Por Rodolfo Gois
Luzes,
câmeras, multidão. Esta é a marca do sucesso. Esta é a dica de que algo
está funcionando. Pelo menos é isso que a gente vê hoje em dia. João
Batista era um “produto exportação” do seu tempo. Tinha até estilo exclusivo (“usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de
couro e comia gafanhotos e mel do mato”, v.6). Hoje em dia isso
aumentaria o seu sucesso e alavancaria os multiprodutos com a sua marca:
Grife JB, Snacks em forma de grilo com gostinho de mel, artigos de
couro do João, além da família de bonecos. Pelo menos quatro linhas de
produtos de sucesso, sem contar os milhões de acessos garantidos nos
reprodutores de mídia online que lhe dariam bons retornos financeiros
com os patrocínios no seu canal exclusivo.
Ele tinha uma mensagem forte, tinha uma imagem forte, tinha uma
presença marcante; ele tinha um público fiel, tinha influência sobre as
pessoas, era popular. Ele tinha tudo pra ser a estrela da sua geração.
Ele tinha seus seguidores, seus discípulos. Ele até foi confundido com o
Messias que haveria de libertar o povo. Talvez muitos a sua volta o serviam, davam presentes, ofereciam seus
“préstimos”. Tudo estava dando certo. Tudo estava correndo bem. Dá até
pra imaginar o “ar” de satisfação de seus “assessores e diretores de
marketing”.
No “auge da sua carreira”, entretanto, João faz uma declaração que
poderia deixar todos perplexos. Ele diz que havia alguém “mais
importante do que ele”. Isso não é uma coisa que uma celebridade pode
dizer a qualquer um e a qualquer momento. Ele vai além: “não mereço a
honra de me abaixar e desamarrar…”. Como pode João falar isso?!
Primeiro, abaixar-se para alguém é um sinal de submissão; segundo,
desamarrar as correias de uma sandália era função de um escravo bem
“rebinha”, talvez o de mais baixo valor da casa; terceiro, ele diz que
isso seria uma honra; quarto, ele reconhece que não merece tal honra.
Que que é isso, rapaz!
No auge do sucesso João se coloca na mais baixa condição. Mas ele não
se importa, nem treme, nem sua a frio, nem titubeia. Declara de boca
cheia e com imensa convicção. Este antimarketing poderia causar um
grande prejuízo nos empreendimentos com a sua marca e sua imagem. Mas
ele não se importava, porque sabia que maior que o seu discurso era
aquele a quem ele estava preparando o caminho. João sabia que mais
valiosa que a sua popularidade era a integridade da sua missão. Sabia
que o melhor lugar era estar aos pés de Jesus, mas que isso não dependia
dos seus méritos, e sim da graça divina.
Ao avaliar o decorrer da história, logo chego à conclusão de que mais
alto que o topo do mundo é o lugar onde reconhecemos que desamarrar as
sandálias do nosso Senhor é uma honra, e não a merecemos.
Popularidade hoje é fácil de conquistar. Integridade e fidelidade à missão é uma outra história. Façam as suas escolhas.
“Muitos moradores da região da Judeia e da cidade de Jerusalém iam
ouvir João. Eles confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio
Jordão… Ele dizia ao povo: – Depois de mim vem alguém que é mais
importante do que eu, e eu não mereço a honra de me abaixar e desamarrar
as correias das sandálias dele”. (Marcos 1.5-7)
Fonte: Ultimato
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