entra na Justiça contra a Som Livre.
(Atualização às 11h29: o Diante do Trono esclarece que não gostaria de forma alguma de recorrer à justiça para sanar a sua situação com a gravadora. A banda gostaria simplesmente de negociar uma saída amigável da Som Livre)
Por Lauro Jardim

Font: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/som-livre-em-pe-de-guerra-com-evangelicos/

11 de abril de 2014

O Sincretismo Neopentecostal


Por Thomas Magnum


Quando tratamos desse problema, não listamos isso somente como forma acusativa e crítica inconsequente. Diante da atual temática neopentecostal, principalmente em solo brasileiro, podemos tratar também da questão da linguagem utilizada em seus arraiais, nisso enquadramos a pregação, a música e o “dialeto” usado no contexto religioso e social da terceira onda do pentecostalismo. Também iremos tratar nesse artigo do problema semiótico, ou seja, do simbolismo empregado pelo movimento para disseminar suas ideias e crendices entre os fiéis. No campo semiótico temos, por exemplo, os pontos de contato, que segundo os líderes do neopentecostalismo servem de pontos de fé, ou mediadores de fé entre o fiel e o divino. O presente trabalho visa mostrar ao leitor que o misticismo e a forte ligação pagã católica estão entranhados na alma das igrejas neopentecostais. E que isso resulta de mentes carnais e que tem cedido às palavras da serpente que como seduziu Adão e Eva, tem seduzido desde os tempos remotos a inclinação religiosa do homem a cultuar seu próprio eu. Criando sua própria religião e ignorando a revelação de Deus a suas criaturas.

Discernimento Bíblico

Geralmente quando escrevo sobre erros doutrinários é comum receber algumas mensagens ou “conselhos” de crentes, citando Mateus 7.1: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Uma quantidade considerável de crentes toma por base esse texto e dizem ser errado julgar posicionamentos religiosos. Mas o que Jesus estava ensinando aqui? Ele estava proibindo todo e qualquer julgamento? Visto que em João Ele diz: Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça, João 7.24. Vemos que nem todo julgamento é proibido nas Escrituras, o Teólogo Reformado Willian Hendriksen esclarece: 

Aqui o Senhor condena o espirito de censura, o juízo áspero, a auto-justificativa em detrimento de outros e isso sem misericórdia, sem amor [1].

Ao analisarmos com mais atenção as recomendações Bíblicas vemos que o julgamento faz parte da preservação da são doutrina e da ordem na igreja do Senhor. Vejamos alguns textos bíblicos. 

Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?1 Coríntios 5.12

Quanto àquele que provoca divisões, advirta-o uma e duas vezes. Depois disso, rejeite-o.Tito 3.10

Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. 1 João 4.1

Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!” Filipenses 3.2

Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas.” 1 Timóteo 1.6-7

Dada essa introdução ao questionamento, iremos agora nos ater aos fatos do neopentecostalismo. 

A Linguagem 

Frases de efeito como: você é um vencedor, você é filho do Rei, é cabeça e não cauda. Jesus conquistou tudo na cruz, seu carro, seu emprego, seu casamento, seu sucesso. Ao compreendermos esse tipo de linguagem percebemos que não há muitas diferenças de palestras motivacionais ou livros de autoajuda. O fato de o homem moderno está imerso em desespero e angústia contribui para a fixação popular desses jargões. Como disse Sartre: o homem é angústia. 

A proliferação do sincretismo religioso nas igrejas neopentecostais eleva essa angústia que remete a religião do medo da idade média. Por outro lado, temos o negativo no que se refere a imposição de julgo sobre o fiel. A presença de encostos, demônios que precisam ser expulsos, de mapeamentos espirituais que precisam ser feitos, para repreenderem as “entidades” espirituais do governo de localidades são promotores ativos de prisão emocional e espiritual de muitas pessoas. 

