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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

12 de maio de 2012

Apologética ou “Apelo”gética? Protestantes ou “reclamantes”?




Se há um fenômeno maior do que o aumento dos blogs evangélicos com ênfase em apologética, é a má qualidade da apologética que tem sido apresentada. Tenho observado a falta de princípios reguladores, de capacidade argumentativa e até mesmo de paciência nos defensores da fé. Isso não quer dizer que o movimento apologético da internet seja ruim. É bom ver mais cristãos tentando discernir o erro e desmascarando a hipocrisia reinante. É bom ver a doutrina cristã escrita de forma simples, para o evangélico comum, o leigo que andava tomando banho de sal grosso, colocando arruda gospel atrás da orelha, adorando bispo e apostolo, bebendo água benta, comprando lenço suado e achando tudo isso um barato.

O problema é que a qualidade das publicações, bem como a seriedade com que são tratados os temas, está diminuindo. Descobriu-se que achincalhar alguém que está em evidencia traz popularidade para o blog, então: “Vamos esculachar todo mundo!”. Vamos arrepiar com os falsos profetas, e não importa se a gente não está familiarizado com a bíblia, nem conhece versículos suficientes para refutar o malandro: basta fazer uma montagem do sacana com o photoshop e pronto! Eis aí a nossa bela (e vã) apologética.

Se por um lado há aqueles que abusam da malemolência e fazem piada de tudo (esquecendo muitas vezes do principal, que é a correção do erro e o ensino da verdade em amor), há também aqueles que reclamam de tudo. E se ontem tínhamos protestantes, agora temos os “reclamantes”. Reclamam de tudo! Do pastor, da música, da roupa, do penteado da irmã, da coreografia, do que se disse, do que se deixou de dizer, tudo é motivo para reclamação! Seus textos são totalmente previsíveis. Geralmente começam com frases de efeito, do tipo: “Não aguento mais!”, ou “não posso mais suportar”, e aí começam a reclamar, a reclamar e reclamar… e não param mais!

Mas qual o problema com essa nova “apologética”? O problema, penso, é que ela não aponta soluções. Reclamamos da avareza da liderança cristã, mas não apontamos o caminho para uma liderança ética, nem nos atrevemos a ser os líderes éticos que a igreja precisa. Reclamamos do evangelho medíocre que é pregado, mas poucos de nós nos atrevemos a ir além do teclado do notebook em nossa pregação. Reclamamos da falta de amor entre cristãos, mas não nos relacionamos com ninguém em nossa comunidade ( nem sequer sabemos o nome do nosso vizinho!). Somos “profetas” de internet, cuja tarefa mais subversiva em prol do cristianismo é ajudar a emplacar uma #hashtag sobre #CoisasQueDetestoNaIgreja ou qualquer besteira deste tipo.

Pergunte aos apologetas de plantão se eles podem mencionar de memória o nome de 10 países da janela 10/40, ou se são capazes de listar 20 países onde os cristãos são mais perseguidos. Peça a eles para mencionarem ao menos 10 grupos étnicos não alcançados do nosso continente, ou pergunte quanto do seu pressuposto anual é investido em missões, em projetos filantrópicos, em ajuda social. Pergunte aos pastores defensores da fé da internet quantos deles estão diretamente envolvidos na evangelização do seu estado, do seu município ou do seu país, e você descobrirá que as exceções confirmam a regra, e que há muito barulho para pouca ação concreta em prol do reino de Deus.

Amado leitor, apologética não é só destruir os castelos da heresia, mas construir pontes sobre os escombros por onde aqueles que são iluminados pelo Espírito Santo possam transitar.
Apologética não é só desmontar argumentos, mas elaborar uma defesa coerente acerca dos nossos pontos de fé.

Apologética não é só reclamar do que está errado, mas se esforçar ao máximo para fazer as coisas da maneira correta, ensinando também com o nosso exemplo, como Jesus fez.

Apologética não é só condenar os falsos apóstolos, mas cumprir um papel verdadeiramente apostólico (pioneiro) na manutenção e propagação da verdade entre povos pagãos.

Apologética não é só descascar a ferida, mas limpar a sujeira ali incrustada e aplicar o balsamo que é o bom anúncio do evangelho do nosso Senhor Jesus.

Fazer apologética não é só reclamar da sujeira da igreja (instituição), mas ser igreja, demonstrando amor, compaixão, altruísmo, conquistando corações empedernidos e mentes obscurecidas com o evangelho de Cristo.

Pense nisso.

E sigamos combatendo o erro (mesmo que seja o nosso).

Fonte: Napec

1 comentários:

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(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.

(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
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(5) NÃO publicamos PALAVRÕES.

“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .