A Segunda Vinda e os Pregadores Otimistas

        O Natal e a chegada no Ano Novo são celebrados com festas, quando acontece a troca de presentes colocados ao pé da árvore, e as iguarias enchem as mesas das famílias de classe média e alta. Esta não é uma questão de fé, mas de tradição entre os crentes e incrédulos, originada na celebração da Saturnália, uma antiga festa pagã do solstício de inverno.

       Nas igrejas cristãs, os pastores lêem as passagens bíblicas de Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-38, nelas embasando os sermões, muitos destes realmente edificantes.

        Quando Cristo veio ao mundo na primeira vez, Ele nasceu no desconforto de um coxo, numa estrebaria cheia  de animais domésticos, em Nazaré da Galileia. Seus pais eram pobres e Ele precisou ser levado para o Egito, antes de completar dois anos de idade, para fugir da perseguição de Herodes. Cresceu humildemente, tendo adotado a mesma profissão do pai adotivo - que era um carpinteiro. Permaneceu com a família, até os 30 anos de idade, quando iniciou o Seu ministério de pregação do Reino de Deus, operando maravilhas, curando enfermos e ressuscitando mortos.

       A fim de que se realizassem as profecias, Ele foi traído, julgado e condenado à morte na cruz do Calvário, cumprindo, assim, a missão de Salvador da humanidade. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia e durante 50 dias apareceu aos discípulos, confirmando os Seus ensinos, para, em seguida subir aos céus e enviar o Espírito Santo, o Qual veio nos convencer do pecado, da justiça e do juízo.

       Tendo voltado aos Céus, Cristo assentou-se à destra do Pai, até que venha o Dia do Senhor, quando Ele voltará em glória, acompanhado dos Seus anjos e santos, para salvar o povo judeu dos inimigos e julgar a humanidade (Apocalipse 19:11-16).

       Aqueles que O seguiram fielmente, obedecendo as Suas palavras, pelas quais seremos julgados (João 12:48), terão sido arrebatados, quer pela morte física ou pelo Arrebatamento Pré-Tribulacional, a fim de acompanhá-Lo na Segunda Vinda. Ele voltará na metade do Armagedom, para salvar o Seu povo da completa extinção (Zacarias 14), quando iniciará o Seu Reino Milenial, o qual vai perdurar mil anos. (Apocalipse e 20:6).

       Os pregadores dominionistas e reconstrucionistas costumam dizer que, embora Jesus tenha vindo ao mundo com o título de Rei dos Judeus, Ele jamais vai governar em Jerusalém, visto como Israel é uma nação extinta e a igreja tomou o seu lugar. Esta heresia, nascida na mente carnal de Agostinho de Hipona, tem predominado nas igrejas da fé/prosperidade, cujos pastores fecham os olhos ao fato de que Israel foi restaurada em 14-05-1948, exatamente para aguardar o cumprimento das profecias sobre o Reino Milenial do Messias. Embalada na falsa esperança de uma glória terrena, a igreja moderna esqueceu as passagens bíblicas de Lucas 1:32-33 e Miquéias 5:2, as quais profetizam o governo de Cristo em Sua própria nação.

       Embora os pregadores otimistas insistam em celebrar o Natal e o Ano Novo embasados na teologia dominionista, a verdade é que o tempo de existência da igreja está se esgotando, haja vista a apostasia dominante, um claro sinal da proximidade do Arrebatamento e da chegada do Anticristo.

        Quando observo alguns irmãos totalmente engajados nos programas da igreja, a ponto de não terem tempo para um estudo das profecias bíblicas, fico me indagando se isto os levará ao crescimento na graça e no conhecimento de Cristo. Então, me lembro de passagens como a 3 João 3, a qual mostra um homem chamado Diótrefes procurando exercer o primado na igreja primitiva, atropelando os irmãos que não o apoiavam.

       Há 17 séculos, desde a época de Constantino, a igreja de Cristo começou a se corromper, sob a liderança de homens carnais e ambiciosos, atingindo o primado estabelecido pela ICAR, até os dias de hoje. E como os maus exemplos são facilmente seguidos, a igreja reformada foi paulatinamente se corrompendo, até chegar, atualmente, ao Movimento dos Apóstolos e Profetas. O objetivo destes homens é exercer o primado absoluto, dominando as consciências dos membros de suas “sinagogas evangélicas”, tendo os corações repletos de ambição pelo acúmulo de ouro em suas  contas bancárias.

       Jesus andava de alpargatas de couro cru e usou um jumento emprestado, quando entrou em Jerusalém. Inexplicavelmente, uma grande parte dos pregadores de hoje, que se autonomeiam Seus seguidores, liderando igrejas que ostentam o Seu Nome, possuem aviões a jato, se assentam em tronos de ouro e vomitam, nos púlpitos de madeira nobre, o falso evangelho da fé/prosperidade.

Mary Schultze - 27-12-2010 - www.maryschultze.com.

Texto Inspirado na TBC “FIRST & SECOND COMING”, de Dave Hunt.