O ex-líder do Barão Vermelho.
A carta psicografada que teria sido escrita pelo espírito de Cássia Eller, divulgada nas redes sociais na última semana, não é o primeiro registro de mensagem que teria sido recebida de um cantor morto. Segundo dirigentes do Lar de Frei Luiz, centro espírita emJacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, médiuns já psicografaram mensagens de Cazuza, morto em 1990, aos 32 anos, e de Chorão, morto em 2013, aos 42 anos. Em 2002, o médium Nelson Moraes alegou ter recebido mensagens de Raul Seixas, que acabaram se transformando em dois livros. O artista morreu em 1989.
No entanto, a veracidade das mensagens não é um consenso entre os familiares dos cantores. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, conta que, quando o filho morreu, recebia diariamente cartas atribuídas a ele, mas nunca o reconheceu nos textos.
- Meu marido dizia para rasgar as cartas e jogar fora. Nunca acreditei nelas, sempre fui muito cética, apesar de respeitar quem acredita. Nenhuma citou apelidos carinhosos, por exemplo. No dia em que realmente for o Cazuza, vou saber - ressalta Lucinha, destacando que perdeu as contas de quantas psicografias atribuídas a Cazuza recebeu nos últimos 25 anos.
Segundo a mãe do ex-líder do Barão Vermelho, o lugar-comum entre as cartas é a afirmação de que Cazuza “está arrependido de tudo que fez”, o que, para ela, não condiz com a personalidade do filho, já que "ele nunca fez nada a ninguém”.
- Uma carta do Cazuza diria que ele está com saudade, que encontrou o pai. Eu iria adorar. Já pensou, falar com ele depois de 25 anos? Torço para que exista outra vida, também quero chegar lá. Mas, até hoje, não acreditei nas cartas - frisou.
Por outro lado, ela diz que costuma pedir sinais ao filho quando tem dúvidas, e que já foi correspondida.
- Eu me comunico com ele pedindo sinais. O sinal é ligar o rádio e ele estar cantando, já aconteceu muitas vezes. Por exemplo, alguém quer publicar uma música inédita dele e pergunto: “Cazuza, o que você acha?”, e, quando ligo o rádio, uma canção dele está tocando. Ele sempre disse pra mim que “acontecesse o que acontecesse, sempre estaria ao meu lado”, e eu acredito nisso - conta Lucinha.
A apresentadora Sônia Abrão, prima de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, também não acreditou “em uma linha” da psicografia atribuída ao vocalista do Charlie Brown Jr., divulgada nas redes sociais no início do ano passado. Para ela, o primo jamais estaria sofrendo, como descrito na carta. Sônia acredita que a mensagem pode ter sido transmitida por um “espírito zombeteiro”, que se faz passar por outro.
Na mensagem, escrita em forma de poesia, o autor diz, de forma bastante sofrida, que “voltou aos quintos dos infernos, enlouquecido pelas drogas”, que a morte não o livrou dos “mil tormentos” e que a droga “desfigurou” seu ser. Além disso, diz que pede “em prece a toda hora que não seja mais escravo” e implora que embora “desprovido de paz e luz, sem pátria, família, nem Deus”, “Jesus amenize” os seus sofrimentos, e que “tenha compaixão desse Chorão”.
- Conheço meu primo, sei quem ele é e tudo de bom que fez para a família. Por mais que fosse atormentado, tinha um coração de ouro. Jamais estaria naquele sofrimento. Não aceito, nunca falaria esse tipo de coisa. Não é uma coisa boa para ninguém, passa uma ideia de castigo - avalia a apresentadora, acrescentando que teve a mesma sensação ao ler a carta que seria de Cássia Eller.
No entanto, Sônia lembra um episódio em que um familiar realmente acreditou que estava se comunicando com Chorão: quando a irmã do cantor, Tânia Abrão, morta em janeiro deste ano - quase dois anos após o irmão - visitou uma médium no interior de Belém do Pará.
- A Tânia queria muito visitar a médium, e voltou muito feliz. Ela contou que Chorão encarnou na mulher e falou coisas que só eles sabiam, coisas boas. Passou tranquilidade, disse que estava tentando se encontrar. Combinava muito mais com ele, existia esperança no coração. Era uma ideia de consolo, e não de sofrimento - conta.
De acordo com a apresentadora, a família já recebeu muitas psicografias pela internet, mas nenhuma é levada a sério. Para Sônia, muitas pessoas enviam o material para “aparecer”, então prefere ignorá-las. No entanto, destaca que admira muito a doutrina espírita.
