Blogroll

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

31 de outubro de 2012

Tragédias, mais uma vez: Deus e Sandy


 
Toda vez que uma catástrofe ou tragédia de grande proporção atinge o mundo retorna à blogosfera a questão do mal e do sofrimento dos inocentes em um mundo governado por um Deus bom e Todo-Poderoso. É o caso do furacão Sandy, que nestes dias tem causado uma enorme destruição e a morte de dezenas de pessoas nos Estados Unidos e outros países.
De longa data o mal que existe no mundo vem sendo usado como uma tentativa de se provar de que Deus não existe, ou se existe, não é bom. E se for bom, não é todo-poderoso - esta última hipótese defendida pelo teísmo aberto.
"Onde estava Deus quando estas tragédias aconteceram?" é a pergunta de pessoas revoltadas com o fato de que centenas de pessoas boas, desprevenidas, cidadãos de bem, foram apanhados numa tragédia e morreram de forma terrível, deixando para trás famílias, filhos, entes queridos.

Eu entendo a preocupação com o dilema moral que tragédias representam quando vistas a partir do conceito cristão histórico e tradicional de Deus. Se Deus é pessoal, soberano, todo-poderoso, onisciente, amoroso e bom, como então podemos explicar a ocorrência das tragédias, calamidades, doenças, sofrimentos, que atingem bons e maus ao mesmo tempo?

Creio que qualquer tentativa que um cristão que crê que a Bíblia é a Palavra de Deus faça para entender as tragédias, desastres, catástrofes e outros males que sobrevêm à humanidade, não pode deixar de levar em consideração dois componentes da revelação bíblica, que são:

  • A realidade da queda moral e espiritual do homem 
  • O caráter santo e justo de Deus.

Lemos em Gênesis 1—3 que Deus criou o homem, macho e fêmea, à sua imagem e semelhança, e que os colocou no jardim do Éden, com o mandamento para que não comessem do fruto proibido. O texto relata como eles desobedeceram a Deus, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, e decaíram assim do estado de inocência, retidão e pureza em que haviam sido criados. As conseqüências, além da queda daquela retidão com que haviam sido criados, foram a separação de Deus, a perda da comunhão com ele, e a corrupção por inteiro de suas faculdades, como vontade, entendimento, emoções, consciência, arbítrio. Pior de tudo, ficaram sujeitos à morte, tanto espiritual, que consiste na separação de Deus, como a física e a eterna, esta última sendo a separação de Deus por toda a eternidade.

Este fato, que chamamos de “queda,” afetou não somente a Adão e Eva, mas trouxe estas conseqüências terríveis a toda a sua descendência, isto é, à humanidade que deles procede, pois eles eram o tronco e a cabeça da raça humana. Em outras palavras, a culpa deles foi imputada por Deus aos seus filhos, e a corrupção de sua natureza foi transmitida por geração ordinária a todos os seus descendentes.

Desde cedo na história da Igreja cristã esta doutrina, que tem sido chamada de “pecado original”, foi questionada por gente como Pelágio, que afirmava que o pecado de Adão e Eva afetou somente a eles mesmos, e que seus filhos nasciam isentos, neutros, sem pecado, e sem culpa e sem corrupção inata. Tal ideia foi habilmente rechaçada por homens como Agostinho, Lutero, Calvino e muitos outros, que demonstraram claramente que o ensino bíblico é o que chamamos de depravação total e transmitida, culpa imputada e corrupção herdada. As conseqüências práticas para nós hoje são terríveis. Por causa desta corrupção inata, com a qual já nascemos, somos totalmente indispostos para com as coisas de Deus; somos, por natureza, inimigos de Deus e, portanto, filhos da ira. É desta natureza corrompida que procedem os nossos pecados, as nossas transgressões, as desobediências, as revoltas contra Deus e sua Palavra.

Agora chegamos no ponto crucial e mais relevante para nosso assunto. Entendo que a Bíblia deixa claro que os nossos pecados, tanto o original quanto os pecados atuais que cometemos, por serem transgressões da lei de Deus, nos tornam culpados e portanto sujeitos à ira justa de Deus, à sua justiça retributiva, pela qual ele trata o pecador de acordo com o que ele merece. Ou seja, a humanidade inteira, sem exceção – visto que não há um único justo, um único que seja inocente e sem pecado – está sujeita ao justo castigo de Deus, o que inclui – atenção! – a morte, as misérias espirituais, temporais (onde se enquadram as tragédias, as calamidades, os desastres, as doenças, o sofrimento) e as misérias espirituais (que a Bíblia chama de morte eterna, inferno, lago de fogo, etc.).

A Bíblia revela com muita clareza, e sem a menor preocupação de deixar Deus sujeito à crítica de ser cruel, déspota e injusto, que ele mesmo é quem determinou tragédias e calamidades sobre a raça humana, como parte das misérias temporais causadas pelo pecado original e as transgressões atuais. Isto, é claro, se você acredita realmente que a Bíblia é a Palavra de Deus, e não uma coleção de idéias, lendas, sagas, mitos e estórias politicamente motivadas e destinadas a justificar seus autores.

De acordo com a Bíblia:

  • Foi Deus quem condenou a raça humana à morte no jardim (Gn 2.17; 3.19; Hb 9.27). 
  • Foi ele quem determinou a catástrofe do dilúvio, que aniquilou a raça humana com exceção da família de Noé (Gn 6.17; Mt 24.39; 2Pe 2.5). 
  • Foi ele quem destruiu Sodoma, Gomorra e mais várias cidades da região, com fogo caído do céu (Gn 19.24-25). 
  • Foi ele quem levantou e enviou os caldeus contra a nação de Israel e demais nações ao redor do Mediterrâneo, os quais mataram mulheres, velhos, crianças e fizeram prisioneiros de guerra (Dt 28.49-52; Hab 1.6-11). 
  • Foi ele quem levantou e enviou contra Israel povos vizinhos para saquear, matar e fazer prisioneiros (2Re 24.2; 2Cr 36.17; Jr 1.15-16). 
  • Foi ele quem ameaçou Israel com doenças, pestes, fomes, carestia, seca, pragas caso se desviassem dos seus caminhos (Dt 28). 
  • Foi ele quem enviou as dez pragas contra o Egito, ferindo, matando e trazendo sofrimento a milhares de egípcios, inclusive matando os seus primogênitos (Ex 9.13-14). 
  • Foi o próprio Jesus quem revelou a João o envio de catástrofes futuras sobre a raça humana, como castigos de Deus, próximo da vinda do Senhor, conforme o livro de Apocalipse, tais como guerras, fomes, pestes, pragas, doenças (Apocalipse 6—9), entre outros. 
  • Foi o próprio Jesus quem profetizou a chegada de guerras, fomes, terremotos, epidemias (Lc 21.9-11) e a destruição de Jerusalém, que ele chamou de “dias de vingança” de Deus contra o povo que matou o seu Filho, nos quais até mesmo as grávidas haveriam de sofrer (Lc 21.20-26). 
  • E por fim, Deus já decretou a catástrofe final, a destruição do mundo presente por meio do fogo, no dia do juízo final (2Pe 3.7; 10-12).

