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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

31 de dezembro de 2013

Ateus ou agnósticos tendem a agir mais por compaixão do que os mais religiosos, diz estudo


Para os mais religiosos, a generosidade é baseada menos na emoção e mais em fatores como doutrina, senso de comunidade ou cuidado com reputação

Pesquisa feita na Universidade da Califórnia, em Berkeley, sugere que pessoas muito religiosas são menos motivadas pela compaixão ao ajudar um estranho do que ateus e agnósticos.

Em três experimentos, cientistas detectaram que a compaixão é o que faz pessoas menos religiosas serem mais generosas. Já para os mais crentes, compaixão não tem tanta relação com generosidade, segundo os resultados publicados na revista Social Psychological and Personality Science.

Os dados desafiam a noção de que atos de generosidade e caridade são motivados por empatia e compaixão. Segundo os pesquisadores, isso acontece mais com pessoas menos ou nem um pouco religiosas.

"Nós descobrimos que, para pessoas menos religiosas, a força da conexão emocional com a outra pessoa é fundamental para determinar o quanto o outro será ajudado ou não", diz o psicólogo social Robb Willer, coautor do estudo. Ele conta que para os mais religiosos, no entanto, a generosidade é baseada menos na emoção e mais em fatores como doutrina, senso de comunidade ou preocupações com a reputação.

A compaixão é definida no estudo como a emoção que sentimos ao ver outra pessoa sofrendo e nos motiva a ajudar, mesmo que isso nos traga algum custo.

O estudo analisou a relação entre compaixão, religião e generosidade, mas não identificou o motivo pelo qual religiosos agem menos por compaixão do que os outros. Os pesquisadores acreditam, no entanto, que essas pessoas são mais guiadas por um senso de obrigação moral.

"Nossa hipótese é que a religião muda a forma como a compaixão tem impacto no comportamento generoso", afirma Laura Saslow, que participou da pesquisa como estudante de doutorado.

Ela relata que decidiu estudar o assunto depois de ouvir um amigo lamentar que havia feito uma doação às vítimas do terremoto do Haiti apenas depois de assistir a um vídeo emocionante em que uma mulher era salva dos destroços, e não pela compreensão lógica de que era preciso ajudar.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2012/05/01/ateus-ou-agnosticos-tendem-a-agir-mais-por-compaixao-do-que-os-mais-religiosos-diz-estudo.htm?fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline

30 de dezembro de 2013

O ESCÂNDALO DOS PROJETOS DE FÉ: "Que tudo se realize no ano que vai nascer!" Seria esta a proposta do reino?



Por Hermes C. Fernandes

Basta chegar á reta final do ano, e logo, deparamo-nos com campanhas que estimulam os fiéis a preencherem algum cartão com os projetos de fé para o novo ano que se aproxima. No cartão encontramos imagens que atiçam nossa cobiça: uma linda casa de campo, uma cobertura em frente à praia, um carro (geralmente, uma Ferrari), um avião representando a viagem tão sonhada, etc. No fundo, a campanha visa apenas duas coisas: manter a frequência dos fiéis ao templo durante o período festivo e garantir uma boa arrecadação, uma vez que o projeto para o ano novo deve ser acompanhado de uma “semente” especial ou mesmo de uma "aliança" financeira em que o fiel se compromete a dar uma quantia vultuosa para a igreja.
Para instigar ainda mais os fiéis, pregadores vociferam: Sejam audaciosos! Não façam pedidos rasteiros. A Bíblia diz que pedimos e não recebemos porque pedimos mal. Então, em vez de pedir um fusca, peça uma BMW! Em vez de uma quitinete, peça uma cobertura luxuosa!

