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Que o Thalles Roberto é um narcisista crônico, isso eu já sabia. Mas eu não tinha a noção do que ele seria capaz de fazer para satisfazer/promover a sua auto-imagem de "homem espiritual influente". Não contente em ser um cantor gospel vendável e que faz sucesso, Thalles ostenta um título de "Pastor" já faz um tempo e vive falando que a sua fama é algo que Deus usa para alcançar milhões de pessoas.
Por Thiago Oliveira
Que o Thalles Roberto é um narcisista crônico, isso eu já sabia. Mas eu não tinha a noção do que ele seria capaz de fazer para satisfazer/promover a sua auto-imagem de "homem espiritual influente". Não contente em ser um cantor gospel vendável e que faz sucesso, Thalles ostenta um título de "Pastor" já faz um tempo e vive falando que a sua fama é algo que Deus usa para alcançar milhões de pessoas.
Se não bastasse as caras e bocas, as roupas com sua marca estampada e até um bonequinho horroroso chamado "Thalleco", o cantor lançou uma Bíblia que tem seu nome na capa e um prefácio cheio de fotos (propagandistas) suas, letras de suas músicas e parte de sua biografia. Segundo o próprio Thalles, o lançamento é uma "estratégia de Deus" e ele colocou o seu nome e sua cara na "Bíblia Apostólica IDE"para que com a sua influência (humilde, hein?) as pessoas que não leem a Bíblia despertem e nutram o interesse pela leitura.
Engraçado é que eu sempre pensei que a vontade de ler a Palavra de Deus, assim como de orar, congregar, evangelizar e etc. fosse algo inerente a atuação do Espírito Santo. Muito me surpreende saber que nem o Evangelho, nem Jesus e nem personagens como Moisés, José, Davi, Sansão, Paulo, Pedro, são atrativos suficientes para que os jovens leiam a Bíblia. Fico embasbacado com o fato do Thalles ser o chamariz que fará com que as pessoas comecem a ler a Bíblia. Como não pensei nisso antes? Afinal, o perfil do Facebook do Thalles é um dos maiores do país. Logicamente, Deus sabendo do tamanho do seu Facebook, utilizou-se da popularidade virtual do cantor e mandou um recado: "Edite uma bíblia com seu nome (slogan) estampado nela".
Caro leitor, desculpe o meu tom irônico, mas é inacreditável que este homem não enxergue o quanto que ele tem feito mau a causa do Evangelho, com suas estratégias carnais que apenas fazem a Igreja crescer numericamente, todavia oca, pois lhe falta alimento consubstancial. isto é, a sã doutrina. Francis Schaeffer já havia alertado a Igreja acerca disto quando falou em seu sermão:
"(...) Embora reconheçamos que o poder do Espírito Santo pode ser nosso, nós ainda copiamos a sabedoria do mundo, confiamos em sua forma de publicidade, seu barulho, e imitamos seus modos de manipular pessoas! Se tentarmos influenciar o mundo usando os métodos dele, estaremos fazendo o trabalho do Senhor na carne. Se colocarmos atividade no centro, até mesmo boa atividade, em vez de confiar em Deus, então poderá haver o poder do mundo, mas nos faltará o poder do Espírito Santo".
Carnalidade é algo que o Thalles demonstra ter de sobra, pois tem um ego inflado. Nenhum homem comprometido como Reino de Deus busca aparecer tanto assim. Um dos princípios da adoração é a humildade. Importa que o SENHOR cresça e nós diminuamos (Jo 3.30). Como é que uma pessoa diz que está emprestando a sua imagem para que os jovens venham a querer ler a Bíblia? Sua visão de si mesmo é extremamente ensimesmada, e essa ótica gera uma distorção dos fatos. As igrejas de Sardes e Laodicéia se achavam muita coisa, então Jesus tratou de informá-las o que elas realmente eram aos olhos de Deus (Leia Apocalipse 3).
Ademais, o descaramento do Thalles é tão grande que ele diz que seu propósito não é vender Bíblias. Porém o seu mais novo produto custa mais de R$ 100 reais. Que incentivo aos jovens hein? A questão é muito simples: Se o propósito não é vender, então não vende! Agora vir com discurso hipócrita é que não dá. Keith Green, um ministro de louvor e evangelista norte-americano de renome (morto em um trágico acidente aéreo na década de 1980) abriu mão de receber pelo seu álbum So You Gona Go Back To Egypt. Ele mandava gratuitamente pelos correios, e em suas apresentações o público comprava pelo valor que quisesse, e se quisesse, pagar. Isso é coerência, coisa que o Thalles não tem.
Por fim, gostaria de lembrar que o que está ruim pode piorar. A Tal "bíblia do Thalleco" é comentada pelo Estevam Hernandes, um homem que se intitula apóstolo e que foi um dos grandes responsáveis pela expansão do movimento apostólico no Brasil, tal como o modelo G12 de crescimento, a infame teologia da prosperidade e o neopentecostalismo em si. Os verbetes escritos por ele são todos ligados a esta visão herética, dita "apostólica". Indo para a Bíblia vemos que para exercer o ofício apostólico existiam duas condições: 1. O apóstolo tinha que ser testemunha ocular da ressurreição de Cristo (Atos 1:2-3, 1:21-22, 4:33 e 9:1-6; 1Co 9:1 e 15:7-9). 2. O apóstolo tinha que ter sido comissionado diretamente por Jesus (Mt 10:1-7, Mc. 3:14, Lc 6:13-16, At 1:21-26, Gl 1:1 e 1:11-12 ). Não existe nenhuma condição bíblica para crer que o ofício apostólico é válido em nossos dias. Por isso, tal bíblia de estudo é um instrumento disseminador de heresias.
Triste saber que apesar de muitos alertas, milhares de pessoas comprarão este produto que é uma ofensa a Palavra de Deus. Mas porque tanta gente segue falsos mestres? Essa pergunta foi respondida recentemente pelo Dr. Augustus Nicodemus: "A humanidade sem Deus reconhece na mensagem dos falsos profetas um tom familiar e identifica-se com ela. Pensamentos satanicamente inspirados são atraentes para as mentes mundanas". É uma declaração forte, mas que tem respaldo bíblico: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2Tm 4.3).
Muito triste também é saber que a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) está em parceria com esse tipo de gente, promovendo esta aberração. Será que o lucro fala mais alto que o compromisso de honrar o texto sagrado? Pelo visto sim... Deus livre os seus eleitos de serem seduzidos por estes que adoram a Mamon e a si mesmos.
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Divulgação: Bereianos
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