Volto e meia eu ouço algumas pessoas
afirmando que todas as bençãos de Deus pertencem a elas e que Deus é
obrigado a obedecer as ordens e decretos espirituais que emanam do seu
povo.
Pois é, estou no Peru pregando o
Evangelho da Salvação Eterna e fiquei sabendo de um fato ocorrido numa
igreja peruana que muito me entristeceu. Uma adolescente de 15 anos
acometida de um câncer nos ossos foi orientada pelos médicos a fazer uma
cirurgia juntamente com tratamento quimioterápico. Todavia, o pastor da
igreja a qual a moça fazia parte proibiu a familia de começar o
tratamento, visto que ele, pastor, havia decretado no mundo espiritual a
cura da menina, o que infelizmente não aconteceu.
Para o pastor desta igreja, Deus era
obrigado a OBEDECER suas ordens, determinações e decretos espirituais e
que em virtude disto nenhum tratamento médico deve ser feito naqueles
que se encontram enfermos.
Caro leitor, ao saber dessa triste notícia meu coração foi tomado por uma profunda tristeza.
Ora, bem sei que Deus é poderoso para
curar toda enfermidade, mesmo porque, o Deus de ontem é o mesmo Deus de
hoje, e será o mesmo sempre! Aleluia! Eu mesmo posso testemunhar
inúmeros casos de pessoas que foram curadas pelo seu maravilhoso poder!
Agora, afirmar que Deus é obrigado a curar qualquer enfermidade
simplesmente pelo fato de que nos deve isso, beira a heresia.
Prezado amigo, ao contrário do que
alguns pastores ensinam, Deus não nos deve absolutamente nada. Segundo
as Escrituras devido aos nossos delitos e pecados estávamos condenados a
morte eterna, entretanto, mediante o seu grande amor Ele enviou seu
filho Jesus para morrer em nosso lugar, dando-nos salvação. Além disso,
vale a pena ressaltar que a prática do decreto e da oração determinista
não possuem bases bíblicas. Os defensores deste tipo de oração
fundamentam seus comportamentos no evangelho de João, capítulo 14, verso
13, afirmando que o termo usado como pedir foi mal traduzido, isto
porque, segundo estes, a palavra no original jamais teve a idéia de
pedir alguma coisa, e sim de determinar algo. Entretanto, ao contrário
do que tais profetas afirmam, o texto grego aponta efetivamente para
alguém que pede, sem contudo exigir o cumprimento daquilo que deseja.
Ora, onde já se viu um filho determinar o que quer que o pai faça? Ou,
de modo semelhante um servo ordenar o que deve ser feito ao seu senhor? O
filho é submisso ao pai e o servo é submisso ao seu senhor. Se Deus é
nosso Pai, então devemos honrá-lo como tal. Se ele é nosso Senhor, então
a nossa postura deve ser de servos.
Lamentavelmente a adolescente morreu e
ontem no seu enterro o pai dizia: “Deus me abandonou, Ele não me ama,
Ele não ouviu o meu decreto espiritual.”
Que Deus nos ajude, e tenha misericórdia de seu povo!
***
Renato Vargens é Pastor, Conferenciasta,
blogueiro e colaborador o Púlpito Cristão. Atualmente encontra-se em
viagem no Peru. Divulgação: Púlpito Cristão.
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