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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

10 de junho de 2015

LÍDER DO ISIS EXIGE A MUTILAÇÃO GENITAL DE 2 MILHÕES DE MENINAS


Mosul - Um líder Jihadista associado ao grupo militante islâmico ISIS - o Estado Islâmico do Iraque e al-Sham - ordenou que todas as mulheres com idade entre 11-46 anos no Iraque sejam submetidas a mutilação genital (FGM), de acordo com um porta-voz da ONU.

Jacqueline Badcock, segunda em comando das Nações Unidas no Iraque, falando diretamente da capital da província curda de Irbil, durante uma videoconferência organizada em Genebra, afirmou que os islâmicos no controle da cidade iraquiana de Mosul tinham emitido uma “fatwa”, ou decreto, ordenando todas as famílias da região norte de Mosul a circuncidarem suas filhas no tempo estipulado, sob pena de severas punições.

Badcock disse:
"Essa é uma prática muito nova no Iraque... por enquanto, precisa ser discutida."
"Esta não é a vontade do povo iraquiano, nem das mulheres residentes nestas áreas dominadas pelos terroristas", acrescentou.
De acordo com o International Business Times, Abu Bakr al-Baghdadi, líder auto declarado do Estado, ordenou a mutilação genital de 2 milhões de meninas iraquianas, buscando justificar o decreto com o objetivo de "distancia-las do deboche e da imoralidade."

Acredita-se que Al-Baghdadi tenha nascido em Samarra, no Iraque, em 1971. De acordo com oWikipedia, ele foi nomeado o Chefe do Califado e monarca absoluto teocrático do Estado Islâmico, localizado no oeste do Iraque e norte-leste da Síria. Os relatórios sugerem que ele era um imã (autoridade religiosa islâmica) no momento da invasão do Iraque em 2003, liderada pelos Estados Unidos.

Ahmed Obaydi, um porta-voz da polícia de Mosul, disse o seguinte à rede BasNews do Curdistão:
"A decisão de Al-Baghdadi para circuncidar todas as mulheres é, como ele afirma, para evitar a imoralidade e promover atitudes islâmicas entre os muçulmanos. A decisão foi tomada por Baghdadi como um "presente" para as pessoas em Mosul".
Porém, Asil Jamal, um ativista civil citado pela mesma agência de notícias, foi mais direto, comentando:
"Quando o ISIS chegou pela primeira vez em Mosul, as pessoas os receberam calorosamente, mas com o surgimento destes desejos horrendos do ISIS, como a circuncisão feminina, especialmente forçada , está se tornando claro para as pessoas que esses militantes não sabem nada, exceto a tortura."
O FGM, como é conhecido o corte ritual da genitália das meninas e das mulheres é amplamente praticado em diversas regiões da África, Oriente Médio e Ásia. A prática tem sido objeto de fortes críticas, não apenas das Nações Unidas, mas também dos direitos humanos e grupos de direitos das mulheres.

Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução solicitando todos os países a proibirem a prática, mas, apesar da condenação generalizada, as mulheres em alguns países continuaram a sofrer esta prática bárbara.

No início desta semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou novos dados que, segundo a ele, confirmaram a necessidade de medidas urgentes para acabar com a mutilação genital feminina e o casamento infantil - duas práticas que afetam milhões de meninas em todo o mundo, disse UNICEF.

A UNICEF possui dados surpreendentes sobre o numero de mulheres e meninas que já sofreram esse tipo de humilhação. A organização estima que mais de 130 milhões de meninas e mulheres sofreram alguma forma de FGM nos 29 países da África e do Oriente Médio, onde a prática nociva é mais comum.

A campanha da UNICEF para acabar com a FGM pode ser seguida em mídias sociais sob a hashtag #endFGM.


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