A deificação do líder também é algo curioso. Um dia desses visitei uma irmã de uma igreja neopentecostal, ao entrar em sua casa observei que na parede tinha a foto do Pastor de sua igreja. Ela me disse que ele disse aos irmãos de sua igreja que fizessem isso, pois, afastaria o mal de seus lares. É interessante porque isso se assemelha muito a crença em padroeiros, algo bem forte no nordeste brasileiro, principalmente em cidades sertanejas. Vemos dentro do movimento lideres tomando literalmente o lugar de mediadores, usurpando o sacerdócio de Cristo e dispensando o ministério do Espirito Santo. 

A prática católica de pagamento de penitencias também é algo muito similar em igrejas neopentecostais. O crente tem que participar das campanhas financeiras, das correntes, das quebras de maldição e por aí vai. O interessante da história é que em tudo isso gira o capital financeiro. 

O pagamento das indulgências e desembolso de valores para de missas do sétimo dia, para que o ente falecido saia do purgatório tomou uma nova cara no neopentecostalismo. O contribuir não mais é fruto da gratidão do coração do cristão, mas, um pagamento por uma “vitória” que deseja se alcançar. A questão da obtenção das bênçãos de Deus por meio de obras e esforços humanos foi algo rebatido pelos reformadores, agora retorna em roupa nova aos arraiais evangélicos. As obras devem ser fruto da fé e não o contrário como disse Thiago:  

Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” Tiago 2.26

A Questão Semiótica

Quando falamos em semiótica nos referimos aos símbolos utilizados no neopentecostalismo, nisso iremos perceber o sincretismo presente dentro de tal movimento que não tem nada de pentecostal. Percebemos tal sincretismo principalmente no contexto brasileiro, devido à formação social e religiosa do país. 

Desde o período colonial com o catolicismo e depois as práticas religiosas dos povos africanos, que se misturando com a pajelança indígena deram origem ao fenômeno da religiosidade brasileira. A mistura do catolicismo e candomblé, depois do catolicismo com o pentecostalismo, a partir do surgimento do movimento carismático. Chegando finalmente na mistura de elementos pentecostais com baixo espiritismo. O dualismo presente, a figura pontifícia do líder maior, o valor da tradição em detrimento a doutrina bíblica. A idolatria e uso de pontos de contato para mediarem a fé do crente. 

É interessante sublinharmos aqui, a questão do líder maior que geralmente se distingue na nomenclatura: Apóstolo, Bispo, Patriarca, Anjo, Arcanjo. Entendemos essa questão hierárquica como o pensamento de um sumo pontífice. Isso leva o líder a ter de uma forma mais fácil o controle administrativo e psicológico do rebanho. A cega submissão, a divinização do líder, sua palavra “é Deus falando”. Cristo é diminuído como na pregação de Edir Macedo, diz ele que “Jesus não precisava ter feito o milagre de transformar água em vinho, não havia necessidade”. Outro fator importante para  mencionarmos é questão dos apetrechos, amuletos e superstições que estão presentes: a rosa, corredor do sal grosso, o manto ungido, campanha de troca de anjo da guarda, a campanha dos trezentos e dezoito, fogueira santa, escrever os pecados num pedaço de papel e queimar, ungir os pertences com óleo de Israel, ter uma foto do líder em casa e campanha do embelezamento. Isso é real, mas faço a pergunta, isso é bíblico?  Onde está na Bíblia algum Apóstolo ungindo seu cavalo? Onde está um discípulo trocando de anjo? Onde diz que Jesus mandou queimar os pecados numa fogueira? Ou enterrar os pecados? Como disse o pastor Lucinho? Ou cheirar a Bíblia? Ou fazer um quarto em casa para o Espirito Santo morar? Ou marcar território urinando? Ou a unção dos animais, em que cada pessoa imita um bicho? Absurdo é a única palavra que vem a mente.

A antiga crença católica que as imagens nos templos eram meios pedagógicos para os menos instruídos volta à tona no meio “evangélico”. As práticas romanas abomináveis, que precederam a reforma estão agora nas igrejas evangélicas. Pastores usando quipá judaico, com candelabros judaicos nos templos, esse fato não é novo como disse Salomão: O que foi isso é o que há de ser; e o que se fez isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1.9). As igrejas da galácia foram assoladas por essas práticas judaicas, que judaizantes queriam inserir no culto cristão. O galacionismo continua, o gnosticismo continua, o docetismo ainda é presente. 

