Conforme lemos na Parte I deste trabalho, Rick Joyner, fundador e Diretor Executivo da MorningStar Publications & Ministries, na Carolina do Norte, é um dos mais ferrenhos proponentes das ideias de uma geração de superprofetas e restauradores dos tempos finais. Ele diz que sua conversão ao Cristianismo aconteceu em 1971 e que, a partir desse tempo, ele tem a habilidade de prever, com exatidão, os acontecimentos futuros e, ocasionalmente, olhar as pessoas e conhecer detalhes sobre as mesmas, ou chamadas espirituais sobre as suas vidas. Ele se associou com outros autoproclamados profetas, como Paul Cain e Mike Bickle.
Joyner enfatiza o seu papel no apostolado, dizendo: "Porque os apóstolos são chamados para ser evangelistas, profetas, pastores e mestres, em geral eles têm uma natureza mais adaptável, uma vez que lhes é dado o propósito de manter a igreja na trilha certa" (48).
Os doze apóstolos não se encaixaram em todas estas categorias e não existe ensino algum nas Escrituras afirmando que eles o tenham feito. Efésios 4:11 é claro sobre o fato de cada um dos apóstolos/profetas poder assumir qualquer um destes ofícios; porém, nenhum deles preenchendo todos eles. Pela própria definição de Joyner (de manter a igreja na trilha certa), ele não pode ser apontado deste modo, uma vez que este artigo nos mostra este "profeta" nos conduzindo a muitas trilhas erradas.
Sem dúvida alguma
Precisamos deixar a preocupação fundamental de algum dia podermos ultrapassar as Escrituras, em qualquer ponto e em qualquer tempo. Consideremos a Grande Comissão dada por Cristo à igreja, a qual é ordenada a marchar. Tendo "toda autoridade no céu e na terra", Jesus ordena os Seus discípulos e seguidores a fazer novos discípulos, conforme Mateus 28:20. Esta é a obra da igreja, ou seja, levar os ensinos de Cristo aos outros - todo o Seu ensino. Por quanto tempo a igreja deve fazer isto? É claro que enquanto escutarmos Jesus e levarmos Suas palavras a sério. Ele deixa claro que esta Comissão deve perdurar por uma era, a Era da Graça, e enquanto nela estivermos e até que Ele volte, devemos guardar os Seus ensinos e comandos. Estes se encontram somente na Bíblia; por isso, a conclusão é que devemos ensinar exclusivamente o que está na Bíblia, até que Ele volte. Quanto a isso não temos dúvida alguma. Quem ousaria usurpar ou suplantar os ensinos de Jesus? Só mesmo os arrogantes "apóstolos e profetas" modernos!
Além disso, Paulo nos admoesta, na 1 Timóteo 6:3-5: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais". Jesus disse que Suas palavras foram comandadas por Deus (João 8:26) e Paulo afirmou: "Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Coríntios 14:37), enquanto Pedro afirmou: "Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador" (2 Pedro 3:2). Paulo ordenou aos coríntios: "... para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito" (1 Coríntios 4:6-b).
Torcendo as Escrituras
Até quando maneja a Palavra de Deus, Joyner a distorce terrivelmente, logo aparecendo com interpretações sobrenaturais e subjetivas. Suas interpretações são esotéricas, ignorando a aplicação e o contexto cultural. Tudo é distorcido, para que se encaixe na mensagem dominionista [ou reconstrucionista] . Suas ideias já foram rotuladas de Exército de Joel, Reino Agora e Teologia do Domínio, embora sejam, antes de tudo, migrações gnósticas, em vez de propriamente uma teologia. Muitos dos ensinos do Latter Rain têm sido reembalados, rebaixando Cristo e as Escrituras, com o objetivo de deificar o homem.
Os livros antigos de Joyner eram mais conservadores, bíblicos e centrados. De fato, o seu livro de 1992 "The Journey Begins" contém 3 pp. sobre "Os fundamentos da interpretação bíblica". Contudo, suas ideias têm decaído, horrivelmente, a partir desse tempo.
