31 de dezembro de 2009
Paipostolos, Silas, Morris deixou aqui a mensagem para 2010!
Feliz 2010 ....
Mãe de santo repudia prática de agulhas em menino. Arcebispo vai visitá-lo
O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, foi ao Hospital Ana Neri, na capital baiana, no fim desta manhã, para abençoar o menino de 2 anos e 7 meses ferido com 31 agulhas em Ibotirama, interior da Bahia.
Mãe Stella de Oxóssi, uma das principais lideranças do candomblé no País, reuniu a imprensa no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, para repudiar a suposta relação entre o crime e religiões africanas - confessado pelo padrasto da criança, que contou ter inserido as agulhas no corpo do enteado e relacionou o ocorrido a rituais de magia negra. "Esse homem é um louco, não sabe nada sobre nossa religião ou nossas práticas", afirmou. "Associar o que essa criança sofreu com magia negra serve apenas para ampliar a discriminação sobre o candomblé."O padrasto da criança, o auxiliar de serviços gerais Roberto Carlos Magalhães, de 30 anos, cumpre prisão preventiva, assim como sua suposta amante, Angelina Ribeiro dos Santos, acusada por ele de ter participado das sessões de tortura ao menino.
Segundo a equipe médica do hospital, a criança passa bem após ser submetida a três cirurgias, nas quais foram retiradas 22 agulhas. A criança respira e se alimenta normalmente, mas continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. Ele deve deixar a UTI entre hoje e amanhã. Espera-se que em até duas semanas ele receba alta hospitalar.
Nesta manhã de hoje, a mãe do menino, a empregada doméstica Maria Souza Santos, deixou o hospital com um carrinho de compras cheio de brinquedos e alimentos que ganhou de pessoas que acompanharam o drama da família. "Quero agradecer a Deus, aos doutores que lutaram pela vida do meu filho e a todo mundo que rezou pela gente", disse.
Fonte: Agencia Estado
Mãe e filho morrem em trabalho de parto e voltam à vida momentos depois
Tracy Hermanstorfer estava no hospital, se preparando para o trabalho de parto, quando começou a sentir-se sonolenta. Recostou-se na poltrona e, sem que os médicos conseguissem achar o motivo, perdeu todos os seus sinais vitais: o coração parou de bater, ela parou de respirar e não havia pressão sanguínea em seu corpo.
O marido, Mike, acompanhava todo o processo e ouviu dos médicos que o melhor naquele momento seria retirar o bebê através de uma cesariana. Mas, para sua segunda surpresa, Coltyn saiu da barriga de Tracy completamente sem sinal de vida. "Senti que tudo o que eu tinha nesse mundo estava sendo tirado de mim", relata Mike. Mas a terceira surpresa do dia foi que, depois de alguns instantes, os pequenos bracinhos da criança começaram a se movimentar e ele, enfim, começou a respirar.
Uma equipe médica tratou de cuidar da criança recém-nascida enquanto outra ficou tentando reanimar Tracy, que estava sem batimentos cardíacos. Misteriosamente e sem nenhuma explicação, ela voltou à vida momentos depois. "Não dá pra explicar porque o coração dela parou de bater e, alguns minutos depois, voltou à vida. Fizemos uma investigação rigorosa e simplesmente não conseguimos entender o que aconteceu.", explica Stephania Martin, médica especialista em medicina materno-fetal do Hospital Memorial Colorado Springs, nos Estados Unidos, em entrevista ao tablóide britânico Daily Mail. Ela era uma das médicas que estavam presentes na sala no momento do parto.
"Eu e minha mulher temos fé em Deus. Mas mesmo uma pessoa que não acredite em milagres não terá argumentos para contestar o que aconteceu. Não houve explicação, é a mão de Deus", diz Mike. Hoje com o pequeno Coltyn em seus braços, Tracy diz não se lembrar de nada do que aconteceu. Ela apenas se recorda de ser tomada por um sono muito forte, de ter adormecido e, quando acordou, estava na sala de terapia intensive. Quando seu bebê crescer e tiver idade suficiente para entender o que acontece, ela pretende contar-lhe tudo. "Vou dizer que ele é meu milagre. E está aqui entre nós", diz.
