"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Como eles se multiplicaram, assim pecaram contra mim; eu mudarei a sua honra em vergonha. Comem da oferta pelo pecado do meu povo, e pela transgressão dele têm desejo ardente. Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras. Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar ao SENHOR. A luxúria, e o vinho, e o mosto tiram o coração." (Oseias 4:6-11)
Sempre me entristeço ao ver como Israel, convencida por sua própria força e por outros deuses, se esqueceu e se afastou do Senhor Deus, passando a trilhar os caminhos do engano…
Há seis anos venho expondo fatos que maculam e desvirtuam aquele que deveria ser o simples caminho da Verdade: nunca atentando para minhas próprias opiniões, mas sempre realizando o confronto entre o que ocorre e a Palavra de Deus, sei que tenho sido um inconveniente para muitos dos que são chamados "grandes" e, por isso, criticado e odiado por muitos.
Agora que, por obra de um filho das trevas, meu pseudônimo não mais oculta minha identidade, acabei ganhando uma responsabilidade ainda maior ao registrar os fatos ocorridos, pois passei a (verdadeiramente!) "dar a cara a tapa"!
E, ao contrário de alguns covardes sarcásticos que xingam e ofendem por trás de um teclado (mas na hora do "vamos ver" abraçam, por fazer parte do mesmo "clubinho", um dos hereges que mais critica e diz até que compra carro usado dele!), nunca tomei parte em atividades buscando tirar alguma vantagem pessoal e, muito menos, tentando encontrar algum "ponto de concordância" com os hereges documentados: deturpou, ignorou ou desviou da Palavra? Então, infelizmente, está errado, serve ao maligno e pronto!
O simples ato de relativizar a Palavra de Deus já é, em si mesmo, um pecado!
E não venham dizer que esta postura intransigente é novidade, pois desde o início desse ministério, quando analisei o absurdo "Congresso Profético Apostólico" (onde estive pessoalmente) ou questionei / confrontei as mais diversas "autoridades" no intuito de definir quais seriam suas posições acerca da Verdade, tenho agido conforme o apóstolo Paulo descreve e elogia os de Beréia:
"E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim." (Atos 17:10-11)
Quantos compreendem que com a Bíblia não se transige nem se relativiza? Não importa o quão famoso ou seja o ser humano, para ser cristão tem que estar disposto a se ininterruptamente julgado (e, simultaneamente, julgar) sob a imutável perspectiva bíblica:
"Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós." (Mateus 7:2)
Quantos ainda procedem como os bereianos em nossos dias?
Poucos…
A histórica armadilha política acabou servindo aos líderes religiosos: adestrados desde a infância num regime educacional que estimula a "preguiça de pensar" temos milhares, senão milhões de "evangélicos" nominais formando uma maleável "massa de manobra", submissa e amedrontada, incapaz de questionar qualquer um (competente ou não, vocacionado ou não) que resolva se intitular "líder".
Essa massa se submete, por irracional medo de "maldições", a qualquer fábula mal formulada ou ordem abusiva emanada de tais elementos e, por não conhecerem verdadeiramente a Palavra do Deus ao qual pensam estar seguindo, mesmo passando por uma vida de aparente piedade, acabam negando o verdadeiro poder d'Ele e (infelizmente) permanecem condenados ao INFERNO tanto quanto aqueles que nunca se submeteram aos mesmos rituais e costumes.
Não sou eu que estou dizendo ou inventando isso… está registrado:
"Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." (Mateus 15:7-9)
Se formos levar em conta a definição bíblica para religião, veremos que há muita gente seguindo (inutilmente) rituais, como se fossem uma "moeda de troca":
- Todo domingo vai à igreja, como se cada presença valesse uma figurinha de um álbum inexistente que, quando completo (na hora da morte?), daria acesso ao céu;
- É fiel nos dízimos por medo do "devorador" e fica esperando retorno de investimento;
- "Louva" do jeito que acha melhor, achando que o Senhor Deus vai se agradar com qualquer fogo estranho, desde que "feito com esforço e amor"…
Não estou, através de tais críticas, ignorando a multiforme graça de Deus e querendo tornar meu testemunho pessoal como padrão, mas a pratica repetitiva e inconsciente de rituais que se esvaziaram de sua real essência no decorrer da história não é, DEFINITIVAMENTE, uma forma aceitável de se chegar ao Senhor:
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto RACIONAL. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:1-2)
A Palavra de Deus registra claramente que o culto deve ser RACIONAL, ou seja, realizado em plena consciência do que se está praticando!
Ao contrário disso, a maior parte dos ditos "evangélicos" tem, simplesmente, aceitado se submeter irracional, passiva e docilmente à quaisquer ordens de seus "sacerdotes", por mais absurdas e antibíblicas que sejam, renegando através disso algumas das coisas mais valiosas que nos foram deixadas pelo Senhor Jesus Cristo:
"E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém." (Apocalipse 1:5-6)
Um gentio genuinamente convertido ao evangelho nunca deve se submeter irracionalmente a tais supostas "autoridades", pois acaba se tornando como um judeu veterotestamentário: sem o Espírito Santo, dependendo em tudo e para tudo de sua "liderança" e, sem dúvida alguma, recusando e renegando o sacrifício de Cristo!