Muitas vezes, ele é relapso no uso das Escrituras. O cenário que ele constrói é bem diferente daquele com o qual o apóstolo Pedro equipara a igreja primitiva, Paulo equipara a igreja histórica e o apóstolo João, o mover profético dos últimos tempos, preparando a igreja para a volta de Cristo. (49). Espiritualizar ou alegorizar o texto bíblico é patético. [N. T. - Dizer que a igreja é a Nova Israel de Deus é uma tolice sem igual. A igreja é a noiva de Cristo; Israel é a nação escolhida por Deus]. Jamais devemos fazer uma premissa espiritual ao custo da correta interpretação da Escritura. Quando fazemos este tipo de interpretação, corremos o risco de dar uma significação errônea às Escrituras.. . um tipo de exegese maquilada e autosserviente. O ministro e anfitrião do programa radiofônico "Open Bible Dialogue", Joseph Chambers, fala sobre os livros de Joyner: "Ler este material é o mesmo que ler o material da Nova Era. Sua proposta é apanhar qualquer coisa da Escritura e fazê-la significar algo que se adapte aos seus objetivos teológicos. Não existe fidelidade aos fatos estabelecidos de interpretação. É um pantanal de ideias relapsamente conectadas com generalizado uso fora do contexto bíblico, tentando comprovar os seus objetivos" (50).
Joyner também torce a Escritura para ensinar uma visão distorcida de dois "evangelhos". Ele é confuso, quando quebra a declaração de Hebreus 6:5: "E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro", afirmando que estas palavras foram pregadas por João Batista a Jesus, tendo sido obscurecidas após o primeiro século d.C. Em seguida, ele conecta esta mensagem, sem motivo algum, a Apocalipse 11:15, afirmando que "a verdadeira mensagem brevemente será liberada à igreja" (51). E que ela poderá levar a igreja a "andar sobre a água" ou a "pairar sobre o ar" (52), mesmo não conseguindo fazer isto.
Paulo declara na 1 Coríntios 2:2: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado." Não podemos melhorar a mensagem bíblica, mesmo porque ela jamais se extraviou. Até mesmo um estudo superficial dos "Pais da Igreja" vai mostrar a continuidade da mensagem. Mesmo que ela tenha sido rasurada durante a Idade Média [N. T. - por conveniência do Catolicismo Romano], a Reforma Protestante se encarregou de reconduzi-la ao seu curso normal.
A ideia de que a verdadeira mensagem do evangelho foi finalmente reencontrada por Rick Joyner, após os anos 1960, nada tem de original, por ser idêntica à dos grupos pseudo cristãos dos dois últimos séculos. Mary Baker Eddy, Joseph Smith, Ellen G, White, Charles T. Russell, Herbert Armstrong e outros hereges modernos têm declarado o mesmo, a fim de respaldarem suas falsidades teológicas.
Joyner afirma que a igreja será um grande hospital, com o poder de cura para todo tipo de doenças e de cada praga (53), embora isso não esteja ainda acontecendo. Infelizmente, para Joyner, o conceito do "mundo vindouro" era uma forma comum e bastante conhecida no primeiro século e ainda continua sendo para os judeus ortodoxos de hoje. Ela é um sinônimo do Reino Milenar do Messias, do Novo Céu e Nova Terra, ou Era de Ouro do Messias. A era vindoura não será uma obra de Rick Joyner, dos seus confrades "profetas', nem de qualquer outro homem, conforme explica o erudito em Grego, Kenneth Wuest: "A era vindoura é a Era Milenar. Quanta mudança haverá, quando o Filho de Deus reinar pessoalmente na Terra e o Seu povo escolhido tiver sido salvo. Os hebreus viram milagres verdadeiros sendo realizados, cuja realização comprovou que o Novo Testamento provinha de Deus. Este foi o fator que os tornou tremendamente culpados. É interessante observar que esses milagres serão novamente operados na Era Milenar, quando o Senhor Jesus voltar à Terra". (54).
A maioria dos comentaristas concorda que a era vindoura será simplesmente aquela que vai chegar, identificando- a com o Milênio, com o céu ou com ambos. (55). Ela não será deslanchada pelos reis da Terra, mas pelo "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apocalipse 19:16). Joyner está confundindo suas ambições megalomaníacas com a volta de Cristo. O mundo do primeiro século sentiu o gosto da era vindoura nos eventos registrados em Cristo e Seus apóstolos, bem como em todas as promessas bíblicas de um claro e glorioso futuro, no regresso de Jesus (Romanos 8:23; Filipenses 3:21; 1 Tessalonicenses 4:13-18 e 1 Coríntios 15). A mensagem cristã urgente é a de Romanos 1:1-17, não a do Reino Agora ou do céu na Terra.