Paulo nos adverte: Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho”;

que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado!” (Gálatas 1.6-9). E ainda nos diz a Escritura: Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.” (Mateus 7.15). Esses tais são os que tem erguido seu império religioso, vale citar mais uma advertência bíblica: 

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (2 Timóteo 3.1-5). 

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Notas:
1- Comentário de Mateus volume 1, Ed. Cultura Cristã

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Divulgação: Bereianos

Papiro sobre ‘esposa de Jesus’ não é uma falsificação, segundo estudo



O GLOBO (EMAIL·TWITTER)
Publicado:10/04/14 - 17h31
Atualizado:10/04/14 - 18h42



O Evangelho da Esposa de Jesus Divulgação


RIO - Cientistas americanos declararam esta semana que um pedaço desbotado de papiro, conhecido como “Evangelho da Esposa de Jesus”, pode ser realmente antigo, e não uma falsificação moderna.

A escrita manchada foi apresentada pela primeira vez por um historiador da Escola de Teologia da Universidade de Harvard, em 2002. À época, a divulgação fora completamente rejeitada.

A controvérsia gerada pelo papiro deveu-se a uma frase que está presente em qualquer trecho das Escrituras Sagradas: “Jesus disse-lhes, 'Minha esposa'”, e acrescenta: “poderá ser minha discípula”. A revelação do papiro inflamou o debate sobre se as mulheres podem ser padres.

O polêmico objeto foi analisado por professores de engenharia elétrica, química e biologia das universidades de Columbia e de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Segundo eles, o papiro é semelhante ao que seria usado entre os séculos IV a.C. e VIII d.C..

Os resultados do teste não provam que Jesus teve uma esposa ou se teve discípulas. Dizem apenas que aquele fragmento é, provavelmente, de um manuscrito antigo, em vez de um falso.

Karen L. King, historiador de Harvard que deu nome e fama ao papiro, afirmou desde o início que aquele objeto não deveria ser considerado uma evidência de que Jesus teria sido casado, mas apenas que os primeiros cristãos discutiam questões como o celibato, sexo, casamento e discipulado.

Críticas em 2012

King apresentou o fragmento em uma conferência em Roma em setembro de 2012, mas ele foi defenestrado pelos críticos porque seu conteúdo era controverso; a inscrição era suspeitosamente manchada; a gramática, pobre; e sua procedência era incerta. Seu dono insistiu em permanecer no anonimato e a tinta não fora testada.

Um editorial do jornal oficial do Vaticano declarou que o papiro era uma farsa. Especialistas no Novo Testamento afirmaram que a "esposa de Cristo" poderia ser a Igreja - uma interpretação que King declarou ser possível.



Leia mais em http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/papiro-sobre-esposa-de-jesus-nao-uma-falsificacao-segundo-estudo-12155999#ixzz2yagJxUn1
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9 de abril de 2014

Ordem Batista reconhece ministério pastoral feminino e consagra primeira pastora





Luciana Pessanha Lacerda dos Santos, 44 anos, é a primeira mulher a ser reconhecida como pastora pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), entidade ligada à Convenção Batista Brasileira (CBB).

A pastora Luciana é professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), e há 20 anos desenvolve o ministério pastoral sem o título, anonimamente. “A legalização é uma quebra de paradigmas muito importante para as mulheres que têm um chamado, porque essa decisão torna as coisas mais fáceis”, comenta.

A ordenação feminina ao ministério pastoral é um assunto complexo e repleto de tabus no meio evangélico. No início de janeiro, a colunista deste portal Raquel Elana publicou uma entrevista com o pastor Gilberto Nascimento, um dos mais influentes líderes da CBB, e contrário ao ministério pastoral feminino. Na ocasião, Nascimento afirmou que era “contra” por não ver “nenhum respaldo bíblico ou ortodoxo em relação a ordenação feminina”.

