A Igreja Universal do Reino de Deus, que se diz evangélica (embora, para mim, seja uma seita), costuma ser alvo de grandes escândalos. Um dos primeiros é o vídeo, veiculado em horário nobre na Rede Globo décadas atrás, onde o Bispo Edir Macedo ensina seus pastores a estorquirem suas ovelhas, na base do “dá ou desce”. Conhecida por propagar a satânica Teologia da Prosperidade e usar de métodos de magia negra gospel, tal denominação ainda assim teve um grande crescimento, a ponto de comprar, com o dinheiro dos fiéis, uma emissora de tv cuja programação faz corar qualquer um.
O Bispo Edir Macedo gosta de uma polêmica. Já se disse totalmente favorável ao aborto, através do qual diminuiria a violência provocada pelos “miseráveis”, entre outras coisas. Sua vida gira em torno de causar dano à Rede Globo, sobre quem coloca a culpa por seus dias na prisão. Para isso, usa sua emissora de tv com programação idêntica, a fim de arrancar alguns pontos do IBOPE da adversária, e assim lhe causar prejuízo financeiro.
Enfim, esse é o “homem de deus” que poderá vir a governar a cidade de São Paulo a partir do ano que vem.
O que? Duvida?
Bom, quem está liderando as pesquisas é o candidato Celso Russomano, do partido que pertence à IURD. Até aí, tudo bem. Porém, leiam abaixo notícia que saiu no site da Folha de São Paulode hoje:
09/09/2012-07h00
Russomanno usa estrutura da Universal na campanha
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo vem sendo usado pela campanha do candidato do PRB à prefeitura, Celso Russomanno, como um tipo de comitê informal.
O estacionamento do templo da av. João Dias, em Santo Amaro (zona sul), é ponto de encontro de equipes que saem diariamente para fazer campanha nas ruas. À tarde, retornam ao local para devolver materiais de campanha como bandeiras e adesivos.
O partido de Russomanno é comandado por pastores e bispos da Universal, e alguns deles ocupam os principais cargos da coordenação de sua campanha. O candidato, no entanto, tenta desvincular sua candidatura da igreja.
Já afirmou, por exemplo, que não pediu nem iria pedir dinheiro de nenhuma igreja e que a Universal não deu nem R$ 1 à campanha.
A Folha acompanhou quando cerca de 50 cabos eleitorais chegaram ao local, anteontem, por volta de 17h30. Bandeiras em mãos, eles entraram pela lateral do prédio, que dá acesso ao estacionamento, frequentado por fiéis que vão aos cultos.
Os trabalhadores, todos jovens, se dirigiram a uma mesa caraterizada como sendo da Força Jovem Brasil, grupo da juventude da Universal.
Eles formaram filas para deixar ali as bandeiras, que foram colocadas em duas peruas “adesivadas” com propaganda de Russomanno e do pastor Jean Madeira, líder da Força Jovem, que concorre à Câmara pelo PRB.
Os veículos estavam estacionados dentro do templo.
No interior do prédio, a reportagem foi convidada para trabalhar na campanha de Russomanno por um jovem. Ele ofereceu R$ 150 por semana para uma jornada diária de sete horas. Disse que o pagamento é feito no local.
O cabo eleitoral afirmou ainda que, caso a oferta fosse aceita, ele poderia ser encontrado no próprio estacionamento da igreja após o culto, do qual iria participar.
Questionados se trabalhavam para a campanha do candidato a prefeito ou do pastor Madeira, os cabos eleitorais disseram que eram funcionários de Russomanno.
Eles portavam alguns materiais de propaganda exclusivos do candidato, como adesivos com a inscrição “sou padrinho” de Russomanno.
Os jovens disseram que atuam no largo 13 de Maio. No momento em que a reportagem esteve no templo, eles participavam de uma reunião em que se discutia a escala de trabalho nas ruas. No culto, não houve propaganda ou menção ao candidato.
O edifício da João Dias é a sede da Universal na cidade, onde o líder da igreja, bispo Edir Macedo, celebra cultos quando está em São Paulo.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, Russomanno declarou um dos menores gastos na campanha até agora: R$ 1,3 milhão, contra R$ 16,5 milhões de Fernando Haddad (PT) e R$ 8,4 milhões de José Serra (PSDB).
Ele informou à Justiça ter desembolsado R$ 27,5 mil com “cessão de bens imóveis” –espaços usados pela campanha e cedidos por alguém (como um aluguel). Um dos imóveis é do próprio candidato. Não há menção ao uso do templo da Universal.
Russomanno conta também com o trabalho voluntário de integrantes da igreja. Em sua prestação de contas, estão declaradas 101 doações estimadas em R$ 300 cada uma, forma pela qual é contabilizada a ação dos fiéis.
