Olá,
Um erro comum de interpretação das
parábolas de Jesus é tirar o foco da pessoa principal da parábola.
Algumas vezes essa pessoa parece estar “oculta”, outras a
identificamos com maior facilidade. Seja como for, as parábolas de
Jesus sempre apontam para Deus. Sempre mostram alguma maneira do Pai
agir ou como ele considera diversos assuntos.
No livro de Lucas, capítulo 15, temos
uma das mais famosas parábolas do Reino (clique aqui para ler na
bíblia online.), a do Filho Pródigo.
Esta parábola está localizada próximo a uma grande série de parábolas e discursos de Jesus acerca de como Deus lidava com os pecadores que se arrependiam ou eram por Ele encontrados.
Esta parábola está localizada próximo a uma grande série de parábolas e discursos de Jesus acerca de como Deus lidava com os pecadores que se arrependiam ou eram por Ele encontrados.
É muito interessante percebermos que a
história do filho mais novo é muito semelhante ao pecado original
cometido no Éden. Assim como no primeiro jardim, o filho clamava por
independência, por emancipação. O filho acreditava que poderia
viver à parte de seu Pai. Acreditava que era digno de sua parte nos
bens de seu pai, e então partiu para viver a vida à sua maneira. No
entanto, tanto o filho da parábola, quanto o primeiro casal humano,
aprenderam a duras penas que este não era o melhor caminho.
Esta história, contudo, também é a minha e a sua! Nascemos debaixo da mesma perspectiva do filho mais novo da história. Achamos que a vida é nossa e temos todo o direito de lidarmos com ela como bem entendermos. E assim que nossa capacidade mental nos permite, fazemos o mesmo: Nos emancipamos de Deus (ou pelo menos assim pensamos) e vamos cuidar da “nossa” vida.
E como Deus reage a tudo isso? Como Ele
reagiu no Éden? Como Ele reagiu com o filho, na história? Como ele
reage conosco?
Ele permite. Ele simplesmente permite.
E veja que isso não fere a Sua soberania, pois foi Ele quem escolheu
permitir. Aliás, vejo nessa permissão para partir, o casamento
perfeito entre a soberania e o amor de Deus. Pois o Deus da bíblia
se revela como sendo Amor, mas ainda sim se apresenta também como
Senhor da história.
O amor que Deus espera de suas
criaturas precisa ser livre. Não pode haver coerção. Imagine um
homem que, com uma arma na mão, tenta obrigar uma mulher a amá-lo.
A mulher, pelo medo de morrer, certamente dirá que o ama, mas saberá
no fundo de seu coração que só fez isso por sua própria
sobrevivência.
Não enxergo um Deus que coage suas criaturas para o amarem. Também não enxergo, através dessa parábola, um Deus que cria seres autômatos que simplesmente cumprem um roteiro pré-estabelecido. De fato, vejo um Pai que deixa partir, pois se não for de livre vontade, de nada vale. Vejo um Pai que, embora tenha deixado seu filho ir, não desistiu de revê-lo. Vejo um Deus que não desistiu de suas criaturas, que tanto ama.
Vemos, nessa história, também o
regresso do filho. Vemos que o caminho de retorno é precedido por
uma percepção da realidade. O filho que outrora altivo exigia sua
parte da herança para viver como quisesse, percebe que está em
terrível situação. Ele enxergou o lamaçal existencial em que se
encontrava. Sua dignidade já não existia. Ele deseja comer com os
porcos.
Esse é um princípio simples até. Só
podemos regressar ao caminho correto, quando percebemos que estamos
no caminho errado. As esposas sabem muito bem do que estou falando.
Principalmente quando o seu marido insiste em continuar dirigindo, ao
invés de perguntar o caminho correto a alguém. E na grande maioria
das vezes o marido faz isso para não dar o braço a torcer. Para não
assumir que errou.
C. S. Lewis em seu livro “Cristianismo
Puro e Simples” diz que aquele que progride mais rapidamente é
aquele que mais cedo percebe o caminho errado em que está e dá
meia-volta.
Assim foi com aquele jovem. Ele
percebeu o caminho terrível em que se metera e ARREPENDEU-SE. E seu
arrependimento foi tão genuíno que ele decidiu voltar para seu Pai,
só que desta vez como um simples empregado.
Mas aí está a beleza de um Deus que é
amor. O Pai não deixa nem o filho terminar seu discurso. O
importante é que ele voltou. O que importa é que ele voltou dos
mortos. Ele finalmente voltou!
O Pai nem sequer espera o filho em casa, mas sai correndo ao seu encontro pelo caminho.
O Pai nem sequer espera o filho em casa, mas sai correndo ao seu encontro pelo caminho.
Esse é o Deus da bíblia, o Emanuel (Deus conosco). O Deus que encarnou em Jesus e veio até nós,
encontrar conosco pelo caminho.
Deus está de braços abertos para
receber seus filhos que entendem o lamaçal em que se encontram e
decidem dar meia-volta, e irem de encontro ao seu criador.
E aos que desse modo procedem, recebem, assim como o filho, o anel da reconciliação, cravejado das pedras preciosíssimas que vemos em Romanos 5.1-5
E aos que desse modo procedem, recebem, assim como o filho, o anel da reconciliação, cravejado das pedras preciosíssimas que vemos em Romanos 5.1-5
"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado."
Que bom que existe um Deus que está
esperando pelo pecador de braços abertos, pronto para dar uma
festa!
Deus te abençoe!
Deus te abençoe!
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