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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

12 de março de 2010

ATIRANDO...


 

Durante anos, tenho ouvido, frequentemente, a acusação de que os pregadores que admoestam os líderes cristãos são culpados de "atirar em seus próprios feridos".

Recentemente, recebi o e-mail abaixo que me acusava de fazer isto, referindo-se a uma exortação pública, que eu fiz sobre as "Clarence Sexton Friendship Conferences":

"Estou profundamente consternado com a carta particular dirigida ao Dr. Sexton, a qual o senhor publicou no seu website. Agradeço-lhe por atirar no seu próximo, em vez de ter chamado, pessoalmente, o Dr. Sexton, a fim de apurar todos os fatos.  Suponho que o senhor não leia, com frequência, Mateus 18".

A  verdade é que enviei esta carta ao Dr. Sexton, através do seu website, antes de tê-la publicado, e não recebi resposta alguma. Ele diz que não usa e-mail, o que é ótimo, mas poderia ter ditado uma resposta a um dos seus cooperadores ou secretárias. Quanto a Mateus 18, este nada tem a ver com o assunto. O Dr. Sexton não pecou pessoalmente contra mim e nem sou membro de sua igreja, para, desse modo, seguir o procedimento prescrito em Mateus 18. O assunto da Conferência não é particular, mas um  assunto público, pois o Dr. Sexton o externou através de  sua influência pública. Assuntos públicos devem ser criticados publicamente, pois, do contrário, os envolvidos não ficarão cientes do desafio. O que eu precisei dizer a título de admoestação não foi somente para o Dr. Sexton, mas para os batistas independentes. Nada tenho, pessoalmente, contra o Dr. Sexton, nenhuma animosidade contra ele. Por que os homens não entendem este princípio tão simples? Estou convencido que é porque não querem entendê-lo.

Tenho sido um batista independente durante 36 anos e um dos pecados mais persistentes deste movimento, a meu ver, é a exaltação do homem. Como movimento, ele é mais centrado no homem do que em Cristo e isto para mim é idolatria.

Outro exemplo fútil de "atirar no ferido" é o do segundo e-mail, o qual foi recebido há anos:

"Cresci em Murfreesboro, TN, fui e continuo sendo associado da "Espada do Senhor" e do "Bill Rice Ranch". Sempre odiei e continuo odiando ver um cristão atacar outro  irmão cristão a respeito de coisas, em vez de pregar e tentar ganhar almas para Cristo. Dizem que o Exército Cristão é o único exército que maltrata os seus feridos e os mata. Tenho a dizer que isto é verdade. Sou também um marinheiro e fomos ensinados a apanhar os feridos, e até os mortos, não os deixando morrer ou ser mutilados pelo inimigo. Como cristãos, muitas vezes, fazemos exatamente o contrário.

O que significa "atirar em seus próprios feridos?" Se significa que os cristãos devem ter paciência com os fracos, podemos, certamente, afirmar que somos culpados. Se significa que, algumas  vezes, os cristãos criticam um companheiro, em vez de tentar ajudá-lo, isto acontece também, muito frequentemente, e devemos nos lembrar que Deus não Se agrada com tais coisas. Mas, por outro lado, se significa ser errado um pregador identificar e admoestar os que estão ensinando o erro e andando em comprometimento, é tolice.

Em meu ministério de admoestação, jamais maltratei uma pessoa ferida, nem jamais atirei contra qualquer pessoa, de modo algum. Acusar-me de fazer tal coisa é confundir admoestação, reprovação e correção com ataque. Participei do exército, entendo do assunto militar e o que estou fazendo nada tem, absolutamente, a ver com "atirar nos próprios feridos".

Os líderes que eu admoesto não estão feridos. Eles estão voluntária e decididamente aderindo ao erro e ao compromisso, influenciando os outros (neste caso, eles não tencionam revidar).

O Senhor Jesus Cristo ensinou o Seu povo a se acautelar dos falsos profetas (Mateus 7:15). Quando um pregador obedece a este mandamento e tenta admoestar e identificar os falsos mestres, será que está "atirando nos feridos"? Não! Mas, os que o admoestam e os que com eles simpatizam logo acusam [o pregador]  de estar fazendo isto. Na 1 e 2 Timóteo, o apóstolo Paulo nomeia os falsos mestres e os compromissados com eles, em 10 passagens diferentes, admoestando contra eles. (1 Timóteo 2:20 e 2 Timóteo 1:15; 2:17;3:8; 4:10-14).

