Por João Eduardo Cruz
Essa semana o mundo do entretenimento evangélico ficou estupefato com as declarações do cantor gospel Thalles Roberto, em uma de suas apresentações o cantor disse, dentre outras coisas, que estava “acima da média dos outros artistas cristãos” e que havia ficado “mais rico que todos eles”. Embora muitos tenham achado um absurdo essas afirmações ególatras vindas de um artista cristão, eu digo que elas servem e muito para abençoar a Igreja brasileira, explico:
Em primeiro lugar Thalles nos dá o diagnóstico de um cristianismo sem discipulado, não acredito que esse rapaz tenha sido orientado de maneira correta à luz das Escrituras Sagradas, para mim ele é apenas mais um que foi usado pela igreja como muitos que vindo da carreira secular (Thalles foi backing vocal da banda Jota Quest) se tornam um espetáculo grotesco para uma igreja sedenta por pão e circo.
Thalles pode ter desejado mudar, ser uma nova criatura, mas não foi informado realmente de como isso se dá. Basta comparar sua postura com a do Rodolfo Abrantes (Ex Raimundos), percebe-se claramente a diferença de compreensão do Evangelho ao examinar o discurso dos dois.
Na minha opinião, se Thalles erra, errou muito mais quem o ordenou pastor. Nas Redes Sociais é possível ver um vídeo onde o rapaz não consegue sequer diferenciar uma fala do apóstolo Paulo com a do salmista. Ou seja, Thales mostra para a Igreja brasileira a necessidade de discipulado mais sério e profundo.
Em segundo lugar, Thalles de certa forma foi usado por Deus com essa sua atitude de menosprezo aos companheiros de estrada e altivez em relação ao próprio talento. Explico. A resposta de alguns desses artistas cristãos ao comentário de Thalles soou tão egocêntrico quanto ele.
O que nos mostra que o problema não é exclusivamente do Thalles, mas a forma que nós como Igreja temos tratado desses irmãos que muitas vezes são tão idolatrados que acabam se esquecendo do que, para quem, e por que, estão fazendo o que fazem. A atitude do Thalles é providencial, nos chama para puxarmos o freio de mão e conscientizarmos nossos irmãos de que a Igreja não deve atuar como o mundo, fabricando ídolos para melhor entretenimento dos bodes.
Como Deus é soberano, a atitude do Thalles pode abençoar a igreja brasileira, basta ter ouvidos para ouvir o que o Senhor está querendo nos dizer através da fraqueza espiritual desse irmão.
E no mais, resta-nos orar pelo rapaz, para que seus olhos e o de outros que pensam como ele, mas não têm coragem de se pronunciarem publicamente, sejam abertos. Tanto talento não pode ser assim soterrado debaixo de tanta soberba, que Jesus se compadeça dele e o humilhe, para que seus lábios um dia possam declarar apenas a glória do Senhor.
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