É lamentável ver grande parte da nação evangélica se contentando com tão pouco. Bastou o Pastor Silas Malafia aparecer em uma das maiores emissoras nacionais e destilar sua ríspida fala em defesa da família tradicional, para que muitos cristãos sentissem, ao final daquele programa da Gabí, a sensação de terem sidos bem representados, ou quiçá, sendo menos plausível, a supérflua alegria provocativa como aquela tipo: “meu time venceu o time do meu vizinho”.
Não era essa a representação de igreja que eu, e muitos cristãos, almejávamos para o Brasil. Aliás, quem de nós precisa ser representado, senão por Cristo!
Exceções à parte – e relembrando algumas marcas de nossa história como evangélicos – , quem nunca soube que fomos (e ainda somos) reconhecidos por nossa hostilidade, intolerância, extremismo e segmentação. Que durante anos fomos (e ainda somos) mal ensinados sobre conceitos imprescindíveis como os de: igreja, adoração, mundo, secularismo, graça de Deus, missões, espiritualidade, etc. Ainda notemos também que, se culturalmente somos um país rico, ao mesmo tempo, apresentamos um nível paupérrimo em questões de leitura – vejamos que no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), dentre os 64 países avaliados, ficamos apenas na posição 53 – o que se reflete proporcionalmente em uma significante camada evangélica, em sua maioria, ignorante, “fantocheada”, perdida no tempo e no espaço, quase sempre à espera de um representante que supra todas as suas carências representativas, teológicas, espirituais, familiares, dentre tantas. Neste viés, não há dúvidas de que tal camada se torna vítima de pseudos-líderes, mas ao mesmo tempo irresponsável consigo mesma, quando tem a oportunidade de ser alertada, mas omite-se a pensar.
Quanto pesquisamos a história da igreja evangélica no Brasil (e aqui não tenho intenção de historicizar) ficamos bastante entusiasmados ao notar a provisão de Deus ao enviar missionários comprometidos com a pregação do evangelho em nossas terras. Contudo, com o passar dos anos, a tentativa de europeização eclesiástica, partindo desde os formatos dos cultos, liturgias, costumes, indo até as arquiteturas de igrejas, davam sinais de que a igreja no Brasil sofreria alguns problemas relacionados ao aspecto cultural. Mas o pior ainda estava por vir. As estranhas correntes teológicas, quase sempre vindas do Norte, passou a ameaçar o projeto de aperfeiçoamento prático-doutrinário da igreja no Brasil, vindo a fragmentá-la em diversos aspectos. Sendo assim, quando, já na década de 90, o inchaço resultante de tantas subdivisões acarretou em uma perca de referencial no meio de nós. A igreja brasileira, àquelas alturas, já estava em parte, mística, fria, vendida, politizada e alienada.
Já sem eira nem beira, o que um dia se foi chamado de Protestante veio a passar por várias fases quanto ao estereotipo: de “Crente”, “Evangélico”, chegando até o moderno termo “Gospel”. O que isso refletiu, a grosso modo? Em um vexame da igreja evangélica! O sinal de que além de abrangermos o aspecto religioso, também podemos ser da merchandish!
Atualmente as denominações vistas como tradicionais sofrem com tamanha pressão de movimentos neopentecostais, o mercado religioso lucra milhões com produtos e imagens de ícones do movimento Gospel, a mídia em geral reconhece que os evangélicos são “a bola da vez” e abrem espaço para suas representações. Enquanto isso, se na igreja do Malafaia tem pastor ganhando até 20,000 Mil Reais, nossos campos missionários vivem a escassez de recursos; se nos grandes templos há tanto “pede-pede” em nome de uma prosperidade “besteirol” ou não, os minoritários cristãos que pregam apenas o evangelho envolto pela Graça de Deus insistem em não se guiarem por quantidades, mas pela Verdade. E assim vamos prosseguindo, vivendo esse Evangelho inversamente proporcional ao que se mostra por aí…nos Show’s mundiais, universais, na Globo ou na Gabí.
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Antognoni Misael, editor do Arte de Chocar e colaborador na edição do Púlpito Cristão.
Seu blog é óptimo,amigo irmão o que é importante e o que tem relevo diante de Deus, não é o ter uma igreja grande ou ganhar milhões,a fidelidade numa vivência com Cristo, isto é importante, sei que tem impacto perante o homem o ser-se pastor de uma igreja com 5 mil ou mais crentes, mas será que isso importa a Deus? E pergunto será que essas pessoas têm a noção do que é nascer e viver como nova criatura? sou portugues e ao longo da minha caminhada aprendi que nem todos os que dizem Senhor...entrarão no Reino.No meu ministério preguei para centenas e preguei para meia dúzia,levantei de colecta vinte euros e centenas de euros, mas de tudo o que tem mais valia é que a cada dia viver o que se prega. gostei dou-lhe meus parabéns.
ResponderExcluirCom votos de grandes vitórias.
PS. Se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, faça-o de forma a que possa encontrar seu blog para segui-lo também.
Sou António Batalha.
Acho que temos muitos cristãos Maria vai com as outras, mesmo se o Silas Malafaia fosse tudo aquilo que vc's queriam ou acham o que deveria ser mesmo assim teria um monte de gente criticando o cara, que por sinal caso vc's estejam achando que eu sou da igreja dele se enganam, e teria a mesma posição caso não fosse cristão. Não foi o cara que iniciou o assunto que por sinal poderia ser sobre aborto, sobre espiritualidade, sobre salvação mais mesmo assim teria um monte de gente que tanto fala que ele se acha o dono da verdade, impondo suas verdades verdadeiras.Sabe porque que além de ser bíblico que no final dos tempos o amor de muitos se esfriaria, porque os que não amam são unidos em praticar a iniquidade.
ResponderExcluirNão precisa responder e não perca o tempo e postar a resposta pois saiba que não voltarei para lê.Continuarei a visitar o site mais esse assunto pra mim morreu.