Luiza Bandeira/Folhapress | ||
Kombi da campanha do candidato Celso Russomanno (PRB) em frente ao templo da Igreja Universal |
OUTRO LADO
O candidato Celso Russomanno (PRB) disse não ter conhecimento do uso da estrutura do templo por sua campanha. Por isso disse que não poderia comentar.
O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, coordenador da campanha de Russomanno e bispo licenciado da Universal, afirmou anteontem que iria apurar a informação e que, se a confirmasse, pediria para que a ação fosse interrompida.
Pereira disse na ocasião acreditar que os cabos eleitorais estivessem trabalhando para o candidato a vereador Jean Madeira (PRB) –e não para Russomanno.
Os cabos eleitorais afirmaram que eram contratados pelo candidato a prefeito. O presidente do partido disse que eles provavelmente haviam se confundido.
“As pessoas têm poucas informações, às vezes confundem, acham que a campanha do Jean é a mesma que a do Russomanno.”
Ontem, Marcos Pereira escreveu dizendo ter falado com Madeira, que negou a existência de base no estacionamento do templo.
Na prestação de contas do candidato a vereador também não constam gastos de utilização do espaço.
A Folha entrou em contato com representante da Universal e com Madeira por e-mail, mas as mensagens não foram respondidas. Por telefone, ninguém atendeu até a conclusão desta edição.
Colaborou DIÓGENES CAMPANHA, de São Paulo.
Gente, vamos ser razoáveis… Será que a IURD usaria seu principal templo (esse é o que foi flagrado pelo repórter, o que não significa que os demais templos também não estejam sendo usados) em prol da campanha de um candidato DE GRAÇA, sem cobrar nada e sem esperar nada em troca???????
Eu não acredito em coelhinho da Páscoa. Você acredita?
Pois bem. Se o Russomano ganhar a eleição para prefeito, com toda a certeza ele “deverá favores” à IURD. E adivinha como isso será cobrado…
Há algumas semanas, escrevi outro artigo falando das eleições, que lhe convido a ler: As igrejas indicam candidatos a cargos políticos por inspiração do Espírito Santo ou por interesses pessoais?. Nesse artigo são citados os apoios de grandes denominações a determinados candidatos a prefeito de nossa cidade. Se qualquer um deles vencer, com certeza terá que devolver o favor devido às denominações que o apoiaram.
Isso é justo? É ético? É cristão?
Qual o interesse de uma grande denominação em ter políticos que lhe devem favores?
Procurei nos Evangelhos, mas não encontrei a passagem onde Jesus e seus discípulos apoiaram quaisquer políticos de seu tempo. Ao contrário, vejo João Batista perdendo a cabeça nas mãos de Herodes, vejo o próprio Jesus sendo acusado pelos fariseus, passando pelas mãos de Caifás, Herodes e do Pôncio Pilatos, que lavou as mãos mas o entregou à morte. Vejo Estêvão sendo martirizado pelas mãos de quem tinha o poder. Vejo Tiago, Pedro, Silas, Paulo e tantos sendo presos e mortos. Desculpem-me, mas não vi em nenhum episódio os cristãos se juntando ao poderio terreno.
Na verdade, uma hora isso acontece: quando o cristianismo se torna “religião oficial” nas mãos de Constantino. E todos (espero!) sabemos o que aconteceu a partir de então com o cristianismo, sucumbindo ladeira abaixo na admissão de heresias, que com o tempo tiraram toda a pureza e simplicidade das Boas-Novas trazidas pelo Filho de Deus à humanidade.
A Igreja (a verdadeira, a Noiva de Cristo, não templos que possuem donos terrenos) não pode se conformar com esse mundo. Da mesma forma, não pode abrir mão de seus valores para agradar aos políticos mundanos, e assim participar do seu governo, ou dele se beneficiar. Quando vemos, por exemplo, um pastor como o Silas Malafaia, que se diz o maior combatente do ativismo gay, apoiando o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Eduardo Paes, é de se assombrar. Para quem não sabe, o Paes é o responsável pelo projeto que vende, lá fora, a “cidade maravilhosa” como “capital do turismo gay”. Procure no Youtube o vídeo “Rio de Janeiro – tourist video” e confira.
O mais engraçado é que o mesmo Malafaia se disse contrário ao candidato a prefeito em São Paulo, Fernando Haddad, porque ele propôs o “Kit Gay” nas escolas enquanto era Ministro da Educação.
Dois pesos e duas medidas?
