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19 de fevereiro de 2012

Crise econômica faz igrejas neopentecostais crescerem de maneira histórica na França

Crise econômica faz igrejas neopentecostais crescerem de maneira histórica na França
Já bem conhecido entre os brasileiros, os cultos de igrejas neopentecostais estão se tornando cada dia mais comuns na França. Impulsionadas pela crise econômica, a cada dez dias uma nova igreja evangélica abre as portas no país europeu. A informação é do CNEF (Conselho Nacional dos Evangélicos da França).
Essa é a corrente religiosa que mais se expande no país e a com o maior número de praticantes. O sociólogo das religiões, Sébastien Fath, falou em sua obra “Do gueto à rede – O protestantismo evangélico na França e do recém-lançado Nova França Protestante – Desenvolvimento e crescimento no século XXI” sobre as razões para esse notável crescimento da corrente religiosa. Fath, que é especializado no protestantismo disse que “a primeira razão é simplesmente a necessidade de esperança”.
Enfatizando o apelo do caráter otimista do discurso evangélico em um país onde o pessimismo é grande, o sociólogo avalia que “o contexto de crise, que atinge a sociedade francesa, tem por consequência um certo número de patologias sociais, como a solidão. O Estado não pode fazer tudo, as prestações sociais e capacidades de intervenção são em geral fragilizadas, pois há menos dinheiro público. A igreja evangélica responde às necessidade que o Estado não se encarrega mais”.
Mesmo defendendo que a o movimento religioso atrai fiéis também nas classes mais favorecidas, o sociólogo admite que a religião vem atraindo proporcionalmente mais jovens e imigrantes, principalmente chineses, coreanos e originários das antigas colônias francesas na África.
Frédéric Rognon, professor de filosofia das religiões na Faculdade de Teologia Protestante de Estrasburgo, também falou sobre o tema: “Essas igrejas se apresentam de uma maneira adaptada às formas de comunicação contemporânea, enquanto as tradicionais utilizam ainda modelos históricos e ultrapassados. As evangélicas recrutam”, afirmou o professor, explicando que metade dos evangélicos franceses tinha outra religião antes de se converterem.
O movimento missionário que está levando essas igrejas ao país europeu, antes conhecido por sua laicidade, é composto de um grande número de pastores brasileiros, que, em palavras Luiza Duarte, do Opera Mundi, estão “cruzando o oceano para conquistar essa nova terra”.
Ao todo, são 2308 igrejas em território francês, que abrigam o ainda discreto número de 600 mil evangélicos. Desde 1950, eles são nove vezes mais numerosos, em um país onde apenas 5% da população se declara praticante de alguma religião.
Fonte: Gospel+

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