Por Hermes C. Fernandes
Estou
chocado com o massacre ocorrido nesta sexta-feira numa escola primária americana
em Newtown, estado de Connectcut. Este é o sétimo tiroteio deste tipo ocorrido
nos EUA só em 2012. Porém, o que causou maior consternação foi o fato de a
maioria das vítimas ser de crianças entre 5 e 10 anos. Até o presidente Barack Obama chorou ao fazer seu pronunciamento oficial e pediu “ações
significativas” para evitar novas matanças. Emocionado, afirmou que os
americanos precisam se unir para tomar medidas para evitar tragédias.
Esta foi a maior tragédia envolvendo
crianças na História recente do país. Além das 20 crianças, ao menos seis
adultos foram assassinados, incluindo a mãe do autor dos disparos, que era
professora na escola. O
atirador, um jovem de 20 anos identificado como Adam Lanza, portava quatro
armas, duas delas pelo menos compradas legalmente, e acabou morrendo no local,
segundo as autoridades, suicidou-se.
A polícia foi chamada por volta das
9:30h à Sandy Hook Elementary School, que tem cerca de 700 alunos e atende da
pré-escola à quarta série na pequena cidade de Newtown. Os disparos ocorreram
no momento em que as crianças se organizavam nas salas de aula, para as
primeiras atividades da manhã.
Outro
estabelecimento de ensino já havia sido alvo de um atirador neste ano: em
abril, sete pessoas foram mortas e três ficaram feridas numa universidade cristã
em Oakland. O maior massacre até agora, entretanto, ocorreu em 2007, quando um
estudante matou 32 pessoas na universidade Virginia Tech. Ao menos 61 chacinas deste
tipo aconteceram nos EUA desde 1982 e, na maioria dos casos, as armas foram
compradas legalmente. Dos 20 maiores massacres no mundo no último meio século, mais
da metade foram nos EUA.
Confira abaixo,
alguns dos piores incidentes do tipo no país só neste ano:
- 2
de abril: um atirador mata sete pessoas e fere três ao fazer disparos
contra uma universidade cristã em Oakland.
- 20
de julho: um atirador mascarado mata 12 pessoas e fere 58 quando abre fogo
contra espectadores do filme da série Batman "O Cavaleiro das
Trevas", em Aurora, subúrbio de Denver, no Colorado.
- 5
de agosto: um atirador mata seis pessoas durante o culto de domingo de um
templo Sikh em Oak Creek, no Wisconsin, antes de ser morto por um policial.
- 24
de agosto: duas pessoas são mortas e oito ficam feridas num tiroteio no
lado de fora do Empire State Building, na cidade de Nova York, no auge da
temporada turística.
- 27
de setembro: um ex-funcionário mata cinco pessoas e tira a própria vida em
tiroteio numa empresa de Minneapolis da qual ele havia sido demitido.
- 21
de outubro: três pessoas são mortas na região de um spa em Milwaukee,
incluindo a ex-mulher do suposto atirador, que se matou.
O
que está havendo com aquele país, afinal?
Meus
filhos estudaram em escolas americanas por duas vezes. Na primeira vez em 2005,
meu filho fez o último ano do Elementary (primário) e o primeiro ano do Middle
(fundamental). Já entre 2008 e 2010, ambos fizeram três anos de High School,
equivalente ao ensino médio no Brasil. Da primeira vez em que moramos naquele
país, eles ainda eram muito crianças, e não tinham o discernimento necessário para
perceber que algo está errado ali. Porém, desta última vez, já adolescentes,
constataram o que já desconfiávamos.
Em
nosso último ano lá, houve um tiroteio nas imediações da escola. Eu e minha esposa ficamos atônitos, sem saber
o que fazer. O pai de uma aluna matou a esposa e o amante e depois se suicidou.
Presenciei, por várias vezes, alunos saindo algemados da escola. Embora fosse uma escola pública, atendia à
classe média da região. Meus filhos sempre chegavam em casa contando de cenas
que eles haviam assistido in loco envolvendo
o uso de drogas, furtos e outros delitos. Algumas vezes chegavam chorando por
serem quase obrigados a viverem segregados com outros imigrantes. Mesmo entre esses
havia muito preconceito. As únicas amigas de minha filha eram coreanas.
O
problema não se resume à facilidade com que se adquire uma arma naquele país. É
possível comprar uma no Wal-mart. Antes de munir-se de arma de fogo, aquelas
pobres almas já estão armadas até os dentes. Portanto,
não basta desarmar a população. Tem que se desarmar os espíritos. O problema
passa pela cultura da violência, pela xenofobia, lares desestruturados, licenciosidade,
drogas e bebidas alcoólicas. Sem contar os videogames
e produções hollywoodianas que
incitam a violência. Temos que sabotar a cultura do ódio, e em seu lugar, estabelecer uma cultura de amor e paz.
Não
faz muito tempo tivemos um massacre numa escola na zona oeste do Rio
(Realengo). Precisamos colocar as barbas de molho. Os filmes que passam lá,
também passam aqui. Os videogames
jogados lá, também são jogados aqui. Infelizmente, temos a mania de importar o
que não presta.
O
que ocorre nos Estados Unidos é um prenúncio para os demais países
ocidentais. Temos que nos precaver,
tomando a responsabilidade pela educação dos nossos filhos. Ao Estado
cabe
ministrar-lhes conhecimento, informação, porém, cabe à família o papel
de educá-los. Antes de nos preocupar com mundo que deixaremos para os
nossos filhos, devemos nos preocupar com os filhos que deixaremos para
este mundo.
Conheço
amigos que preferiram tirar seus filhos do sistema educacional e educá-los em
casa através de um sistema conhecido como homescholing.
No Brasil isso ainda é considerado
ilegal, e os pais que porventura insistirem poderão perder a guarda de seus
filhos. Sinceramente, não creio ser esta
a saída para o problema. Creio que se deva deixar ao Estado a parte que lhe compete,
e igualmente, à família o que pertence à sua esfera. Algo do tipo “dai a César
o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
Fonte:http://www.hermesfernandes.com/2012/12/massacre-em-escola-americana-e-preciso.html
esses massacres, vao continuar, nao adiante conselho algum ,cultos , missas o problema eo CAPETA, ele perturba tudo MUNDO...............
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