- Ninguém sabe mais dele do que a gente. Imaginamos que ele esteja bem, pois era extremamente humano, solidário, ajudou muita gente que precisava.
Na época da divulgação da carta, o irmão de Chorão, Ricardo Abrão, publicou uma mensagem indignada em sua página no Facebook. “Existem pessoas que se aproveitam da perda de um ser, publicando fatos absurdos, querendo se promover e ainda divulgando mentiras sobre o mesmo (...) tudo não passa de uma mentira”, diz um trecho.
A filha de Raul Seixas, Vivian Seixas, preferiu não comentar as psicografias atribuídas ao pai, mas destacou que “não acredita” que realmente sejam dele:
- Achei uma falta de respeito, inclusive com a família - reclamou.
Carta de Cássia Eller gerou comoção nas redes
Nesta quinta-feira, o EXTRA divulgou uma carta que está circulando na internet e que teria sido ditada pelo espírito de Cássia Eller a um médium. A cantora morreu em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, após sofrer quatro paradas cardíacas. Na mensagem, Cássia relata o período em que passou no “umbral”, lugar de expiação para o espírito em regeneração, segundo a doutrina espírita. Depois de alguns anos neste local, conforme descrito na carta, o espírito da cantora teria encontrado a paz. No fim da psicografia, o suposto espírito de Cássia diz que foi reconduzido para um “hospital”, onde se recupera de “traumas e cicatrizes” que criou. Além disso, a mensagem diz que Cássia reencarnará em uma “comunidade carente no interior do Brasil” e que passará “por muitos revezes”.
O Lar de Frei Luiz, renomado centro espírita em Jacarepaguá, confirmou que, de fato, a carta foi psicografada no local. Segundo o presidente, Wilson Pinto, a mensagem foi recebida por um médium na noite de 7 de maio, durante uma reunião de dependência química. O EXTRA entrou em contato com a ex-companheira de Cássia Eller, Maria Eugênia Martins, que não quis comentar o assunto por se tratar de "uma questão muito pessoal”.
Leia a carta de Chorão na íntegra
No entanto, a veracidade das mensagens não é um consenso entre os familiares dos cantores. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, conta que, quando o filho morreu, recebia diariamente cartas atribuídas a ele, mas nunca o reconheceu nos textos.
- Meu marido dizia para rasgar as cartas e jogar fora. Nunca acreditei nelas, sempre fui muito cética, apesar de respeitar quem acredita. Nenhuma citou apelidos carinhosos, por exemplo. No dia em que realmente for o Cazuza, vou saber - ressalta Lucinha, destacando que perdeu as contas de quantas psicografias atribuídas a Cazuza recebeu nos últimos 25 anos.
Segundo a mãe do ex-líder do Barão Vermelho, o lugar-comum entre as cartas é a afirmação de que Cazuza “está arrependido de tudo que fez”, o que, para ela, não condiz com a personalidade do filho, já que "ele nunca fez nada a ninguém”.
- Uma carta do Cazuza diria que ele está com saudade, que encontrou o pai. Eu iria adorar. Já pensou, falar com ele depois de 25 anos? Torço para que exista outra vida, também quero chegar lá. Mas, até hoje, não acreditei nas cartas - frisou.
Por outro lado, ela diz que costuma pedir sinais ao filho quando tem dúvidas, e que já foi correspondida.
- Eu me comunico com ele pedindo sinais. O sinal é ligar o rádio e ele estar cantando, já aconteceu muitas vezes. Por exemplo, alguém quer publicar uma música inédita dele e pergunto: “Cazuza, o que você acha?”, e, quando ligo o rádio, uma canção dele está tocando. Ele sempre disse pra mim que “acontecesse o que acontecesse, sempre estaria ao meu lado”, e eu acredito nisso - conta Lucinha.
A apresentadora Sônia Abrão, prima de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, também não acreditou “em uma linha” da psicografia atribuída ao vocalista do Charlie Brown Jr., divulgada nas redes sociais no início do ano passado. Para ela, o primo jamais estaria sofrendo, como descrito na carta. Sônia acredita que a mensagem pode ter sido transmitida por um “espírito zombeteiro”, que se faz passar por outro.
Na mensagem, escrita em forma de poesia, o autor diz, de forma bastante sofrida, que “voltou aos quintos dos infernos, enlouquecido pelas drogas”, que a morte não o livrou dos “mil tormentos” e que a droga “desfigurou” seu ser. Além disso, diz que pede “em prece a toda hora que não seja mais escravo” e implora que embora “desprovido de paz e luz, sem pátria, família, nem Deus”, “Jesus amenize” os seus sofrimentos, e que “tenha compaixão desse Chorão”.