Isto não significa, na Bíblia, que o sofrimento das pessoas é sempre causado por uma culpa individual e específica. Há casos, sim, em que as pessoas foram castigadas com sofrimentos temporais em virtude de pecados específicos que cometeram, como por exemplo o rei Uzias que foi ferido de lepra por causa de seu pecado (2Cr 26.19; cf. também o caso de Miriã, Nm 12.10). O rei Davi perdeu um filho por causa de seu adultério (2Sm 12.14). Mas, em muitos outros casos, as tragédias, catástrofes, doenças e sofrimentos não se devem a um pecado específico, mas fazem parte das misérias temporais que sobrevêm à toda a raça humana por conta do estado de pecado e culpa em geral em que todos nós nos encontramos. Deus traz estas misérias e castigos para despertar a raça humana, para provocar o arrependimento, para refrear o pecado do homem, para incutir-lhe temor de Deus, para desapegar o homem das coisas desta vida e levá-lo a refletir sobre as coisas vindouras. Veja, por exemplo, a reflexão atribuída a Moisés no Salmo 90, provavelmente escrito durante os 40 anos de peregrinação no deserto. Veja frases como estas:

Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens... Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti puseste as nossas iniqüidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento...

Não devemos pensar que aquelas pessoas que ficam doentes, passam por tragédias, morrem em catástrofes eram mais pecadoras do que as demais ou que cometeram determinados pecados que lhes acarretou tal castigo. Foi o próprio Jesus quem ensinou isto quando lhe falaram do massacre dos galileus cometido por Pilatos e a tragédia da queda da torre de Siloé que matou dezoito (Lc 13.1-5). Ele ensinou a mesma coisa no caso do cego relatado em João 9.3-4. Os seus discípulos levantaram o problema do sofrimento do cego a partir de um conceito individualista de culpa, ponto que foi rejeitado por Jesus. A cegueira dele não se deveu a um pecado específico, quer dele, quer de seus pais. As pessoas nascem cegas, deformadas, morrem em tragédias e acidentes, perdem tudo que têm em catástrofes, não necessariamente porque são mais pecadoras do que as demais, mas porque somos todos pecadores, culpados, e sujeitos às misérias, castigos e males aqui neste mundo.

No caso do cego, Jesus disse que ele nascera assim “para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). Sofrimento, calamidades, etc., não são somente um prelúdio do julgamento eterno de Deus; há também um tipo de sofrimento no qual Deus é glorificado por meio de Cristo em sua graça, e assim se torna, portanto, um exemplo e um prelúdio da salvação eterna. As tragédias servem para levar as pessoas a refletir sobre a temporalidade e fragilidade da vida, e para levá-las a refletir nas coisas espirituais e eternas. Muitos têm encontrado a Deus no caminho do sofrimento.

O que eu quero dizer é que, diante das tragédias e  acidentes devemos nos lembrar que eles ocorrem como parte das misérias e castigos temporais resultantes das nossas culpas, de nossos pecados, como raça pecadora que somos. Poderia ser eu que estava entre as vítimas do furacão Sandy. Ou, alguém muito melhor e mais reto diante de Deus. Ainda assim, Deus não teria cometido qualquer injustiça, ainda que todas as vítimas fossem os melhores homens e mulheres que já pisaram a face da terra. Pois mesmo estes são pecadores. Não existem inocentes diante de Deus, Bonfim. Pensemos nisto, antes de ficarmos indignados contra Deus diante do sofrimento humano.

Por último, preciso deixar claro duas coisas.

Primeira, que nada do que eu disse acima me impede de chorar com os que choram, e sofrer com os que sofrem. Somos membros da mesma raça, e quando um sofre, sofremos com ele.

Segunda, é preciso reconhecer que a revelação bíblica é suficiente, mas não exaustiva. Não temos todas as respostas para todas as perguntas que se levantam quando uma tragédia acontece. Não conhecemos a vida das vítimas e nem os propósitos maiores e finais de Deus com aquela tragédia. Só a eternidade o revelará. Temos que conviver com a falta destas respostas neste lado da eternidade.

Mas, é preferível isto a aceitar respostas que venham a negar o ensino claro da Bíblia sobre Deus, como por exemplo, especular que ele não é soberano e nem onisciente e onipotente. Posso não saber os motivos específicos, mas consola-me saber que Deus é justo, bom e verdadeiro, e que todas as suas obras são perfeitas e retas, e que nele não há engano.

[Este post foi baseado num outro post da minha autoria aqui no blog intitulado Carta a Bonfim: Deus e as Tragédias]

Reformas não são para sempre



by Estrangeira

Hoje, dia 31 de outubro, comemoramos a Reforma Protestante, pois nesta data, em 1517, Martinho Lutero afixou as famosas 95 teses contra as heresias pregadas na época pela Igreja oficial.

Porém, o que temos hoje para comemorar?

  • Como nos tempos de Lutero, vemos igrejas vendendo seus rebanhos a políticos em troca de benesses pessoais;
  • Como nos tempos de Lutero, vemos igrejas comercializando o Sagrado em troca de promessas de vitórias nesta vida terrena;
  • Como nos tempos de Lutero, vemos igrejas ensinando o povo que o poder não provém de Deus, mas de seus líderes, dos rituais complexos e dos amuletos gospel que entregam a quem dá as ofertas com os valores exigidos;
  • Como nos tempos de Lutero, vemos igrejas preocupadas com a aparência de poder, sob a forma de templos suntuosos e vida de luxo a seus ministros, enquanto o rebanho passa fome, sede e frio;
  • Como nos tempos de Lutero, vemos igrejas onde se disputa quem é o maior, quando Jesus nos ensinou que deveríamos disputar o lugar de menor e de servo dos demais.

Uma casa, quando passa por uma reforma, fica linda por um tempo. Porém o tempo e a erosão depreciam o bem, causam desgaste nas estruturas, e caso nova reforma não ocorra, corre-se o risco da casa literalmente cair. Assim é com a Igreja, que atualmente apresenta grandes infiltrações de teologias heréticas que têm causado grande estrago. Faltam telhas, em muitas partes o reboco está aparente, há janelas sem vidros (por tantas pedras que foram lançadas) e portas que estão com as dobradiças tão enferrujadas que já não abrem mais, nem quando é o próprio Cristo que está a bater.

É hora de uma nova reforma. É hora de limparmos o terreno e trazer de novo os materiais que estão desgastados. É hora de voltarmos às essências bíblicas, ao estudo da Palavra, à oração, à consagração, à busca de santidade, ao amor incondicional. É hora.

