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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

29 de dezembro de 2011

DERROTAS NECESSÁRIAS...



Derrota. Quem gosta dela? Quem gosta de não vencer a batalha, de perder a partida, da frustação do insucesso? Certamente você afirmará que não gosta. De fato, derrota não é exatamente aquilo que de melhor acontece em nossa vida. 

Até um tempo atrás, ouvíamos uma música que dizia "... derrota não é coisa de cristão...". Por muitas vezes cantei essa música sem analisar sua mensagem. E então veio a pergunta, à luz da Bíblia: Quem disse que a vida do crente é regada só de vitórias? Onde na Bíblia encontramos homens que, durante toda sua trajetória alcançaram apenas vitórias e sucessos? 

O que vou então dizer de Davi, quando, ao orar incessantemente pela vida do seu filho com BateSeba, recebe a notícia da morte do bebê? Esse foi um momento de vitória? E o que dizer de Noé, que depois de ser tachado de maluco, teve de lidar, já dentro da Arca, com a morte de muitos de seus amigos e parentes no dilúvio? O que diria de Adão, quando contempla de camarote o primeiro assassinato da história acontecendo no seio de sua família? Será que ele se sentiu vitorioso? Que tipo de sentimento invadiu o coração do pobre Jó, quando recebe de uma vez só, as noticias da perda de seu patrimônio, empregados e filhos? Será que, nesse exato momento, Jó se sentia triunfante? Isso não soou como uma derrota? 

De certo, queridos amigos, ao contrário do que nós pensamos e do que muita das vezes aprendemos em nossas igrejas, derrotas não só fazem parte da vida do crente, como são necessárias. 

Quando olho para o texto de Daniel 3:1-18, em especial, vejo homens que confiavam em Deus. Tinham a certeza do Seu poder e Soberania. Sabiam que Deus é Supremo sobre todas as coisas, e poderia inclusive livrá-los da cova dos leões. Contudo a postura Deles é não apenas de Fé, mas de lealdade mesmo em meio a aparente derrota. A possível derrota não fez com que abdicassem de sua fé, mas serviu de alimento para a prova de sua fidelidade a Deus. 

Sadraque e seus amigos não estavam necessariamente clamando para que Deus fechasse a boca dos leões. Ao contrário, estavam dispostos a dar as suas vidas em amor ao Pai. 


O exemplo deles me inspira a pensar que: 

Derrotas e perdas fazem parte da vida – Quem na vida ganha ou vence o tempo todo? Qual crente, por mais piedoso que seja, tem uma vida regada apenas por triunfos? Quem na vida se sente triste com a perda de um ente querido, por exemplo? 

Perdas fazem parte de nosso caminhar. Na vida é preciso relembrar que as perdas e derrotas não são necessariamente sinônimas de fracasso. Por isso declara o Apóstolo Paulo à Igreja de Filipos: "Aprendi o segredo de ser feliz em quaisquer situações da vida, seja vitorioso ou aparentemente derrotado. Posso todas as coisas naquele que me fortalece". (adaptado) 

Derrotas e perdas forjam nosso caráter e fé – São nesses momentos, os mais difíceis da vida, que normalmente enxergamos nossa limitação e o Poder Supremo do Pai. Assim como um Pai ensina ao seu Filho, nosso Deus quer nos ensinar a lidar com as mais variadas situações da vida, e a crescer com elas. 

Gosto da declaração final de Jó em seu livro. Ele entendeu, no fim das contas, o sentido de tudo aquilo que atravessou. Viu que tudo que passou, por pior que tivesse sido, não apenas fora necessário, mas o levou ao crescimento espiritual e a um maior conhecimento de Deus: 

Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Jó 42:5 

Eclesiastes também fala que: 

"Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração". Ecl. 7:2 

As derrotas não apenas nos forjam, mas nos apresentam nossas fragilidades em contraponto com a Onipotência do Pai. 


Eu aprendi muito mais com os meus erros do que com meus acertos. 


Derrotas e perdas não significam fracasso – Senão acha isso, olhe para o exemplo da Cruz! Foi preciso que Jesus se doasse em favor de todos nós. A Cruz foi, até um determinado momento, a marca maior da derrota do homem e de Deus. Mas as coisas não permaneceram assim. Jesus ressuscitou. O Objeto que antes significa fracasso passou a significar a ponte para o grande sucesso da humanidade. Voltando ao texto de Daniel, aqueles jovens estavam aparentemente fadados à morte em detrimento da sua fé. Mas aquilo que significava derrota transformou-se em marco de grande vitória. E, ainda que tivessem morrido ali, na boca dos leões, sua disposição em serem fieis ao Rei dos reis serviria de alento e de encorajamento para tantos outros. 

O grande segredo do sucesso é saber lidar com a falta dele (ainda que seja aparente). Tomas Edson, depois de tantas tentativas frustradas no seu projeto da lâmpada elétrica, foi questionado porque não desistia diante de tantos fracassos. "Não fracassei" disse ele – "descobri apenas mais uma forma de como não devo fazer". 




Pode até parecer loucura, mas as derrotas da vida podem nos ensinar muito. Somos derrotados quando abdicamos da nossa fé em detrimento as agruras da vida. Fracassamos quando achamos que não vale a pena continuar em Cristo mesmo em meio aos sofrimentos. 

Sadraque, Mesaque e Abdnego não apenas criam no poder libertador de Deus, mas estavam dispostos a ser entregarem por amor a Ele. 

A cruz de Cristo é o maior símbolo do sucesso numa aparente derrota. Portanto, ainda que percamos ou que inevitavelmente sejamos derrotados, lembremo-nos sempre que "Somos mais do que vencedores por meio Daquele que nos amou".

"Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o futuro, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" Romanos 8:37-39


Marcello Matias, Pastor.

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