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O Pós-Milenismo foi para o Sul
A antiga posição histórica pós-milenar atribuída a Daniel Whitby (1638-1726) e as clássicas variações do pós-milenismo (56) todas elas sonhavam com um mundo evangelizado e cristianizado, antes da volta de Cristo. Eles ensinavam que isto seria realizado pela difusão do Cristianismo, através da pregação do evangelho.
Conforme a visão pós-milenar, o evangelho de Cristo continua sendo o poder de Deus para a salvação e os antigos fundamentos são reconhecidos. Adicionalmente, esta pregação iria produzir um mundo de paz e virtudes universais, com o fruto do Espírito, sem guerra alguma (Isaías 2 e 11), tudo isso proposto para deslanchar a volta de Cristo, na típica moldura pós-milenar.
Com um toque de megalomania e sem qualquer razão aparente, Joyner declara que precisamos pregar a mensagem da última trombeta do Apocalipse 11:15, ao escrever: "Os que vivem na realidade e poder do Seu 'Reino Agora' pregarão a mensagem do reino. Não esperamos o Milênio para que Jesus venha reinar sobre nós. Seu Reino já se encontra à mão" (57).
Em seguida, ele declara que Deus assim o instruiu, ao construir a Comunidade Moravian Falls: "O que você está construindo vai perdurar por mil anos" (58).
A mensagem do Reino Agora, segundo Joyner, é maior do que qualquer outra mensagem: "Sua mensagem foi a do Reino e esta é a mensagem que nos tem sido entregue para ser pregada. Esta não minimiza a importância da nossa salvação, porém nega a alta colocação da igreja em Seu plano. Contudo, a mensagem do Reino é maior do que esta". (59).
A ênfase de Joyner sobre o Reino é notavelmente idêntica à das TJs, as quais ignoram o Rei em seu desejo pelo Reino.
Contudo, chocantemente diferente da Torre de Vigia é que o radical pós-milenismo carismático tem criado um cenário ilusório, no qual os operadores de sinais e maravilhas predominam sobre a sociedade e a riqueza do mundo, através dos seus milagres criativos. O desqualificado poder dos milagres e os desnecessários arroubos proféticos de Joyner obliteram esta posição. Além disso, ele ainda precisa andar sobre a água, ressuscitar os mortos e multiplicar os alimentos, a fim de autenticar a sua mensagem do Milênio ou Reino Agora.
Às vezes, Joyner muito se assemelha ao metafísico E.W. Kennyon, seguidor das heresias do Novo Pensamento, acreditando que pode penetrar nas "leis espirituais", para conseguir dramáticos resultados. Joyner ensina, em legítima moda metafísica, que: "Existem princípios espirituais em operação no reino espiritual, do mesmo modo como existem leis naturais no reino natural. Estes princípios espirituais funcionarão com qualquer pessoa que os usar. De fato, o poder de Satanás é totalmente dependente dos princípios espirituais ordenados por Deus". (60)
D. R. McConnell fala sobre Kennyon o que se poderia aplicar a Joyner:
"Através do seu 'conhecimento de revelação', Kennyon esperava criar, de 'superhomens', uma raça dominadora de cristãos já não mais sujeitos ao 'conhecimento do sentido", aos demônios, doença e pobreza. Esta esperança predomina em todos os escritos de Kennyon" (61). [N.T. - Kennyon é considerado o pai da "Palavra da Fé"].
Muitas outras manias
Joyner ensina que as profecias pessoais não precisam, de modo algum, estar conectadas às Escrituras. Ele diz, por exemplo: "Alguns argumentam que a profecia pessoal deveria vir sempre com a confirmação da Escritura... Este errôneo conceito é apenas o resultado de uma hermenêutica falha." (62). Consciente ou inconscientemente, ele está degradando e desrespeitando a Palavra de Deus e colocando impressões, conduções místicas, prontidão e imaginação acima da mesma.
