
Mas vamos por partes:
O IV Salão Internacional Gospel, no Expo Center Norte (São Paulo SP), é uma feira de negócios evangélica. Começou privilegiando o ramo musical, mas com o passar dos anos se diversificou. Nesse ano, teve como expositores ministérios, editoras, grupos de louvor e artistas gospel e outros produtos.
Um evento como o Salão Internacional Gospel deveria ser um dos últimos lugares a receber a faixa “Voltemos ao Evangelho puro e simples, o $how tem que parar” e permitir a distribuição de panfletos contrários a teologias como a da prosperidade. Sim, pois tal frase vai contra os interesses de muitos dos expositores, que pagam para ali divulgar seus produtos e serviços. É importante pontuar que não somos contra o mercado. Nós, como qualquer outro, compramos roupas, alimentos, livros. Compramos até a Bíblia. Porém, somos contra o comércio de Deus: venda de indulgências, de objetos “ungidos”, de “louvor” (cantores que dizem ter ministério de louvor, mas só se apresentam nas igrejas mediante pagamento de cachê), da Palavra (pregadores que só funcionam movidos a gordas e preestabelecidas ofertas), de bênçãos. E como há expositores, nas feiras gospel, ofertando esse tipo de (mau) produto!

Nos anos anteriores, tivemos a oportunidade de palestrar sobre a necessidade da volta das igrejas à pregação e vivência da pureza e simplicidade do Evangelho. Desta vez, tivemos espaço para um culto a Deus. O louvor ficou a cargo da banda da Igreja Paz e do Ministério Restauração do Louvor. Na Palavra dividiram-se o irmão Marquinhos (abertura), o Pr. Hector e o Pr. Paulo Siqueira. O tema das mensagens: um avivamento é possível? Sim, se vivermos os Evangelhos!

Realmente foi um sábado especial para todos.
Dois dias depois, na segunda, foi a entrega do Troféu de Ouro. Esse troféu tem substituído o antigo Troféu Promessas, que era entregue por uma empresa ligada à Rede Globo aos melhores “levitas” (como se escolhe o melhor adorador? Pelo número de almas que se convertem após ele cantar uma música?).

Foi um $how de horror. Claro que entre a grande maioria de artistas gospel havia cantores sinceros. Mas o ambiente era de espetáculo, de exibição. Um fato resumiu o espírito do lugar: uma fulana artista gospel, ao subir para pegar seu “Oscar”, disse: “gente, eu tenho um sonho, e vocês precisam realizar o meu sonho: todo mundo levanta e me aplaude!”. E mais: “esse troféu é tão lindo que, se eu não ganhasse, eu comprava um”.

Enquanto os ânimos se exaltavam de glamour, os nossos estavam cabisbaixos, tristes, horrorizados com a situação. Afinal, os que ali estavam diziam estar para a glória de Deus. Em meio a tudo isso, alguém pegou uma das revistas que estavam espalhadas em todas as cadeiras do teatro. Era um exemplar da Revista Prisma, com cerca de 90% das páginas divulgando os artistas, uma espécie de Caras gospel. Ao folhear a revista, qual não foi a surpresa ao ver que havia uma reportagem falando do episódio em que Silas Malafaia chama os blogueiros cristãos de “filhos do diabo”, e contrapondo essa fala no mínimo infeliz trechos de um artigo do Paulo Siqueira em seu blog As Pedras Clamam!

Sim, as pedras clamam. E estão clamando em todo o lugar. Ninguém poderá, naquele dia, dizer que não ouviu, que não foi alertado da Verdade.
Quem estava ali gritando pelos artistas, e os próprios artistas que incentivam o culto à sua pessoa, se folhearam e leram a revista, leram também tal reportagem. Deus tem feito as pedras não apenas clamar, mas gritar aos quatro cantos. Até no meio de $how da vaidade gospel.
Sinceramente, estamos sem palavras. Apenas profundamente gratos a Deus, que faz além do que pedimos ou pensamos.
Glorifico a Deus pela vida de homens e mulheres que, mesmo diante das riquezas e dos benefícios que o “mundo gospel” pode lhes dar, ainda assim vêem o verdadeiro valor no tomar a sua cruz e seguir a Cristo.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
O $how tem que parar!
(abaixo alguns dos irmãos que estenderam a faixa)
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