É nessa condição que se encontram as multidões que tomam parte nas "marchas para Jesus": obedientes aos seus líderes, ignorantes da Palavra…
VOCAÇÃO | VOLTAR AO TOPO |
"Cada um fique na vocação em que foi chamado." (1 Coríntios 7:20)
Se este é o primeiro texto de minha autoria que está lendo, talvez seja necessário me conhecer melhor, pois tudo isto que foi publicado durante seis anos não é exatamente algo que possa classificar como "realização pessoal": na verdade posso dizer que detesto fazer tais coisas, pois, sem dúvida alguma, preferiria muito mais que as empresas eclesiásticas não se encontrassem no atual estado de putrefação apóstata que qualquer um com a Bíblia na mão pode facilmente constatar.
O fato é que, após praticamente 30 anos como esquentador de banco numa igreja tradicional, os "pequenos erros" começaram a ficar gritantes. Se eu acreditasse em coincidências, poderia classificar como tal, mas foi justamente nessa época que o transtorno ansioso depressivo me afastou da função de controlador de tráfego aéreo, liberando meu tempo para começar a estudar a Palavra com mais atenção.
Não quero recontar aqui minha história, mas quero registrar que, após uns quatro anos e com muita relutância, comecei a admitir que estas coisas não aconteceram por acaso. Lembro que, no meio de tudo, pensei até em parar com isso, pensando que poderia deixar este trabalho para gente supostamente mais "respeitável" e "renomada"… mas o Senhor Deus tem usado o tempo para me provar que essa missão espinhosa é coisa para pouca gente.
E que missão seria essa para a qual digo ser vocacionado?
Coisa sem destaque, que deveria ser fácil como dar água a um sedento:
ENSINAR A PALAVRA DE DEUS ÀQUELES QUE DEMONSTRAM DESEJO DE CONHECÊ-LO!
Ora… isso não me torna nenhum herói: não saio por aí querendo enfiar a Bíblia na cabeça de quem não quer nada com ela! Seria eu "covarde" por isso?
"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." (2 Timóteo 4:1-5)
Alguns (que prefiro classificar como) distraídos belicosos e arrogantes clamam publicamente que, por exemplo, deveria ir protestar em "paradas de gays" ou em "marchas de ateus", mas (levando em conta que tais grupos NÃO QUEREM absolutamente nada com Deus) esse não é o meu chamado!
Em relação aos homossexuais, por exemplo: que peguem as passagens bíblicas pertinentes, façam faixas e vão estendê-las em confronto direto com as paradas gays! Sejam acusados e vão para a cadeia por "homofobia"!
Definitivamente não coaduno nem aquiesço com o movimento homossexual, mas não sinto direção para ir confrontá-los em pleno "culto" às suas entidades inspiradoras: entendo que ir estender uma faixa "contra" os gays no meio de uma parada signifique abrir precedentes para que um grupo de homossexuais desnudos invada uma empresa eclesiástica em pleno culto.
Tanto um quanto o outro ato são profundamente desrespeitosos para com o público participante e portanto, num estado que se diz "laico", conflitantes ou restritivos com o tal "livre direito de expressão".
Se tais arroubos de coragem são o que sentem em seus corações, então essa deve ser a sua vocação! Não queiram que eu realize o que vocês deveriam fazer por si próprios! Este não é o meu chamado, mas… se é o de vocês, parabéns! Vocês sim, são verdadeiros heróis!
Eu, em minha covardia, penso que, para participar de um movimento chamado "marcha para Jesus", as pessoas já devam conhecer muito bem a Ele através de Sua Palavra. Imagino que estampar camisas e faixas com passagens bíblicas e frases óbvias (como, por exemplo, "Voltemos ao Evangelho Puro e Simples") não deva produzir nenhum tipo de desgosto ou conflito, mas, pelo contrário, ganhar concordância e apoio de uma verdadeira multidão de cristãos genuínos ali presentes.
Seria natural que numa "marcha PARA Jesus", Ele fosse o centro das atenções e tudo fosse feito em perfeito acordo com a Bíblia, mas… não foi bem isso o que pude constatar. Na verdade, foi tudo muito ao contrário!
RELATÓRIO DE MISSÃO | VOLTAR AO TOPO |
Embarcado às 21:00 do dia anterior, cheguei às 5:30 do dia 08 de outubro na rodoviária de Belo Horizonte e toquei, com meu celular, a alvorada no quarto do hotel Comodoro onde se encontravam os irmãos Paulo Siqueira, Paulo Macedo e Josemar "Josef".
As quase nove horas de viagem demandavam um café da manhã decente e, em Minas Gerais, obviamente imaginei pães de queijo e café com leite: àquela hora foi difícil encontrar tal cardápio disponível, pois os pães ainda estavam sendo assados em todas as lanchonetes do caminho que fui fazendo, a pé, até chegar na Avenida Afonso Pena.
Ocorreu um fato inédito e engraçado após o saboroso café: ao chegar na recepção do hotel informei não apenas o número do quarto, mas também o nome de cada um de seus ocupantes e disse que estava indo até lá encontrar "minha equipe"… além de estar bastante desacostumado a agir em grupo, foi surpreendente ver que o recepcionista, diante de tantas informações corretas, nem se preocupou em ligar para avisar de minha chegada, me indicando rapidamente o elevador de acesso…
Subi e fui encontrar "minha equipe" ainda na cama, assistindo "emocionada" a um programa local transmitido diretamente da Igreja da Lagoinha… só aí fui verdadeiramente me dar conta de que ali era Minas Gerais, Belo Horizonte e, pior ainda, Lagoinha! Ai de mim se a multidão que em breve iríamos confrontar se desse conta de que fui eu o autor do polêmico "Afogando-se na Lagoinha"!!!