No entanto, de acordo com Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB, as igrejas batistas têm tradição de quebrar paradigmas e mudar conceitos. “Ainda nos anos 1970, a aceitação na Igreja Batista de divorciados influenciou outras igrejas evangélicas a fazer o mesmo”, afirmou Souza, em entrevista ao Diário da Manhã.

Para a primeira pastora batista reconhecida pela OPBB, a razão de ainda existir esse paradigma tem origem cultural: “Nós temos uma cultura muito machista ainda, mas isso tem melhorado”, resume a pastora Luciana.

Os que defendem a ordenação de mulheres ao ministério pastoral baseiam seus argumentos na carta de Paulo aos Gálatas, quando o apóstolo diz que “não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.



Maria Sebastiana Francisca da Silva, 61, teóloga e diretora executiva da União Feminina Missionária Batista Goiana, diz que, contudo, a ordenação da pastora Luciana não deve ser encarada como vitória numa guerra de gêneros: “Entendo que se Deus chama para fazermos o trabalho d’Ele, não importa se você é homem ou mulher importa obedecer ao chamado”.

Por Tiago Chagas, para o Gospel
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8 de abril de 2014

Marco Feliciano se abre na revista Playboy. Confira!






O pastor e deputado federal Marco Feliciano concedeu entrevista à revista Playboy. A edição foi para as bancas nesta terça-feira (8/04). O pastor falou de sexo anal, confessou ter usado cocaína e chamou Marina SIlva de engodo.


Na matéria o pastor deputado faz revelações surpreedentes: Informa que fez uso de cocaína aos 12 anos de idade e que imagina ser possível que um homem tenha prazer na relação homossexual, conjecturando que o sexo anal deve ser gostoso, já que quem faz não volta mais (sic).

A entrevista está recheada de pontos polêmicos, mas a discussão tomando conta das redes sociais está no fato do pastor ter concedido entrevista a um veículo baseado na exploração da pornografia, vida mundana e obscenidades.

Crentes de todas as denominações questionam seriamente as motivações desta decisão do pastor-deputado, para a qual, não se encontram justificativas plausíveis para um cristão, tanto mais, em se tratando de um pastor tido por conservador e defensor dos valores familiares. 

Muitos internautas cristãos argumentam nas redes sociais que a Playboy não é um veículo jornalístico, mas um negócio de pornografia com matérias jornalísticas e ao oferecer a sua imagem a este veículo o pastor contribui diretamente para a lucro de um negócio baseado no pecado da luxuria, na exploração da imagem de mulheres e contra os valores cristãos.



Julio Vitório, internauta de Minas Gerais afirmou em seu perfil do Facebook: Estou decepcionado. O pastor Marco ao aparecer na Playboy não pode dizer que está ali defendendo o evangelho. Ora, então, podemos e devemos pregar a prostitutas, mas não faz sentido ir pregar em puteiros (sic) Pra mim Feliciano caiu (sic).

Mariana F, cristã pentecostal, escreveu: Muito triste isto. Feliciano quer aparecer a qualquer custo, mas para tudo a (sic) um limite. Ele não precisava falar ali. A bíblia não aprova o uso da mulher desta forma e tirar a roupa na revista é se prostituir e as pessoas compram aquilo para indessencias (sic). Não voto mais neste libertario (sic. Seria libertino?)

Feliciano também falou de seu sonho de ser presidente e aproveitou para criticar ( ofender?) Marina Silva: "Marina Silva é um engodo. Com aquele jeitinho de cristã, a roupa de crente, ela foi muito inteligente."

Genizah entrará em contado com o deputado a fim de concluir esta matéria.





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6 de abril de 2014

Pastor escreve por que deixou o 'circo' do movimento evangélico.

Título original: Silêncio, a mais covarde das covardias

Gondim referiu-se ao circo para criticar  os 'neocambistas' da religião
do pastor Ricardo Gondim

Venho das fronteiras. Filho de um preso politico e de uma feminista militante, senti na pele o preço que eles pagaram pelo degredo. Canhoto, acostumei-me a não encontrar carteira adequada na sala de aula. Excomungado da igreja presbiteriana, antes de completar 20 anos de idade, perdi o medo de cenho franzido. Pentecostal entre teólogos com bom currículo, experimentei o peso da suspeita. Migrante nordestino em São Paulo, percebi a sutileza do preconceito.