Vamos novamente à Folha de São Paulo:
eleições 2012
Eduardo Paes reforça apoio de lideranças evangélicas
Além de ampliar sua base eleitoral, aproximação visa minar adversários
Prefeito do Rio cedeu material a candidato apoiado por Malafaia e foi a jantar com associação religiosa
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
DO RIO
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, (PMDB), conseguiu o apoio das principais lideranças evangélicas da cidade para sua campanha à reeleição. Além de ampliar sua base eleitoral, a aproximação com religiosos visa minar ataques de adversários.
Nas últimas semanas, Paes incluiu o candidato a vereador Alexandre Isquierdo (PMDB), apoiado pelo pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no pequeno grupo dos que receberão material de campanha financiado por seu comitê.
Participou ainda de jantar com a Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), antes ligada ao ex-governador Anthony Garotinho (PR), que apoia o adversário Rodrigo Maia (DEM). Segundo a associação, não houve declaração de apoio ao prefeito.
Alguns dos pastores o apoiaram no segundo turno das eleições de 2008, principalmente pela rejeição ao então adversário Fernando Gabeira (PV). Medidas do prefeito no município nos últimos três anos e meio fortaleceram a adesão a Paes.
A aproximação tem como objetivo também enfraquecer ataques, principalmente da chapa dos deputados Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho (PR). Os pais dos dois, o ex-prefeito César Maia (DEM) e Garotinho, já indicaram que usarão a temática religiosa para atingir Paes.
O principal alvo de ataque será o uso do turismo gay em publicidades da prefeitura no Brasil e no exterior e o patrocínio à Parada Gay.
Paes tem procurado minar os ataques durante sua gestão. A principal medida foi o patrocínio inédito de R$ 2,48 milhões à Marcha para Jesus este ano na cidade, que reuniu 300 mil pessoas.
“Ele foi o primeiro a apoiar a nossa marcha. Tem tido sensibilidade com a nossa comunidade”, disse o pastor Abner Ferreira, presidente da Convenção Estadual da Assembleia de Deus do Ministério de Madureira.
A intenção de votos de Paes entre os evangélicos, segundo pesquisa do Datafolha, é semelhante ao resultado geral, de 54%. Paes seria reeleito já em 1º turno.
Além do patrocínio, pastores afirmam que Paes acabou com exigências consideradas “excessivas” para a instalação de templos religiosos na cidade. A base do prefeito conseguiu retirar do novo Plano Diretor exigência de estudo de impacto de vizinhança para a construção de templos.
Tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro, como em qualquer cidade do nosso país nós, como cristãos e seres PENSANTES, temos que, antes de seguir cegamente a instrução do pastor sobre qual político votar, considerar quais os motivos que estão levando o pastor a fazer tal indicação. Dificilmente será um motivo “espiritual”, pois se assim fosse, ele não indicaria a pessoa X ou Y, mas indicaria aos fiéis que lessem a Bíblia, meditassem, buscassem direção em Deus, pesquisassem a vida dos candidatos e só então fizessem, por si mesmos, a escolha correta. Os pastores e líderes gospel não têm a exclusividade do Espírito Santo, e não são os únicos que conseguem raciocinar sozinhos. As ovelhas, os fiéis têm o mesmo Espírito Santo e têm a capacidade de escolher.
Porém, interessa aos líderes gospel que as ovelhas busquem na Palavra e aprendam a fazer escolhas?
Interessa aos políticos que o povo aprenda nas escolas, e consiga discernir o que é melhor de verdade para o país?
Seguindo esse raciocínio, em que difere os políticos que dificultam o conhecimento dos cidadãos, e os líderes gospel que influenciam seus liderados a escolherem o que lhes interessa? A alienação e a escravidão a quem detém o poder e o conhecimento (seja políticos, seja líderes gospel) não é a mesma?
E, cá para nós, esses líderes eclesiásticos não são os mesmos que pregam um Jesus que traz LIBERDADE? Como ser livre, se não podemos tomar nossas próprias decisões sob a ameaça de estar cometendo “pecado de rebeldia” contra a igreja?
Pensemos em tudo isso. Podemos vir a ser governados sob a influência do Edir Macedo, do Malafaia, desse, daquele. Porém, o que importa mesmo é que possamos, individualmente, aprender a buscar a Deus e a Sua Palavra, e a partir disso fazer nossas próprias escolhas. Com esse exercício de cidadania, um dia realmente a população brasileira “aprenderá” a votar.
Igreja não é curral eleitoral. É a comunhão dos santos que buscam a Deus. Quem faz da Igreja curral eleitoral está é fazendo dela lugar de comércio, pois estão comerciando com os votos dos fiéis com o fim de comprar benefícios.
“E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.” – Mateus 21:12-13
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!
O $HOW TEM QUE PARAR!
Ta Russo mano.
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