Indo mais longe no assunto, Joyner admoesta que a pesquisa de seita é perigosa e não deve ser efetuada. Certamente, isto iria manter o seu caso fora do discernimento. Quanto mais admoestação contra as falsas religiões e heresias, conforme está na Bíblia (por exemplo, testar os espíritos, 1 João 4:1), melhor será; por isso, as palavras de Joyner demonstram ser desaconselháveis e tolas:
"Poucos dos que se dedicam ao estudo das seitas ou doutrinas espúrias são capazes de distinguir as palavras do Senhor e, por fim, têm o coração endurecido pelo exato mal que eles buscam expor. Seremos mudados por aquilo que estamos observando (2 Coríntios 3:18). Existem explícitas admoestações na mensagem do Senhor para a igreja em Tiatira sobre "conhecer as profundezas de satanás" (Apocalipse 2:24). Quanto mais focalizamos o que está errado ou as práticas do maligno, mais seremos mudados na natureza do que estamos vendo" (63). [N.T. - Vá ser ignorante assim no seu 'próprio lugar'!]
Desse modo, conforme Joyner tenta discernir - ser bereano - é se tornar coparticipante das obras das trevas. É isto que as TJs falam a respeito do estudo da Bíblia, à parte de sua literatura, as quais encorajam também a falta de discernimento. Mais uma vez, Joyner demonstra ser sectário, em vez de ser um cristão bíblico. Além disso, na citação acima, ele demonstra também o seu temor no manejo da Palavra de Deus.
As pessoas em Tiatira não conheciam (por experiência) as profundezas de satanás, "que no contexto eram a idolatria e a imoralidade sexual" (Apocalipse 2:20), simplesmente por serem capazes de discernir. Elas não praticavam tais coisas, pois sabiam discernir a sua natureza maligna e, assim, evitá-las. Conhecer as profundezas de satanás não é estudar os falsos mestres, como Joyner diz, mas praticar (experimentar) e promover a imoralidade e a idolatria. [N.T. - Neste ponto, a Igreja de Roma "conhece as profundezas de satanás", pois costuma negar a imoralidade dos seus padres e promover a idolátrica adoração às imagens dos seus "santos"].
Um profeta sem discernimento
Embora Joyner afirme ser um profeta, às vezes, ele apenas parece estar tentando ser o que diz, pois ignora a própria deficiência de informação sobre o que está disseminando. Ele gostaria que acreditássemos que um dos modelos de discernimento da verdade é o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), o qual participou do movimento de resistência contra Hitler, nos anos 1940. (64). Ele se envolveu num fracassado plano para assassinar Hitler, foi mandado para a prisão e enforcado por traição. Aos 39 anos, Bonhoeffer, pouco antes de ir para a prisão, propôs casamento a uma paroquiana de 17 anos (65). Sua história é muito triste. Do ponto de vista humano, ele foi justificado por tentar ajudar os judeus contra o nazismo; porém, este ato heróico não resolve o problema teológico.
Joyner aplaude Bonhoeffer pelo seu "extraordinário apego à verdade" e prossegue afirmando: "A vida de Bonhoeffer é um dos maiores exemplos de como alguns mantêm a verdade sem compromisso, posicionando- se contra a mais poderosa máquina política e militar da história, sem coisa alguma além do poder espiritual, e, no final, prevalecendo o que foi dito sobre o justo Abel e que poderia ser dito sobre Bonhoeffer - 'Ele fala depois de morto"'. (66).
[N.T. - Deixamos de traduzir as críticas feitas à teologia de Dietrich Bonhoeffer, um teólogo liberal, que não acreditava na divindade de Cristo, conforme os números de referência 67 e 68. Estas críticas sobre Bonhoeffer podem ser lidas por quem se interessar sobre o assunto, no texto original].
Como é possível que Joyner seja tão confiável, ao ponto de exaltar, como paradigma de discernimento, virtude e verdade, um homem que nem mesmo era fiel aos essenciais da fé cristã? Joyner é um profeta falso e censurável, totalmente destituído de qualquer discernimento e sabedoria. Ele se vangloria nos falsos posicionamentos teológicos. Por isso, não é de admirar que ele desencoraje o discernimento bíblico entre os seus seguidores.
Perdão sem arrependimento
Aparentemente, Joyner acredita que alguém pode ser salvo à parte do arrependimento e confissão dos pecados, conforme a pregação do evangelho. Ao contrário de Joyner, o apóstolo João disse que o perdão e a purificação dos pecados devem ser embasados na confissão (1 João 1:9). Será que alguém pode ser automaticamente perdoado? Joyner ensina:
"[Ele, Jesus] olhou, lá de cima da cruz, para os seus atormentadores, sem ira, sem retaliação... Mas com misericórdia. Ele orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Estas não foram palavras tolas. Ele quis dizer exatamente isto. Não estava esperando voltar para fazê-lo. Ele simplesmente perdoou" (69).
É simplesmente doentio e falho o uso da frase: "esperando voltar para fazê-lo". ... A questão maior e mais importante é: Jesus perdoou automaticamente os que O crucificaram? É verdade que Ele os perdoou? Se não, o que Ele realmente quis dizer? É impossível que Jesus os tenha perdoado e, depois, anulado o perdão, pois Pedro disse àquelas mesmas pessoas, em Jerusalém, conforme Atos 2:23: "A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos". Em seguida, Pedro os convoca a se arrependerem (verso 28). Se aqueles judeus já tivessem sido perdoados, conforme sugestão de Joyner, por que precisariam se arrepender novamente? Conforme Pedro, eles não tinham sido perdoados e precisavam de arrependimento e de perdão para serem salvos.
A única maneira de se entender as palavras de Jesus em Lucas 23:34 é do ponto de vista de um perdão em potencial. Todos os pecados podem ser perdoados, até mesmo os hediondos, como o crime dos que consentiram na morte de Jesus. Ele liberou-lhes a esperança de um perdão em potencial, o qual foi realizado no Dia de Pentecoste, embasado no seu arrependimento e aceitação de Cristo como o seu Messias. Até mesmo os assassinos de Cristo podem receber perdão. Esta é a única interpretação que pode combinar com o resto da Escritura. Devemos ter cuidado em definir apropriadamente a verdadeira significação da palavra "perdão". Uma concepção errônea é a de que, como cristãos, devemos "perdoar e esquecer", mesmo que o nosso perdão não seja buscado. Devemos lembrar que o perdão é uma transação (1 João 1:9).
No capítulo intitulado "O Perdão é Condicional", o Dr. Jay Adams fala sobre a oração de Cristo na cruz: "Se de fato Jesus perdoou, incondicionalmente, os que O crucificaram, claro que eles teriam sido perdoados sem ouvir e crer no evangelho. Portanto, este ensino é herético. Jesus não os perdoou, Ele orou por eles. O ensino se aplica a Estevão e a outros, que teriam perdoado os seus assassinos.. . Também acreditamos que sua oração foi respondida.. . Mas como? Não à parte dos meios, mas por causa deles. A oração de Jesus foi respondida na pregação de Pedro, no dia de Pentecoste.. . Eles não foram perdoados do pecado de crucificá-Lo, sem crer que Ele havia morrido pelos seus pecados, mas exatamente porque isto aconteceu em resposta à pregação do evangelho, em Jerusalém.
Não precisamos recorrer a qualquer estranha doutrina de perdão, além da fé em Jesus, para explicar a oração de Cristo" (70).
Os Manifestos Filhos de Satanás
É hilário ouvir Joyner usar palavras que se aplicam e são dirigidas a Satanás, adaptando-as aos crentes: Isaías 14:13-14 revela o terrível orgulho e arrogância de Satanás: "E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo".
Ser igual a Deus foi a ilusão entregue a Eva pela serpente, no Jardim (Gênesis 3:5). Mesmo assim, depois de comentar as inclinações arrogantes de Satanás e o engano de Eva, sem corar de vergonha, Joyner diz:"Devemos entender que Deus quer que subamos ao céu; Ele deseja que nos assentemos no monte da assembleia; Ele deseja que sejamos elevados acima das alturas das nuvens e que sejamos iguais a Ele" (que tenhamos a Sua natureza) (71).
Aqui, Joyner dá suas orientações e doutrinas aos Manifestos Filhos de Deus e Pequenos Deuses, indagando: "Por que o que estava fora de limites ao Diabo estava fora de limites para nós?" Ezequiel 28 dá a resposta: de Deus a Lúcifer e os cinco "desejos" de Isaías 14 são respondidos com os cinco "desejos" de Deus de Sua condenação a Lúcifer, por querer usurpar o exato trono de Deus e se tornar igual a Deus.
Negação da Ressurreição Corporal de Jesus
Os falsos ensinos de Joyner são muitíssimos e estão se multiplicando. Além de ter escrito uma teologia impura e não clara, esta tem se tornado cada vez mais séria, pois Joyner tem descambado nos ensinos que são bem-vindos ao hall do Reino. (não entendi o que é hall do Reino)
Como deveríamos ver Jesus? Deveríamos vê-Lo exatamente conforme Ele é apresentado na Bíblia. João 2:21-22 e Lucas 24:39 deixam absolutamente claro que Jesus ressuscitou em Seu corpo físico. Sua ressurreição corporal é uma verdade fundamental da fé cristã. Ele é o nosso Mediador e está entronizado à destra do Pai, num corpo glorificado e ressurreto. Para sempre, Ele é o Homem-Deus.
Esta verdade sobre as duas naturezas de Cristo é chamada união hipostática e tem sido sempre defendida pela igreja. Cristo existe nas duas naturezas, a humana e a divina. (Filipenses 2:6-7). Aparentemente, Joyner nega esta doutrina ou não a entende, quando propõe:
"Existe uma tendência a continuar relacionando- O com o "Homem da Galiléia". Jesus não é um homem. Ele foi e é Espírito. Ele tomou a forma de servo e se tornou homem, por um breve espaço de tempo" (72).
Joyner não poderia ser mais claro em sua declaração: "Jesus não é um homem. Ele foi e é Espírito". Aqui, Joyner se alinha intimamente ao gnosticismo, uma das heresias que mais ameaçaram a igreja primitiva. Mais especificamente, ele está beirando ao Docetismo, uma visão que nega a verdadeira humanidade de Cristo, quando afirma que Ele apenas parecia ter um corpo físico. Embasado numa porção de passagens bíblicas, o teólogo Louis Berkof resume a visão histórica ortodoxa:
"A encarnação (de Cristo) fez Dele uma pessoa complexa, constituída de duas naturezas. Ele é o homem-Deus.. . A Pessoa divina possuidora de uma natureza divina, desde a eternidade, assumiu a natureza humana para agora possuir as duas" (73).
Certamente, nenhum profeta verdadeiro iria negar a natureza humana de Cristo, nem que Ele existe num corpo glorificado. Paulo nos lembra este fato na 1 Timóteo 2:5: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem".
Como é possível Joyner afirmar que "Jesus não é homem?" Se aceitarmos o "profeta" Joyner, então teremos destruído as verdades doutrinárias que separam o Cristianismo das seitas.
Joyner não está melhorando em coisa alguma.
Pode ser que Joyner não conheça bem a neo-ortodoxia de Karl Barth [N.T. - O mestre de Bonhoeffer], mas sua visão da fé se aproxima admiravelmente desta, fugindo da verdade bíblica. Ele nos faz cair na neo-ortodoxia ou no que é chamado de neo-liberalismo. Embora ele se empenhe em afirmar que a "a fé só pode vir através de uma visão espiritual" (74), Deus nos ensina em Romanos 10:17: "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus". Nossa fé é embasada na Palavra de Deus e somente nela a fé pode florescer e crescer. Ter a fé cristã significa confiar plenamente na Palavra de Deus.
Joyner iria negá-lo, ao dizer: "Ter fé não é apenas acreditar nas palavras do Senhor, mas crer no próprio Verbo" (75). Mais uma vez, Joyner minimiza as Escrituras, estabelecendo uma dicotomia entre Jesus como a Palavra (Verbo) e a Palavra escrita - a Bíblia Sagrada. Ele joga com esta dicotomia, quando afirma: "Seria impossível colocar um valor neste presente mais maravilhoso que o Senhor nos deu, mas a Bíblia foi dada para nos conduzir a Jesus e não para tomar o Seu lugar". (76).
Como podemos separar as palavras do Senhor na Escritura da Palavra (Verbo = Jesus), visto como as palavras da Escritura são as palavras que Ele proferiu? Quando amamos alguém também amamos suas palavras e não se pode fazer distinção entre as duas coisas. Joyner está sugerindo, sutilmente, que podemos conseguir uma palavra nova, mais atualizada, agora mesmo, diretamente do 'Jesus Espírito', de maneira não mediadora.
Assim, mais uma vez a Bíblia é minimizada. Ele ainda equipara a neo-ortodoxia de Karl Barth à maneira como este minimiza a Escritura, com a sua visão de Deus criando um ponto de contato com o homem, através do qual Ele pode dar uma revelação divina especial e direta. A separação que Barth faz da Palavra (Bíblia) com a Palavra (Jesus) é idêntica, senão a mesma da ênfase de Joyner. (77).
