Que Silas Malafaia sempre foi temperamental, todo mundo sabe. Não é de hoje que ele solta o verbo em seu programa de TV. E foi justamente isso que lhe rendeu tanta fama, tanto dentro, quanto fora do arraial evangélico. A outra marca registrada dele era o bigode. Enquanto o manteve, Silas foi fiel aos princípios doutrinários que nortearam sua jornada ministerial deste os primórdios. Mas assim como aconteceu com Sansão que perdeu a força ao ter seu cabelo cortado, Silas parece ter mudado da água para o vinho depois que raspou seu bigode.
Conheci-o pessoalmente em 1989, quando alugou-nos seu estúdio de TV para a gravação do programa que nossa igreja manteve por um tempo na antiga TV Corcovado. Pareceu-me um cara boa praça, bom de conversa. Tive a oportunidade de debater com ele algumas vezes na Rádio 93 FM e na Melodia FM, ambas do Rio de Janeiro. Na maioria das vezes discordamos. Com o microfone ligado ele parecia um leão. Mas em off mantinha o tom cordial e respeitoso.
Depois o encontrei na Universidade Gama Filho, onde éramos colegas de curso de Psicologia. Chegamos a assistir a uma aula juntos. Éramos de turnos diferentes. Admirei vê-lo sentado ao lado da esposa na sala de aula.
Apesar de algumas divergências teológicas, confesso que sempre o admirei como expositor das Escrituras. Ainda que não apreciasse muito a maneira como alterava a voz enquanto pregava.
A impressão que se tem que seus olhos também foram vazados. E agora, o grande Silas aparece trabalhando no moinho de Dagon (ou seria de Mamon?). Como Sansão, ele agora é chamado a entreter os filisteus em programas televisivos de terceira categoria. Deixou de ser o orgulho de boa parte dos evangélicos, para tornar-se numa figura folclórica.
Gostaria de saber quem foi a Dalila que lhe deu colo, que raspou seu bigode e alterou dramaticamente seu discurso. Teria sido a política? Ou teria sido a tal teologia da prosperidade?
Pr. Silas, meu caro colega, se você tem sido duramente criticado na blogosfera, é sinal de que algo precisa ser ponderado. Não é razão para fazer ameaças, ou mesmo amaldiçoar quem quer que seja, mas tão-somente reconhecer que algo está manchando a sua trajetória ministerial. Lembre-se do que diz o sábio Salomão: "Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto. Fiéis são as feridas pelo que ama, mas os beijos de quem odeia são enganosos" (Pv.27:5-6). Não queira mal a quem só lhe quer bem. Não falo apenas por mim, mas por muitos que lhe criticam sentindo profundo pesar por vê-lo descambar para algo que você sempre criticou. É só dá uma conferida em vídeos antigos que circulam no Youtube.
Muitos desses que lhe criticam, são os primeiros a lhe elogiar quando você emite alguma opinião sobre questões sobre as quais a maioria dos evangélicos concorda. Veja, portanto, a sinceridade dessa gente que você chama de "bandidos", "invejosos", "caluniadores", etc. Desrespeito seria se subissem em seu púlpito e usassem seu microfone para falar mentiras contra seu ministério diante da sua família e das ovelhas que o Senhor lhe confiou. Em vez disso, cada um tem usado seu próprio espaço para denunciar os erros (alguns dos quais você denunciou por tantos anos...), desejando que você volte ao primeiro amor.
Quando o cabelo de Sansão voltou a crescer, Deus ouviu seu clamor e lhe devolveu a força perdida. Quer uma sugestão, Pr. Silas? Deixa o bigode crescer e peça que Deus lhe conceda aquela força com que você vociferava contra a teologia que agora você defende. Se cansou do antigo modelo de bigode, que tal o sugerido na foto?
Hermes Fernandes é um dos mentores da Santa Subversão Reinista no Genizah
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