Que a reforma que a Igreja precisa comece em cada tijolinho, agora. No tijolinho eu e no tijolinho você. E que, com a casa arrumada, Jesus possa novamente entrar e cear conosco.


26 de outubro de 2012

A conspiração contra Marcos 16:9-20



No capítulo 5 do seu livro “Autoridade Final”, que estamos a acabando de traduzir, o Dr. William P. Grady nos dá um bom esclarecimento sobre o “rapto” da passagem bíblica de Marcos 16:19-20 de algumas versões modernas da Bíblia. Vamos dar-lhe a palavra:
 “Quando uma comparação doutrinária é feita entre Marcos 16:9-20 e o Catolicismo emergente da Alexandria do século 3, um intrigante cenário se apresenta.
Dentre outras perversões, as raízes do Catolicismo Romano podem ser rastreadas a uma não bíblica extensão da ordem mosaica, para além das prescritas fronteiras do calvário. Com a vanguarda dos teólogos católicos proclamando um divino desligamento do povo escolhido, Roma foi tão  “humilde” a ponto de aceitar o manto caído. Assim, a grande prostituta do Nicolaísmo tem estado sempre repleta de elementos judaicos como: vestimentas sacerdotais, altares, sacrifícios, velas, cânticos e dias santos, etc. O iludido Agostinho (354-430) foi até o extremo de anunciar (através de seu livro “A Cidade de Deus”) que Roma havia sido privilegiada a se destacar no reinado milenar (que se tornaria  conhecido como “Era das Trevas”).
Em seus esforços de suplantar o judaísmo do Velho Testamento, logo os hierarcas católicos demonstraram uma compreensível preferência pelos escritos de Pedro – principal apóstolo das ovelhas perdidas de Israel – contrária aos escritos de Paulo – apóstolo aos gentios, nascido em tempo oportuno.
Por isso, não ficamos surpresos diante da conveniente (embora sem base) teimosia de Roma em afirmar ter sido Pedro o seu primeiro papa. A perpétua imagem dessa antiga rivalidade pode ser vista nas contrastantes catedrais de S. Pedro em Roma e de S. Paulo, em Londres. Para os católicos “que conhecem a verdade”, o “Papa Pedro” representa exatamente um paradoxo: ele era tão pontifício que recusou que lhe beijassem os pés (Atos 10:26), tão infalível que Jesus o chamou de Satanás (Mateus 16:23), tão autocrata que Paulo o censurou na face (Gálatas 2:11) e tão celibatário que tinha uma sogra (Mateus 8:14.
Com a “cadeira de Pedro” firmemente estabelecida em Roma, uma segunda tradição importante foi atribuída ao iletrado pescador da Galiléia. Clemente de Alexandria (150-217 d.C.) promoveu a idéia de que Marcos não era realmente o verdadeiro autor do seu Evangelho, mas sem dúvida, apenas o amanuense de Pedro.
Em clássico estilo nicolaíta, a forte evidência para a suposta base desse esforço conjunto é a alegorizada luta de Pedro, na 1 Pedro 5:13 (conforme preservada na Bíblia Viva de Keneth Taylor) citada por Eusébio, da seguinte maneira:
Mas Pedro fez menção de Marcos na primeira epístola, o qual diz também ter sido ela composta na mesma cidade de Roma, e que ele mostra este fato, chamando esta cidade, com um apelido não costumeiro, de Babilônia; desse modo, “A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos”.(1 Pedro 5:13b)
Qualquer pessoa pode procurar -  em vão - uma designação mística desse tipo em todos os dezesseis capítulos da Carta de Paulo aos Romanos, de Antioquia (Atos 13:1). Contudo, com o seu país carente de autógrafos, Clemente ainda tentou construir uma ponte sobre a lacuna de credibilidade ao declarar que Marcos levou o Evangelho de Pedro para Alexandria. Eusébio prossegue:
O mesmo Marcos, dizem também, tendo sido o primeiro enviado ao Egito, proclamou aí o Evangelho que havia escrito e logo estabeleceu igrejas em Alexandria.
Contudo, a completa confiabilidade dessa tradição Clementina tem sido colocada em questão por uma subsequente descoberta arqueológica. Em 1958, enquanto examinava o antigo Mosteiro Judeu de Mar de Saaba, o Professor Morton Smith, do Departamento de História da Universidade de Columbia, descobriu uma carta escrita por Clemente.
Conforme Clemente, Marcos recusou entregar a mais substancial porção do Evangelho de Pedro ao público geral de Alexandria. Como se fosse para lançá-lo como o patriarca do movimento da “vida mais profunda”, Clemente poderia ter-nos levado a crer que Marcos preservou o seu segundo evangelho para a “elite espiritual” de sua paróquia. Em sua correspondência enviada a Teodoro dos Carpocratianos, notem a sua gravada mas não registrada síndrome:
Marcos, então, durante a estada de Pedro em Roma, gravou os atos do Senhor, contudo não os registrou a todos, pois não indicou os místicos, mas selecionou os que achou serem mais úteis para um crescimento da fé daquelas instruções secretas.
Quando Pedro manteve o seu testemunho (isto é, sofrendo o martírio), Marcos chegou em Alexandria trazendo suas próprias memórias e as de Pedro. A partir destas ele copiou em seu primeiro livro as coisas apropriadas para os que estavam fazendo progresso no conhecimento, porém compilou um evangelho mais espiritual para o uso dos que já estavam chegando à perfeição.
Com tanta condução a uma futura aceitabilidade dos manuscritos egípcios, Jerônimo conferiu a Marcos a honra póstuma adicional de ter sido o primeiro bispo de Alexandria. Com este expediente de reafirmação da autoridade petrina (como sendo preservada por Marcos) a cidade capital de Ham atingiu um segundo plano em importância, depois de Roma, como um dos centros de liderança da Cristandade.
Digno de atenção é o fato de que o erudito evangélico F.F. Bruce atirou o seu voto contra esse repugnante complô promocional:
A qualquer custo a história de Marcos fundando a Igreja de Alexandria é da mais questionável autenticidade... A descrição de Marcos  como fundador do Cristianismo alexandrino representa uma tentativa de prover a igreja daquela cidade com um pedigree ortodoxo, além de tudo para ligá-la mais intimamente à Igreja de Roma, o pilar e campo da ortodoxia, incidentalmente lhe deu um status quase apostólico... Pois se a associação de Marcos a Pedro deu autoridade apostólica ao seu evangelho, que ele escreveu, do mesmo modo iria dar linhagem apostólica à igreja que ele fundou.