Preferi ficar quieto quanto a isso e aproveitar os momentos de boa prosa cristã que essas reuniões permitem: muito para ouvir, muito para planejar, muito para falar…
Dentre todos esses momentos de conversa entusiasmada, gostaria de destacar um que julgo especial, por revelar que nossas emoções e desejos podem, muitas vezes, nos levar a esquecer e/ou ignorar completamente a palavra profética registrada na Bíblia. Para isso, será necessário mencionar brevemente o "background" do irmão Paulo Macedo, a quem em pouco tempo aprendi a estimar como um valoroso irmão de batalha.
Não devo, não pretendo e nem posso lhe roubar o direito de narrar seu emocionante testemunho pessoal, mas me basta ressaltar que ele (assim como eu), após passar muitos anos fazendo parte de uma instituição eclesiástica cuja teologia se deteriorou, acordou há pouco tempo para a realidade da apostasia galopante e, apenas por isso, o considero como um "irmão mais novo", sofrendo um impacto maior com os sustos e decepções que se lançam sobre nós, cristãos.
Enquanto falávamos sobre o gritante engano que tem vitimado multidões, ele expressou sua expectativa de que ainda há de existir um tempo em que essa multidão inteira vai se arrepender e buscar verdadeiramente ao Senhor Deus através do conhecimento de Sua Palavra. Sem dúvida uma ideia piedosa e bem intencionada… mas é nesse ponto em que o calo dos anos dói, pois por mais que o coração amoleça, o Espírito Santo cumpre sua função infalivelmente.
Eu poderia ficar calado e deixá-lo viver sua expectativa, mas não creio que "Mixagens", "Onde Cabe Uma Nova Reforma?" e "Cronologia" tenham sido escritas em vão e tive que, mais uma vez, assumir o papel de "chato de plantão", lembrando a todos sobre uma importante passagem bíblica acerca dos tempos finais e daquele que irá enganar a humanidade:
"A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade." (2 Tessalonicenses 2:9-12)
Lembrando que o "amor da verdade" é termo profundamente relacionado ao conhecimento da Palavra de Deus e aqueles que não o receberem serão enganados… sobre isso há um estudo bem esclarecedor chamado "Uma Definição Para Apostasia": o próprio Senhor Deus se encarregará de enviar a operação do erro àqueles que O ignorarem por se recusarem a conhecer Sua Palavra!
No meio da multidão que em breve nos poderia subjugar numericamente, meu trabalho seria semelhante ao das formigas: cada um que desse atenção à mensagem exibida significaria, verdadeiramente, uma grande vitória.
Quanto a multidão? A palavra profética, o abreviamento dos dias, o caminho da humanidade e a apostasia galopante não nos deixam muitas expectativas:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." (2 Timóteo 3:13)
Saímos do hotel direto para a estação de trem (que em Minas é chamado de metrô…) da Lagoinha, pois havia sido combinado de encontrar os outros que participariam do protesto na estação Santa Tereza às 8:00h.
Inicialmente, "os outros" acabou sendo somente o irmão Daniel Castro e não achei isso estranho: não conheço muita gente com disposição de confrontar uma multidão usando apenas camisas e faixas com referências bíblicas…
Fomos andando a partir da estação, passando por todas as pessoas que iriam participar da bagunça, até pararmos estrategicamente no ponto de ônibus em frente ao Boulevard Shopping, onde decidimos estender as faixas (vide imagem de abertura) de modo que o povo, ao passar, pudesse visualizar a mensagem.
Talvez aqui seja o momento ideal para transcrever, segundo os organizadores do evento, "o que é" este movimento:
"A Marcha é um culto ao ar livre que concentra milhares de cristãos por onde passa. A Igreja ganha as ruas e leva a adoração para vias importantes da cidade. Animados por trios elétricos, com os artistas convidados ou intercedendo junto a pastores eleitos para orar pelos pontos no município, o público não para de cantar e celebrar neste momento de festa.
Em Belo Horizonte, 100 mil pessoas são esperadas para o evento. Os participantes vão marchar 7,5 quilômetros pela área central da Avenida Afonso Pena até chegarem na praça da Estação louvando a Deus com cantores evangélicos conhecidos no meio gospel."
Para começo de conversa, de culto (racional, conforme explicitado pelo apóstolo Paulo) aquela balbúrdia não tinha nada. Falando percentualmente, 99% do público ou não compreendia ou odiava as faixas: as expressões de asco se sucediam no meio da multidão que pulava ao som dos trios elétricos de maneira não pode ser distinta de qualquer movimento carnavalesco. Do alto dos trios, algumas mulheres se vestiam de malhas colantes, rebolando de modo involuntariamente sensual, mas mesmo assim completamente inadequado para ser classificado como "louvor" ou "culto".
Ainda assim, se a expectativa era o comparecimento de 100.00 pessoas, até nisso foi um fiasco, pois ali mal havia (com MUITO boa vontade de contar) um quinto do público esperado. No espaço que se formou entre a passagem dos caminhões, antes do último trio, eu e o Paulo (doravante apenas) Macedo aproveitamos para atravessar a rua e estender a faixa que versa sobre os apóstolos e patriarcas na outra margem da pista onde ocorria a marcha. Dessa vez a reação popular foi ainda mais intensa: incentivadas pela liderança, as pessoas começaram a vaiar conforme passavam por nós, como se o que estivesse escrito em nossa faixa fosse algo absurdo, contrário ao evangelho ou, até mesmo, satânico. Vejam, ipsis literis, o texto exposto:
O Brasil não precisa de apóstolos ou patriarcas, com suas fórmulas mágicas e sua Teologia da Prosperidade, que envergonha o Evangelho de Cristo e são contrárias à realidade dos que sofrem. Chega de vergonha, o Amor e a Graça de Deus nos basta. - Mateus 6:33
A saber:
"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6:33)
Há algo nisso que mereça ser vaiado por algum cristão? Há algo reprovável nesse raciocínio ou na passagem bíblica indicada?
Ora, para um cristão GENUÍNO fica bem claro que há algo de muito errado quando alguém que afirma estar servindo (e, inclusive, "marchando para"!) Jesus é cometido de insanidade a ponto de condenar publicamente a própria Palavra de Deus (e a lógica que procede diretamente dela) a mando de seus líderes. O povo de Israel andou se comportando de modo semelhante e recebeu a seguinte repreensão:
"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte; Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça! Por isso, como a língua de fogo consome a palha, e o restolho se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel." (Isaías 5:20-24)
É indiscutível: um cristão que não reconhece a Palavra de Deus não é digno de ser chamado de cristão… seja sozinho, seja em bando!
Sei dizer que ver aquela multidão vaiando e condenado (com o famoso sinal de "polegar para baixo") foi um impacto bastante forte mesmo para meus seis anos de militância em prol do evangelho verdadeiro: sempre falei da apostasia, mas nunca tinha visto tanta gente alegre e ignorantemente sendo manipulada e enganada de modo tão grotesco! Ali estávamos eu e Macedo, estáticos segurando a faixa, no meio de um verdadeiro exército de mortos-vivos!
É uma tristeza muito grande e, mesmo sabendo ser o cumprimento profético, não há nada que diminua a dor: eu "segurei a onda", mas assim que os últimos foliões se afastaram o Macedo não conseguiu resistir:
— É nisso que se transformou o povo de Deus?! Nessa massa de manobra irracional e inimiga da Palavra do Senhor?!
Choramos juntos, de tristeza, por ver o povo (que pensa ser) de Deus seguindo um caminho largo e alegre que, se não abandonado a tempo, conduzirá única e exclusivamente ao inferno.
Nos reagrupamos, os cinco, e iniciamos a caminhada ao encontro dos "outros" (que, sinceramente, eu não estava acreditando muito que estariam onde prometeram): devido a uma peculiar condição de saúde, Macedo (que não deveria sequer caminhar!) anda mais lentamente e me senti compelido, no meio daquela multidão insana e imprevisível, seguir ao seu lado. Paulo (doravante apenas) Siqueira, Josemar e Daniel seguiram em passo acelerado pela margem da Avenida dos Andradas e logo sumiram, engolfados pela multidão.
O sol brilhava forte naquela mineira manhã de sábado e, enquanto eu e Macedo nos deslocávamos rumo à Praça da Estação, coisas surpreendentes estavam ocorrendo: os "outros" estavam agindo!
AÇÃO! | VOLTAR AO TOPO |
Neilton Domingues narra:
Nos encontramos na praça 7, às 8:00hs da manhã, eu, o Alan, o Wagner Lemos, o Alex Cesar, Mariel Marra, Jonas, Appoklyse e Arlen. Seguimos para o local da concentração da Marcha e, já no caminho, nos notavam por causa de nossas camisetas, já dizendo que éramos contra a marcha.
(…)
Logo no começo, um pastor conhecido, esposo de uma cantora “famosa”, veio conversar com o Mariel, parece que o inquirindo a respeito da manifestação.
Com cara de poucos amigos, veio até mim, colocou sua mão sobre meu ombro, como um meio abraço, me olhou dentro dos olhos, sem piscar, intimidando com o olhar e me perguntou o que estávamos fazendo ali. Sem tirar os olhos do dele, respondi a razão da manifestação, me calei e o encarei de volta.
Ele me largou e voltou para a balbúrdia da marcha. Depois me falaram que eu tive sorte de não tomar um tapa, pois a fama deste camarada é de brigão e espancador… coitada de sua esposa…
(…)
Seguíamos andando rápido e parávamos com as faixas estendidas, algumas pessoas, com olhar de reprovação, estendiam suas “santas” mãos nos repreendendo, profetizando que o senhor pesaria a mão contra nós e coisas do gênero.
Destaque para uma mulher que, gritando, tentava nos convencer de que o que fazíamos era errado, que não tinha aquilo de se levantar contra os ungidos, que não podíamos julgar… o mesmo discurso de sempre!
(…)
Do alto dos trios elétricos, a nata ora nos ignorava, ora nos encarava com ar de desaprovação.
Notei uma mocinha, de uns vinte e poucos anos, que, olhando os textos da faixa, me dirigiu um sinal de positivo, muito tímido, como que para não ser vista, pois ela estava do lado do Pr. Jorge Linhares, um dos organizadores da Marcha.
(…)
Me deparei com um diácono da igreja que eu congregava, com OUTRA mulher, que não era a dele, e quando ele me viu, soltou a dita e veio me cumprimentar com o crentês muito bem ensaiado.
Wagner e Alan também participaram do protesto e abaixo estão transcritas impressões que ratificam e enriquecem as informações até aqui apresentadas:
Com uma motivação simples e singela nos encontramos na praça: sorrisos, cumprimentos e uma vontade de fazer algo a respeito daquilo que tanto incomodava.
A tensão estava no ar: podíamos despertar muitos sentimentos, levando-se em conta o que aconteceu em outras marchas pelo Brasil… estávamos temerosos. Uma oração e seguimos ao nosso destino: bate papo descontraído e passos largos.
Na chegada, avistamos o ajuntamento e decidimos abrir as faixas: reações acanhadas surgiram, fotos e todos sentiram o confronto, mas… será que entenderam o recado?
Os questionamentos começaram e respondíamos com mansidão àqueles que buscavam uma explicação.
(…)
Filmamos, fizemos entrevistas e continuamos com faixas em riste ate que chamamos a atenção de quem estava no trio elétrico… do que fomos chamados?!
Prefiro, por enquanto, não comentar…
Mas eu gesticulei e falei: Quer que eu vá ai em cima falar? Quer que eu explique?
O sorriso amarelo e o gesto negativo mostra a maturidade daqueles que estavam la em cima curtindo o $how.
Tivemos momentos de estrelas, sim… verdadeiros astros!
O pregador disse: "estenda a mão para a área que você sabe que está com problemas"… a imposição de mãos sobre nós foi unânime! Ainda comentei com um dos amigos: vamos sair daqui abençoados!
A marcha prossegue e um transeunte tenta pôr fogo em uma das faixas. A tensão retornou e os olhares que trocamos nos deixaram apreensivos: afinal de contas, qual o mal que estávamos praticando para despertar esta reação?
Um protesto silencioso e pacífico era o que estávamos fazendo: nunca vi ninguém tentar por fogo em faixas de protesto contra o governo e suas instituições…
Claro que nos anos ditatoriais a coisa era assim - protestou, tomou! - fiquei imaginando: será que no meio evangélico retornamos a estes tempos tão terríveis?
Será que foi determinado pelos caciques e showmen gospel?
Não posso deixar de expressar minha felicidade por conhecer pessoalmente o irmão Mariel Marra, pois já somos velhos conhecidos virtuais e suponho que nosso encontro deva ter feito as orelhas do Mastral ficarem quentes…
Vejamos alguns trechos de sua narração e o desenvolvimento de um importante raciocínio:
Na ocasião estive conversando amistosamente sobre o Evangelho Puro e Simples com o Pr. Gustavo Bessa, casado com Ana Paula Valadão Bessa.
De uma forma provocativa, mas não menos inteligente e respeitosa, o Pr. Gustavo, o qual também é teólogo, me questionava sobre o que seria este Evangelho Puro e Simples, já que em sua opinião, não há como fugirmos das diversas interpretações que fazemos do Evangelho, de forma que aquilo que estávamos chamando ali de “Puro e Simples”, poderia não ser “Puro e Simples” para outras pessoas.
Naturalmente, o Pr. Gustavo nos propõe uma questão típica da pós-modernidade, em que tudo se apresenta como relativo e dependente do ponto de vista particular do observador/interprete.
(…)
Se é assim, então pergunto pelo Evangelho que inicialmente Paulo e posteriormente Lutero estabeleceram como parâmetro para os Cristãos, a fim de que fosse possível discernirem aquilo que era maldito daquilo que era bendito.
Seria também este Evangelho de Paulo uma visão temporal, a qual deve ceder aos apelos do pluralismo hodierno, aceitando agora a ideia de que todos estão com a verdade em suas interpretações, para assim promovermos a Unidade do Corpo de Cristo?
Inclusive, aproveito para também questionar a todos que estão lendo este texto… a que preço estamos buscando a Unidade da Igreja?
Seria válido alcançar a Unidade sacrificando no altar da ignorância todos os nossos parâmetros absolutos, reduzindo tudo a uma mera questão de opinião relativa?
Acaso o Evangelho Puro e Simples de Jesus é isso? Apenas um conceito e opinião particular de seus discípulos? Além disso, será que todas as opiniões e interpretações que fazem do Evangelho possuem fundamento de validade? Será que todos aqueles que atualmente falam em nome de Deus e pregam o evangelho estão com a razão?
Para todas essas perguntas, eu acredito que a resposta seja NÃO!
Portanto não creio que haja comunhão entre a Igreja e aqueles que se prostituem com Mamon, ainda que tal prostituição seja regada de boas intenções em nome do Evangelho, visto que ninguém pode agradar a dois Senhores de natureza tão distinta.
No meio do caminho rumo ao ponto de concentração final, eu e Macedo nos deparamos com uma cena, no mínimo, deplorável: do alto de um, caminhão um dos líderes comandava um ato patético, ordenando que o povo sob seu comando estendesse as mãos e declarasse que, por exemplo, a violência em Belo Horizonte iria diminuir…
Mesmo que tentemos relativizar, como sugeriu o pastor acima, as coisas não vão dar muito certo, pois:
A começar pelo simples fato de um gentio estar obedecendo uma "ordem espiritual" sem questionar já é forte indicativo de que esteja renegando a herança que foi conquistada através do sacrifício do Senhor Jesus Cristo, a saber:
"Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado." (João 7:38-39)
"E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém." (Apocalipse 1:5-6)
Passagens diretas que, de modo muito claro, dizem que qualquer um que crê (verdadeira e não apenas nominalmente) em Jesus Cristo recebe o Espírito Santo e, por isso, passa a ter as mesmas obrigações que reis e sacerdotes veterotestamentários (aqueles que precisavam ser ungidos com óleo…).
O comportamento servil e irracional apresentado sob o nome de "obediência" não passa de uma grande demonstração de covardia e incapacidade para lidar com a difícil liberdade de ser um verdadeiro cristão que desfruta da Graça de Deus, preferindo livrar-se das responsabilidades indo se ocultar sob um comportamento típico do povo judeu veterotestamentário, que, sem dúvida alguma, não possuía o Espírito Santo habitando em si e para tudo dependia de seus líderes.
Falando claramente: agir dessa forma é a mesma coisa que NEGAR ao Senhor Jesus Cristo… simples assim! E a Bíblia menciona aqueles que, na época da graça, agirem dessa forma:
"Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 10:32-33)
"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2 Pedro 2:1-3)
Logo, caso o Senhor vá tratar tais pessoas sob uma perspectiva neotestamentária… estarão todos perdidos! Mas, como me propus a relativizar suas condições, vamos tentar encaixá-los numa visão veterotestamentária:
Ora, geralmente tínhamos UM profeta de Deus falando coisas VERDADEIRAS: da última vez que soube de tantos profetas de meia tigela (uns quatrocentos e cinquenta…) fazendo um papel tão ridículo, foi quando Elias os exterminou após provar a ineficácia e a inutilidade do deus ao qual serviam. Duvida? Confira 2 Crônicas 2:16-46…
Haja vista que esse movimento se repete há pelo menos onze anos. Haja vista que marchas como essa não ocorrem apenas em Belo Horizonte. Haja vista que o método "profético" comandado se repete em cada um desses locais… analisemos apenas UMA dentre as tantas profecias lançadas ao vento: a que se relaciona com a diminuição da criminalidade e da violência.
Um profeta só pode profetizar aquilo que lhe é ordenado por Deus: por melhores que sejam suas intenções, falar algo "bonitinho" que não venha diretamente do Senhor irá colocar tudo a perder, pois:
"Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele." (Deuteronômio 18:22)
Então, ao lembrar de todas aquelas "mãozinhas proféticas" levantadas CONTRA mim e contra todos os outros verdadeiros servos do Senhor que ali estavam, chegamos a um ponto crucial de esclarecimento e discernimento, pois em Deus NÃO HÁ MENTIRA:
"De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado." (Romanos 3:4)
Portanto não há possibilidade de dúvida ou confusão quando falamos VERDADEIRAMENTE das coisas de Deus, pois Ele é 100% verdade! Já, se alguém falar em nome de Deus e aquilo não se cumprir… fica gritante que lidamos com um ser humano indigno de respeito e, pior ainda, MENTIROSO!
"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira." (João 8:44)
Logo, se todo aquele povo (que já renegou ao Senhor Jesus Cristo) ainda se dispõe a mentir (mesmo que em nome das boas intenções), temos nisso a prova cabal e irrefutável que todo aquele que tomou parte nesse evento está servindo não ao Senhor Deus, mas sim àqueles que o tramaram sordidamente, servindo a homens corruptos de entendimento e, em uma instância maior (por profetizar falsamente em nome do Senhor, tornando-O indiretamente em um mentiroso), servindo ao próprio diabo!
De modo que não encontramos, mesmo relativizando, uma saída vantajosa para quem se presta a divulgar (por si próprio ou por "obediência") falsas profecias: se na graça tal atitude é sinônimo de negação ao Senhor Jesus Cristo e chave de acesso ao inferno, pela Lei a condenação é ainda mais desvantajosa:
"Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Após o SENHOR vosso Deus andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis. E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o SENHOR teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti." (Deuteronômio 13:1-5)
Ou seja, além de não ser digno de respeito, o falso profeta se condena à pena de morte… e é de pessoas exatamente nessas condições que essa tal "marcha para Gezuz" está cheia!
A saber, para confirmar que a profecia sobre a criminalidade não procede de Deus, basta verificar nesta notícia onde se informa que a taxa de homicídios (ao contrário do que foi "determinado" na profecia) AUMENTOU!
Aliás, diga-se de passagem, os próximos dois profetas que vêm por aí vão desagradar em cheio esse povo que gosta de fazer marchas inúteis, pois ao invés de profetizar coisas boas e agradáveis aos seres humanos, vejam o que estarão destinados a fazer:
"Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem." (Apocalipse 11:6)
Sempre acabo imaginando como será ridículo quando esses "marchadores" se revoltarem contra eles e quiserem fazer algum "ato patético" na intenção de repreendê-los…
Lembrando que se quiseram queimar nossas simples faixas em Belo Horizonte e se, em Santo André (SP), homens treinados aplicaram golpes de luta (gravata) enquanto o público atirava chinelos e fraldas sujas nos que simplesmente protestavam com base na Palavra e dentro do direito civil… o que não quererão fazer com homens tão "maus"?!
Fazem tudo isso conosco por saberem que a resposta será o passivo silêncio, mas com as testemunhas o negócio vai ser bem diferente:
"E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto." (Apocalipse 11:5)
Quem avisa, amigo é: fiquem à vontade para ignorar os meus… os nossos avisos, mas depois não venham dizer que é uma injustiça transformar hereges em churrasquinho, pois (como diz o ditado) guerra avisada não mata o aleijado!
Finalmente chegamos, eu e Macedo, à Praça da Estação: olhamos para todos os lados e não identificamos nenhum dos nossos. Senti um grande desconforto, mas imediatamente me lembrei que mesmo numa cidade completamente estranha e diante de uma multidão de pessoas profundamente descontentes com nossa mensagem… Aquele que nos sustém haveria de ser por nós!
Como os carros de som ainda não haviam chegado, a praça estava relativamente vazia, fato que permitiu nosso ingresso, na intenção de verificar se algum dos nossos estaria por lá.
Deixei Macedo sob a sombra de uma cobertura e fiz uma patrulha de reconhecimento do local: a praça estava cercada por grades de ferro e tinha apenas alguns (relativamente) estreitos acessos de entrada e saída. Na hora em que estivesse lotada seria uma arapuca perfeita para retenção, assédio e sabe-se lá mais o que poderiam tentar fazer a um pequeno grupo de protestantes…
Encontrei Macedo já mais disposto, falando da Bíblia e panfletando (a animação dele sempre me faz sorrir!). Apressado e querendo sair logo dali (antes que a verdadeira multidão começasse a entrar), fiz um "resgate" súbito e saí meio que rebocando o irmão até a calçada do lado de fora do cercado… e ninguém dos nossos aparecia!
Escolhemos um ponto estratégico na larga calçada central da Avenida dos Andradas, bem próximo a um grupo de policiais de moto e nós dois, sozinhos, abrimos as duas faixas: a menor (dos apóstolos e profetas) equilibrada nas pernas e a maior (voltemos ao evangelho…) segura bem no alto. O resistência natural das faixas ao vento forte nos obrigava a fazer bastante força em alguns momentos e, de repente, me ocorreu a possibilidade de que, sob qualquer alegação, os outros três poderiam estar detidos naquele momento…
Creio que estes minutos finais foram os mais angustiantes para mim, pois já estava também bastante cansado e, de quebra, esperando por alguma notícia inconveniente, mas mesmo assim não tinha como desistir de segurar a faixa, afinal, aquela era a mensagem correta a ser passada para aquela multidão.
Mais alguns minutos e, finalmente (glórias a Deus!!!) aparece o Siqueira com o Josemar, trazendo os outros junto! Quase não acreditei ao ver que realmente existia gente disposta a segurar "ao vivo" a bandeira em defesa do evangelho genuíno! O primeiro a falar comigo foi o Alex e, de repente, junto com a chegada dos desnecessariamente barulhentos trios elétricos, foi chegando toda a "resistência"! Podem me chamar de bobo, mas eu me emociono ao lembrar desse momento…
Bem… basicamente o protesto foi isso: alguns dos outros cogitaram a possibilidade de adentrar o terreno do inimigo com faixas e panfletagem, mas eu e o Siqueira desaconselhamos tal rasgo de bravura… estávamos certos:
Alan confirma: "Seguimos em frente e decidimos que era hora de algo mais pessoal, mas logo que nós adentramos ao domínio fomos advertidos a sair por um fiscal. Bom… o que homens tementes a Deus poderiam fazer? Saímos e resolvemos dar por encerrado o dia."
Neilton ratifica: "…já estava chegando o final da marcha e as pessoas se dirigiam para o local do show. Até cheguei a sugerir entrarmos ali também, mas o Paulo disse que aquele local não era lugar para cristão: dei uma entradinha para distribuir uns panfletos e, do jeito que me olharam e me trataram, vi que se estivesse com as faixas apanharia mesmo!"
Agradeço ao Senhor Deus pela oportunidade de ter conhecido outros cristãos que lutam o bom combate e espero que estes sejam verdadeiramente sinceros em seus propósitos, pois de falsos cristãos filhos do inferno eu já estou farto!
Houveram ainda bons momentos de confraternização que, por sua brevidade, deixaram o verdadeiro gostinho de "quero mais". Para não alongar demais este texto com assuntos fora do foco, vou me restringir a mencionar brevemente o "Mate Couro" e a fraternal visita do irmão Jorge Isah: que me presenteou com o livro "A Tua Palavra É a Verdade" e dedicou tempo, mesmo cansado após o trabalho, a um ótimo bate-papo (meio pessoal, meio bíblico) em parte da tarde… sem contar aquela deliciosa trouxinha de calabresa!
A noite ainda houve palestra / debate com o Siqueira na 2ª Igreja Presbiteriana de BH, mas não pude ficar até o final por conta do horário de partida do meu ônibus de volta para casa e minha necessidade de alimentação adequada (calma, respiração, mastigação…) para não sofrer durante a viagem, afinal… foi um dia inteiro só de "lanchinhos" e, para um gastroplastizado, isso não é lá muito recomendável.
CONCLUSÃO | VOLTAR AO TOPO |
Penso que seria injusto concluir esta análise narrativa sem incluir algumas palavras do irmão que iniciou este movimento e, justamente por isso, reservei espaço aqui na conclusão para tal. Apesar dos breves momentos que tivemos em duas ocasiões, o Siqueira é uma verdadeira "caixinha de surpresas" boas e edificantes: um cristão com vivência, muitas experiências e que está disposto a pagar o preço por ser um verdadeiro filho de Deus:
Nessas últimas semanas estivemos bastante ocupados: semana passada estivemos em Belo Horizonte, envolvidos com o protesto na Marcha para Jesus daquela cidade.
Foi uma aventura e tanto, super emocionante ver paulistas, mineiros e cariocas envolvidos na luta pelo Evangelho de Cristo.
Foi maravilhoso ver que o que nasceu na sala de minha casa, de forma simples e humilde, e até com certo temor, tomou a dimensão atual.
A grande preocupação de todos os protestos e de todas as ações do Movimento pela Ética é a renovação da Igreja e também o enfrentamento da modernidade, que tem transformado de forma desenfreada os verdadeiros valores da Igreja, pois a Igreja não é um fim em si mesma, estando a serviço do Reino de Deus, da evangelização, do anúncio das boas-novas de Jesus Cristo.
Uma das graves deficiências da Igreja nos dias de hoje é a apresentação precária de Jesus Cristo e das boas-novas, pois muitas denominações deturpam essa revelação, apresentando um evangelho não anunciado e não vivido pelo Cristo: o que vemos nas marchas é um povo “com fome crônica” do verdadeiro Evangelho. O que vemos é um povo mal-alimentado com leite ralo, é um povo subnutrido em relação ao alimento da Palavra de Deus.
Por isso, a música em alto volume, os ritmos antes criticados e agora praticados (escola de samba, axé, etc.), toda a emoção despertada por gritos de guerra, são partes de todos os ritos da religiosidade da nossa gente, frutos das miscigenações e de todas as influências das demais religiões.
Porém, nada disso é suficiente para matar a fome, nem para saciar a sede da Palavra Viva de Deus.
Eu me pergunto: até quando veremos pessoas marchando pelas emoções, pelas festas, pelos políticos, por seus líderes, sem a mínima consciência do que é realmente marchar por Cristo?
(…)
Nós, do Movimento pela Ética, após muitas marchas chegamos a uma conclusão: se faz necessário um grande milagre para mudar a mente e o coração de muitos, pois o que temos aí afirmamos e repetimos, são propósitos humanos: Cristo se tornou, simplesmente, a moeda de troca!
(…)
É um grande desafio, porém queremos ser e fazer discípulos nesta nação, que está cansada de religiosidade, que está cansada de pagar as indulgências modernas na forma de meias, chapéus, chaves, fogueiras, óleos, e tantas outras coisas mais, que nada fazem para trazer paz e verdadeira transformação ao nosso país. Os números e as pesquisas estão aí: busquem as pesquisas, há muitas dissertações, teses, trabalhos que revelam a verdadeira realidade deste país que se diz cristão.
Não temos por pretensão elaborar uma reflexão cristológica completa. Nossa proposta continua modesta, porém declaramos que somos inspirados pelo verdadeiro Evangelho e nosso trabalho é, prioritariamente, a serviço daqueles que sofrem, para levá-los ao encontro do Cristo Vivo.
Me alegro por ter tido a oportunidade de fazer parte dessa equipe já em dois eventos e verdadeiramente desejo ter condições de estar presente em outros mais. Ali não estamos falando de denominações ou empresas eclesiásticas: somos irmãos em Cristo unidos apenas pela Verdade do evangelho genuíno!
Confesso que, por mais que lute, ainda tenho certas ideias engessadas dos trinta anos que passei numa igreja batista.
Um bom exemplo foi o momento em que estava caminhando para a palestra, a noite, com fome e começando a passar mal… e me lembrei de quando vinham os "americanos" (ou qualquer pregador) fazer "missões" aqui no Brasil: recebiam alimento, transporte… e nos deixavam (como se fôssemos índios) chicletinhos, canetas… e, anos depois, nos deram Rick Warren!
Vinham aqui no Brasil pregar, mas deixavam aberrações como Benny Hinn e Morris Cerullo se agigantar em sua própria nação…
Tentavam ensinar aqui no Brasil coisas que a geração de Kate Perry e Lady Gaga nunca chegou a aprender!
Hoje tanto se fala em enviar missionários do Brasil para a África, para a Índia… mas quais missionários? Gente que participa dessas marchas?!? Ora, que evangelho será pregado então? Só se for o do engano…
Foi no meio de pensamentos como esses que percebi que um missionário legítimo… um apóstolo verdadeiro (se houvesse algum após Paulo…), não pode entrar nessa batalha para ganhar! Estamos nessa para PERDER!!!
"Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á." (Mateus 10:39)
"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:35-39)
"Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos." (Filipenses 3:6-11)
Lembrar dessas passagens foi o suficiente para me resignar e seguir em frente, sempre falando somente a verdade, aprendendo e tentando aplicar sempre a Palavra a minha própria vida e enfrentando todas as barreiras e percalços de modo a conseguir alertar àqueles que tem de ser alertados e ensinar àqueles que querem verdadeiramente aprender.
Após tudo isso e em resposta à questão do título, posso afirmar que, ao tomar parte em movimentos insanos como esse, sejam tradicionais, sejam pentecostais:
OS EVANGÉLICOS BRASILEIROS ESTÃO MARCHANDO PARA O DIABO E EM DIREÇÃO AO INFERNO!
Não marche! Não se iluda! Não seja mais um nessa matilha de cães covardes e cegos: prefira conhecer a Palavra da Verdade, pois apenas ela pode te conduzir pelo estreito caminho da salvação!
"Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata! A graça do SENHOR Jesus Cristo seja convosco. O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus. Amém." (1 Coríntios 16:22-24)
Trecho extraído de: Marcha Soldado, Cabeça de Papel...
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(1) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com modos.
(2) A única coisa que eu não aceito é vir com a teologia do “não toque no ungido”, que isto é conversa para vendilhão dormir... Faça como os irmãos de Beréia e vá ver se o que lhe foi dito está na Palavra Deus!
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“Mais importante que ser evangélico é ser bíblico” - George Knight .