Todas as palavras que Jesus falou irão nos julgar no último dia - João 12:48: "Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia". A igreja sempre tem considerado as Escrituras como um meio da graça de Deus. Joyner está tentando nos privar deste meio.
Realmente, é admirável escutar Joyner falar assim: "A igreja deve ser dirigida pelo cabeça - Cristo - em vez de por fórmulas. Ele é propositadamente vago com respeito até aos itens mais importantes, de modo que devemos buscá-Lo. O Novo Testamento está repleto do bom conselho que o mundo já escutou, porém o Senhor e os Seus apóstolos tiveram o cuidado de não impor muitas regras gerais e regulamentos à igreja. Ele sabia que cada regra poderia evitar que a igreja buscasse o Senhor por si mesma" (78).
Na 1 Timóteo 3:15, Paulo declara o objetivo da carta: "Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade".
A mensagem de Jesus - Suas regras e regulamentos para as igrejas - é dada em Apocalipse 1:3. Mateus 18 dá as diretrizes para a disciplina e a solução do conflito. A 1 Coríntios dá regras e confronta o erro, ajudando-nos a edificar a sã doutrina. O livro de Tito estrutura ainda mais a vida da igreja. Cada epístola se destina a dirigir a igreja de algum modo. É doloroso escutar alguém dizer: "O Senhor e os seus apóstolos tiveram o cuidado de não impor muitas regras gerais e regulamentos à igreja". Joyner ainda esquece que quando Deus dirige, Ele também dá a graça, como motivação e capacidade de obedecer.
Existe apenas uma conclusão
Rick Joyner não é um profeta verdadeiro e nem é apóstolo. Ele ensina erros demais para ser um deles. Ele declara (em seus muitos livros) que uma aparição divina pode nos conduzir a lugares mais elevados, quando, na realidade, ele nos rouba a mais rica herança, que é a Bíblia. Seu Dominionismo é falso, é utópico e ele confunde a Ressurreição e o Reino de Cristo com o estado atual da igreja, conduzindo os cristãos a falsas esperanças.
As afirmações de Joyner sobre o "conhecimento de revelação" produzem um efeito drástico no que se refere ao desejo de ler as Escrituras. Ele é um inimigo da Palavra e vai desaparecer, como todos os outros pregadores do erro [N. T. - Por exemplo, William Granham]. Ele está deixando somente asneiras, distrações e ilusões [N.T. - Como todos os falsos profetas modernos]. Ler a Bíblia é muito mais seguro. Os livros de Joyner são um pântano de confusão doutrinária. Precisamos andar em meio a um imenso pedregulho, a fim de encontrar alguma pérola verdadeira. Não vale a pena machucar os pés para uma colheita tão pequena.
O jornal da CRN diz que Joyner está proclamando um "misticismo de trevas" e conclui: "Joyner não nos deixa alternativa alguma: ou o tratamos como um superapóstolo e um profeta escolhido por Deus para os tempos do fim, ou então como um homem que caiu "na afronta e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:7). (79).
[Nota da Tradutora: A Bíblia diz que "Um abismo chama outro abismo" (Salmo 42:7). De tanto pregar falsas doutrinas e receber revelações do "outro Jesus", Joyner resvalou, definitivamente no ocultismo.
Conforme um vídeo que aparece na Internet, Rick Joyner tem promovido verdadeiras sessões de ocultismo em sua "igreja" americana, ao som de atabaque e ritmo de umbanda, exatamente como um reteté brasileiro qualquer. Joyner afirma que os instrumentos africanos são portadores de uma "unção" especial, a qual pode ser transferida à plateia, que entra em êxtase. Nada diferente do que está acontecendo em muitas das igrejas brasileiras, que aderiram ao Movimento Carismático. Talvez alguém possa alegar que, tendo em vista que os norte-americanos nos exportaram a "teologia da prosperidade", os brasileiros estão retribuindo sua "gentileza" enviando nossa macumba afro-brasileira para a terra do Tio Sam. A permuta de "unção" é uma novidade, que promete se tornar um sucesso na atuação dos espíritos enganadores, que têm penetrado na igreja do Senhor. Diante de tanta apostasia, só nos resta uma esperança: Maranata!]
