A ênfase divina sobre o coração do homem permeia toda a Bíblia. O termo aparece em 878 referências bíblicas no Inglês, junto com a palavra equivalente no Grego e no Hebraico, em mais 55 passagens, traduzidas como "mente" ou "entendimento". Dos 66 livros da Bíblia apenas sete não usam a palavra. Está claro que o coração do homem se distingue da "alma" ou da "mente" pela ênfase dada pelo Senhor Jesus Cristo, em Deuteronômio 6.5 e em Mateus 22:37. (Ver Marcos 12:30 e Lucas 10:27).
Mas, o que é exatamente o coração do qual Deus, tão explicitamente exige amor? Podemos coletar alguns dados bíblicos, antes de chegar a uma conclusão definitiva.
A frase "de todo o coração" é usada 20 vezes na Bíblia, citando o coração como a chave da obediência, do amor e do serviço, conforme Deuteronômio 10:12-3: "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR teu Deus pede de ti, senão que temas o SENHOR teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, que guardes os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?"
Arrepender-se é voltar à justiça (1 Reis 8:47-49); confiar na Providência Divina (Provérbios 3:5-6) e, é claro, crer para a salvação: Atos 8:37 e Romanos 10:9).
O coração é parte absolutamente necessária da condição humana para um perfeito relacionamento com o Deus da Eternidade. Ele é, certamente, a fonte da revelação da natureza de uma pessoa. Várias observações óbvias são feitas na Escritura, conforme Provérbios 4:23 e Mateus 12:34-35. O coração é, claramente, a fonte do nosso verdadeiro caráter, conforme Mateus 5:28 & Jeremias 17:9: "Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela"... Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?"
Se deixarmos o coração seguir as próprias inclinações, ele ficará endurecido e inatingível (Mateus 6:12; Romanos 2:5). A verdade é que temos a capacidade de endurecer o nosso coração, além da sua tendência natural de rebelar-se contra Deus (Hebreus 3:8). "Miserável homem que sou!", exclamava Paulo, conforme Romanos 7:24.
A resposta a esta desesperada indagação vem com o novo nascimento, conforme Jeremias 31:33; Hebreus 8:10 e 10:10.
Deus promete que O encontraremos, quando O buscarmos de todo o nosso coração. (Jeremias 29:13). O Salmo 37:4 diz que até os desejos do nosso coração são concedidos, quando nos deleitamos no Senhor, e quando aprendemos a confiar Nele, o nosso coração pode se regozijar, deixando-nos alegres (Salmo 28:7 e Zacarias 10:7).
Finalmente, podemos alcançar um firme conforto e segurança, quando descobrimos os grandes mistérios de uma relação com Deus: "Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência." (Colossenses 2:2-3).
Mas, ainda não descobrimos por que o coração é vital para o nosso comportamento, salvação, compreensão e compromisso, quer seja para o bem ou para o mal.
O coração pode arrazoar (Eclesiástes 7:25); Marcos 2:8. Ele tem pensamentos e intenções (Hebreus 4:12). De certo modo, ele está conectado à nossa carne: (Ezequiel 36:26; 2 Coríntios 3:3) e, definitivamente, associado ao nosso entendimento consciente (Provérbios 2:2; 15:14; Mateus 13:15; Efésios 4:18). Esta união é mais profunda do que a mente consciente.
O coração é a fonte de um "homem adulto", o qual produz qualidades de caráter (1 Pedro 3:4). Ele pode sentir dor (Naúm 2:10), angústia (2 Coríntios 2:4) e também tristeza e alegria (Isaías 65:14).
Parece que ele está estreitamente interligado à natureza humana, influenciando e sendo influenciado por tudo que fazemos. De algum modo, ele opera como uma rede de conecções espirituais, as quais sentem cada pensamento e cada emoção, quer sejam externas ou internas, alimentando o seu próprio desejo e foco, influenciando e centralizando o nosso comportamento, mais do que percebemos.
Talvez, uma boa ilustração moderna seja a dos programas de computador que usamos. O Windows, o Excel e a Internet representam treinamento, educação, hábitos e ocupação, os quais desenvolvemos na vida. O sistema operacional do coração controla o que pode ser feito com esses programas.
Não é de admirar que Deus exija "um coração" que O tema e obedeça, para que sejamos beneficiários de Suas bênçãos (Deuteronômio 5:29). Claro que Deus não pode recompensar o mal, porque Ele é BOM. Embora o Seu amor por nós tenha-O levado a sacrificar o Seu Filho unigênito para nos salvar, certamente Ele não perdoa a malignidade (Naúm 1:3), antes que os nossos corações se tornem justos, pela fé no sacrifício vicário do Seu Filho.
E quando o coração novo acontece, o sistema operacional deve operar programas de justiça (Efésios 2:10). Somente após o novo nascimento, podemos temer (ou reverenciar) Aquele que nos criou, guardando os Seus Mandamentos, os quais estão registrados no "Manual do Nosso Proprietário", também conhecido como "O LIVRO". Visto que esta mudança não é normalmente uma coisa humana, o pecador redimido deve estar ciente do sobrenatural poder do grande Criador (2 Coríntios 5:17). E como Deus está criando um coração novo, esse coração deve nos conduzir a um estado contrito e humilhado, diante da Sua Santidade (Salmo 37:18; 51:17). Quando o coração crê para a justiça (Romanos 10:10) e para o arrependimento (Atos 8:22), isso conduz a uma radical mudança da natureza humana (1Coríntios 2:14). O novo homem terá sido criado "segundo Deus, em verdadeira justiça e santidade" (Efésios 4:24). E como nos foi dado um novo coração, ele estará apto a operar um sistema operacional "segundo Deus".
Conquanto esta analogia não seja totalmente satisfatória, ela pode nos ajudar a entender quão essencial é o nosso coração na obra da salvação (Filipenses 2:12). E se desejamos que ele conheça e ame o nosso Deus e grande Salvador, devemos guardá-lo do mal, com toda a diligência, conforme Provérbios 4:23-b: "guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida"
Mary Schultze, 31/07/2013.
Dados colhidos no Texto "Unlocking Mysteries of the Human Heart", de Henry Morris, III, D.M.
0 comentários:
Postar um comentário
Comenta! Elogia! Critica! É tudo para o Reino!
Considere apenas:
(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.
(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
(3)NÃO nos obrigamos a publicar comentários ANÔNIMOS.
(5) NÃO publicamos PALAVRÕES.
“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .