Pastor
Ariovaldo Carlos Jr. fala sobre a contextualização das Escrituras
Sagradas na 'Bíblia Freestyle'. "Precisamos encontrar quem serão os
contadores de parábolas do Século XXI. Esta é a minha luta"
Fonte: Guiame
Ele tem 33 anos, é pastor da Igreja Manifesto, e acredita que jargões
religiosos não fazem sentido para a maioria das pessoas. "Isto nos
segrega culturalmente e é a coisa mais estúpida que poderíamos fazer.
Atrapalhamos a compreensão do Evangelho. Jesus não pegava leve."
Lançada recentemente na web, a Bíblia Freestyle está, até hoje (18 de
fevereiro), no capítulo 21 de Mateus e ainda há muitas páginas a serem
contextualizadas. Além disso, novos recursos para integração com redes
sociais e aplicativos para celulares vêm por aí.
Como o próprio Ariovaldo já devia imaginar, não faltam críticas e
acusações quanto ao projeto, mas, ao mesmo tempo, sobram elogios e
testemunhos.
Em entrevista exclusiva ao GUIAME, Ariovaldo Carlos Júnior explicou
melhor a ideia da Bíblia Freestyle, falou sobre as críticas e reafirmou a
importância do projeto para alcançar vidas para o Reino de Deus.
Confira:
GUIAME:
Como surgiu a ideia de contextualizar o Novo Testamento de forma que os
jovens entendam, de primeira, o que está escrito?
Ariovaldo Carlos Jr.: A contextualização, na verdade,
faz parte da vida da gente. Quando contamos uma história da Bíblia para
alguém nas ruas, não usamos as mesmas palavras (até por que ninguém
decora o texto na íntegra). Mas repetimos as mesmas coisas com nossas
próprias palavras. A ideia então não foi nova. Apenas tive coragem de
registrar isto por escrito.
GUIAME: A ideia é continuar a Bíblia Freestyle até concluir o Novo Testamento inteiro?
ACJ: Inicialmente era esta a ideia. Mas muitos amigos
se ofereceram para colaborar com o projeto, o que viabilizou outras
oportunidades. Já tenho outro pastor me auxiliando com a produção dos
textos e também um designer preparando uma cara nova para o site. Novos
recursos também serão implementados em breve, como aplicativo para
celulares e integração mais ativa com redes sociais. O desejo agora é
publicar toda a Bíblia, concluindo o Novo Testamento até Julho de 2013, e
a Bíblia toda até Março ou Abril de 2014.
GUIAME: Não acha que algumas expressões atuais são fortes demais para serem colocadas como palavras ditas por Jesus e por Deus?
ACJ: Dizer que não tenho pudor ao usar as expressões, é
um exagero. Claro que tenho temor em exagerar. Mas falar "cagada" ao
invés de "pecado", considero inofensivo demais para ser levado a sério. É
como as pessoas no mundo real falam. Infelizmente, nós, cristãos,
preferimos utilizar jargões religiosos que não fazem muito sentido pra
maioria das pessoas. Isto nos segrega culturalmente e é a coisa mais
estúpida que poderíamos fazer. Atrapalhamos a compreensão do Evangelho.
Jesus não pegava leve. Quem estuda um pouco da tradição dos Judeus,
percebe que algumas de suas atitudes eram mais ofensivas do que suas
palavras. E em outros momentos vemos vários exemplos de expressões
fortíssimas, que se fossem contextualizadas, seriam muito agressivas.
Por exemplo: "raça de víboras" em Mateus 23:33, ou "parede
esbranquiçada" em Atos 23:3.
GUIAME: O que o pastor Ariovaldo Carlos Júnior tem a dizer aqueles que o condenam de estar 'brincando' com algo sagrado?
ACJ: Este material não é para vocês. Apenas tomem
cuidado quando oram pra Deus realizar a vontade de vocês, ao invés de
orar para que a vontade dEle seja feita. Quem ora assim é macumbeiro
evangélico. Se algum dia eu disse algo que realmente seja herético,
espero que atirem em mim. Pra matar. Desejo, sinceramente, que não façam
o mesmo que têm feito com os pregadores mentirosos que estão na TV
falando coisas que Deus nunca prometeu. Estes, sim, estão brincando com
coisas sagradas, explorando pessoas, enriquecendo às custas do Evangelho
e com certeza não têm parte alguma no Ministério de Jesus. Quem abaixa a
cabeça pra esta corja, não tem moral algum pra criticar o trabalho que
faço. Acordem, irmãos! Não deixem este falso evangelho tomar conta das
Igrejas!
GUIAME: O site do projeto está cheio de
comentários com elogios e testemunhos de jovens que voltaram a ler a
Bíblia. Eles o impulsionam a levar a ideia adiante?
ACJ: Com certeza. Aliás, este é o combustível! O que
era um hobby, agora ficou sério devido a proporção que tomou. Se pessoas
estão sendo desafiadas a aprenderem mais sobre Jesus e seu Reino, então
os frutos deste trabalho são bons. Obviamente isto só está sendo
possível por que decidi ser completamente fiel aos fundamentos da
Palavra de Deus. Tem muita Bíblia por aí que é aplaudida (como a da
Vitória Financeira, por exemplo), que embora seja conservadora em suas
palavras, possui comentários adicionados ao texto que são extremamente
prejudiciais ao leitor. Aquilo sim deveria provocar revolta nos
cristãos, mas isso não acontece por que parece que somos um povo que leu
mas não entendeu as Escrituras.
GUIAME: Acredita que em ministérios jovens
falta essa contextualização ao tratar os diversos assuntos que envolve o
dia a dia da galera e a vida com Deus?
ACJ: Se não formos capazes de trazer à realidade as
coisas espirituais, então não adianta nada chamar o trabalho de
"ministério". Espiritualizar as coisas carnais é burrice. Não funciona e
não revela o amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo. Sem
contextualização, as pessoas não percebem como o Evangelho traz valores
que devem ser vividos na prática. Jesus era mestre em utilizar elementos
da cultura cotidiana para contar histórias fantásticas. Precisamos
encontrar quem serão os contadores de parábolas do Século XXI. Esta é a
minha luta.
GUIAME: Quem é o Ariovaldo Carlos Jr., além de
"Pastor, analista de sistemas, palestrante desmotivacional, autor de 3
livros inacabados, marido preguiçoso, pai inexperiente, cristão buscando
melhorar sua conduta e brasileiro que não desiste nunca" ? (Descrição
encontrada em sua rede social)
ACJ: Agora eu sou autor de apenas dois livros
inacabados! Um está em processo de diagramação (chama-se "666 perguntas
que seu pastor não responde"). Completo 34 anos agora em 2013. Sou
casado, tenho um filho de dois anos, sou pastor de uma Igreja que é
jovem (apenas 10 anos) chamada Manifesto - www.igrejamanifesto.com.br
(Ministério Sal da Terra), mas não me considero um pastor de jovens.
Gostamos de viver com pessoas de verdade, com problemas de verdade.
Então repartimos o que Deus tem nos dado com cada um que tem sido
chamado a viver junto. Gosto de pensar que nosso ponto forte é a
PREGAÇÃO do Evangelho. Aquela velha pregação que gerava pessoas
verdadeiramente livres. Não sou chamado para pregar por que sou
engraçado ou por que tenho tatuagens. Sou chamado porque acredito que o
Evangelho dói como um chute com os dois pés no meio do peito, mas é a
salvação para todo aquele que crê no Senhor Jesus Cristo.
Igreja Manifesto
por Juliana Simioni
GUIAME.COM.BR
Fonte:http://www.guiame.com.br/noticias/gospel/mundo-cristao/confira-entrevista-de-ariovaldo-carlos-jr-criador-da-biblia-freestyle-palavra-de-deus-contextualizada.html
A quantidade não significa, santificação à Bíblia nos diz: somente um restante ou resto será salvo. Embora esse resto seja grande, é certo que será especial. Acho muito inoportuno o que esse suposto-pastor está fazendo com a Sagrada Escrita. Deixo a pergunta no ar: O sagrado não é para ser santo?
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