O culto de fim de ano geralmente termina com todos cantando: "Adeus ano velho, feliz ano novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso. Saúda pra dar e vender."
Desta maneira, a igreja contemporânea parece estar em plena consonância com o espírito deste mundo, colocando-se numa posição antagônica à proposta subversiva do reino de Deus.
Repare, por exemplo, o que a passagem que tais pregadores usam realmente diz:
“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Tiago 4:3-4
“Pedir mal” não é pedir pouco, mas pedir com o único objetivo de satisfazer a si mesmo. De acordo com Tiago, quem assim o faz, constitui-se inimigo de Deus.
É cada vez mais raro ouvir sermões que estimulem as pessoas a desejarem ser melhores, mais generosas, solidárias, compassivas. Em vez disso, elas devem pensar grande, estabelecer como alvo de sua existência algum sonho de consumo.
Quando fazem um inventário de sua vida de um ano para cá, seu interesse é saber se estão mais ricas ou mais pobres, se perderam ou ganharam mais, se conseguiram trocar o carro, sair do aluguel ou coisa parecida. Ninguém se pergunta se ao longo do último ano se tornou um ser humano melhor, um marido mais companheiro, um pai mais presente, um filho mais prestativo, etc.
Não estou dizendo que não podemos estabelecer objetivos materiais ou profissionais. Porém, estes devem ocupar um segundo plano em nossa vida. Como cidadãos do reino de Deus, nossas prioridades são outras.
Um pouco adiante em seu texto, Tiago diz:
“E agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e ganharemos. Tiago 4:13
Haveria alguma coisa errada com tais resoluções? Digamos que priorizemos o ser em detrimento do ter, isso nos impediria de estabelecer resoluções como estas para o novo ciclo que se inicia? Creio que não. O problema é que nesta equação falta um fator essencial. Vou deixar para falar dele um pouco adiante. Vamos, antes, destrinchá-la.
“Hoje ou amanhã” – Sempre temos a mania de marcar datas, de estabelecer prazos. Se não for hoje, será amanhã, ou quem sabe depois de amanhã. Mas será que já alcançamos a maturidade suficiente para atingir tais alvos sem que eles interfiram em nossa essência? Até que ponto somos tão vulneráveis que nosso sonho de consumo pode nos consumir? Há alvos que são legítimos, porém, não estamos preparados para atingi-los. Por isso, prefiro deixar em aberto. Pode ser que seja hoje, amanhã, ou, quem sabe, nunca. Isso não interferirá em quem eu sou.
“Iremos a tal cidade” – O Rio de Janeiro, bem como as grandes metrópoles brasileiras, estão tomados de moradores de rua que deixaram sua cidade natal acalantando o sonho de que lá seria o cenário que possibilitaria seu sucesso. Conheci muitos brasileiros que atravessaram a fronteira do México para chegar aos Estados Unidos, acreditando que lá todos os seus sonhos materiais se tornariam realidade. Conheci advogados que hoje ganham o seu pão fazendo faxinas. Não há nada de errado em querer mudar de um lugar para o outro em busca de melhores oportunidades. Porém, não se deve achar que se vai viver um conto de fadas simplesmente por mudar de endereço. Outros pensam que só se realizarão se fizerem seu curso superior numa determinada Universidade. Se não for ali, então, não serve. Enquanto tantas outras portas se abrem, eles insistem na única que se recusa a se abrir. E assim, a oportunidade acaba desperdiçada.
“Lá passaremos um ano” – Conheço tantos que foram pra ficar um ano em algum lugar, e não ficaram seis meses. Outros foram pra passar seis meses, e ficaram o resto da vida. Nossa agenda deve ter espaço para eventuais contingências. Nunca se sabe o rumo que a vida poderá tomar.
“Negociaremos” – Muita coisa pode ser negociada nesta vida, porém, há outras que são inegociáveis. A gente negocia o tempo trabalhando num expediente de oito horas diárias. A gente negocia nossas aptidões profissionais. Trocamos bens por serviços e vice-versa. Tudo isso é legítimo. Todavia, há quem, em nome do sucesso, se disponha a negociar princípios e valores que deveriam norteá-lo em toda a sua jornada neste mundo. Os fins jamais justificarão os meios. Nossa integridade não pode ser colocada num balcão. Como disse Jesus, “de que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”(Mt.16:26)? 
“Ganharemos” – Ninguém entra num negócio para perder. Todos almejamos auferir algum lucro. Até aí, tudo bem. O problema começa quando nossa margem de lucro ultrapassa o limite do bom senso. Queremos ganhar a qualquer custo. Não importa que saia perdendo. É assim que as coisas funcionam no mundo. Uns ganham, enquanto outros perdem. No reino de Deus é diferente. Minha felicidade não pode custar a desgraça de quem quer que seja. Se eu ganho, todos devem ganhar. E caso alguém tenha que sofrer algum prejuízo por causa de alguma precipitação minha, que seja eu e não o meu semelhante (1 Co.6:7). Altruísmo? Não. Justiça.
O texto de Tiago prossegue:

“No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo. Mas agora vos jactais das vossas presunções; toda jactância tal como esta é maligna. Tiago 4:14-16
Alguém ainda acredita em previsões de fim de ano? Por incrível que pareça, há quem lhes dê crédito. Se não, programas de TV não ocupariam tanto espaço entrevistando videntes, pais-de-santo, astrólogos e afins. Porém, o fato é que ninguém sabe o que sucederá amanhã. 2014 é uma incógnita. Quem vai ganhar a Copa? Não tenho a menor ideia. Posso até torcer pelo Brasil, mas não posso garantir nada. Só sei que, à luz deste texto, nossa vida não passa de um nevoeiro. Estamos, agora mesmo, desvanecendo.
Este final de semana trouxe fatos que surpreenderam o mundo dos esportes. Anderson Silva sofre fratura exposta em pleno ringue. Schumacher sofre traumatismo craniano grave enquanto esquiava, e agora luta para sobreviver. Fica a mensagem para este final de ano: NINGUÉM É INVENCÍVEL.

É neste ponto que devemos acrescentar à nossa equação existencial o mais importante fator: DEUS. Em vez de fazer votos fantasiosos para 2014 e os próximos anos, deveríamos dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. Parece até brincadeira, mas este tipo de frase é terminantemente proibido em algumas igrejas. É como se passássemos um atestado de incredulidade. Ao contrário disso, dizer “se for da vontade de Deus” expressa total dependência d’Ele e o reconhecimento de Sua soberania. Isso é fé, não dúvida. E caso não seja, não serei eu a entrar numa queda de braços com Deus.
Outrossim, deve haver um ponto de equilíbrio entre soberania divina e responsabilidade humana. E é isso que encontramos na continuidade da passagem:

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. Tiago 4:17
Atribuir tudo o que nos acontece à soberania de Deus é uma maneira de driblar a consciência. Não bastasse usarmos o diabo como bode expiatório, somos atrevidos o suficiente para usarmos Deus como nosso álibi. “De que se queixa o homem vivente?”, pergunta o velho profeta, para responder logo em seguida: “queixa-se cada um dos seus pecados” (Lm. 3:39).
Podemos reunir os pecados humanos em duas classes distintas: pecados por comissão e pecados por omissão. Pecar por comissão é saber o mal que deve evitar e ainda assim, cometê-lo. Pecar por omissão é saber o bem que deve fazer e ainda assim desprezá-lo. No balanço da vida, os maiores arrependimentos são daquilo que poderíamos ter feito e não o fizemos. Ficamos como que presos no limbo do futuro do pretérito.
Bom seria se propuséssemos para o próximo ano e para o resto de nossa vida, errar menos e acertar mais. Se a oportunidade nos vier às mãos, nada devemos temer senão a inércia. Alguns, por medo de errar, simplesmente cruzam os braços e preferem se omitir. É melhor falhar tentando, do que falhar por se acovardar. Se sabemos o bem que devemos fazer, somos indesculpáveis. Sequer precisamos esperar o raiar do novo ano para fazê-lo. Se temos que pedir perdão, o que estamos esperando? Se precisamos perdoar, por que protelar? Lembre-se de que somos fugazes como uma neblina. Portanto, não temos todo o tempo do mundo. Como diz a canção do Lulu Santos: “Hoje o tempo voa, amor. Escorre pelas mãos. Mesmo sem se sentir que não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo o que há pra viver.” Então, que tal fazer aquela declaração de amor que você tem adiado por anos? Que aproveitar a passagem de ano para distribuir abraços apertados entre os amigos mais queridos? Que tal repartir seu pão com o que nada tem? Que tal levar mais a sério as demandas éticas da mensagem de Jesus?
Que venha o novo ano! Mas que, com ele, também venha um novo você, capaz de surpreender a todos os que julgavam lhe conhecer.  Um ser que seja mais parecido com Jesus, e que não se preocupe em ajustar-se aos padrões impostos pelo mundo. Que não se deixe consumir por nenhum sonho materialista. Que em vez de desejar se dar bem, queira, sobretudo, fazer o bem e chegar ao fim do próximo ano sem ter tantos motivos de se arrepender. 
Feliz Tudo Novo!
 
Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2013/12/projeto-de-fe-que-tudo-se-realize-no.html

27 de dezembro de 2013

A polêmica das piadas religiosas do Porta dos Fundos






Por Hermes C. Fernandes


Mais uma vez os humoristas do Porta dos Fundos provocaram a ira dos evangélicos. Não bastassem os vídeos em que brincam com símbolos cristãos, seu último vídeo faz escárnio explícito da mais popular festa cristã: o Natal.


Rapidamente, pastores e líderes vieram a público pedirem para que os crentes boicotassem seu canal no youtube.


Concordo com meus colegas que o pessoal do Porta dos Fundos está indo longe demais. Admiro seu zelo em defender os valores cristãos. Todavia, não comungo da ideia de que a melhor saída seja o boicote. A meu ver, isso só faz propagar ainda mais o canal. Creio ter sido esta a intenção dos humoristas. Pessoas que nunca tiveram qualquer interesse em conhecê-lo, certamente o farão quando ouvirem de seus líderes a recomendação de evitá-lo.


É preferível simplesmente ignorar.


Ademais, se não demonstrarmos qualquer incômodo com suas piadas religiosas, eles provavelmente desistirão. Funciona mais ou menos como o bullying na escola. Se sentir-se ofendido, continuará até lhe tirar do sério. Se não importar-se, vai minguando até acabar.


Apesar do admirável zelo demonstrado pelos defensores da fé, há algo que me deixa preocupado. Será que se eles fizessem piadas com os excluídos, os oprimidos, com os que não se enquadram nos moldes do sistema, demonstraríamos o mesmo zelo em defendê-los? Por que só nos manifestamos em causa própria? E se a brincadeira envolvesse símbolos de outras tradições religiosas? Isso não revelaria o quão corporativistas temos sido?


Sinceramente, prefiro levar na esportiva. Confesso que, às vezes, até rio. Se não da piada em si, da ignorância de quem a contou.


Outra questão que julgo relevante: até que ponto não somos nós mesmos os culpados por termos nossa fé alvo de tantas chacotas? Que tipo de cristianismo temos vivido? Talvez devêssemos aproveitar a ocasião para fazer uma mea culpa e reavaliar alguns de nossos posicionamentos junto à sociedade e às suas demandas. Se assim procedermos, talvez o que seja motivo de riso para alguns, se torne motivo de lágrimas para nós, conduzindo-nos ao arrependimento de nossa apatia e de nossa fé caricata. Não é a Cristo que atacam, nem mesmo os nossos mais caros símbolos, mas ao nosso cristianismo alienado e descomprometido com a ética do reino de Deus.


Creio que no juízo haverá menos rigor com quem conta piadas sobre a nossa fé do que com quem torna nossa fé motivo de piadas.

Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2013/12/a-polemica-das-piadas-religiosas-do.html

SBT investe na "guerra de religiões" na TV

Primeiro foi o pastor Silas Malafaia dando entrevista no programa de Marília Gabriela.
Depois foi a vez do apóstolo Valdemiro Santiago, que gravou participações no "Programa do Ratinho" e no próprio "Programa Silvio Santos".
Por fim, padre Marcelo foi a estrela do último "Domingo Legal" e também já tem convites para participar de outros programas da emissora de Silvio Santos.
Ao lado da Globo, o SBT é a única emissora aberta que não vende horários da programação para igrejas, mas isso não quer dizer que esteja desatento com o que dá ibope e repercussão. O fato é que todos os programas estão liberados para fazer convites aos líderes religiosos mais importantes do país. quanto mais polêmica, melhor.
Leonardo Nones/Divulgação/SBT
O apóstolo Valdemiro Santiago participa do "Programa do Ratinho" (SBT)
O apóstolo Valdemiro Santiago participa do "Programa do Ratinho" (SBT)
FALANDO EM POLÊMICA
Gente da produção de Ratinho há meses já fez convite para o bispo Edir Macedo, dono da Record, participar do programa no quadro "Dois Dedos de Prosa". O staff de Macedo disse não. E, após a ida de Valdemiro Santiago ao quadro, as chances de ida baixaram a zero.
INTERESSE ÚLTIMO
Silvio Santos tem até gostado das participações de Valdemiro Santiago na casa. Foi o motivo que o fez convidá-lo para seu dominical. O apóstolo não recusa convite nenhum do SBT, pois ainda tem esperanças de comprar ao menos uma horinha das madrugadas do SBT. Se bem que o que ele queria eram cinco horas –toda a madrugada, da 1h às 6h.