- Conheço meu primo, sei quem ele é e tudo de bom que fez para a família. Por mais que fosse atormentado, tinha um coração de ouro. Jamais estaria naquele sofrimento. Não aceito, nunca falaria esse tipo de coisa. Não é uma coisa boa para ninguém, passa uma ideia de castigo - avalia a apresentadora, acrescentando que teve a mesma sensação ao ler a carta que seria de Cássia Eller.
No entanto, Sônia lembra um episódio em que um familiar realmente acreditou que estava se comunicando com Chorão: quando a irmã do cantor, Tânia Abrão, morta em janeiro deste ano - quase dois anos após o irmão - visitou uma médium no interior de Belém do Pará.
- A Tânia queria muito visitar a médium, e voltou muito feliz. Ela contou que Chorão encarnou na mulher e falou coisas que só eles sabiam, coisas boas. Passou tranquilidade, disse que estava tentando se encontrar. Combinava muito mais com ele, existia esperança no coração. Era uma ideia de consolo, e não de sofrimento - conta.
De acordo com a apresentadora, a família já recebeu muitas psicografias pela internet, mas nenhuma é levada a sério. Para Sônia, muitas pessoas enviam o material para “aparecer”, então prefere ignorá-las. No entanto, destaca que admira muito a doutrina espírita.
- Ninguém sabe mais dele do que a gente. Imaginamos que ele esteja bem, pois era extremamente humano, solidário, ajudou muita gente que precisava.
Na época da divulgação da carta, o irmão de Chorão, Ricardo Abrão, publicou uma mensagem indignada em sua página no Facebook. “Existem pessoas que se aproveitam da perda de um ser, publicando fatos absurdos, querendo se promover e ainda divulgando mentiras sobre o mesmo (...) tudo não passa de uma mentira”, diz um trecho.
A filha de Raul Seixas, Vivian Seixas, preferiu não comentar as psicografias atribuídas ao pai, mas destacou que “não acredita” que realmente sejam dele:
- Achei uma falta de respeito, inclusive com a família - reclamou.
Carta de Cássia Eller gerou comoção nas redes
Nesta quinta-feira, o EXTRA divulgou uma carta que está circulando na internet e que teria sido ditada pelo espírito de Cássia Eller a um médium. A cantora morreu em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, após sofrer quatro paradas cardíacas. Na mensagem, Cássia relata o período em que passou no “umbral”, lugar de expiação para o espírito em regeneração, segundo a doutrina espírita. Depois de alguns anos neste local, conforme descrito na carta, o espírito da cantora teria encontrado a paz. No fim da psicografia, o suposto espírito de Cássia diz que foi reconduzido para um “hospital”, onde se recupera de “traumas e cicatrizes” que criou. Além disso, a mensagem diz que Cássia reencarnará em uma “comunidade carente no interior do Brasil” e que passará “por muitos revezes”.
O Lar de Frei Luiz, renomado centro espírita em Jacarepaguá, confirmou que, de fato, a carta foi psicografada no local. Segundo o presidente, Wilson Pinto, a mensagem foi recebida por um médium na noite de 7 de maio, durante uma reunião de dependência química. O EXTRA entrou em contato com a ex-companheira de Cássia Eller, Maria Eugênia Martins, que não quis comentar o assunto por se tratar de "uma questão muito pessoal”.
Leia a carta de Chorão na íntegra
Voltei aos quintos dos infernos
Enlouquecido pelas drogas
Com padecimentos internos
Que nem a morte derroga
Hoje de mil tormentos padeço
Deles não me livrou a morte
Por isso aqui e agora peço
Que orem para que eu seja forte
Durmo hoje como um mineral
Sonhando me sinto vegetal
Desperto pareço um animal
Deixei de ser um Ser hominal
Regredi no tempo e no espaço
Meu ser a droga desfigurou
Só o que ela quer eu faço
Já não sei quem de fato sou
Assim é que aqui e agora
Comigo combate eu travo
Pedindo em prece a toda hora
Que eu não seja mais escravo
E liberto desse vício demoníaco
Mais pesado que qualquer cruz
Que me faz sentir um maníaco
Desprovido de paz e luz
Sem pátria, família, nem Deus
Imploro mesmo sem devoção
Que Jesus amenize os sofrimentos meus
E tenha compaixão desse CHORÃO
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(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
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