Na adolescência, enquanto esperava papai descascar laranja para os filhos, ouvia seu conselho: Nunca negociem suas convicções. Nos anos de chumbo da ditadura, ele viu seus colegas de farda calados. Amigos, para fugir da inclemência do regime, desciam a calçada para não cumprimentá-lo. Papai se sentia só. - Silêncio, dizia meu velho, pode ser a mais covarde das covardias. Só nas horas difíceis a gente sabe quem é quem. Aprendi com ele: chacais e colibris não bebem do mesmo chafariz; ratos e gatos não se escondem na mesma toca.

Ele também me ensinou que o bem só prevalece enquanto existir gente disposta a encarná-lo. Mesmo em meio a uma indiferença histórica, quando a lua se recusa a amenizar a noite e vampiros vagam, o bom fermento não pode cessar de levedar a massa. Meu pai, agnóstico, repetiu sem se dar conta, a verdade do primeiro Salmo: Os ímpios não subsistirão na congregação dos justos; uma breve aragem se transformará em vendaval e os ímpios se espalharão como a moinha no deserto.

Devido à sua prisão, moramos de favor na casa da vovó. Ficamos expostos – talvez demasiadamente – uns aos outros, sem privacidade. Entretanto, aqueles anos serviram para me ensinar a detectar dissimulações mal ensaiadas. Carrego desde então, um certo asco para o sorriso manso de quem procura disfarçar mazela – lobos vestidos de ovelhas acreditam que ninguém os percebe patéticos no esforço de parecerem corretos; eles, na verdade, só lutam para esconder falhas e conveniências.

Anos se passaram e eu continuo habitando fronteiras – agora da teologia. Fiscais da ortodoxia se acham, permanentemente, de plantão. Eles me espreitam, querendo achar um til mal colocado que engatilhe suas censuras inquisitoriais. O bombardeio do fundamentalismo é renitente.

Espicaçado e achincalhado, não me vitimizo. Se noto que me estrangeiro, lembro: os guetos são pequenos. Não me impressiono se me avisam que me tornei emissário do diabo, inimigo de Deus ou apóstata. Dependendo de onde saem tais comentários, eu os tomo por elogio. Religiosos chamaram Jesus de Nazaré de príncipe dos demônios, apóstata e pedra de tropeço.

Meu caminho continua inexorável. Sigo resoluto. Rechaço o conselho dos apóstolos da cautela. Não respondo quem usa de pretenso zelo por minha alma para sugerir: volte atrás antes de queimar no inferno. Esse tipo de manipulação pode parecer piedosa, mas não deixa de ser apenas manipulação.

Também não me sinto constrangido com doçuras piegas. Condescendência não tem força de me fragilizar. Sequer o distanciamento de ex-amigos. Só acho estranho que eles, só agora, se sintam constrangidos em caminhar perto de mim. Não tem problema. Ser fiel às minhas convicções será sempre um dever para comigo mesmo.

Ricardo Gondim
"Ser fiel para minhas convicções
sempre será um dever para comigo"
Paulo avisa na Bíblia que a obra de cada um será testada no fogo. Me submeto ao tribunal de Deus. Os milhões de quilômetros que viajei para ajudar igrejas de outras denominações, os seminários, as conferências e os congressos onde falei atestam minha biografia. Estou certo de que nunca fiz mal a ninguém. Jamais defraudei quem colocou o seu auditório à mercê de meus pensamentos. Não tenho remorso de como me comportei desde a tesouraria, aos aconselhamentos pastorais, às noites de vigília que passei ao lado de famílias enlutadas. Que meus livros e sermões testemunhem a meu respeito.

Na renitente cruzada contra mim, replico Davi: Caia eu nas mãos de Deus e não dos homens. Acrescento apenas uma nota: é pecado julgar precipitadamente. Alguns, cegos ao mercadejamento da verdade, à banalização do sagrado e ao aviltamento da ética, tentam me caçar em nome de uma ortodoxia que eles mal sabem explicar.