Contudo, quando o “departamento de propaganda” de Clemente andou circulando em busca de sua celebrada exigência de fama, logo empalideceu com apenas quatro versos remanescentes. Com toda a sua traiçoeira manipulação de ordenanças judaicas (para ser aperfeiçoada na doutrina papista da sucessão apostólica) esses hereges nicolaítas foram eles próprios confrontados por uma passagem que ameaça expor sua impostura satânica. Como os antigos efraimitas  que foram traídos pela sua inabilidade de pronunciar a senha shiboleti (Juízes 2:6), os discípulos de Clemente experimentaram uma idêntica consternação ao descobrir os sinais indicativos de um autêntico ministério apostólico.
“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes, e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Marcos 16:17-18).
Visto como o evangelho foi primeiramente  aos judeus (Romanos 2:9-10) e porque os judeus pediam sinais (1 Coríntios1:22), os apóstolos foram agraciados com um exclusivo arranjo de sinais sobrenaturais. Tendo antecipado uma resistência satânica através dos arquétipos de James   Jambres (2 Timóteo 3:8) o Senhor manteve os dele próprio, “...cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém ” (Marcos 16:20).
Como se tudo isso ainda não fosse bastante amedrontador para Clemente, o contexto confirmou que os “crentes” operadores de sinais do verso 17 devem ser os projetados “crentes” do verso 16. Em outras palavras, não apenas podiam os apóstolos produzir esses sinais, mas os seus convertidos pessoais também o podiam.
Exatamente como tantos desses corruptores egípcios da Bíblia faziam, supõe-se que eles tenham confirmado sua “autoridade apostólica” ao produzir pelo menos um destes cinco sinais? Enquanto Paulo podia afirmar aos Coríntios que: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas” (2 Coríntios 12:12), a única maravilha produzida pelos aduladores de Clemente foi uma surpresa perante o seu dilema. A terceira solução mostrou uma herética ingenuidade, ao oferecer essa opção de substituição do terminal, conforme exibido na Velha Latina, K e outros manuscritos dispersos.  Tendo examinado a premissa de um “judaísmo catolicizado”, note-se mais significativamente a preeminência concedida ao judeu Pedro nesta conclusão apócrifa:
E tudo de qualquer maneira que havia sido ordenado, eles explicaram resumidamente aos que estavam com Pedro; depois destas coisas o próprio Jesus apareceu e de leste a oeste enviou por intermédio deles a santa e incorruptível pregação da salvação eterna.
Até aqui, temos visto boa razão para uma antiga hostilidade contra Marcos 16:9-20 pelo sistema católico em desenvolvimento. Contudo, ainda falta considerar uma aplicação do século XX para esta controvérsia. Edward Hills fez a astuta observação de que esta passagem contém a única referência do falar em línguas feita pelo nosso Salvador.
Não é coincidência que o movimento carismático de hoje tenha sido grandemente usado pelo Vaticano para acelerar o processo ecumênico. A presença do falar em línguas no Campus da Universidade Notre Dame é um sinal inicialmente claro de que todos os caminhos levam a Roma.
Quando se lê o que Jesus nos deu com o propósito de legitimar os dons espirituais, entende-se melhor a renovada animosidade contra estes versos. Embora o trono da graça tenha se tornado acessível ao povo de Deus em todas as épocas, a atual ênfase carismática sobre a cura divina é um abuso não bíblico desse privilégio. Que o autêntico falar em línguas dos dias de Paulo tenha um fim específico é confirmado da maneira mais clara: “havendo línguas, cessarão...” (1 Coríntios 13:8b).
Agora acontece exatamente que a Escritura que mais condena a farsa carismática é encontrada na odiada passagem em questão. Hills cita Marcos 20 como chave para uma apropriada exegese deste texto: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém”. (Marcos 16:20).
Estes dons de sinais não apenas confirmaram o cumprimento de uma necessidade particular dos judeus que pediam sinais, mas também proveram um endosso autorizável à pregação dos apóstolos, na ausência de um Novo Testamento concluído. Hills prossegue explicando:
Aqui vemos que o objetivo dos milagres prometidos por nosso Senhor era o de confirmar a pregação da Palavra Divina feita pelos apóstolos. Estes milagres eram sinais que confirmavam a pureza de sua doutrina. Sem dúvida, em seguida estes sinais cessaram após a morte dos apóstolos. Hoje não temos necessidade destes sinais, visto como temos a posse das Sagradas Escrituras. (53)
Assim, temos visto uma satânica resistência dirigida contra estes doze versos através da instrumentalidade  carismática católica e evangélica. Esta oposição tem sido tudo, menos um esforço desorganizado. Embora a confusão seja o persistente objetivo do diabo, este nunca tem sido o seu modo de operar (Efésios 6:12).
Em face do seu dilema, os pais alexandrinos eram limitados a três simples alternativas. A problemática passagem poderia ser ignorada ao custo potencial de repetido confronto e embaraço. Com a “bandeja da coleta” na estaca, esta seria a menos popular. Sua segunda opção teria parecido a mais provável. Com o “longe da vista, longe do coração”, a maneira mais fácil de suprimir a descabidas exigências feitas ao “Bispo Primaz de Alexandria”, seria simplesmente cortar esses versos da Bíblia. E se o corte fosse feito no verso 9, um desvio conveniente poderia ser encontrado nas dificuldades previamente mencionadas que alguns piedosos harmonizadores do Evangelho estavam tendo com a aparente contradição da cronologia de Mateus. Uma raspagem da faca de Jehudi resolveria tudo! (Jeremias 36:23)
Para uma ilustração final quanto à coerência desta perniciosa estratégia, considerem o seguinte ataque duplamente contundente. Você deve lembrar-se de que a primeira “Bíblia falsificada” sob sanção nacional, a American  Standard Version, chegou em 1901. Você pode imaginar quando surgiram os faladores de línguas?  Conforme o Dicionário de Cristianismo na América, a primeira ocorrência registrada foi em Agnes Ozman, na Escola Bíblica Charles F. Parham, em Topeka, Kansas. A data foi o Dia do Ano Novo de 1901”.
As bíblias modernas que apresentam os versos finais do Evangelho de Marcos 16:19-20 sempre colocam uma nota de rodapé colocando em dúvida a autenticidade dos mesmos. Contudo, os antigos pais da Igreja confirmam que os primeiros manuscritos do Novo Testamento continham esses versos, embora os apóstatas Westcott e Hort tenham dito o contrário, na organização do seu Texto Grego do Novo Testamento.