26 de dezembro de 2013

Uma análise da prática da unção com o óleo “ungido”


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por Leonardo Dâmaso


Conforme sabemos, é bem comum vermos no meio evangélico, especialmente nas igrejas neopentecostais e pentecostais, onde faz parte da liturgia e doutrina destas igrejas/seitas, o hábito de ungir pessoas, objetos, casas, carros dentre outras coisas como uma espécie de “ato profético” ou algo semelhante. Via de regra, para corroborar esta prática como liturgia e doutrina na igreja, tanto os pastores, seguidores e adeptos da unção com o óleo utilizam como base na Escritura várias passagens do Antigo Testamento e, em adição, no Novo Testamento, especificamente as passagens de (Mc 6.7, 13; Tg 5.14). Vamos analisar cada uma delas:

Marcus 6.7, 13 – Chamando os Doze para junto de si, enviou-os de dois em dois e deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos. Expulsavam muitos demônios, ungiam muitos doentes com óleo e os curavam. NVI

Tiago – 5.14 Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o ungiam com óleo, em nome do Senhor. NVI

Na primeira passagem descrita no Evangelho de Marcus, é dito que os discípulos foram enviados por Jesus a pregarem o evangelho nas cidades circunvizinhas de Israel, tendo recebido também poder e autoridade de Jesus para expulsar demônios, curar os doentes e ressuscitar os mortos (Mt 10.8). No caso de curar os doentes, vemos mencionado no texto um elemento utilizado pelos discípulos – ou seja, eles ungiam as pessoas doentes com óleo e elas eram curadas. Porém, vemos um fato interessante na narrativa de Marcus acerca disso. Ao recomendar os discípulos sobre o modus operandi de como curar os doentes, Jesus mencionou apenas “a oração com imposição de mãos”.  


Marcus 6.18c – imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados. NVI

O próprio Jesus, em todo o seu ministério sequer usou a unção com óleo como complemento para curar os enfermos ou ungiu alguma pessoa demonizada, algum objeto ou alguém simplesmente por ungir, como vemos nas igrejas neopentecostais e pentecostais. Não há nenhum relato nos evangelhos, nas cartas apostólicas e nem em escritos dos pais da igreja que sucederam os apóstolos mencionando que Jesus ungiu 
Pessoas ou objetos.

João 9.6 – Tendo dito isso, ele “cuspiu” no chão, misturou terra com “saliva” e aplicou-a aos olhos do homem. NVI

É importante observar que não podemos utilizar “alegorizar” e aplicar esta passagem como base para apoiar que a saliva foi um tipo de óleo que Jesus usou para ungir os olhos do cego. Isto seria cometer um erro pífio de interpretação. Entretanto, não é visto em todo o livro de Atos que os apóstolos, após o pentecostes e nem Paulo utilizaram deste hábito de “ungir” os enfermos com óleo. Antes, os apóstolos tinham seguido o ensinamento de Jesus orando pelos doentes com imposição de mãos. (veja At 5.16; 8.7; 19.12; 28.8-9 etc...).

Acerca do texto de Tiago 5.14, que poderia mostrar o contrário do que fizemos até aqui confirmando a unção com o óleo, Augustus Nicodemus Lopes afirma com muita propriedade em seu comentário expositivo da carta de Tiago que "não sabemos ao certo se era uma prática geral nas igrejas apostólicas orar pelos enfermos ungindo-os com óleo ou se Tiago aqui introduziu essa prática entre os deveres dos presbíteros das igrejas Judaico cristãs. Essa possibilidade pode ser a mais correta”. Mais adiante, Nicodemus diz: "Tiago não explica a relação que vê entre a unção com óleo e a oração em favor do enfermo”.  

Não obstante, existem duas sugestões acerca do que realmente Tiago queria ensinar nesta instrução a igreja de sua época e para nós hoje. Alguns estudiosos dizem que o óleo era um tipo de remédio que era um complemento com a oração pela cura do enfermo. Por outro lado, outros acreditam que o óleo era e é apenas o símbolo da ação do Espírito Santo curando a pessoa doente. Todavia, esta segunda sugestão tem como base algumas passagens do Antigo Testamento que atestam o uso do óleo como a ação do Espírito Santo.

O óleo da unção no Antigo Testamento era um símbolo da ação do Espírito Santoainda não operando em sua plenitude. Porém, no Novo testamento, após o pentecostes, o Espírito Santo passou a operar em sua plenitude não sendo mais necessário ou uma regra o ato de ungir pessoas devido a estarmos na nova aliança da graça. (veja Ex 29.7; Lv 8.12; 1Sm 10.1-3; 16.13; Zc 4.3). Portanto, a segunda sugestão de que o óleo é símbolo da ação do Espírito Santo curando o doente é a mais plausível. Esta é a interpretação de Calvino dessa passagem, onde ele diz: "Não posso concordar com aqueles que pensam que o óleo era usado como remédio nestes casos".

Contudo, apesar do ato de ungir o doente ser apenas um símbolo, conforme os adeptos desta prática ratificam, todavia, não há objeção em todo o contexto da carta de Tiago, nos evangelhos, em Atos e nas cartas de Paulo em se permitir o ato de ungir. Porém, esta prática é “restrita somente a pessoa doente”. Sendo assim, três pontos de vital importância são destacados explicitamente na carta de Tiago 5.14. Senão vejamos:

1) Tiago não diz que “se deve ungir todas pessoas, objetos, casas, carros” etc.

2) Tiago não diz que “todas as pessoas devem ungir o doente, mas que a unção deve ser feita somente pelos presbíteros ou pastores”. 

3) Tiago não diz que se deve “ungir a pessoa doente na igreja ou em qualquer outro lugar [como, por exemplo, no monte]. Obviamente, a pessoa, por estar doente, estaria impossibilitada de ir a igreja, portanto, a unção era restrita e deveria ser feita na casa da pessoa doente”. 

Tiago 5.14b – Que ele (o doente) mande chamar os presbíteros (ou pastores) da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. NVI

Finalmente, mesmo que não seja proibido o presbítero ou o pastor ungir os doentes, contudo, devido ao exagero e aos abusos que as igrejas neopentecostais e pentecostais e muitos cristãos cometem a despeito do óleo em ungir pessoas não doentes, casas, e objetos em geral, seria melhor não aderirmos a tal prática que, sobretudo, foi e é muito mistificada no meio evangélico.  