"THE HIGHER LIFE OF RICK JOYNER CHASING THE DELUSION OF POWER AND DOMINION" - Parte II
G. Richard Fisher
Traduzido e comentado por Mary Schultze, 02/04/2010.
Bibliografia:
48. Rick Joyner, There Were Two Trees in the Garden. New Kensington , Pa. : Whitaker House, 1992, pg. 170.
49. Mobilizing the Army of God, op. cit., pp. 11-21.
50. Joseph R. Chambers, "The False Teachings Of Rick Joyner." Charlotte , N.C. : Paw Creek Ministries, pamphlet #373, no date, pg. 2.
51. Mobilizing the Army of God, op. cit., pg. 45.
52. Ibid., pp. 50, 55.
53. Ibid., pg. 146.
54. Kenneth Wuest, Wuest's Word Studies From the Greek New Testament. Grand Rapids , Mich. : Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1966, pp. 116-117.
55. See, Jerry Vines, The Believer's Guide to Hebrews. Neptune , N.J. : Loizeaux Brothers, 1993, pg. 91, and Albert Barnes, Notes on the New Testament. Grand Rapids , Mich. : Kregal Publishers, 1975, pg. 1266.
56. See further John Walvoord, The Blessed Hope and the Tribulation. Grand Rapids , Mich. : Zondervan Publishing House, 1981, pp. 14-39.
57. A Prophetic Vision for the 21st Century, op. cit., pg. 163, italics in original.
58. Ibid., pg. 165.
59. Ibid., pg. 166.
60. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 65.
61. D.R. McConnell, A Different Gospel. Peabody , Mass. : Hendrickson Publishing, 1988, pg. 21.
62. Mobilizing the Army of God, op. cit., pp. 154-155.
63. Ibid., pg. 156, bold in original.
64. See further, J.D. Douglas, editor, Twentieth Century Dictionary of Christian Biography. Grand Rapids , Mich. : Baker Book House, 1995, pp. 63-64.
65. Bonhoeffer: Agent of Grace, PBS Presentation, June 17, 2000, video on file.
66. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 19.
67. David Becker, "Dietrich Bonhoeffer Rejected Classic Christology," The Christian News, June 5, 2000, pg. 7.
68. Ibid.
69. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 30, ellipsis and bold in original.
70. Jay Adams, From Forgiven to Forgiving. Amityville , N.Y. : Calvary Press, 1994, pp. 28-29.
71. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 54, italics in original.
72. Ibid., pg. 59, bold in original.
73. Louis Berkhof, Systematic Theology. Grand Rapids , Mich. : Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1976, pg. 322.
74. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 64, emphasis added.
75. Ibid.
76. Ibid., pg. 177, italics in original.
77. See further, Norman Geisler, Baker's Encyclopedia of Christian Apologetics. Grand Rapids , Mich. : Baker Book House, 1999, pp. 69-71.
78. There Were Two Trees in the Garden, op. cit., pg. 177.
79. "Rick Joyner: Prophet of the New Christianity," op. cit., pg. 30.
Não sei quem é Rick Joyner. Nunca havia sequer ouvido falar sobre ele ou seus escritos, até este momento. Nada sei sobre "Movimento Latter Rain" ou outros "ismos" citados aqui. Mas sei que uma inundação do Espírito Santo de Deus se aproxima de maneira gloriosa, como nunca vista antes. Neste exato momento, revelações tremendas tem sido dada a santos do mundo inteiro. Sim, os velhos estão sonhando os sonhos de Deus. Sim, os jovens tem profecias em seus lábios que soam improváveis para a geração anterior. Sim, essa geração será tocada pelo Espírito na intimidade do seu ser.
ResponderExcluirEsqueça os discursos de uma Igreja falida, cheia de apostasia, à beira de um colapso espiritual. Pois a Glória do Senhor irá cobrir toda a terra como as águas cobrem o mar! Não haverá lugar para a ressequidão, não sobrará uma poeira sequer.
Mas por onde o Rio de Deus, o Rio da Vida, as águas vivas passarem haverá a maior revelação de Jesus que alguém já tenha recebido. A Igreja dos últimos dias testemunhará uma crescente inundação de revelação de Deus, nunca vista nem nos dias de Pentecostes. Eliy Barbosa - http://eliybarbosa.blogspot.com/