Mary Schultze, 21/10/00 – 21/10/2012.

Preso pastor é acusado de ejacular ‘esperma de Deus’ em obreiras





Cleyson de Souza dizia que ritual do esperma era para purificar a alma .

A polícia de Manaus (AM) prendeu o pastor Cleyson Alves de Souza (foto), 37, sob a acusação de estuprar duas obreiras, uma de 15 e outra de 17 anos. Segundo as vítimas, ele dizia que ejaculava “esperma de Deus” e que tinha de ser engolido para "purificar a alma".

A Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) pediu à Justiça na semana passada prisão preventiva do pastor, após ter recebido a denúncia das adolescentes.

O pastor foi preso na noite ontem (30) quando pregava na Igreja Pentecostal Deus Altíssimo, na região centro-oeste da cidade. A polícia soube que ele estava ali por intermédio de uma denúncia anônima.

Uma das vítimas contou que Souza dizia que, por ser pastor, podia ter o corpo da fiel que quisesse. Ela contou que foi obrigada a assistir a um vídeo onde um menino de 11 anos aparece sendo estuprado pelo pastor com o uso de um cabo de vassoura.

As jovens estão recebendo apoio psicológico. Uma delas foi colocada no Provita (Programa de Proteção Vítima e Testemunhas Ameaçadas).

Segundo a delegada Raquel Sabat, Souza dizia às vítimas que também era da polícia e usava um revolver e um distintivo. A polícia pediu um mandado de busca e apreensão para examinar a casa do suspeito.

Até este momento, nenhum advogado falou à imprensa para dar a versão do pastor.

Sabat informou que o evangélico vai responder por crimes de estupro de vulnerável e, caso confirmado o uso do distintivo policial, por falsidade ideológica.

Com informação de A Crítica, entre outras fontes.

24 de outubro de 2012

Igreja do Evangelho Quadrangular promete pobres ficarem ricos. Mais uma do herege: Jerônimo Onofre da Silveira



A Igreja do Evangelho Quadrangular de Belo Horizonte iniciou uma campanha que promete fazer com que os pobres fiquem ricos em um ano. A corrente chamada “Jeová Jiré, o Deus Provedor” usa diversos versículos bíblicos para refazer a promessa de riqueza e prosperidade para os fiéis.
     No site da IEQ Templo dos Anjos da capital mineira encontra-se um banner sobre a corrente que informa que dentro de um ano o menor vai dobrar seu patrimônio, e “os fora de série” irão multiplicar seus bens em 30, 60 e 100 vezes mais.
     No vídeo postado no Youtube, vemos mais detalhes dessa campanha que conta até com um óleo consagrado em Israel formado por ouro, prata e petróleo que são as maiores riquezas do mundo. Ao ungir esta mistura, o pastor Jerônimo Onofre da Silveira, líder da igreja, pede prosperidade para os membros que participarão dessa campanha.
     Diversos versículos são citados ao longo do vídeo, entre eles a passagem sobre Isaque que colheu 100 vezes mais do que plantou. “Agora é a sua vez, você vai dominar a cidade onde mora”, diz o locutor citando outro versículo, dessa vez sobre Moisés.
     Durante 40 dias o público dessa igreja estará orando às 3h da manhã consagrando o ano de 2013 ao Senhor, para que este seja o “melhor ano” da vida de cada um dos fiéis que serão ungidos com este óleo “Jeová Jiré” consagrado em sete lugares diferentes.
     A campanha começa no dia 7 de novembro com a participação da cantora Cassiane.

Fonte: Gospelprime






A vida cristã e as falsas promessas




Promessas. Vivemos num mundo que perdeu a consideração pela palavra falada. Se te prometeram alguma coisa, que foi não foi registrado por escrito, isto não tem o menor valor para nossa sociedade. Entretanto, nem sempre foi assim, mas houve um tempo no qual as palavras faladas tinham peso, e alguém poderia morrer caso não cumprisse o prometido.

Talvez, por saudosismo, ou por teimosia mesmo, algumas pessoas ainda vivem de acordo com este paradigma. E fazem muito bem, afinal Jesus nos desafiou a darmos credibilidade às nossas palavras quando disse que nosso “sim” deveria ser SIM, e nosso “não” deveria ser NÃO. Nada de meias palavras ou promessas vazias.

Acontece que este trauma pela falta de credibilidade das palavras faladas tem levado muitos cristãos a prometerem coisas que Deus nunca prometeu, ou pior, dar credibilidade a uma ideia que jamais foi pretendida por nenhum escritor bíblico.

Recentemente vi numa dessas fan pages do Facebook a seguinte frase: “Quem tem promessa de Deus não morre antes de ver todas elas cumpridas em sua vida”. Este tipo de argumento na Filosofia é chamado de falácia. Uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega (Wikipedia). É um argumento ineficaz, pois sabemos que existem muitos cristãos que morrem no mundo todo que não chegaram a ver seu filho de volta ao Evangelho, por exemplo. Portanto, não há como comprovar que esta ideia seja verdade se apenas um cristão morrer nestas condições. O que diríamos dele? Que não tinha promessas?

Este argumento, além de ineficaz, é também inconsistente e não possui fundamento nas Escrituras. Ora, se a frase acima se propõe a ser um “Pensamento de crente”, de acordo com a descrição da Fan Page no Facebook, é de se esperar, no mínimo, que tenha seu alicerce na Bíblia, o livro dos crentes. Logo, vamos ver o que a Bíblia diz sobre Promessas e morte. O livro de Hebreus no capítulo 11 nos traz a galeria dos heróis da fé. E bem no finalzinho do capítulo o autor diz que todos eles, apesar do seu testemunho de vida, morreram sem alcançar a promessa. Portanto, a frase em destaque, embora sirva como uma espécie de autoajuda, não reflete o padrão bíblico, especialmente em virtude da maioria dos textos bíblicos terem sido escritos quando os cristãos passavam por grandes períodos de perseguição e ameaças de morte.

Logo, ao promover este tipo de pensamento, alguns cristãos perpetuam a falta de credibilidade da palavra falada ao transformar as palavras da Bíblia em promessas vazias que jamais serão cumpridas pela simples razão que nunca foram, de fato, uma promessa.
que


Alexandre Milhoranza
Alexandre Milhoranza - Convidado Especial
Alexandre Milhoranza é analista de sistemas e estudante de teologia. Muito bem casado com a Ana Claudia e pai da Bárbara e do Eduardo, seus mini filósofos de plantão.
Acesse o novo blog do Milhoranza |


 

A vida cristã e a sede pelo poder




O ser humano deseja o poder. Sua vontade de dominação sobre o próximo pode ser vista desde a infância, quando um irmão tenta manipular o outro. Este comportamento pode ser observado nas empresas, onde, por meio dos trâmites corporativos, as pessoas querem que seu próximo se submeta aos seus caprichos. A noção de equipe perde facilmente para este primitivo instinto humano. Para alcançar este objetivo, inúmeras estruturas e processos sociais foram criados. Em todas as instituições sociais existem mecanismos que preveem a manipulação do próximo para subjugá-lo à dominação daqueles que estão no topo da hierarquia. A Igreja não é uma exceção a esta regra.

Como toda instituição social, a Igreja também criou seus mecanismos de dominação. Algumas pessoas, quando assumem uma determinada função de liderança, visando o fortalecimento de sua posição e a inerrância de suas sugestões (que soam mais como uma ordem), usam o trecho de Efésios 5.21-23 para legitimar sua tentativa de dominação sobre seu irmão. Neste trecho, Paulo ensina que todos devem ser submissos uns aos outros.

