Por Marcelo Milazzo
Quem já
ouviu falar de Narciso? Pois é! De acordo com a mitologia greco-romana,
Narciso foi um jovem que, por causa de uma maldição, se apaixonou pela
própria imagem refletida na lagoa de Eco. A admiração pela própria
imagem fazia Narciso pensar que era semelhante a um deus! Em sua mente,
tudo girava em torno de sua beleza!
Parece-me
que hoje, cada vez mais, as pessoas são encorajadas a olharem para si
mesmas com os olhares de Narciso! Impressiona-me, por exemplo, como tudo
gira em torno de entretenimento! Vale tudo para fazer as pessoas se
sentirem bem, alegres e felizes, mesmo que isso aconteça às custas da
realidade! Além disso, existe entre nós uma espécie de existencialismo
barato, que faz com que o mundo em que vivemos seja o mundo da autoajuda
e do estilo de vida baseado na busca pelo prazer, o que muitos
confundem com felicidade. O problema é que a moda pegou, e pegou muitos
cristãos! Sim, os cristãos têm acreditado nessa mentira e, junto com os
ímpios, fazem coro dizendo que “o que importa é a minha felicidade e
nada mais”! Você já parou para ouvir os cânticos da moda? Já percebeu
como eles disfarçadamente colocam o homem e suas necessidades no centro,
ao invés da obra e pessoa de Cristo? Você já entrou numa livraria
evangélica e viu quantos títulos existem tratando de autoajuda? O que
dizer, por exemplo, da liturgia de algumas igrejas, que incentiva a
sensualidade e a extravagância? E as pregações que tratam de “5 passos
para felicidade” ou “8 passos para uma vida de sucesso”? Meus irmãos, a
velha mentira (de que seríamos como deuses) faz mais parte da nossa
realidade do que imaginamos!
Um antídoto contra o narcisismo gospel!
Deus nos fez para A Sua glória! (Is 43.7)
Ele é a
medida de todas as coisas! Tudo o que existe, existe para que Ele seja
magnificado e glorificado! Nada foge deste propósito! Assim, precisamos
entender que não somos o centro do universo! Não nos bastamos! Não
estamos aqui para encontrar a felicidade! Aliás, nenhuma perspectiva
pode ser mais egocêntrica do que esta! Imagine que, harmoniosamente,
todas as coisas no universo declaram a glória do grande Deus! Agora
imagine que o homem, ao contrário de toda a criação, insiste em perceber
o mundo a partir de si mesmo! Se Deus é incomparável e de valor
inigualável, não percebê-lo como fonte e centro de toda a existência
seria uma prova de imenso egoísmo.
A Bíblia não é um livro de autoajuda (2 Pe 1.19-21)
A Bíblia
não é uma caixinha de promessas! A Bíblia não é uma espécie de amuleto
ou tarô gospel, onde as pessoas, aleatoriamente (e misticamente), buscam
uma palavra mágica! A Bíblia não é um livro de autoajuda comprometido
com a minha satisfação e autoaceitação! Ao contrário, a Bíblia é a
revelação de Deus, comprometida com a glória dEle! Na Bíblia, Deus
revela a si mesmo (sozinhos não poderíamos compreendê-lo) a homens
pecadores! Dessa forma, a Bíblia deve ser entendida como um todo, um
todo que revela a Glória de um Deus que escolheu, por graça, redimir um
povo por meio do Seu Filho. Assim, pregações como “5 passos para o
sucesso” ou até “atitudes que liberam a benção” não fazem o menor
sentido biblicamente, porque removem a pessoa e obra de Cristo do centro
(ainda que textos bíblicos sejam usados) e colocam o homem! Portanto,
nos coloquemos diante do Livro dos livros, entendendo que Deus é
glorificado quando nós conhecemos e reconhecemos a Sua glória revelada
em cada página dele! E sabemos que isto está acontecendo quando o
resultado da nossa leitura bíblica nos faz estimar mais a Cristo e menos
a nós mesmos!
Precisamos de uma perspectiva correta de nós mesmos! (Sl 139.13,14)
Preciso
entender que o fato de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus não
me dá nenhuma prerrogativa para autoglorificação ou autogratificação!
Muitas pessoas têm entendido esta cara doutrina de maneira equivocada! O
fato de termos sido criados de forma admirável e assombrosa, aponta
para a magnitude do Criador e não para a nossa, visto que todas as
coisas têm como objetivo revelar a glória de Deus! Portanto, ao invés de
dizer “amem-se” ou “valorizem-se”, o discurso deveria ser “valorizem a
Deus por aquilo que vocês são, colocando à disposição dEle seus dons e
talentos”! Percebe? Não precisamos nos sentir bem conosco mesmos!
Precisamos é reconhecer que Deus já nos deu tudo o que precisamos em
Cristo, e que se precisamos nos sentir bem conosco mesmos para sermos
felizes e tudo o mais, estamos reconhecendo que estas coisas estão em
nós e não em Cristo!
Fonte: Blog Fiel
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