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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

31 de agosto de 2010

Meu Pesadelo e o “Sonho” de Deus


Não sei se já estou com o Mal de Alzheymer, se a humanidade endoidou de vez ou se tudo isto é um sinal de que os tempos estão chegando ao fim e o Senhor está preparando uma classe de sofredores, para glorificar o Evangelho, antes do Arrebatamento.

Na sexta feira passada, fui abordada (na avenida) por uma mulher alta, loura e elegantemente vestida, a qual me pediu informação sobre determinada rua. Puxou conversa e pensei que seria uma boa oportunidade de pregar o Evangelho. Fomos para um canto sossegado, falei de Cristo e, quando estava tentando convencê-la de que Jesus é o único meio de salvação, ela puxou uma pequena arma e anunciou um assalto. Eu havia sacado uma boa quantia no banco para resolver um problema financeiro da filha; provavelmente ela havia me seguido por umas três quadras e, finalmente, encontrou um meio de me abordar e assaltar. Depois que lhe entreguei o dinheiro, continuei pregando e citando Romanos 8:28. (Não sei onde consegui tanta coragem!!!)
Desde então, fiquei traumatizada, não pelo dinheiro perdido, o qual será compensado pelo 13º. que está vindo por aí... Mas pela violência com que fui tratada, e não tenho conseguido dormir direito, assaltada de pesadelos (quando consigo dormir) e acordando mais cedo do que antes.
Passei o sábado trancada em casa, inventando mil afazeres, com medo de sair. Ontem, a filha me encontrou na PIBT para o culto matinal, depois veio almoçar comigo e observou que eu estava deprimida. Não me contive e contei a desventura da semana; ela ficou horrorizada e me convidou para irmos à Feirarte comer uma tapioca com recheio de coco ralado, para nos distrairmos um pouco...
O culto na PIBT fora decepcionante! O pastor, que nunca pede dinheiro, de repente desandou a enaltecer o dízimo, querendo convencer que ele “veio antes da Lei de Moisés, pois Abraão o entregou a Melquisedeque”, um sofisma bastante usado pela classe pastoral. Ele foi tão contundente no assunto, em favor da entrada de mais dinheiro no gazofilácio, que minha filha comentou: “Estranho como o pastor está ‘pecuniário’ na pregação de hoje! Parece até que ele bebeu... e não foi o suco da Mamie”. Pior é que eu havia conhecido na cidade um casal (no sábado 21/08), o qual frequenta uma igreja pentecostal, perto do meu apê, e falei tanto em favor das pregações do pastor da PIBT que ontem o casal lá estava para conferir... E, pelo visto, quebrei a cara! (Jeremias 17:5 explica o assunto).
Tudo me faz crer que uma pessoa realmente versada na Palavra de Deus, quando vai à igreja, nos dias de hoje, pode entrar num pesadelo!
À noite, depois que a filha se foi, tive medo de andar duas quadras até a PIBT e optei pelo culto na igreja “pestecostal” mais próxima de casa. Quando entrei, recebi um panfleto colorido, pedindo dinheiro, com os dizeres: “Deus sonha com o Seu novo templo”. (O panfleto deve ter custado uma “baba”!)
O culto-show começou, com o barulho ensurdecedor de uma banda (carnavalesca), todo mundo rebolando e gritando uns corinhos repletos de heresias e erros de concordância, com uma salada indigesta de “tu, você e vós”, enquanto o pastor anunciava o tempo inteiro o “sonho de Deus”, que é ver o novo templo de pé. Eu acho que o “Deus” dessas igrejas pentecostais usa chumaços de algodão nos ouvidos, a fim de poder dormir e sonhar, pois o Deus da Bíblia não dorme nem sonha. Sonho é coisa de homem. A expressão “Deus sonha” foi criada pelo herege Castellanos, inventor do G-12. Pelo que li, há anos, na biografia dele, o cujo estava dormindo numa rede, em certa praia, quando teve um sonho e, a partir desse sonho, ele criou um dos movimentos “evangélicos” mais heréticos do planeta. Sobre o movimento, escrevi uma sátira em 2002: D. Marquinha foi ao Encontro.
Uma senhora ao lado, no culto-show de ontem, estranhou minha rigidez e silêncio; por isso tive de explicar que não estou habituada àquele tipo de manifestação “espiritual”, pois a igreja que eu frequento é do tipo silencioso. Quando o pregador assumiu o púlpito, o silêncio foi completo. Ele pregou o tempo inteiro sobre o “sonho de Deus”, com muitas frases bonitas, repletas de triunfalismo, prevendo dias de glória para a igreja... Ele só esqueceu de falar em “pecado”, “arrependimento”, “santidade de vida”... Os aleluias ecoavam, sempre que ele mostrava como o crente é bem-aventurado, depois que “aceita Jesus”, como tudo fica maravilhoso, sem pobreza, sem sofrimento, etc. Mas, no meio da pregação, ele disse uma coisa aproveitável, como, por exemplo, que “o crente deve ler a Bíblia”. Um membro da igreja, sentado ao meu lado, confessou timidamente: “Eu nunca li a Bíblia!” Precisei fazer uma pregação paralela, em voz baixa, mostrando a necessidade de se conhecer o Livro Santo, a fim de não cair na conversa de “certos pastores”. (Naquele momento, eu fiz o papel de “advogado do diabo”, empregado quando a ICAR está preparando a canonização de um santo).
Após a pregação, o pastor convidou todas as pessoas que haviam contribuído, para irem à frente, a fim de receberem uma “bênção especial”. Aproveitei para sair de fininho, simplesmente porque não havia feito jus àquela “bênção”.
Vim para casa, tomei um jantar leve e fui cedo para a cama, depois de orar, consumida de tristeza, pedindo que Deus me perdoasse todos os pecados cometidos ontem, confessando-me pior do que o Fernandinho Beiramar e desejando sumir depressa deste mundo que jaz no maligno.

Mary Schultze, 30/08/2010 - www.maryschultze.com

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