Essa passagem pode ser entendida sob o ponto de vista da humildade e esta interpretação também é correta. Entretanto, somente este sentido deixa margem para o líder, mencionado acima, argumentar que todos os outros devem ter humildade suficiente para acatar suas ordens e sugestões. Apesar do clima de mal-estar, todos acabam concordando por não terem argumentos melhores contra esta clara tentativa de manipulação. Contudo, ao verificarmos a palavra que Paulo usou originalmente para se comunicar com os efésios, quando tratou sobre a submissão, daremos outro sentido ao texto, que poderá ser aplicado por todos os cristãos sem deixar tanta margem para falsas interpretações.

O termo que Paulo usa para demonstrar que os efésios deveriam ser submissos uns aos outros remete ao sentido de “estar posto embaixo como um suporte”. Isto é, a posição de estar embaixo, com o significado de humildade apenas, deixa de lado a razão principal pela qual Paulo escreve, que é servir como um suporte uns aos outros. Portanto, o sentido principal deste texto não é a humildade, mas o serviço cristão. Isso fica mais claro nos versículos seguintes, quando Paulo lembra o amor e serviço que Cristo demonstrou à Igreja, que deveria seguir este exemplo.

Imagine uma mesa sem o seu suporte. Seria inútil não? A existência do suporte em si mesmo não tem muita lógica e, em contrapartida, a tábua da mesa sem um sustentador não tem muita serventia. A mesa estará completa apenas com a tábua e o suporte juntos. Este é o sentido de estar submisso que Paulo usa aos Efésios. Esta interpretação é reforçada pela linguagem que Paulo utiliza durante toda a carta, comparando a Igreja com o corpo humano, no qual cada membro tem sua função e nenhum deles dá ordens impostas aos outros membros. Aliás, no corpo humano, o único órgão que efetivamente dá as ordens é o cérebro, que fica na cabeça. Mas, de acordo com Paulo aos colossenses, o cabeça da Igreja é Cristo; e não qualquer cristão em particular, com suas tentativas de manipulação do seu próximo.

Que o Senhor te abençoe e te guarde.

Alexandre Milhoranza
Alexandre Milhoranza - Convidado Especial
Alexandre Milhoranza é analista de sistemas e estudante de teologia. Muito bem casado com a Ana Claudia e pai da Bárbara e do Eduardo, seus mini filósofos de plantão.
Acesse o novo blog do Milhoranza


23 de outubro de 2012

Arrependimento bíblico não é pedir desculpas a Deus!




Por - Josemar Bessa

A cultura em que vivemos não gosta de situações do tipo “um ou outro”. Se arrepender verdadeiramente envolve tristeza pelo pecado, confissão verdadeira...  mas é fundamental entender que  significa ir na direção oposta do pecado confessado.

Nossa cultura gosta de uma terceira via e não ter que enfrentar o “um ou outro”. Confunde verdadeiro arrependimento com um mero pedido de desculpas. Mas temos que lembrar que o Novo Testamento coloca as coisas nestes termos.

A Bíblia insiste que não se pode “servir ao Deus vivo e verdadeiro” sem abandonar todos os ídolos: “e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro” - 1 Tessalonicenses 1:9 . O Espírito milita contra a carne, portanto, é o novo contra o velho quando se trata da busca da santidade: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” - Gálatas 5:16 – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” - 2 Coríntios 5:17

E poderíamos citar muitos outros exemplos de "um ou outro":

O homem ou está centrado em Cristo ou em si mesmo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” -Gálatas 2:20 – “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” - Filipenses 1:21 ( 3.4-11; Col 1.10).

Sob o domínio do Espírito ou da Carne: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne”. - Gálatas 5:16 (cf. Romanos 8).

Obras ou Graça: “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.” - Romanos 11:6 (cf. Gal 2.20,21).

Obedecendo a Palavra ou a sabedoria do mundo ( Dt 8.3; Mt 4.4; 28.18-20; 2Tm 3.16; Tg 3.13-18; 1Co 1.18-1.6).

Negar o mundo ou ser conformado pela cultura ( Rm 12.1,2).

Buscando a santidade ou a “auto-indulgência” : “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” - 2 Coríntios 5:15 (cf. Hb 12.14; 2Pe 1.5).

Glorificar a Deus ou agradar os homens: “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” - Gálatas 1:10 ( Mt 5.16; 1Co 10.31;).

O caminho estreito ou o caminho largo (Mt 7.13-14; Jo 3.36; Rm 2.5-11).

Pelo poder do Espírito essa é a única forma para a eficácia da mortificação do pecado ( Mt 4.17; Jo 3.1-16; Rm 6; 2Co 5.17; Ef 4.17. Tito 2.11-14; 1Pe 1.13-17)

A Bíblia deixa claro que todo esse empreendimento na santificação progressiva é proporcionado e habilitado pelo próprio Deus, o Espírito Santo: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” - Filipenses 2:12-13

E assim o crente é chamado a "buscar diligentemente ... a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" ( Hb. 12:14 ), mas ele o faz na confiança de que "aquele que começou a boa obra em nós a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus "(Filipenses 1: 6 ). Então Paulo fechando a carta aos Tessalonicenses coloca a nossa busca diária da semelhança de Cristo numa perspectiva animadora:

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”  - 1 Tessalonicenses 5:23-24

Portanto, não há espaço para desculpas e racionalizações.

Via: Bereianos

Caio Fábio crítica lideranças pentecostais e afirma que personagem Tufão, de Avenida Brasil, tem “muito mais caráter que a maioria dos pastores”. Leia na íntegra