***
Divulgação: Bereianos

24 de dezembro de 2013

SOS: Chuvas no Espírito Santo


Pois é pessoal, hoje é véspera de natal, mas infelizmente muita gente do estado do Espírito Santo não vai poder celebrar esta data em suas casas, pois foram destruídas pelas chuvas e enchentes.
No vídeo abaixo falo rapidamente da ajuda que você pode prestar para este pessoal.



Lista dos postos de ajuda:
Vitória
Praça do Papa
Enseada do Suá

Arquidiocese de Vitória
Rua Soldado Abílio dos Santos, 47, Cidade Alta.
Telefone: (27) 3223-6711

Igreja Batista da Mata da Praia
Av. Des. Dermeval Lyrio, 501
Telefone (27) 3325-7566

1º Batalhão da Polícia Militar
Av. Maruípe, 2115, Maruípe
Telefone: (27) 3636-7306

Shopping Jardins
Rua Carlos Monteiro de Lemos, 262 - Jardim da Penha
Telefone: (27) 3314-5000

Loja bebedouros e Cia
Shopping Vitória, Próximo à Centauro
Telefone: (27) 3345-2548

DPJ de Vitória
Endereço: Rua Construtor Camilo Gianórdoli, nº 553 – Horto
Telefone: (27) 3137-9025

Edifício Fábio Ruschi
Avenida Governador Bley, 236, Centro

IBEF
Rua Almirante Soido, n° 53, apto 702, Ed. Charles Bitran
(rua da praça do Cauê, sentido Terceira Ponte, prédio azul e branco)

Cariacica
Padaria Ebenezer
Rua Fernando de Sá, Bairro Itaquari 

Portaria da Unidade de Internação Socioeducativa (Unis)
Rodovia Governador José Sette, s/n, Cariacica Sede

Vila Velha
Ginásio Tartarugão
Av. Perimetral, Coqueiral de Itaparica

Escola de Formação do Iases
Rua Lourdes dos Santos, número 108, bairro Ibes, Vila Velha.
Telefone: (27) 3219-5810.

4º Batalhão da Polícia Militar
Av Nossa Senhora da Penha, 118, Ibes, Vila Velha.
Telefone: (27) 3636-0400

Loja Bebedouros e Cia - Shopping Praia da Costa
Ao lado das Lojas Americanas.
Telefone: (27) 3020-2611

Serra
Primeira Igreja Batista em Laranjeiras
Telefone: (27) 3328-5150

Mimoso do Sul
Sede da Defesa Civil
Térreo da Prefeitura Municipal, Centro
Telefone: (28) 99976-5052

Rio Bananal
Creche Municipal Tia Rita
Na entrada do município

Colatina
Escola Honório Fraga
Rua Nossa Senhora Aparecida, 204 – São Silvano
Telefone: (27) 3722-3247

Linhares
12º Batalhão da Polícia Militar
Rua Washington Luiz, 599 – Bairro José Rodrigues Maciel
Telefone: (27) 3372-7853

Primeira Igreja Presbiteriana de Linhares
Av. Vitória, 1048, Centro, Linhares.
Telefone: (27) 3371-1901.

Farmácia Auxiliadora
Em frente ao Mercado Municipal - Telefone: 3371-2115

Nova Venécia
2º Batalhão da Polícia Militar
Av Guanabara, 40, Bairro Iolanda – Telefone: (27) 3752-4200

Barra de São Francisco
11º Batalhão da Polícia Militar
Rua Vereador Antonio Roas Ruebra, 293. Centro. Telefone: (27) 3756-8400


23 de dezembro de 2013

O que a bola de neve quer esconder

Igreja evangélica da prancha de surfe, frequentada basicamente por jovens, tenta censurar livro que revela o conservadorismo por trás do discurso aparentemente liberal de suas lideranças

Rodrigo Cardoso
A Igreja Bola de Neve Church se inseriu no mercado das igrejas evangélicas brasileiras sob a aura de uma instituição religiosa amparada por uma embalagem contemporânea e liberal. É assim desde 1999, quando o surfista Rinaldo Luiz de Seixas, 41 anos, o apóstolo Rina, transformou em púlpito a prancha de surfe e abriu as portas de suas unidades, que hoje somam cerca de 200 e têm 60 mil fiéis. Mas, desde o mês passado, com o lançamento de “A Grande Onda Vai te Pegar – Marketing, Espetáculo e Ciberspaço na Bola de Neve Church” (Fonte Editorial), livro que investiga essa igreja composta majoritariamente por jovens de classe média e alta, em sua maioria internautas e fãs de gêneros musicais como reggae, rock, rap e hip-hop, ganhou evidência a filosofia de conduta conservadora com que a denominação tenta controlar o cotidiano de seus fiéis. Os pastores interferem nas escolhas dos parceiros amorosos e chegam a sugerir uma cartilha ‘informal’ sobre posições sexuais permitidas.
Chamada.jpg
Na Bola de Neve do apóstolo Rina, (abaixo) há, segundo o historiador Maranhão Filho
(acima), indicações aos fiéis sobre as posições sexuais mais e menos aceitas
BOLA-02-IE-2301.jpg
O historiador que assina a obra, Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Filho, foi membro da Bola de Neve entre 2005 e 2006, chegou a ser aprovado no curso de líderes de células, mas, por desentendimento com um diácono, não assumiu a função. Desde 2009, ele publica trabalhos sobre a denominação religiosa e até hoje é abastecido com informações por pessoas da igreja. Para ele, o apego a uma leitura descontextualizada da Bíblia e o moralismo em relação a questões sexuais e de gênero são os principais aspectos que evidenciam o tradicionalismo da Bola de Neve. “Para namorar um rapaz – e só pode ser um rapaz –, uma moça tem de ter a concordância do líder de célula, pastor ou apóstolo”, diz Maranhão Filho, que fala, ainda, da existência de uma espécie de guia de conduta não escrito sobre as posições sexuais permitidas. “Neuza Itioka, uma palestrante externa do ministério Ágape e Reconciliação, foi à Bola ministrar um curso de cura e libertação e pregou: ‘A boca serve para comer, mas não para fazer sexo’.”

