O Anticristo e a Futura Religião Mundial

        O Anticristo é geralmente apresentado como um ateu militante, o qual se opõe, ostensivamente, ao Cristianismo. Nas décadas de 1940 a 1980, o Comunismo também foi considerado como um sistema do Anticristo, em vista de sua declarada oposição ao Cristianismo.  Não é de admirar, portanto, que, quando o povo romeno pôde se expressar livremente, após ter sido dominado durante 24 anos pelo presidente Nicolau Ceausescu, passou a chamá-lo de “Anticristo”. Foi este o motivo pelo qual eles escolheram a época do Natal como sendo apropriada para executá-lo, junto com a esposa Elena, diante de uma multidão enraivecida, que o considerava culpado do assassinato de 60 mil romenos, de quem ele havia roubado milhões de dólares...

         Claro que Ceausescu não era o Anticristo. Sua oposição a Cristo e ao Seu Evangelho era óbvia demais. Embora possa significar “contra”, o prefixo grego “anti” pode também significar “substituto de“, ou “no lugar de”. De fato, esta é a maneira pela qual a Bíblia apresenta o Anticristo. Em vez de rejeitar Cristo, ele vai pretender serCristo, a fim de perverter mais facilmente do que o faria, se a Cristo se opusesse publicamente. Ele será o “falso cristo” (Mateus 24:24, etc.), oferecendo um Cristianismo “positivo” e aceitável.

         Hitler foi um Anticristo em potencial. Sua oposição a Deus, mais tarde tão clara, enganou muitas pessoas, no princípio. Mesmo tendo decidido liquidar de vez o Cristianismo, a fim de substituí-lo pelo ocultismo neopagão, Hitler se mostrava um campeão do Cristianismo. E, de muitas maneiras, sua pretensão foi convincente, visto como ele se opunha ostensivamente ao homossexualismo, à imoralidade e ao ocultismo       (mesmo estando envolvido nos dois últimos). Ele afirmava ser o representante de Deus, para estabelecer o Seu Reino na Terra, invocando regularmente o Seu nome e a bênção divina, em seus inflamados discursos. Vamos dar alguns exemplos:

1940 - “Oremos ao nosso Senhor, para que ele continue a nos abençoar em nossa batalha pela liberdade”.[N.T. - Observem que todo ditador usa e abusa da palavra “liberdade”!].

1941 - “Acreditamos estar ansiando pela bênção do Líder Supremo... O Senhor Deus nos deu Sua aprovação nesta batalha. Ele estará conosco... no futuro”...

1942 - “Vamos rogar a Deus por isso... pela salvação da nação...”

1943 - “Nosso Senhor e Deus... vai nos ajudar, como sempre tem feito...”

         Qualquer cristão verdadeiro pode ser enganado, ou será que alguns apoiaram Hitler simplesmente para salvar a própria pele? Vejamos parte de um discurso do Dr. Hans Kerrl,  Ministro Nazista Para Assuntos Eclesiásticos, provavelmente um protótipo do engodo da religião mundial do Anticristo, diante do qual muitos cristãos vão sucumbir.  Ele revela abaixo no que a mentira ostensiva pode se transformar, quando abraçada ansiosamente, sob o nome de “Cristianismo Positivo”:

         “O Partido Nazista se colocou a favor do Cristianismo Positivo e o Cristianismo Positivo é o Nacional Socialismo... O Nacional socialismo está realizando a vontade de Deus... A vontade de Deus se revela no sangue alemão... Este Cristianismo que consiste na fé em Cristo como sendo o filho de Deus me faz rir... Não, o Cristianismo não pode ser o do Credo dos Apóstolos... O verdadeiro Cristianismo é representado pelo Partido e o povo alemão é convocado, agora, pelo Partido e especialmente pelo Fuehrer, para um verdadeiro Cristianismo... O Fuehrer é o arauto da nova revelação...”

