Para participar do 70. Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil, o fiel tem duas opções: área comum, levando 1 kg de alimento não perecível, ou “área vip”, no valor de R$ 1.000,00. Na tal área vip, o fiel se acomodará mais confortavelmente e ainda receberá uma “ministração especial” da grande estrela do evento, o pr. Benny Hinn.
Tudo isso é muito lindo e muito justo, em se tratando de um evento qualquer. Mas levando-se em conta que é um evento patrocinado por uma igreja dita evangélica, ou seja, cristã, será que a existência de uma área vip é justificada biblicamente?
“Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” – Tiago 2:8-10
Infelizmente, a regra em muitas igrejas é a acepção de pessoas. Distingue-se primeiro pelo vestuário: deve-se estar vestido adequadamente, seja com trajes sociais em umas, seja com jeans rasgado e tatuagens em outras. Quem se veste fora do padrão da comunidade costuma ser malvisto, e até retratado como desviado ou como alguém que precisa de conversão.
“E disse aos juízes: Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, senão da parte do Senhor, e ele está convosco quando julgardes. Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniquidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno.” – 2 Crônicas 19:6-7
Outra forma bastante difundida nas igrejas de acepção de pessoas é a decorrente do padrão social-financeiro. Quem dá grandes dízimos é logo convidado a participar mais proximamente da administração da instituição, ou é “ungido” para algum cargo eclesiástico. Já os menores dizimistas conseguem, quando muito, trabalhar na portaria ou na limpeza do templo, mesmo que sejam vocacionados por Deus para outras funções dentro do Corpo.
“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; Que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa. Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” – Deuteronômio 10:16-19
As igrejas deveriam ser os últimos lugares a ocorrer acepção de pessoas, pois elas dizem seguir a Cristo, Aquele que amava a todos, não importando o nível social e os pecados que carregamos.
Porém, em cima de muitos púlpitos vê-se claramente a acepção de pessoas. A liderança do louvor sempre cabe à mulher ou ao filho do pastor-titular. Não importa que haja membros com muito mais talento, na capa do cd da banda da igreja estarão o pastor e sua esposa. E nas primeiras fileiras também estarão os principais da igreja e suas famílias.
Há famílias que sempre serão visitadas pelo pastor-titular, e há as famílias que nunca ou quase nunca serão visitadas pelos pastores-auxiliares. A diferença entre elas? O valor do dízimo e das ofertas.
“Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.
Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;
Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los;
E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,
E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
O maior dentre vós será vosso servo.
E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.” – Mateus 23:1-12
Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;
Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los;
E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,
E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
O maior dentre vós será vosso servo.
E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.” – Mateus 23:1-12
Quando vemos que há uma “área vip” no 7o. Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil isso pouco escandaliza, pois é algo que infelizmente está enraizado na cultura de muitas igrejas pentecostais e neopentecostais, principalmente nas seguidoras da doutrina da Teologia da Prosperidade, e também em muitas igrejas históricas.
A verdade é que rico não gosta de ficar junto de pobre. Como, em tese, as igrejas são espaços nos quais qualquer um pode entrar, alguma coisa tem que ser feita para evitar o contato com pessoas indesejadas. Assim, cria-se uma “área vip”, onde só entra quem tiver um bom poder aquisitivo (afinal, R$ 1.000,00 por cabeça não é pouco). Ao se vender essa vantagem, satisfaz-se o público que as igrejas mais adoram (o dos altos dízimos e ofertas), fideliza-se esse povo endinheirado e mantém-se a arrecadação em alta e com boas perspectivas de crescimento. Não fosse pela área vip, muitos desses nem iriam a esse evento, afinal é grandemente desconfortável ter que encarar uma gigantesca fila na entrada e o contato direto com corpos suados e pessoas de outro nível social e cultural.
Esse é o cristianismo que certas igrejas têm vendido ao seu povo. Mas esse não é o cristianismo do Nosso Senhor Jesus Cristo.
“E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” – Mateus 10:7-8
Há mais um agravante nessa história de “área vip” do tal congresso dito cristão. Os clientes vip, aqueles que desembolsarem R$ 1.000,00 para ter acesso a uma área reservada do grande público, ainda terão como bônus uma “ministração especial” do pr. Benny Hinn.
Mas o grande público não receberá essa tal ministração especial.
Assim, usando de um raciocínio lógico bastante rasteiro, o que se conclui? Que o Benny Hinn venderá ministrações especiais!
Infelizmente, isso também não é novidade em muitas igrejas ditas evangélicas e em muitos eventos gospel. Cobra-se para pregar e cobra-se para louvar. Cobra-se inclusive para curar, pois há quem venda óleos, sabonetes ungidos e toda a espécie de quinquilharia dita com poder sobrenatural em nome de Deus.
No cristianismo real, verdadeiro, puro, simples, vemos Jesus e seus discípulos falando e agindo em nome de Deus de forma totalmente gratuita. Afinal, não se pode vender aquilo que não nos pertence, embora os estelionatários da fé atuem na venda do que pertence a Deus.
Ao se recusar a ministrar de forma especial o grande público não-pagante, Benny Hinn e seus comparsas estão não apenas fazendo acepção de pessoas, mas fazendo claro comércio das coisas de Deus. Isso é ANÁTEMA.
“E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto.
E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.
E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.
Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.
E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações.” – Lucas 22:23-28
E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.
E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.
Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.
E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações.” – Lucas 22:23-28
Na lógica do mundo cabe muito bem a existência de áreas vip, “de quem está à mesa”, de diferenciação entre os que detém o poder e os que não o detém.
A lógica do Evangelho, ao contrário, prevê que sirvamos uns aos outros, que não haja diferenciações entre as pessoas, que todos somos igualmente irmãos em Cristo.
Apenas as igrejas verdadeiramente cristãs ensinam isso. Pena que essas sejam tão raras atualmente.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
O $how tem que parar!
Fonte: Uma estrangeira
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(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
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