Especialista em marketing e comunicação social, Maranhão Filho expõe ainda uma estratégia da Bola de Neve conhecida apenas no meio religioso. Em Florianópolis, Santa Catarina, onde ele passou a ter contato com a denominação, líderes da igreja relataram a ele que há um grande esforço para que a evangelização foque com mais empenho na classe universitária. “Querem formar crianças, adolescentes e universitários cristãos”, diz. “O objetivo é mudar para perto das universidades para ter gente deles dentro da academia e falar da igreja dentro e fora da instituição. É proselitismo forte”, afirma o autor, cuja obra é resultado de oito anos de pesquisa, fruto de uma dissertação de mestrado defendida na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESCC) em 2010.
 A dissertação deu origem ao livro e, com isso, veio à tona outro componente conservador da denominação evangélica: a censura religiosa. A Bola de Neve tentou barrar, na Justiça, a publicação da obra. Sem sucesso na esfera legal – a ação e um agravo de instrumento foram indeferidos por um juiz e um desembargador de São Paulo –, a Bola de Neve enviou à Universidade de São Paulo (USP), onde ocorreu o lançamento do livro no dia 30 de outubro, um advogado que, acompanhado de dois rapazes, disse, segundo o autor: “Se você lançar, publicar ou divulgar o livro, vai ter problemas.” A tentativa de censura prévia chocou a comunidade acadêmica. “No mês passado, durante a 17ª Jornada de Estudos da Religião da Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul, foi discutido o risco de um grupo religioso barrar pesquisas acadêmicas e científicas”, afirma o professor de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo, Leonildo Silveira Campos. Referência internacional em pesquisas sobre relações entre religiões, marketing e mídia, Campos resume o sentimento com essa manobra da Bola de Neve Church. “Há um medo por parte dos cientistas da religião de que a moda (da censura religiosa) pegue.”

Para Tais Amorim, advogada da igreja, essa ação não se trata de um episódio de intimidação, mas uma tentativa de negociar amigavelmente com Maranhão Filho a não publicação do livro, além de tomar conhecimento dele, adquirindo um exemplar. Ou seja, no mínimo, fica claro que a Bola de Neve entrou na Justiça sem ao menos conhecer o conteúdo completo da obra que repudiou. “A obra trata da entidade como uma agência mercadológica. Essa não é a igreja Bola de Neve. Ela não tem nenhuma estratégia de atuação, de marketing, para crescimento. As estratégias são divinas”, diz ela. Ironia do destino, o autor lançou sua obra em um simpósio internacional da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR), cujo tema era “Diversidades e (in)Tolerâncias Religiosas”.

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Aparentemente resignada com o lançamento do livro, a Bola de Neve diz não ter intenção de continuar sua campanha contrária à publicação. A igreja pedia, além da suspensão do lançamento e do cancelamento do simpósio, que Maranhão Filho retirasse de circulação todos os artigos sobre a instituição, excluísse a fanpage do livro no Facebook e não fizesse mais nenhum tipo de menção a ela em trabalhos futuros. Mais: estipulava uma multa de R$ 50 mil caso o livro fosse lançado e uma multa diária de R$ 10 mil após o lançamento. “Seria o início de uma mordaça cristã em relação a trabalhos sobre evangélicos?”, questiona Maranhão Filho, que, depois de passar a ser vítima de ciberbullying e receber ameaças, procurou um advogado e a polícia para garantir sua integridade.
fotos: Gabriel Chiarastelli; JOSE PATRICIO/AE 

Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/340567_O+QUE+A+BOLA+DE+NEVE+QUER+ESCONDER?pathImagens&path&actualArea=internalPage

O Natal para Dietrich Bonhoeffer

Leia: Filipenses 1.12-14,27-30
Na véspera do Natal de 1943, no canto de uma das celas do presídio Berlim-Tegel, em Berlim, o pastor Dietrich Bonhoeffer escreve uma carta para os seus amigos Eberhar e Renate Bethge. São tempos sombrios sobre a Alemanha, a violência da Gestapo, a decadência do nazismo, bombas caindo sobre a cidade de Berlim. “Já não acredito na minha soltura”, ele escreve. Na carta, Dietrich fala daqueles tempos como dias de separação, e “não há nada que nos possa substituir a presença de um ente querido e nem devemos tentar substituí-lo. Cabe-nos simplesmente suportar”. Para complicar as coisas, “quanto mais belas e mais ricas as recordações, tanto mais dura a separação”. Entretanto, ele também afirma que a separação pode produzir uma comunhão até mais forte.
Ora, como viver a alegria dos evangelhos em tempos de apocalipse? O pastor Dietrich até comenta que, ali na prisão, os presos detestavam ouvir os hinos de Natal, pois tornava a situação ainda mais insuportável. O contraste era tão grande, que fazia os prisioneiros mergulhar “num estado miserável de tristeza, de modo que o dia lhes pesa ainda mais”. Melhor seria que, em lugar do sentimentalismo e das músicas nostálgicas, houvesse uma boa pregação ou uma palavra pessoal.
Sim, nem todos vivem o Natal em conforto, fartura ou liberdade. Para muitos, o Natal é mesmo tempo de tristeza e depressão, de solidão profunda e separação. Em tempos assim vale ouvir de novo a mensagem de esperança de Deus a um mundo perdido, o conforto da sua presença ao nosso lado. Natal é tempo de oração pelos que sofrem neste mundo agitado e confuso, é tempo de uma boa e franca conversa pessoal, humana, cheia de afeto e verdade. É também tempo se ouvir uma boa e honesta pregação, como diria Dietrich Bonhoeffer.
“A cela de uma prisão, em que alguém aguarda, espera e se torna completamente dependente do fato de que a porta da liberdade tem que ser aberta por fora, torna-se cenário ideal para o Advento”, escreve Bonhoeffer, pois para ele o aspecto mais importante do Advento é que ele nos propõe uma esperança de libertação. “Você quer ser liberto? Esta é a única questão realmente importante e decisiva que o Advento nos propõe”.
Este tempo de preparação para o Natal, este Advento, é tempo propício para a reflexão e para a tomada de atitude. Há que se olhar para o alto, há que se seguir adiante.
Certa vez perguntaram a Leon Gieco, cantor argentino que viveu os tempos difíceis de ditadura militar e perseguição política, como estava, e ele respondeu em forma de canção: “Sobrevivendo. Sobrevivendo”. Diante das ameaças pendentes à vida, como nos tempos na II Guerra na Europa ou especificamente do nazismo na Alemanha, sobreviver já é uma grande façanha.
Contudo, o que o Advento nos propõe é mais que sobrevivência, é vida plena e digna.
Ouça a canção que fiz em memória a Dietrich Bonhoeffer, “Resistência ou submissão”. Medite. Ore. Compartilhe. Acompanha-me o amigo Tiago Vianna:

Tem também esta versão com Fernando Merlino: 


Fonte:http://domingosmassa.blogspot.com.br/2013/12/o-natal-para-dietrich-bonhoeffer.html

20 de dezembro de 2013

De que são Feitos os Homens?



Certa vez me fizeram acreditar que o homem havia sido feito do barro. Mas que nada! Eu sei que o homem veio da borracha. Ele nasce tão flexível, e que incrível, pode até retorcer-se. Não fosse de borracha, ainda nos primeiros anos, sucumbiria. Quedas frequentes, insistentes, o matariam sem constrangimentos. Sim, é de borracha, modela e se adapta, se constrói, põe-se de pé e diz: eu sou!

Os dias, todavia, com apetite insano, avançam, devoram as folhas dos calendários... E eis agora o homem! Passadas fartas em calçadas plácidas ele avança, lindo. Tudo é delícia quando se é jovem. Nesta estação o homem é de aço. Imagina ser inquebrável, invencível. Torna-se duro, impermeável a dor e ao amor. Pensa que é eterno, corre todos os riscos, risca rastros no chão da vida, faz mapas, corta mares, adentra infinitos. Mas tudo isso também passa...

Aí o homem se torna homem, se converte em vidro, fica mais refinado, translúcido, misterioso. Homem de vidro bem sabe dos seus limites, entende que pode facilmente se quebrar, cair e não mais ser. Sendo de vidro, reflete a luz, rouba cenas, mas aparece apenas, sem protagonizar, torna-se caleidoscópio, sintetiza cores, faz desenhos no imaginário. O homem de vidro domina pensamentos, controla sentimentos, rebusca grifos nas páginas do livro dos seus dias, une letras que namoram palavras, palavras que acabam parindo frases e textos.  Fica o dito e tudo o mais escrito, quase eterno, quase...

Vem então o fim, apressado, fora de tempo. O homem sabe que sua beleza já se foi e que as certezas se perderam quais folhas de outono dançando na porta do terraço vazio. Em seu epílogo entre os viventes, o homem se torna de barro. Mesmo em sua aparente fragilidade, o barro possui lindeza por demais. Pode ser moldado, refeito, reinventado. Homem de barro sabe que a vida é silêncio e solidão, é manufatura diária para, ao final do dia, os pés poderem descansar de tantas andanças, de tanto lamento.



Na velhice o homem é de barro, sim senhor, vai se esfarelando pelo caminho, deixando partes de si no solo como semeadura da vida, é, ao mesmo tempo, semente e adubo. E só aí, quando homem e terra começam a se fundir, é que o maravilhoso mistério de ser se desvela. Sim, quando os ventos sopram sobre a face enrugada e fazem os poucos fios de cabelos brancos se agitarem sobre olhos esmaecidos, quando o solo clama pela alma e chama o corpo para repousar na cama eterna, o homem percebe que existir é mais que viver, é ser e sentir, é encontrar o sentido que há em morrer para, finalmente, poder nascer...

Carlos Moreira 

Fonte: http://anovacristandade.blogspot.com.br/2013/12/de-que-sao-feitos-os-homens.html

PERIGO: Pastores Psicopatas






Por Hermes C. Fernandes


Uma das profissões que mais atraem psicopatas é a de pastor. Pelo menos, segundo os estudos do psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “A Sabedoria dos Psicopadas: O que santos, espiões e assassinos em série podem nos ensinar sobre o sucesso”. Dutton conta que psicopatas nem sempre são pessoas conturbadas como muitos acreditam. “Quando psicólogos falam sobre o termo psicopatia, eles se referem às pessoas que têm um conjunto distinto de características de personalidade, que incluem itens como destemor, crueldade, capacidade de persuasão e falta de consciência e empatia”.


Geralmente, os psicopatas são dotados de charme, simpatia, carisma, capazes de impressionar e cativar qualquer pessoa com invejável destreza. Ninguém imagina que por trás de seu jeito educado, inofensivo e gentil se esconde alguém desprovido de consciência, capaz de atitudes cruéis e desumanas.


Um pastor psicopata assume uma personagem performática quando sobe ao púlpito. É capaz de encenar os papéis mais dramáticos como se estivesse num teatro. Em questão de segundos, transita entre a tragédia e a comédia, provocando lágrimas e gargalhadas com a mesma desenvoltura. Mas tudo não passa de fachada para disfarçar sua astúcia.


Não se trata de um louco varrido, mas de alguém que vive na fronteira entre a sanidade e a loucura, mas sem perder o controle.


Suas maiores habilidades são mentir, enganar, ludibriar, trair, sem sequer sentir-se culpado ou envergonhado. Trapaceiam, difamam, traem, abusam de autoridade, roubam, e sentem-se confortáveis com isso. A única coisa que não admitem é serem desmascarados. Não pela vergonha que passariam, mas porque isso os impediria de continuar enganando.