Caio Fábio crítica lideranças pentecostais e afirma que personagem Tufão, de Avenida Brasil, tem “muito mais caráter que a maioria dos pastores”. Leia na íntegra
O reverendo Caio Fábio publicou uma reflexão sobre o movimento evangélico e as características do movimento pentecostal no Brasil.
Em sua página no Facebook, Caio Fábio usou o personagem Tufão, da novela Avenida Brasil, para ilustrar a avaliação de caráter feita por ele sobre os líderes evangélicos brasileiros: “A coisa ficou tão 171 em tudo que não titubeio em afirmar que o personagem Tufão da novela Avenida Brasil é muito mais gente de caráter do que a maioria dos pastores 171 que em nome de ‘Deus’ fazem do povo os ‘bichos do jogo’”, pontua.
Caio Fábio define como evangélicos “todos os grupos não católicos de confissão bíblica no país” e afirma que “o Pentecostalismo, em linhas gerais, não é predestinista-divino da segurança da salvação [como são os Reformados], embora seja predestinista-humano do inferno, quando pela certeza de que ‘fora dos cultos e das frequências e filiação à igreja local não há salvação’”, observa, mencionando a doutrina que muitas igrejas evangélicas adotam para enfatizar que a salvação deve ser cultivada.
O texto de Caio Fábio traz ainda, críticas ao comportamento resultante dos ensinamentos pregados na maioria das igrejas pentecostais: “Assim nasce a ufania de que o crente pentecostal tem um poder espiritual maior do que todos os demais, pela certeza de que se houver observância aos ditames morais e aos costumes espirituais da ‘igreja’ a pessoa se torna santa, e, portanto, superior a todos os demais humanos no planeta [caso não faça nenhuma irregularidade bíblico comportamental e jamais deixe de obedecer ao seu pastor ou líder]”, enfatiza o reverendo.
-Além disso, se ensina também [sem a frase explicita, mas nas entrelinhas] que “Deus é Pentecostal”, depois “evangélico”, e, depois de tudo…, quem sabe…, talvez… Deus seja “cristão” no sentido lato do termo. Mas apenas muito “quem sabe”… Quando falo de “Igreja Pentecostal” me refiro mais ao conceito e práticas do que ao um nome ou placa – contextualiza Caio Fábio, antes de apontar outros aspectos que ele define como deficiências na doutrina pentecostal: “Com tal espiritualidade não é possível viver com lucidez, sobriedade, simplicidade, humanidade, solidariedade indiscriminada e caráter de Cristo em nós. Entenda: falei não de pessoas e nem de uma sigla, mas apenas de um espírito que permeia quase toda a espiritualidade ‘evangélica’”.
Leia abaixo a íntegra do texto “Pentecostalismo, espiritualidade, 171 e Avenida Brasil”, de Caio Fábio:
Existem muitos modos de “ver” as coisas que concernem a “Deus” [conceito] e à “espiritualidade” [prática do conceito espiritual no qual se crê].
Nem de longe é meu objetivo discorrer sobre as principais vertentes dessas espiritualidades; afinal, teria que ser um imenso de um livro o projeto que sequer pretendesse arranhar as multi-gamas dessas variáveis de olhar espiritual entre os humanos.
Atenho-me ao nosso meio imediato: o mundo cristão evangélico!
Ora, no ambiente chamado “evangélico” [que cobre hoje todos os grupos não católicos de confissão bíblica no país] — foi o Pentecostalismo [de todos os matizes] o introdutor de um pressuposto devastador para a produção de uma consciência carregada de caráter e honestidade nas práticas da vida.
O Pentecostalismo, em linhas gerais, não é predestinista-divino da segurança da salvação [como são os Reformados], embora seja predestinista-humano do inferno, quando pela certeza de que “fora dos cultos e das frequências e filiação à igreja local não há salvação”, com imensa facilidade danam toda a humanidade não igrejada no fogo…; sim, e isso por um tempo de duração eterna.
Assim nasce a ufania de que o crente pentecostal tem um poder espiritual maior do que todos os demais, pela certeza de que se houver observância aos ditames morais e aos costumes espirituais da “igreja” a pessoa se torna santa, e, portanto, superior a todos os demais humanos no planeta [caso não faça nenhuma irregularidade bíblico comportamental e jamais deixe de obedecer ao seu pastor ou líder].
Além disso, se ensina também [sem a frase explicita, mas nas entrelinhas] que “Deus é Pentecostal”, depois “evangélico”, e, depois de tudo…, quem sabe…, talvez… Deus seja “cristão” no sentido lato do termo. Mas apenas muito “quem sabe”…
Quando falo de “Igreja Pentecostal” me refiro mais ao conceito e práticas do que ao um nome ou placa. Que fique entendido; até porque a “igreja evangélica” que não é publicamente pentecostal, na prática das coisas, todavia, o é quase que na sua totalidade.
A crença é a seguinte: “Deus” tem um borogodó que os pentecostais que não tem com mais ninguém!
A eles “Deus” deu muitos poderes, especialmente aos seus líderes…
Sim, deu-lhes o poder de falar em línguas, de profetizar, de curar, de repreender o diabo, de comandar anjos, de condenar homens ao inferno, de separar o joio do trigo, de dizer o que é certo e errado para os outros todos, de intervir nos governos, de enquadrar as minorias, de acusar os que não são “evangélicos” de serem “o mundo”; e mais: deu-lhes o poder de darem ordens a “Deus”, de ordenar-Lhe o que “fé/desejo/capricho/nosso”. Sim, deu-lhes o poder de determinar [caso a pessoa não esteja devendo nada à “igreja”].
Porém, mais do que tudo, “Deus” os tornou os “Seus” representantes autorizados no planeta; assim…, eles também têm o poder de amaldiçoar, de abençoar conforme o interesse, de cobrar e receber dinheiro de “Deus”, de criarem “campos de força espiritual” [a cobertura]; além de que são eles que decidem o que Deus liga nos céus ou desliga na terra, conforme a determinação deles.
Ah, o “Eterno” também deu a eles o poder de “lavar o dinheiro de Deus”.
O dinheiro pode ser roubado, mas se devidamente dizimado na “igreja”, está lavado.
O dinheiro pode ser de drogas, mas, dedicado à igreja, se torna santo.
O dinheiro pode ser da máfia, porém, se for tirado o dizimo do bruto, tudo está legalizado por “Deus”.
Ora, como o Pentecostalismo é revelacionista existencial… [embora creia no livro Bíblia e dele faça suas doutrinas; [adorando o livro como um ente sagrado], ainda que se dizendo uma fé bíblica, de fato, a qualquer momento, por causa do modo intimo e diferenciado que “Deus” trata os “Seus herdeiros pentecostais”, o que a Bíblia diz pode se tornar uma Lei Para Todos, mas não para o ente revelacionista existencial pentecostal; posto que para ele “Deus” dê novas “revelações”, as quais podem “abrir para o crente pentecostal somente” [...] uma porta especial e inigualável; a qual, para os demais homens “sem revelação” está vetado o entrar, mas para o “ungido” está legalizado pelo Senhor.
E tem mais: se o que estiver em jogo for a prosperidade da causa do “Evangelho ou da Igreja”, vale tudo!
Sim; vale tudo!
Querem que eu cite histórias aos milhares para demonstrar que é assim que é?
Desse modo, até a oração é “adianto indevido” pro lado do “crente”.
O sujeito não estuda, não trabalha, não se esforça, não aprende, diz que tudo coisa do “mundo”, e diz: “Eu determino que sou cabeça e não cauda, e, portanto, saiam os ímpios do meu caminho porque sou filho do Rei!”
Sendo assim, ser filho de “Deus” é ser um playboy filho de mafioso culpado e que realiza todos os caprichos de seu filho bandido e arrogante.
Ora, esse conceito se espraia para todas as dimensões da vida… Sim, literalmente altera tudo no olhar do individuo e mata o seu caráter e a sua humanidade fundamental, roubando-lhe a benção da consciência justa, e, assim, dando a tal individuo a espiritualidade 171 dos estelionatários.
Na verdade o homem se torna o que ele confessa como espiritualidade. Tudo nele passa a ser a imagem e semelhança de sua confissão e entendimento.
Desse modo, me diga; sim, sendo assim, me diga:
TENDO ESSE “DEUS” E DESENVOLVENDO ESSA “ESPIRITUALIDADE”… COMO É POSSÍVEL VIVER EM HUMILDADE, SERVIÇO, COMPAIXÃO, ENTREGA, SOLIDARIDADE INSDISCRIMINADA, HONESTIDADE, BONDADE, TRANSPARENCIA E REVERENCIA PARA COM TUDO E TODAS AS COISAS NA EXISTÊNCIA, QUANDO TUDO O MAIS É PARA SER USADO PELOS NOSSOS CAPRICHOS BREGAS, SEMELHANTES AOS DESEJOS COTIDIANOS EXPRESSOS NA CIDADE RELIGIOSA CHAMADA DE DIVINO NA NOVELA AVENIDA BRASIL?
Assim, digo: a coisa ficou tão 171 em tudo que não titubeio em afirmar que o personagem Tufão da novela Avenida Brasil é muito mais gente de caráter do que a maioria dos pastores 171 que em nome de “Deus” fazem do povo os “bichos do jogo”.
Com tal espiritualidade não é possível viver com lucidez, sobriedade, simplicidade, humanidade, solidariedade indiscriminada e caráter de Cristo em nós.
Entenda: falei não de pessoas e nem de uma sigla, mas apenas de um espirito que permeia quase toda a espiritualidade “evangélica”.
Sem medo de ser julgado, pois Nele falo com sinceridade,
Caio – 20/10/12- Lago Norte – Brasília – DF

