"Este é o meu candidato amado, em quem me comprazo!"
Hermes C. Fernandes
Que lástima! Às vésperas das eleições, a igreja brasileira se vê completamente dividida. Amizades antigas foram rompidas. Alianças vergonhosas foram engendradas. E quem quer que ainda tenha algum brio, sente-se profundamente frustrado com tudo isso.
Afinal, de quem Deus Se tornou “cabo eleitoral”? Será que Ele Se disporia a bradar do céu: "Este é meu candidato amado, em quem me comprazo... votem nele!"?
O fato é que há muita coisa em jogo! Poder, prestígio, promessas de concessão de rádio e TV, cargos, e… grana, muita grana. Em nome disso tudo, pastores vendem a alma ao diabo. Vale tudo para angariar os votos dos fiéis. Até usar o santo nome do Senhor em vão.
É claro que como cidadão, tenho simpatia por algumas candidaturas. Mas reivindico o direito de ficar calado. Como líder de uma igreja, tenho a obrigação de manter-me discreto durante o processo eleitoral. Meu papel é estimular o povo à reflexão e ao voto consciente, mas sem jamais tentar manipulá-lo para que vote no que considero a melhor candidatura. Não adianta pressionar. Não manifestarei meu voto, senão, na urna.
O fato de não apoiar uma candidatura não me dá o direito de sair por aí difamando-a, como tenho visto por parte de muitos líderes. Mentiras têm sido espalhadas a partir de púlpitos. Canonizaram Maquiavel! A liderança evangélica brasileira se promiscuiu.
Lembro-me das eleições em que a Igreja Universal apoiou Fernando Collor de Mello em troca de concessões de TV. Os pastores levavam cartazes do Lula para seus púlpitos e pediam que o povo estendesse as mãos e orasse aos gritos de “queima, Jesus!” Nos programas de rádio, os pastores perguntavam se as pessoas criam que o bispo Macedo era dirigido pelo Espírito Santo. Quando respondiam que sim, eles retrucavam: Então, se ele diz que devemos votar no Collor, só pode ser por direção do Espírito Santo, certo? Você desobedeceria ao Espírito de Deus? Os anos se passaram, e o tal “espírito santo” parece ter mudado de ideia, e hoje, o que antes era considerado o “diabo barbudo”, tornou-se no melhor presidente que o Brasil já teve (pelo menos, segundo a avalição deles!). Dá pra entender uma coisa dessas?
Pra quê demonizar uma ou outra candidatura? Pra quê incutir na mente fraca de muitos crentes que votar em fulano ou sicrano é o mesmo que trair o Evangelho? Todos eles têm telhado de vidro.
No fundo, no fundo, a questão do aborto e a do casamento homossexual são apenas bois de piranha, usadas para distrair a atenção das massas enquanto outras iniquidades passam despercebidamente. Não estou diminuindo o valor de tais pautas, mas apenas chamando a atenção dos eleitores para outras questões tão importantes quanto. Como diria Jesus, há coisas que devem ser observadas sem que se despreze tantas outras mais importantes. Ademais, tais pautas nada têm a ver com eleições municipais.
Como pastor, quero que o rebanho que o Senhor me confiou sinta-se livre para votar em quem quiser. Dia 7 de Outubro, enquanto milhões de cristãos irão às urnas para votar de acordo com o interesse de seus líderes, nossos irmãos exercerão sua cidadania sem interferência de ninguém.
Vote em quem você quiser. Não deixe que pensem por você. Sua salvação não corre risco por causa disso. Nem há uma maldição destinada para quem votar neste ou naquele candidato. Enquanto caminha em direção à zona eleitoral para votar, louve a Deus pelo privilégio de viver num país livre e democrático.
Viva a Democracia!
Fonte:http://www.hermesfernandes.com/2012/09/este-e-o-meu-candidato-amado-em-quem-me.html
Neste post o autor diz que vai se abster de tentar influenciar aos seus membros e leia entre linhas, aqueles que não vão a sua igreja, mas leem o que um formador de opinião escreve e começa a descar um abacaxi com nome, endereço e tudo mais que possa identificar o canditado a não ser votado ou os canditados. Para que citar a conduta ruim de uma determinada igreja, sem lhe tirar a razão foi mal mesmo, mas isso não vai influenciar a galera? O melhor era não ter citado ninguém.
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