         Milhares de pastores alemães se uniram àquele recém organizado “Movimento de Fé dos Cristãos Alemães”, O qual apoiava as doutrinas nazistas e promovia o conceito da “Igreja do Reich”, a qual iria unir os protestantes sob a égide do Estado. Uma minoria de pastores liderada pelo Pr. Martin Niemoeller, que havia antes dado as boas vindas a Hitler, para este subir ao poder, logo percebeu que o “Cristianismo Positivo” de Hitler  era realmente anticristão, levando Niemoeller a se opor à nazificação da igreja. [N.T. - O mesmo fez Dietrich Bonhoeffer].

         Contudo, a  vasta maioria, tanto de católicos como de protestantes (bem como os seus líderes) recebeu Hitler entusiasticamente, quando este tomou posse do seu  país, passando a obedecer as suas ordens, sem qualquer protesto aparente ou peso na consciência.

         A “Igreja do Reich”, formada pelos líderes escolhidos por Hitler,  foi formalmente reconhecida pelo “Reichstag”, no dia 14/07/1933. No dia 13/11 do mesmo ano, foi feita uma campanha maciça, no “Palácio dos Esportes”, em Berlim, pelo “Movimento de Fé dos Cristãos Alemães”. Seus líderes propunham o abandono doVelho Testamento (um sinal antigo da atual rejeição a Israel) e a revisão do Novo Testamento, para adaptá-lo aoNacional Socialismo.  Tais resoluções apelavam a “um povo, um Reich, uma fé”, bem como a um pacto de lealdade a Hitler, o qual deveria ser assinado pelos pastores.

         Como muitos cristãos jamais houvessem imaginado a que ponto tais resoluções chegariam, ficaram felizes diante de tanta prosperidade e da nova estabilidade social, de modo que não se preocuparam com o futuro da igreja.  Os dissidentes foram tratados acerbamente pela Gestapo, cujo reinado de terror contra os cristãos começou com a prisão de 700 pastores, no outono de 1935.

         Curioso é que tudo isto foi feito em nome da “liberdade religiosa” e, especificamente, pela “unidade”.[N.T. - Unidade válida é somente aquela feita pelo Espírito Santo, através das palavras de Jesus, pelas quais seremos todos julgados. Passou daí é balela].

         A palavra “unidade” sempre é usada pelos enganadores (políticos e religiosos), nos dias de hoje. Pode acontecer que, em 2018, quando Israel completar 70 anos de existência (um número de anos importante na história de Israel), a nação possa entrar numa onda de reavivamento, com a vinda do Messias.

         Por enquanto, o Ecumenismo vai atrair um número cada vez maior de adeptos, em nome da (falsa) paz mundial. Que os crentes bíblicos não caiam neste engodo, apegando-se exclusivamente à verdade bíblica, deixando de acalentar sonhos idênticos aos dos pregadores megalomaníacos, esses que se autonomeiam “apóstolos” e “profetas” do Senhor. A profecia terminou no Livro do Apocalipse e o que vem depois é heresia mórmon ou ilusão de penteca iludido.

         Infelizmente, o engodo que os alemães engoliram com Hitler, nos anos 1940, vai se repetir nos próximos anos, só que em escala mundial, sob o governo do “homem do pecado”. E ninguém parece perceber este perigo.

         Hoje em dia, muitos  “apóstolos” e “profetas” estão espalhando uma avalanche de heresias dominionistas nos Estados Unidos, as quais são exportadas para as Américas (e principalmente para o Brasil), resultando em grande lucro financeiro às igrejas que se vendem ao engodo. Estas igrejas se enchem de curiosos sobre o futuro, ávidos de bênçãos espirituais, os quais pagam para ouvir os falsos “apóstolos” e saem com o EGO lubrificado, pois eles pregam exatamente o que eles desejam escutar.

