Por Pr. Geremias Couto
Ninguém gosta de sentir dores. Elas incomodam, trazem imenso
desconforto e chegam até a restringir o nosso ir e vir. Muitas vezes
somos obrigados a parar e esperar que passem os seus efeitos. Nossa
primeira iniciativa é logo tomar alguma medicação para eliminá-las. Isso
vale não só para a dor física, mas também para a dor emocional. É
doloroso sentir dor.
Mas não podemos olvidar o seu lado pedagógico
até porque a dor é fruto de alguma causa, ou seja, não existe por si
mesma, mas em razão de algum problema que precisa ser identificado.
Nesse sentido, trata-se de um sistema de defesa, um sistema de alarme,
que, acionado, nos põe em alerta para descobrir o que lhe deu causa.
Imagine se não sentíssemos dor. Já estaríamos mortos! No mínimo,
estaríamos vivendo no mundo dos mutilados!
Essa é a pedagogia da
dor. Ela nos ensina que algo não vai bem conosco e precisamos, com
urgência, buscar corrigir o problema. Ora trata-se de um
processo inflamatório ou infeccioso, ora trata-se de alguma disfunção
em algum dos sistemas que fazem funcionar o nosso corpo, ora trata-se de
alguma ação externa que nos fere, enfim, a dor não é um mal. É um bem.
Prudentes são aqueles que não negligenciam os seus sinais.
Pode ser
que a nossa dor seja emocional. É a alma que dói. Ficamos dias e dias
curtindo esse sofrimento e não buscamos descobrir as razões para
erradicá-las de vez a ponto de somatizarmos todos os seus efeitos e nos
tornarmos enfermos no corpo. É a compulsão pela ira, a frustração por
alguma coisa mal sucedida, o elevado nível de estresse que leva à
prostração, a tristeza por achar que chegamos ao fundo do poço, a
sensação de que nada mais há para ser feito, enfim, são dores que
sinalizam como estamos em nossa psique.
A saída? Com a ajuda do
Espírito Santo, que penetra as profundezas do nosso coração, arrancar
todas as raízes originárias dessas dores e deixar que apenas o fruto do
Espírito seja a força reguladora das nossas emoções. Mas não nos
esqueçamos: a dor é pedagógica. Estejamos atentos quando der às caras.
Ela estará dizendo que há algo mais profundo que precisa ser encarado e
tratado para que haja restauração e não se transforme em doença crônica.
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