19 de outubro de 2012

Carregando a Cruz


  

Quando eu era católica, fazia questão de exibir a minha fé, carregando ao pescoço um crucifixo de ouro, enquanto na parede do meu quarto, sobre a cama, estava pendurado um crucifixo de madeira com uma imagem de Cristo em marfim. Eu imaginava ser uma boa católica, sentindo-me orgulhosa dos meus símbolos “cristãos”.
         Os anos passaram. Meu marido (um luterano liberal) era complacente e, se não acreditava no poder dos meus crucifixos, também não me censurava pela fé ingênua naqueles símbolos religiosos. Naquele tempo eu ia à missa - aos domingos - no bairro onde residíamos. O padre era um italiano esquerdista, que usava a missa para pregar discretamente a revolução dos empregados contra os patrões e aquilo começou a me incomodar, pois eu era microempresária e achava que ele estava me atingindo. Certo dia, quando ele foi almoçar em nossa casa, falei sobre o assunto, ao que ele contemporizou: “Mas eu falo dos maus patrões. Você não é patroa... É uma verdadeira mãe para os seus empregados”. Mesmo depois daquela ressalva continuei preocupada, até que em agosto de 1976, lá em Fortaleza, ganhei de presente um bebê recém-nascido, cuidei dos papéis legais e o trouxe para criar. Era uma menina, a qual foi adotada  como filha e, por causa dela,  deixei de freqüentar reuniões sociais, preferindo ficar em casa lendo textos edificantes e cuidando do meu bebê.
         Como me achava despreparada para ser mãe novamente (a filha única estava na Universidade Rural e eu me sentia velha demais para exercer um papel tão importante), fui fazer um curso de Psicologia com a Professora Lídia Mattos, em Copacabana. Lá fui aconselhada a ler um livro que, embora herético, iria me conduzir à verdadeira vida cristã. Era “O Poder do Subconsciente”, de Joseph Murphy. Li o livro, gostei muito e em seguida fui em busca de outros no gênero. Foi assim que entrei em contato com os livros de Norman Vincent Peale e comprei todos os títulos que encontrei nas livrarias. Quando li o 10º. livro dele - Mensagens da Vida Diária - copiei os 90 versículos bíblicos ali mencionados, como sempre ia fazendo nas leituras anteriores, sentei diante da máquina de escrever e fiz um poema para Jesus Cristo. Logo em seguida, comecei a ler o Novo Testamento e quando me filiei a uma igreja presbiteriana já o havia lido umas 50 vezes.
         Diante da sociedade eu fosse um modelo de virtudes. Depois de ler os versículos apresentados nos livros do Peale, comecei a me conscientizar da maldade natural que existia em meu coração e descobri que era orgulhosa, vaidosa, agressiva e rebelde contra Deus. Quando sentei diante da máquina de escrever (01/05/78), confessei meus pecados a Jesus e O aceitei como Salvador e Senhor de minha vida.
         Hoje, não me considero uma pessoa melhor. Continuo cheia de defeitos, pecando diariamente por causa do meu temperamento forte, mas tenho a certeza de que “O meu Redentor Vive e eu também viverei” na eternidade, junto com Ele e meus irmãos na fé, ou seja todos os que O aceitaram,  confiando exclusivamente no Seu sacrifício vicário na cruz, sem adição de obras e obediência a qualquer organização religiosa.
         Dave Hunt fala da maneira errônea como a cruz de Cristo tem sido exibida pelos cristãos modernos, nesta citação:
         “... A. W. Tozer escreveu: ‘Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretém. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne...’ A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado - mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz...  O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: ‘Estou crucificado com Cristo’. A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar ‘o poder da sua ressurreição’ (Filipenses 3.10), pois somente os mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz àqueles que há tempo anelam por escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho que Tozer chamou de ‘nova cruz’... Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gálatas 6.14). É uma linguagem muito forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos - e, através desse ato, nos  crucificou também. Vamos assumir uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas o fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade”.
         Ser crucificado com Cristo é a maneira mais sublime que podemos encontrar, a fim de crescer na vida espiritual. Infelizmente, o nosso “eu” é forte demais e essa luta que travamos, diariamente, para ser crucificado com Cristo, seguindo o exemplo do Apóstolo Paulo  (Gálatas 2:20), muitas vezes é perdida por causa do mundanismo que nos cerca através dos programas de TV, da mídia e das amizades que entretemos neste mundo que jaz no maligno.
         Contudo, somos mais que vencedores em Cristo e, mesmo quando sucumbimos sob o poder do EGO, um poder maior se levanta em nosso coração, o poder do Espírito Santo, que nos conduz ao arrependimento e nos mostra que, mesmo tendo caído, ainda podemos nos levantar, sacudir a poeira de nossas almas e seguir em frente, para um dia alcançar o que é perfeito.
         Que Deus nos dê coragem para prosseguir na luta e nos faça realmente vencedores, conforme a promessa que recebemos em Sua Santa Palavra. 
         "Sabemos que Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8:28), mesmo porque não ousarei dizer coisa alguma que Cristo por mim não tenha feito” (Romanos 15:18).

         Na minha vida passada, / não tinha encontrado a luz,
         até que fui resgatada / na salvação de Jesus.
         A vida só tem valor / quando se conhece Cristo.
         Jesus é o Santo Pastor / que nos conduz ao aprisco.
         Ele nos dá salvação / e garantia nos dá;
         com Ele no coração, / nada, então, nos faltará.

Mary Schultze, 14/10/2012 – maryonlybible & marybiblia.com