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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

8 de dezembro de 2010

Caçadores de unção



Por Neto Curvina

Existe no meio evangélico um fenômeno interessante: São os 'caçadores de unção'. É fácil identificá-los. Estão sempre "Em Busca da Oração Perdida". Dava ou não dava um ótimo nome para um filme de aventura? Pois é. E bota aventura nisso.

Essa categoria de crente enfrenta qualquer parada para estar na presença, não de Deus, mas de qualquer irmão ou irmã que esteja, digamos, na moda... Sobem montes frios e inóspitos, com chuva ou sem chuva. Enfrentam estradas em caravanas para ver 'aquele' pregador. Embarcam em campanhas estúpidas que lhes arrancam até o último centavo. E ao final, nada. Segue a vida como antes.

Os caçadores de unção acham que estar na presença de um vaso de Deus vai lhes garantir bênçãos. Afinal, eles mesmos nunca se assumiram como tal. São dependentes da unção alheia. Basta dizer que chegou no bairro, na igreja, na comunidade ou coisa parecida, um irmãozinho novo, cheio da unção, que quando ora, 'o fogo cai' e pronto: já vira procissão. Entra irmão sai irmão da casa do tal vaso. Até e muitas vezes mais do que na própria igreja. Daqui a pouco vem o racha, os escândalos, as divisões e, bingo! Outra igreja se abre, normalmente com um nome quilométrico e inexplicável.

Os caçadores de unção só oram em bando. Isso mesmo, bando. Chamar aquilo de grupo é impertinente. Nunca oram em casa, a sós com Deus, como Jesus orientou. Bíblia? Nem pensar. "A letra mata!" - dirão. E mata mesmo. Mata sua infantilidade, ignorância e heresia. Esse negócio de estudo bíblico não é com eles. "Teologia" esfria as pessoas, gera incrédulos. O pior é que quem tem defendido essa tese tem sido seus pastores. Deveriam silenciar sobre teologia. Não é bom se falar do que não se conhece.

E lá se vão os caçadores de unção, atrás de outras 'revelações', normalmente ditas em línguas que eles não entendem. Aliás, na grande maioria dos casos, nem quem fala sabe o que está falando. E é mesmo bom que nem tenha quem interprete por perto. Melhor deixar como estar, senão o estrago vai ser maior.

Deixemos essas sanguessugas espirituais dissecarem à exaustão os humildes vasos de Deus. até quando enjoarem, descartarem e procurarem outro. Afinal, aquele profeta já saiu de moda mesmo.


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Neto Curvina, via e-mail, para o Púlpito Cristão

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