Fonte: ClickPB
30 de dezembro de 2009
Você conhece REBECCA BROWN?
"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.." ( João 17:17) Essa foi a oração de Jesus por seus discípulos e por aqueles que um dia iam crer nEle como Salvador.Ele rogou a Deus que nos santificasse através de Sua Palavra, revelando, seu desejo para com cada um de nós: ser separado para Ele ! Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.A oração de Jesus não tem se cumprido na vida de muitos que confessam-no como Senhor e Salvador de suas vidas, pois ao envés de buscarem nas Escrituras a sabedoria, a compreensão,o ensino, a orientação e a correção , têm dado ouvidos a muitas heresias e se maravilhado com falsas doutrinas que incentivam o sincretismo religioso, instigam o misticismo e as crendices arraigadas em nosso povo brasileiro. Devemos aprender a manejar bem as Escrituras para examinar tudo, peneirar, e reter apenas o que é edificante e coerente com a Palavra de Deus. ( II Tim. 2:15 e I Tess.5:21) " Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça"( II Tim 3:16). A Bíblia deve ser nosso único guia de fé e prática, pois cremos que ela é a Palavra de Deus, ela é a Verdade e que através do conhecimento e da prática podemos dia a dia alcançar a santificação: uma vida que não se conforma com o pecado, mas busca mais e mais a aproximação do ideal de Deus. Conhecendo a verdade, rejeitaremos o joio que nos é apresentado como trigo e que tem sido digerido por muitos que se abstêm do estudo das Escrituras, e se deixam guiar por líderes, por livros, por experiências pessoais e não somente pela Palavra de Deus que nos santifica. Muito se tem falado do perigo de satanistas infiltrados em nossas igrejas, porém maior mal causam as influências dos ensinos pseudo-cristãos que penetram nossos púlpitos, são incentivados por líderes evangélicos, e abraçados pelos bebês na fé que não sabem distinguir o joio do trigo. "REBECCA BROWN ", você já ouviu esse nome? Algum livro dela já lhe foi indicado? Seminários de batalha espirituais ministrados por ela chegaram ao seu conhecimento? Dificilmente você respondeu "não" a essas perguntas, pois inúmeras igrejas e pastores têm dado seu aval aos trabalhos dessa ex -médica, cujo nome verdadeiro é RUTH IRENE BAYLEY¹. Rebecca Brown aborda em seu livro "Ele veio para libertar os cativos" Uma batalha espiritual que mais parece um filme de terror: uma bruxa é presa dentro de uma parede de cimento e tijolos apenas pelo olhar da outra²; os demônios arremessam crentes contra a parede...³e etc.. O livro superestima o poder de satanás e minimiza a soberania de Deus. Convido o leitor a examinar, com espírito bereano (At.17:11), algumas, dentre várias, heresias que Rebecca Brown ensina: 1- Existência de lobisomens, zumbis, vampiros e animais repugnantes.. "... Lobisomens, zumbis, vampiros e outros animais repugnantes também existem, vi muitos deles". e Satã os mantém muitos bem guardados e vigiados.Ninguém pode controlá-los, exceto Satanás e seus mais poderosos demônios..."4 "... Eu, pessoalmente, encontrei um lobisomem durante o dia e não era época de lua cheia." 5 "Os vampiros e os lobisomens são conhecidos como lendas há muitos e muitos anos... Espantem-se. Estas criaturas existem..."6 A Bíblia afirma que o inferno foi criado para o diabo e seus anjos e após a queda de Satanás, foram arrastados consigo uma terça parte de anjos, ou seja, um terço dos anjos também se rebelaram e vivem a serviço de satanás, são os chamados demônios que têm a função de roubar, matar e destruir.(II Pd 2:4, Apc 12:4, 7-9 ; João 10:10) . O homem não tem que lutar contra carne e sangue e sim contra principados e potestades nas regiões celestiais, ou seja, demônios,espíritos malignos (Ef 6:12). A Palavra de Deus não diz que nossos inimigos são criaturas horrendas no seu aspecto físico tais como lobisomens, zumbis e vampiros ,os quais têm sua base em crendices populares e não encontram respaldo bíblico para serem ensinadas e cultivadas. 