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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

28 de fevereiro de 2012

DENÚNCIA APONTA: IGREJA DEVE R$ 350 MIL A FORNECEDORES

Rádio CBN Vitória (93,5 FM) 


 Pastor Delio Nascimento (centro) da Assembleia de Deus na Serra
Pastor Délio

A Assembleia de Deus localizada em Serra-Sede acumula dívidas junto a vários fornecedores. Só no Cartório do 1º Ofício do município há uma relação de 20 títulos que foram a protesto e que juntos totalizam R$ 7,3 mil. As denúncias feitas ao Ministério Público Estadual apontam, no entanto, que o montante dos débitos, incluindo outros cartórios, chega a R$ 350 mil.

Os fatos foram denunciados por um pastor da própria Assembleia: Fernando Pissarra, que comanda uma congregação localizada no bairro São Marcos, também na Serra. “A igreja não possui uma conta bancária, porque está endividada”, assinalou.

Assembleia de Deus: dízimo vai parar na conta de pastores

Além das dívidas, ele denunciou que recursos do dízimo doado por fiéis estavam sendo depositados nas contas particulares de pastores da igreja, entre eles o tesoureiro Amazildo Gonçalves dos Santos e o pastor-presidente, Délio Nascimento.

Aluguel

Pissarra diz ter descoberto as supostas irregularidades quando alugou um espaço na sede da igreja. Lá funcionava uma organização não governamental (ONG) que ele criou e que oferecia cursos para crianças em risco social. Foi nesse período que teria percebido a presença constante de fornecedores cobrando dívidas. “O fato chamou minha atenção e comecei a investigar. Foi quando levaram o caixa da igreja para a casa do Amazildo”, pontua.
foto: Divulgação
 Pastor Delio Nascimento (centro) da Assembleia de Deus na Serra
Pastor Amazildo

Segundo as denúncias feitas oficialmente por Pissarra, ocorreram vendas de imóveis e de carros de terceiros envolvendo o nome da igreja. Ele também acusou a instituição de  irregularidades que vão da falta de habite-se para o funcionamento do templo central até condições higiênicas inadequadas, como a presença de animais mortos na caixa de água que alimenta os bebedouros da igreja. Esses fatos foram denunciados também à Vigilância Sanitária municipal.

O pastor Délio classifica  como “desequilibrada” a atitude de Pissarra. Afirma ainda que a ONG ficou inadimplente com o aluguel. “Mesmo assim, em momento nenhum pedimos para ele sair.”

Denunciante diz ter sido ameaçado  

O pastor-presidente da Assembleia de Deus da Serra-Sede, Délio Nascimento, está sendo acusado de ameaçar de morte o seu colega de ministério, Fernando Pissarra, que fez as denúncias aos órgãos de investigação.

Pissarra, que é pastor de uma congregação em São Marcos, registrou no início deste ano um boletim de ocorrência na delegacia do município. “O pastor Délio desferiu palavras de ameaça de morte, falando que eu não merecia uma surra, mas a morte”, disse ele, em depoimento.

Fernando Pissarra disse ainda  que por conta das denúncias que fez acabou sendo excluído da igreja. Ele   apresentou um recurso, pedindo o cancelamento do ato à Convenção das Assembleias de Deus no Estado (Cadeeso).

A expulsão foi confirmada pelo pastor Délio. Ele afirma que Pissarra foi excluído por ter agredido  um membro da igreja e ameaçado  outro com uma barra de ferro.

O primeiro  vice-presidente da Cadeeso, Arnaldo Candeias, informou que as exclusões de pastores precisam ser avaliadas pela convenção. O caso de Pissarra  deve ser apreciado nesta quinta-feira.

ONG que atendia a crianças é fechada

Em decorrência das brigas ocorridas na Assembleia de Deus, a ONG Associação Cultural e Educacional Cristã Pissarra (Acec Pissarra) acabou sendo fechada. A entidade atendia a mais de 122 crianças, oferecendo cursos de violão, informática, canto, música e reforço escolar.

“Cuidávamos até de duas crianças especiais”, disse Fernando Pissarra, pastor e presidente da ONG. Além disso, a instituição tinha 350 famílias cadastradas para o recebimento de cestas básicas. 

Os trabalhos eram oferecidos em um salão anexo à igreja, alugado pela organização não governamental. Mas as atividades foram suspensas depois que ela teve seu contrato de aluguel com a igreja cancelado, com o argumento de que o acordo havia  vencido. “Mas vale até março deste ano”, diz Pissarra.

A igreja contrapõe a informação, dizendo que isso ocorreu porque a instituição estava utilizando recursos como água e luz e  ainda estava com o aluguel em atraso. Pissarra diz que só pagaria quando recebesse doações. O caso foi parar na Justiça, onde a dívida de R$ 4,5 mil vem sendo cobrada.


Publicado em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/02/noticias/cbn_vitoria/reportagem/1125921-denuncia-aponta-igreja-deve-r-350-mil-a-fornecedores.html

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