Quando escrevi Uma breve crítica sobre a música de Thalles Roberto
elencando postos negativos e positivos de seu sucesso recente e
prevendo algumas possibilidades futuras, lembro que fui taxado por
muitos de perseguidor do cara e até de hostilizador de música
evangélica. Se fui mal interpretado e não edifiquei, não era essa a
minha intenção. E definitivamente agora também não é.
Eu até hoje ainda escuto algumas canções
de Thalles. É uma boa música. Assim como ouço qualquer tipo de música
evangélica e/ou secular que considere boa aos meus ouvidos. Portanto,
espero que diante das minhas proposições a seguir não confundamos nariz
de porco com tomada de energia. Combinados?
Fazendo jus a questão, naquele texto
deixei clara a singularidade de Thalles, o carisma de sua pessoa, a
espontaneidade, o testemunho, e a sua notável musicalidade. Mas lembro
que registrei no final a seguinte frase: “Oro para que ele não aprenda os maus costumes dos seus parceiros do mundo gospel, (e) não se perca em suas convicções…”. Na verdade, eu estava (e continuo) levando em consideração algo para além da música e do sucesso: a importância da cosmovisão.
No início da “febre” de Thalles imaginei
que este ficaria apenas com sua contribuição musical, compondo, e
saindo pelo mundo a fora edificando vidas. Mas não. Não foi só isso!
Sabe aquela bomba atômica com seus três metros de comprimento? Era
Thalles antes de explodir. Mas agora o cara já bombou e assim como
Hiroshima foi inundada, o ‘Brasil gospel’ parece estar a cantar “Deus da
minha vida, fica comigo”!
Nos bastidores da fama costuma-se falar:
“hoje o momento é de A ou B”, porém, não há dúvidas de que hoje o
momento é dele, só dele. Thalles estourou nas rádios, invadiu os cultos
das mais variadas igrejas tendo suas canções na ponta da língua dos
fiéis, empestou sua agenda de shows, começou a lotar as casas de eventos
das principais cidades do Brasil e a voar para as suas turnês pelo
exterior, inclusive Japão. Com suas máximas “Sejam cheios do Espírito
Santo”, “Eu sou dos 3” e até com novos clichês como “Dança com Jesus”,
“Abraça o Espírito Santo”, somados ao seu visual Black Power e muita
emoção em palco, Thalles foi construindo a sua cara, sua marca.
Não sei quanto custa atualmente uma
“ministração” (como chamam os mais otimistas) dele, apenas sei que
quando esteve em João Pessoa-PB fazendo um show com outro cantor famoso,
o ingresso ficou em torno dos 50,00 Reais, inteira, e 25,00 Reais,
estudante. Certamente ao lotar um clube com 5 mil “adoradores’ deve
levantar numa só noite algo perto de 200.000,00, o suficiente pra pagar
as passagens aéreas, os músicos, fazer a feira do mês e ainda ofertar na
causa missionária – não estou certo?
Thalles foi prosseguindo… E eu cantando
um trecho bem legal de sua canção: “mesmo sem entender, mesmo sem
entender…”. Sem entender realmente fiquei ao vê-lo sendo ungido pastor.
Mas, logo me recordei de que é uma tendência dos cantores do gospel.
Infelizmente, na maioria desses casos, ao que noto, tornam-se “pastores”
sem preparo teológico, infectados por pregações cheias de clichês,
teologia esquisita e sem vocação alguma para cuidar de ovelhas – em boa
parte dos ministérios são “astros-pastores” cheios de drama interior por
se sentirem idolatrados por fãs e não saberem lidar com um “ministério
estranho” recheado de “fugas” em shows pelas portas dos fundos, assédios
de paparazzi, e uma constante sensação de imagem mercadológica em si.
Em muitas destas situações, no lugar de lágrimas no púlpito o que eles
mais se acostumaram é com suor em camarim no fim de cada apresentação.
“Mesmo sem entender”, o que mais me chamou atenção recentemente em Thalles foi perceber sua constante “ministração” em eventos de forte vertente neopentecostal.
Desta feita, o que mais temia advir quanto a sua cosmovisão,
infelizmente parece estar ocorrendo. Isto porque do contrário ao que
Cristo fazia nas sinagogas combatendo aos falsos ensinos, ou o apóstolo
Paulo no areópago grego, Thalles parece apenas se conformar com a
divulgação de seu trabalho, mesmo que inserido em eventos
“proféticos”e/ou “apostólicos”, de forma omissa me levando a crer que
comunga pacificamente com o teor teológico quase sempre herético dos
eventos que participa.
Admito que seu envolvimento em episódios liderados por R.R. Soares, Estevam Hernandes, Renê Terra Nova, a turma do G12,
dentre outros, me induzem a entendê-lo hoje como um contribuidor de
entretenimento gospel, cooperador de líderes heréticos, ou algo do tipo.
Agora, se ele está sendo mal orientado, o que tenho a fazer é orar a
Deus pra que não se perca neste ninho pernicioso, antes, o mais rápido,
repense os seus conceitos, mude de lugar e principalmente de amizade –
pois as más companhias corrompem os bons costumes *1 Cor 15:33) [Além
dos links espalhados no texto, confira estes dois vídeos abaixo]
Contudo, quem sou eu pra julgar e dizer que o seu ministério é duvidoso, que suas músicas não edificam, que ele não está bem intencionado, que não há sinceridade em seu coração? Meu pastor sempre diz, “nem tudo que dá certo é certo”. Sendo assim, tenho ciência de que a perspectiva que ponho neste post não impede que pessoas sejam atraídas ou comovidas pelo seu trabalho (Se Deus usou uma jumenta, claro que usa quem quer).
Por fim, confesso que é com o coração
apertado que termino esse texto, mesmo continuando “sem entender” qual é
a do Thalles Roberto.
Mas, antes que alguém me acuse de tocar
no ungido do Senhor ou dizer que em mim há falta de amor, prometo que
vou orar a Deus dizendo: “Deus, livrai o Thalles Roberto do mal. Amém”.
Fonte:http://www.artedechocar.com/2012/08/mesmo-sem-entender-thalles-roberto-livrai-o-do-mal-amem/#.UBo-CYrVtvo.twitter
Fonte:http://www.artedechocar.com/2012/08/mesmo-sem-entender-thalles-roberto-livrai-o-do-mal-amem/#.UBo-CYrVtvo.twitter
A igreja da qual faço parte atualmente também entrou na "febre" de Thalles Roberto. Temo que isso se torne fanatismo. Mesmo com vários de meus amigos e até parentes mergulhados nessa "thallesmania", fiz questão de compartilhar este texto nas redes sociais. Afinal, não podemos deixar as verdades bíblicas de lado só para agradarmos aqueles que estão ao nosso redor.
ResponderExcluirRonivaldo, se me dá licença, eu gostaria de republicar este artigo em meu blog, com a devida citação da fonte. Parabéns!
interessante seu ponto de vista! Me abriu os olhos pra muita coisa.
ResponderExcluirGostei do post, parabens!
Infelizmente tudo indica que o rapaz se deixou corromper pelo deus Mamon, assim como esses líderes que foram citados.
ResponderExcluirLuís
A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
ResponderExcluirSe, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
Mateus 6:22-24
Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
Mateus 7:1-5