2- Possessão de espírito humano e corpo espiritual distinto do físico "... começamos a identificar muitos bruxos e bruxas da redondeza que vinham em seus corpos espirituais para tentar matar-nos... Era mais difícil enfrentar os espíritos humanos do que os demônios..." 7 "...compartilhe o evangelho antes de expulsar o demônio. Às vezes não saberá se está lidando com um espírito humano ou com um demônio, mas se proceder assim , possivelmente estará evangelizando o satanista envolvido."8 "...A verdade é que o nosso espírito possui um molde ou forma.Isto é, um corpo que corresponde ao nosso corpo físico..."9 Rebecca Brown afirma que possuímos um corpo espiritual que é um molde do corpo físico,e que os satanistas se utilizando o corpo espiritual, se projetam para corpos humanos e de animais a fim de espiar ou confrontar cristãos, ou seja , um humano pode possuir o corpo de outro humano se souber controlar seu corpo espiritual. Ela também cita versículos bíblicos se utilizando uma exegese toda própria para afirmar que a Palavra de Deus faz divisão entre esses corpos e que o Espírito Santo faz a junção quando Deus quer (10) Ora, essas afirmações nos levam a aceitação de doutrinas espiritualistas que se baseiam no desdobramento, e na projeção astral. A Bíblia é clara quando diz que o Espírito Santo habita no corpo do crente em Jesus, que somos templo e morada dEle .(ICor 3:16;6:19); e que nosso corpos físicos serão transformados em corpos incorruptíveis na glorificação, quando se proceder à ressurreição dos santos .(ICor:15:40-54), além de registrar apenas a possessão demoníaca e nunca mencionar a possibilidade de possessão humana (Lc 8:1,2). 3- Possessão demoníaca no crente em Jesus "...qualquer envolvimento com Satanás, abre portas na vida da pessoa , deixando-a exposta à influência , poder,ou infestação demoníaca. Seja ela crente ou não ..." 11 Rebecca cita a possibilidade de um cônjuge crente se tornar possesso pela união sexual a um não crente (12). E satanás é capaz de possuir o corpo de um ser humano, somente quando este não é salvo, e portanto não tem o Espírito Santo habitando em si. Aquele que aceitou Jesus como Salvador, não pode ser possuído pelo demônio pois está preenchido com Espírito Santo, que é o selo da sua salvação.Mas não está isento de ser opresso por satanás com sentimentos de desânimo,depressão, medo, insônia, etc. (Mt 12:43-45 ; I Cor 1:21,22 ; 3:16 ;II Cor 2:10,11; Ef 6:16) A Bíblia relata vários episódios em que Jesus e seus discípulos libertaram pessoas endemoninhadas,e ocasiões onde pessoas não puderam expulsar demônios por falta de uma experiência de salvação em Cristo. (At 19:13-16), mas a nós crentes, é dado todo poder e autoridade no nome de Jesus, para libertar endemoninhados e opressos, pois temos nossos nomes escritos no livro da vida. (Lc 10:19,20) 4-Relações sexuais entre demônios e humanos gerando mutantes. "... a gota d`água, por assim dizer, que trouxe o juízo de Deus no dilúvio , foram às relações sexuais entre os demônios e os humanos..."13 A Bíblia nos 12 primeiros versos do capítulo 6 de Gênesis diz que Deus tomou a iniciativa de destruir a terra com o dilúvio por causa da maldade do coração do homem, da violência e corrupção do gênero humano Deus preservou a vida de Noé e sua família porque ele andava com Deus, procurando ser justo e reto em suas gerações. Afirmar que humanos e seres angelicais estavam se envolvendo sexualmente é extrapolar as Escrituras, não há nenhuma citação Bíblica em que houve envolvimento sexual de anjos ou demônios com humanos. A ênfase da Palavra de Deus está sobre o homem e sua inclinação para o mal ( Gn 8:21 ), é muito simples de entender, não devemos espiritualizar tudo, tornando o Evangelho místico e de difícil compreensão. 