Esta maldita  herança vem do tempo de William Branham e dos seus seguidores, como Kathryn Kulman, John Wimber (já falecidos), Paul Cain, Rick Joyner, Mike Brickle, Kenneth Copeland, Benny Hinn e outros milionários da fé, os quais exportam sua falsa teologia da fé/prosperidade [N. T - para o Brasil e se locupletam dos dólares abocanhados pelos falsos pregadores nacionais. As maiores vítimas dos jacarés nacionais são, exatamente as pessoas menos instruídas. Pois, quanto mais pobre, mais desejosa de melhorar na vida. Os que se assentam em tronos de ouro são mantidos por muitos pobres, que moram em favelas].

         Os promotores modernos  do “Cristianismo Positivo” estão na crista da onda e quase não existe uma igreja que não tenha sido contaminada por eles. A ONU patrocina tudo que possa conduzir à união dos povos, sendo a criação de uma religião mundial um dos seus objetivos. Uma parceria crescente entre governo e religião está preparando a vinda de um líder político e religioso - o Anticristo. A motivação parece boa, no sentido de gerar paz e harmonia entre os povos, com a preocupação de defender o meio ambiente e ajudar  os necessitados.

         Nos Estados Unidos, existem ministros batistas que são ativistas ecumênicos, alguns até pregando o culto à Mãe Terra. O padre católico - Mathew Fox - tem sido o guru mais importante desse tipo de engodo, contrariando totalmente a admoestação de Paulo em Romanos 1, com uma teologia pregando a adoração da criatura em lugar do Criador. Cultos ecumênicos internacionais têm sido realizados, inclusive o de Assis, liderado pelo falecido Papa JP2. O Dalai lama é um grande ativista do engodo ecumênico, sempre bem recebido e elogiado na ONU.

         Entre os autores (do “Cristianismo Positivo”) mais conhecidos e festejados nos Estados Unidos, temos Robert Schuller, discípulo de Norman Vincent Peale, o qual tem escrito livros e pregado sermões inteiramente embasados no ocultismo oriental, em sua fabulosa Catedral de Cristal.  Homens como Richard Foster (um quaker) têm escrito livros sobre “Espiritualidade Contemplativa”, os quais são lidos e recomendados pelas lideranças batistas. Autores famosos do momento, como Rick Warren, também pregam, subrepeticiamente,  esse tipo de doutrina e vendem milhões de cópias, no mundo inteiro. Já não bastava a NVI para desencaminhar os pastores. Outra novidade é a herética Bíblia “Renovaré”, a qual tem sido usada e recomendada por esses homens, tornando o seu consultor - Eugene Peterson - um milionário da fé.

         O “Cristianismo Positivo” é uma réplica da Babel. O poster oficial da União Européia mostra uma Torre de Babel, com o desafio de que “Se Deus espalhou os homens na Terra por causa da confusão das línguas, agora esses homens serão reunidos pelo uso de uma língua universal”. A rebelião contra Deus e o Seu Ungido, desrespeitando as verdades bíblicas, tem crescido, assustadoramente, e não sabemos até quando a infinita paciência divina vai suportar tanta iniquidade.

         A preocupação ecológica (embora correta) tem levado os promotores do Green Peace a alguns excessos; movimentos desse tipo vão surgir, muitos deles em defesa da Amazônia e das calotas polares. Somando-se a preocupação com o meio ambiente à Meditação Transcendental, à Ioga e à Espiritualidade Contemplativa, temos o cardápio ideal para o apoio mundial a um homem, que vai surgir com muito carisma e simpatia, para governar, maravilhosamente bem, durante três anos e meio. Infelizmente, logo em seguida, ele vai  mostrar uma tenebrosa conduta demoníaca, espalhando o terror entre os judeus e os cristãos.

         O que nos consola é a certeza de que Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor dos senhores, sempre estará no controle de tudo e a nossa bendita expectação do Arrebatamento e a esperança do Seu Reinado em Jerusalém nos darão força para encarar o que vier pela frente.

Mary Schultze, 29/12/2010 – www.maryschultze.com

Texto embasado no artigo “The Antichrist’ Coming World Religion”, de Dave Hunt.