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11 de abril de 2014

Papiro sobre ‘esposa de Jesus’ não é uma falsificação, segundo estudo



O GLOBO (EMAIL·TWITTER)
Publicado:10/04/14 - 17h31
Atualizado:10/04/14 - 18h42



O Evangelho da Esposa de Jesus Divulgação


RIO - Cientistas americanos declararam esta semana que um pedaço desbotado de papiro, conhecido como “Evangelho da Esposa de Jesus”, pode ser realmente antigo, e não uma falsificação moderna.

A escrita manchada foi apresentada pela primeira vez por um historiador da Escola de Teologia da Universidade de Harvard, em 2002. À época, a divulgação fora completamente rejeitada.

A controvérsia gerada pelo papiro deveu-se a uma frase que está presente em qualquer trecho das Escrituras Sagradas: “Jesus disse-lhes, 'Minha esposa'”, e acrescenta: “poderá ser minha discípula”. A revelação do papiro inflamou o debate sobre se as mulheres podem ser padres.

O polêmico objeto foi analisado por professores de engenharia elétrica, química e biologia das universidades de Columbia e de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Segundo eles, o papiro é semelhante ao que seria usado entre os séculos IV a.C. e VIII d.C..

Os resultados do teste não provam que Jesus teve uma esposa ou se teve discípulas. Dizem apenas que aquele fragmento é, provavelmente, de um manuscrito antigo, em vez de um falso.

Karen L. King, historiador de Harvard que deu nome e fama ao papiro, afirmou desde o início que aquele objeto não deveria ser considerado uma evidência de que Jesus teria sido casado, mas apenas que os primeiros cristãos discutiam questões como o celibato, sexo, casamento e discipulado.

Críticas em 2012

King apresentou o fragmento em uma conferência em Roma em setembro de 2012, mas ele foi defenestrado pelos críticos porque seu conteúdo era controverso; a inscrição era suspeitosamente manchada; a gramática, pobre; e sua procedência era incerta. Seu dono insistiu em permanecer no anonimato e a tinta não fora testada.

Um editorial do jornal oficial do Vaticano declarou que o papiro era uma farsa. Especialistas no Novo Testamento afirmaram que a "esposa de Cristo" poderia ser a Igreja - uma interpretação que King declarou ser possível.



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