5- O poder de satanás é superestimado "... Quando se luta contra os demônios,não há tempo para ficar folheando a Bíblia. Se todas as vezes que precisar da Palavra de Deus , você tiver que abrir as Escrituras, poderá perder a própria vida ou a vida daquele por quem está lutando para libertar."14 Não acreditemos que Satanás mede forças com Deus; não podemos superestimá-lo nem subestimá-lo; faz-nos necessário reconhecermos que Deus é o único Onipotente, Onisciente e Onipresente! Podemos compreender a soberania de Deus ao estudarmos a vida de Jó; Satanás agiu até onde Deus permitiu que agisse, com certeza sua vontade era roubar, matar e destruir; mas Deus impôs limites a ele ordenando que não tocasse na vida de Jó ! ( Jó 1:12) E satanás não tem poder de tirar a vida dos servos de Deus por eles não saberem citar com rapidez a Palavra, ou o que seria de um crente com impedimento na fala? Satanás foge de nós quando temos uma vida de sujeição ao Senhor Deus, o fato de sermos nascidos de Deus é o suficiente para ele não tocar em nossa vida, pois maior é o que está em nós do que o que está no mundo! (Tg 4:7; I Jo 4:4; 5:18) Quando Rebecca afirma a necessidade de conhecermos a Palavra de Deus, ela está correta, como em muitas outras coisas que compõem seu livro; mas cuidado!!! O joio sempre estará sutilmente camuflado no trigo,assim como as mentiras na verdade, se tornando armadilhas para os neófitos e crentes que não têm o hábito de confrontar o que se ouve, com o que ensina a Palavra de Deus. Satanás ao tentar Jesus citou as Escrituras de forma errônea, portanto não quer dizer que tudo que se fala citando a Palavra é merecedor de crédito! 6- O sangue de Jesus é substituído pelo óleo "...podíamos deter os demônios simplesmente repreendendo-os no nome de Jesus.Mas quanto aos espíritos humanos não podíamos detê-los da mesma maneira...o que você diria que pode ser usado para substituir o sangue?... O óleo ..."15 Rebecca afirma que o Senhor nunca falará algo que esteja em discordância com a Palavra (16), mas também afirma que o Espírito Santo revelou a ela que o óleo da unção substituiu o sangue. Ora, que essa segunda afirmação seja anátema !!! Paulo afirma que mesmo que um anjo descesse do céu anunciando um outro evangelho não deveríamos dar crédito, pois Satanás se transfigura em anjo de luz!(Gal 1:8; II Cor 11:14-15) A Palavra de Deus é a mesma ontem, hoje, e eternamente;a Palavra de Deus não muda, ela se cumpre! A Bíblia afirma que o sangue de Jesus é suficiente para a salvação, pois foi o preço pago para o resgate do homem . As Escrituras jamais declararam que o sangue foi substituído, portanto essa afirmação não pode ter vindo do Espírito de Deus pois ela contraria totalmente a essência do Evangelho e ofusca a compreensão da Salvação em Cristo pelo derramamento do seu sangue. ( Hb 9:12-15; 10:19-20; I Pd 1:18-19 ; I Cor 6:20). "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, Por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo cristo . " ( Col 2:8)". O apóstolo Paulo adverte :Cada um de nós deve ser um bom combatente do exército do Senhor, se revestindo de toda a armadura de Deus para resistirmos firmemente uma das mais comuns ciladas do Diabo : heresias travestidas de ensinos bíblicos! Irmãos, estejamos com nossos pés firmados nas Escrituras, vivendo uma vida irrepreensível em verdade e em justiça, mantendo firme nossa fé na soberania e poder de Deus, o qual preserva nossa vida da fúria de Satanás.Tenhamos a salvação em Jesus como a prioridade em nossa mente e coração, e a Palavra de Deus como fonte de autoridade em nossos lábios; vida marcada pela oração e perseverança, vida de santificação! (Ef 6:10-18) Bibliografia 1 Uma voz de sereia a serviço do espírito de engano.