Cinicamente, se aproveitam da dor alheia para se locupletar. São verdadeiros predadores soltos na

sociedade à procura de pessoas vulneráveis que caiam em sua lábia.



Psicopatas gostam de ser o centro das atenções. Por isso, sempre buscam oportunidade para roubar a cena. Querem estar em evidência a qualquer custo. Ainda que isso custe o sofrimento de outros.


Algumas das principais características do psicopata são:


1 – Carisma : Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com frequência. Seja na política, na igreja, no trabalho ou até na cadeia.


2 – Inteligência : O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado estudado para isso.


3 – Ausência de culpa : Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza que nunca erra.


4 – Vanglória: Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo que a sua situação seja de total miséria, ele só fala de suas supostas glórias. É do tipo que come sardinha e arrota caviar.


5 – Habilidade para mentir : Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina. Algumas vezes acredita em sua própria mentira.


6 – Egoísmo : Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo bem para ele, não interessa como está o resto do mundo.


7 – Frieza : Não reage com sinceridade ao ver alguém chorando ou sofrendo.


8 – Parasitismo : Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula.


Infelizmente, algumas destas características têm sido fartamente encontradas em líderes religiosos, vitimando milhares de pessoas com suas artimanhas.


Os pastores psicopatas se apresentam como líderes atenciosos, polidos, cheios de amor, porém, sua intenção é a pior possível. Por fora, sempre impecavelmente vestidos, beirando ao narcisismo. Por dentro, um trapo imundo. Por trás de seu carisma sedutor, um mentiroso contumaz, um manipulador calculista. Sempre agem prevendo a reação de quem pretendem vitimar. Para eles, a vida não passa de um tabuleiro de xadrez. Se alguém se puser em seu caminho, passam como rolo compressor, sem dó nem piedade.


Quem os vê chorar em suas performances de púlpito, não imaginam o ser frio que se esconde por trás daquela capa. Se flagrados, jogam com as palavras e os gestos para tentar inverter o jogo a seu favor. Sabem como se passar de vítima sem deixar rastro. Estão sempre cercados de cúmplices que se deixam ludibriar por seus convincentes argumentos, sendo capazes de colocar sua mão no fogo por seus líderes.


Cerque-se de todos os cuidados necessários. E não seja negligente com a sua família e aqueles a quem você ama. Todos podem estar correndo perigo. Ninguém jamais imaginou que Jim Jones fosse um psicopata que levaria mais de 900 fiéis ao suicídio de uma só vez. Portanto, antes de submeter-se a uma liderança, verifique seu histórico. Veja se tem o respaldo de sua família. Se não é adepto do emocionalismo barato e manipulador.


Uma palavra aos líderes: seja prudente e não se precipite em ordenar alguém ao ministério. Observe-o exaustivamente. Verifique sua conduta em casa e fora da igreja. Cuidado para não colocar uma bomba relógio em posição de liderança na igreja. As estatísticas dizem que um em cada 25 brasileiros se enquadra neste perfil psicológico. Então, não custa nada redobrar a vigilância.


Aviso aos pais: adolescentes são sempre mais vulneráveis a este tipo de liderança extremamente carismática, mas sem escrúpulo e compromisso com a ética. Procure saber a quem seus filhos estão seguindo. Há casos em que pastores jogam os filhos contra os pais, exigindo deles absoluta obediência.


Não seja cúmplice de um pastor psicopata. Se verdadeiramente se importar com ele e seu séquito, tente convencê-lo a buscar ajuda psicológica. Se ele se recusar, denuncie-o. Antes que seja tarde demais...

Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2013/12/perigo-pastores-psicopatas.html

19 de dezembro de 2013

Feliciano se despede da Comissão de Direitos Humanos


BRASÍLIA - Na última sessão como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP) tem certeza que não será reconduzido ao posto em 2014 e, graças à exposição alcançada no cargo, fala em disputar o Senado no ano que vem. O deputado diz ter certeza que o PT não abrirá mão de presidir a comissão. Perguntado se acha que voltará ao comando da comissão, respondeu:
- Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Espero que o PT dê mais valor agora à essa comissão, que eles abandonaram - disse Feliciano.
- Não sei nem se terá comissão para nós (PSC) ano que vem. Se tiver oportunidade, claro, quero voltar. O trabalho aqui foi apaixonante, mas ouvi falar que também o Solidariedade está de olho na comissão, para entregá-la ao deputado Domingos Dutra (MA) - afirmou Feliciano. Dutra deixou o PT esse ano e fez parte da comissão durante anos. Com a eleição do pastor, ele deixou a CDH.
Marco Feliciano fez um balanço positivo de seu trabalho e que sua passagem pela comissão valorizou o cargo de presidente.

- Essa comissão agora vai ser disputada. Colocamos os direitos humanos na pauta das pessoas. O Brasil viu isso - disse.
O deputado comentou também o início tumultuado dos trabalhos, quando militantes de entidades ligadas aos homossexuais enchiam o plenário e as sessões da comissão eram tumultuadas.
- Apostaram que eu renunciaria, o que não fiz. Fui alvo do ódio e da intolerância, fui atacado na minha igreja e dentro de um avião. Recebi vários processos. Comecei o ano como o inimigo público número um. E termino como um dos cem brasileiros mais influentes segundo uma revista de circulação nacional.
Feliciano sabe que, politicamente, saiu do cargo maior do que entrou.
- Isso se deu porque o povo percebeu que sou um político com posicionamento. Que defendo com unhas e dentes o que acredito.
E já fala que tem novos planos na política: avalia disputar o Senado em 2014. Mas só se seu oponente for o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
- Não sendo arrogante, sei que estou muito bem avaliado. O caminho natural seria buscar a reeleição. Não descarto o Senado, mas desde que meu concorrente seja apenas o Suplicy. Ele carrega um nome, ou a mulher dele, que os evangélicos não gostam. Foram muitos embates com a Marta Suplicy nesses anos. Agora, tem o Serra (José Serra), o Kassab (Gilberto Kassab), são nomes fortes.

Fonte: O Globo