Todos os homens sobre os quais Paulo admoestou afirmavam ser cristãos e parece que Paulo estava sendo injusto e sem compreensão, ao denunciá-los.  Quando Paulo admoestou Timóteo a respeito de Demas tê-lo desamparado, "amando o presente século", (2 Timóteo 4:10), Paulo não estava atirando no  Demas ferido, mas no Demas mundano, e os seus associados poderiam tê-lo acusado [Paulo] disto.

O Senhor ordenou que as assembleias disciplinassem os membros da igreja que não se arrependem, quando estão comprometidos com o pecado e o erro crasso. (1 Coríntios 5; Tito 3:10, 11). Isto é "atirar nos feridos"?  Muitas vezes, os que assim o consideram são os alvos da disciplina e os que simpatizam com eles. Mas, a apropriada disciplina da igreja, mesmo quando severa, não é destrutiva. Ela tem um objetivo triplo: glorificar Cristo em Sua igreja; purificar a congregação e conduzir o pecador ao arrependimento. 

O Senhor nos instruiu a identificar os que são salvos, mas estão andando em desobediência (2 Tessalonicenses 2:6). Isto é "atirar nos feridos"?  Em geral, os desobedientes confundem correção com perseguição e reprovação com ataque.

Paulo censurou o pecado nas igrejas, através de cartas que eram tudo, menos privadas. Suas epístolas às igrejas individuais eram distribuídas em todas as igrejas (Colossenses 4:16). Desse modo, quando Paulo descreveu como Demas o havia desamparado, "amando o presente século", o assunto se tornou público. Quando ele censurou os crentes de Corinto pelo seu pecado e compromisso com o erro, o assunto se tornou público. Quando ele admoestou Alexandre o latoeiro, a admoestação se tornou pública.

Alguns assuntos são privados e deveriam ser tratados confidencialmente; porém, outros são públicos e devem ser tratados publicamente.  Quando um homem exerce um ministério público, o qual tem influência sobre os outros, esse ministério deve ser criticado publicamente.

O evangelista Chuck Cofty é um oficial da Marinha Americana, altamente condecorado, o qual sobreviveu a muitas experiências nos campos de batalha. Visto como ele entende extremamente bem deste assunto, pedi-lhe para responder a acusação feita no segundo e-mail, o qual foi citado no início deste artigo. Vejamos sua reposta:

"Caro irmão Cloud:

A meu ver, você não tem agredido nem ferido violentamente pessoa alguma com ataques. Sem dúvida, ele está se referindo às muitas verdades que aparecem em seus escritos, com referência à teologia contemporânea, que você citou. Talvez alguns, talvez até mesmo este homem, sejam tão tímidos que, quando a verdade é revelada, eles acham difícil aceitá-la e continuam tolerando o erro ou a ignorância, com receio de ofender alguém. Quando homens são nomeados, lugares identificados e o erro revelado, isto se torna um transtorno para os "moderados" em sua posição.

Irmão Cloud, a verdade é que os marinheiros jamais abandonam seus mortos no capo de batalha e, se for o caso, até prestam socorro ao inimigo ferido. Contudo, isto depende da situação e da condição, pois deixar de prestar essa ajuda, da qual somos incumbidos, nos rebaixa, prejudica a missão ou atrapalha o nosso sucesso. Nosso desejo de servir ao nosso amado Senhor deve ser o mesmo. Pessoalmente, acho que a analogia deste irmão é pobre e sua acusação, infundada".

Dennis Cotella, Diretor da Fundamental Evangelistic Association, na Califórnia, acrescenta:

"É lamentável que uma exortação bíblica seja igualada a "atirar contra o outro". A Palavra de Deus diz: "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina". (2 Timóteo 4:2). Com respeito ao irmão  desobediente: "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu. Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão". (2 Tessalonicenses 3:6, 14-15).

Isto não significa "atirar contra o ferido", mas é empregar a metodologia de sanar a brecha causada pelo afastamento do modelo divino.

 

"Shooting Their Own Wounded" - David Cloud.

Traduzido por Mary Schultze, em 10/03/2010

www.maryschultze.com

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