A culpa não é de Mark Zuckerberg. Se o cristianismo não tem vez no Facebook, os únicos culpados são aqueles que dizem ser cristãos, mas que pelos seus atos desonram a Cristo, que, segundo a Bíblia, é tanto Salvador dos que creem como Senhor deles também.
Sem querer parecer exagerado, somos uma geração hipócrita. O mundo virtual concedeu grandes oportunidades para o avanço do Reino, mas, na mesma proporção, ele nos concedeu grandes oportunidades para que nós, supostos cristãos ou religiosos da fé, avancemos o cristianismo um passo e o retrocedamos três.
Qualquer tecnologia é neutra. Quem a usa tem o poder de transformá-la em vida ou em arma de destruição em massa. Nesse sentido, somos uma geração que na vida real, digamos assim, vivemos apaixonadamente por Jesus como nosso Salvador, não como Senhor. O Facebook, a terra onde Jesus não reina, mostra de forma clara e pública o que na vida real temos dificuldade de ver: somos míopes, mesquinhos, egoístas, amantes do mundo, hipócritas e donos da nossa própria fé.
Essa é minha crítica aos cristãos que usam o Facebook e não glorificam a Deus com ele. Tenho visto quatro erros muito comuns entre nós. Vejam:
(1) Os cristãos que gostam de mandar mensagens provocando outros
Não sei você, mas muitas vezes leio aquelas mensagens indiretas. Pessoas que preferem que todos vejam o quanto ela está chateada com aquele “sujeito” ou com “você sabe de quem estou falando”. Uma coisa eu sei: isso não agrada a Deus. Jesus foi muito claro, em Mateus 18, ao dizer que os homens fossem homens o suficiente para tratar as suas queixas, melindres, falhas, problemas. Jesus foi claro o suficiente para que as mulheres fossem mulheres o suficiente para encarar as desavenças e tratarem os seus dilemas.
Somos chamados para silenciar e destruir as inimizades. Hb 12.14 diz: “Esforcem-se para viver em paz com todos”. Não somos chamados para escancarar as nossas mágoas e dores, somos chamados para tratarmos as nossas dificuldades com as pessoas que nos machucaram e, secretamente quanto possível, assim honrar a Deus.
(2) Os cristãos falam o que querem e o que pensam
Esse é um grande erro! Primeiro, porque ninguém deve falar tudo o que pensa e o que quer falar. Não precisa ser cristão para entender essa verdade. Segundo, vejo que o mundo virtual nos dá uma coragem que pessoalmente não teríamos. Somos super-homens quando estamos conectados. Mas posso dizer uma coisa: Jesus não se agrada daqueles que dizem o que pensam e o que querem sem se importar com os que ouvem. Efésios 4.29 é passagem que tem me ensinado muito sobre isso: “nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem”. Talvez você argumente que o texto não fala de Facebook, e eu lhe direi que você não precisa assassinar o bom senso. Se ele serve para algum tipo de comunicação, serve para todos os outros, seja escrito ou falado.
(3) A exaltação do eu
Não canso de ver gente postando e quase se gabando dos seus feitos. Vejo aquela impaciência tomar conta de todos quando leem algum comentário do tipo: “estou fazendo meu devocional”, “estou comendo só comida saudável”, “acabei de receber um elogio” e afins. Ao que sei, ninguém curte essas coisas. Mateus 6.1 diz: “Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por eles”. Já Provérbios 27.2 fala: “Que outros lhe façam elogios a você, não sua própria boca; outras pessoas, não seus próprios lábios”.
Parece que esses dois textos foram esquecidos. Somos chamados por Jesus para que vivamos o cristianismo não na esfera pública, mas no particular. Somos chamados a viver de forma íntegra, custe o que custar, e o mais difícil é lembrar que o nosso Deus “vê e em secreto nos recompensará”. A minha crítica aos cristãos do Facebook é que, primeiramente, parem de se exaltar. Segundo, façam uma reflexão: por que precisamos compartilhar a ação evangelística ou a ação social que fizemos? Será que realmente é para abençoar outros? Será que realmente é para inspirar outros? Será que realmente adianta alguma coisa?
(4) A religiosidade virtual
Um amigo certa vez escreveu: “se metade do que as pessoas dizem sobre Jesus no Facebook fosse realmente verdade na vida prática, que impacto o cristianismo causaria!”. A verdade é que nessa terra onde Jesus não reina, muitos cristãos são extremamente religiosos. Sua vida virtual é lindamente cristã, mas sua vida prática é verdadeiramente uma mentira. Tito 1.16 fala assim dessas pessoas: “Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam”. Estou profundamente cansado de ver pessoas postarem textos maravilhosos, enquanto a vida está quebrada. Estou cansado de convencidos não convertidos.
Começando novamente: a culpa não é de Mark Zuckerberg. Se o cristianismo não tem vez no Facebook, os únicos culpados são aqueles que dizem ser cristãos, mas que pelos seus atos desonram a Cristo, que, segundo a Bíblia, é tanto Salvador dos que creem como Senhor deles também.
Assino embaixo!
ResponderExcluir