Renúncia do Papa é pedida por Associação de teólogos cristãos

A Associação de Teólogos e Teólogas Juan XXIII pediu em um manifesto a renúncia do Papa Bento XVI, pois consideram que ele "não tem a idade nem a mentalidade" para lidar com os desafios que a Igreja Católica enfrenta, segundo o jornal El País.

"Nos parece que o pontificado de Bento XVI está esgotado e que o Papa não tem a idade nem a mentalidade para responder adequadamente aos graves e urgentes problemas que a Igreja Católica possui atualmente", garante o manifesto do grupo, divulgado nesta quarta-feira na edição on-line do El País.

"Pedimos para ele, com o devido respeito à pessoa do Papa, que apresente a renúncia de seu cargo", insiste a associação, criada em 1982 com o objetivo de cultivar o espírito de liberdade e diálogo do Concílio Vaticano II, e que reúne teólogos cristãos.

As propostas do manifesto, feitas "com espírito construtivo e destinadas à transformação evangélica da Igreja Católica", incluem "iniciar um processo de democratização da Igreja com a participação de todos os fiéis católicos na eleição dos cargos de responsabilidade dentro da mesma Igreja".

"Acreditamos que a atual organização da Igreja Católica é obsoleta e corresponde mais a uma monarquia absoluta do que ao movimento de Jesus, comunidade de iguais", acrescenta a associação, lembrando que "desde as origens do cristianismo e durante vários séculos, a Igreja foi organizada e governada com a participação do povo".

Bento XVI

O papa Bento XVI, após ser alvo de várias críticas de pessoas ligadas a Igreja que cobravam uma ação mais enérgica do pontífice nos casos de pedofilia e abuso sexual no mundo, usou pela primeira vez a palavra 'abusos' ao se referir ao caso.

O papa prometeu publicamente, nesta quarta-feira (21), tomar uma ação mais firme no caso do escândalo sexual da igreja, para reprimir e intimidar o clero para que atos desse tipo não voltem a ocorrer.

Bento XVI, mesmo após a explosão de tantos casos de abusos sexuais, só se referia ao caso utilizando de termos vagos, tais como dizer que a Igreja "estava ferida por nossos pecados" ou precisava de "penitência", causando um certo desconforto nas pessoas que queriam que o papa dissesse alguma coisa diretamente, em vez de fazer referências indiretas e usar termos genéricos.

Durante uma celebração do papa Bento XVI, em Malta, ele se mostrou preocupado com as vítimas de abuso por parte dos padres. "Eu queria me encontrar com algumas pessoas que foram vítimas de abusos por membros do clero. Eu compartilho com elas seu sofrimento e com emoção eu rezo com elas, prometendo-lhes ação da parte da Igreja".

Esse tinha sido até então um dos comunicados mais explícitos do Vaticano, que espera que os bispos locais cooperem com autoridades civis no processo de padres que abusaram de crianças.



Com informações de AFP/ Aqui Acontece

Via: O Galileu