Saí do circo que se tornou o movimento evangélico. Do exílio, minha única surpresa talvez seja: constatar milhões indignados com o livre pensar; mudos e, portanto, condescendentes com o avanço dos neocambistas – especialistas em convocar Marcha Por Coisa Nenhuma.

Surdo aos ataques, lembro: a tarefa de separar joio e trigo pertence aos anjos. E o Supremo pastor apartará as ovelhas do bodes. Logo será alardeado de cima do telhado o que aconteceu na surdina.

Se o Batista se assumiu porta voz do que clama no deserto, não posso hesitar. Sigo a falar no meu ritmo. Se minha cadência não coincide com a dos pusilânimes, paciência. Continuarei a clamarbasta antes que as pedras façam por mim. Se me acantono, abro alas para os aproveitadores da credulidade popular. Silêncio não é opção.

Soli Deo Gloria



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5 de abril de 2014

Imunidade de igrejas é usada para lavagem de dinheiro, alerta desembargador federal


Consultor Jurídico

Cresce no Brasil o uso de “templos de fachada” ou “igrejas-fantasma” utilizados para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e sonegação fiscal. O alerta é feito pelo desembargador federal Fausto Martin De Sanctis, especializado no combate a crimes financeiros e à lavagem de dinheiro. De acordo com ele, a imunidade tributária prevista aos templos religiosos é eficaz para abrigar recursos de procedência criminosa, sonegar impostos e dissimular o enriquecimento ilícito: "É impossível auditar as doações dos fiéis. E isso é ideal para quem precisa camuflar o aumento de sua renda, escapar da tributação e lavar dinheiro do crime organizado. É grave", conclui De Sanctis.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, a prática tem sido investigada pelos Ministérios Públicos estaduais e pelas procuradorias da República. Para o procurador Silvio Luís Martins de Oliveira — que investigou e denunciou criminalmente responsáveis pela Igreja Universal do Reino de Deus por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha e estelionato — é preciso refinar a fiscalização sobre atividades financeiras de entidades religiosas. Segundo ele, para lavar o dinheiro as igrejas se utilizam de doleiros: "Costuma ser um doleiro de confiança que busca ajuda de casas de câmbio, pois a quantidade de cédulas é enorme. É o que chamam de 'dinheiro sofrido', porque o fiel costuma pagar o dízimo com notas amassadas", esclarece.

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) discorda que falte fiscalização. "Se o legislador, após longo debate na Assembleia Nacional Constituinte, isentou as instituições religiosas de impostos, nada mais fez do que atender aos anseios da maior parte da sociedade", diz. Sobre o uso das casas religiosas para práticas de moral e legalidade questionáveis, Feliciano faz uma alusão indireta a entidades católicas: "Se partirmos do pressuposto que uma entidade não deve ter tratamento especial pela possibilidade de malfeitores se aproveitarem, por analogia o mesmo princípio se aplicaria às Santas Casas e Universidades mantidas por Fundações sem fins lucrativos".

A prática tem preocupado também a Justiça Eleitoral. Doações de organizações religiosas a partidos políticos são proibidas pela legislação. Para detectar operações ilícitas, o Tribunal Superior Eleitoral firmou convênio com a Receita e a Polícia Federal. De acordo com o juiz assessor da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Marco Antonio Martin Vargas, o convênio facilita o trabalho pois é feito o cruzamento de dados.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, há 55,1 mil organizações religiosas em atividade em 2014. Um crescimento de 1,4% em comparação com 2013. O estudo "Religião e Território" (2013), dos pesquisadores Cesar Romero Jacob, Dora Rodrigues Hees e Philippe Waniez, indica expansão dos chamados "evangélicos não determinados". Eles passaram de 580 mil no ano 2000 para impressionantes 9,2 milhões em 2010. Os evangélicos de missão cresceram de 6,9 milhões para 7,6 milhões no mesmo período, enquanto os evangélicos pentecostais passaram de 17,6 milhões para 25,3 milhões em dez anos.



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