- www.juarezsubira.hpg.ig.com.br/rebecca.htm 2 Ele veio para libertar os cativos p. 47 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 3 Ele veio para libertar os cativos p. 98 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 4 Ele veio para libertar os cativos p. 50 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 5 Ele veio para libertar os cativos p. 184 Rebecca brown - 5 ª edição ,w&w editorial 6 Ele veio para libertar os cativos p. 180 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 7 Ele veio para libertar os cativos p. 90 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 8 Ele veio para libertar os cativos p. 231 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 9 Ele veio para libertar os cativos p. 126 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 10 Ele veio para libertar os cativos p.129 130 Rebecca Brown - 5 ª edição,w&w editorial 11 Ele veio para libertar os cativos p. 105 Rebecca Brown - 5 ª edição,w&w editorial 12 ele veio para libertar os cativos p. 108 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial 13 Ele veio para libertar os cativos p. 144 Rebecca Brown - 5 ª edição,w&w editorial 14 Ele veio para libertar os cativos p. 175 Rebecca Brown - 5 ª edição,w&w editorial 15 ele veio para libertar os cativos p. 179 Rebecca Brown - 5 ª edição, w&w editorial 16 ele veio para libertar os cativos p. 165 Rebecca Brown - 5 ª edição ,w&w editorial |
Revista Isto É: A Face Humana de Jesus
Quais são os mistérios que ecoam na trajetória do homem que mudou a história da humanidade. Na busca pela humanidade de Jesus, e pelo debate de mistérios que intrigam grande parte da humanidade há séculos,a revista ISTOÉ fez 14 perguntas sobre a vida de Cristo a especialistas, autores consagrados e lideranças religiosas
A descoberta dos restos da casa de uma família que viveu no tempo e na região de Jesus de Nazaré animou arqueólogos e entusiastas bíblicos no último dia 21. Ainda que ela não tenha vínculos diretos com o Messias, essa descoberta joga luz sobre um Jesus que vai além da figura mítica que morreu na cruz, como contam os evangelhos do Novo Testamento. Ela alimenta quem vive para especular o lado humano do Filho de Deus, que a Igreja nunca deixou se sobrepor ao divino. Mas o interesse por detalhes históricos de alguém como Cristoé compreensível. Afinal, foi esse judeu da Galileia quem plantou a semente da religião mais influente do mundo. E, para quem lê os evangelhos como relatos biográficos, um erro de princípio, segundo os especialistas, as lacunas parecem implorar por especulações. O Novo Testamento não traz, por exemplo, nenhum registro sobre a vida e as andanças de Cristo entre os 15 e 30 anos de idade. "Porque esses anos não são importantes", explica Pedro Vasconcelos Lima, teólogo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para a igreja, tudo de relevante sobre a missão de Cristo na terra está na "Bíblia". Mas é o suficiente? A clareira histórica aberta por esses 15 anos perdidos é uma das brechas mais exploradas por estudiosos, uns mais honestos que outros, para especular sobre a vida e Jesus. Mas ela não é a única. Outras foram encontradas nas entrelinhas dos 27 livros, 260 capítulos e 7.957 versículos do Novo Testamento. Mais algumas foram pesquisadas, com base em descobrimentos arqueológicos que variam de objetos do tempo de Jesus a textos de grupos religiosos do cristianismo primitivo, no longínquo século I d.C. E, por mais que a Igreja prefira não tratar de alguns detalhes das faces divina e humana de Cristo, os mais de um bilhão de fiéis não param de fazer perguntas.
"É na humanidade de Jesus que melhor podemos compreender a dimensão de sua divindade", reconhece Frei Betto, religioso dominicano autor do recém-lançado "Um Homem Chamado Jesus". Na busca pela humanidade de Jesus, e pelo debate de mistérios que intrigam grande parte da humanidade há séculos, ISTOÉ fez 14 perguntas sobre a vida de Cristo a especialistas, autores consagrados e lideranças religiosas. Em que época foram escritos os Evangelhos e quem os escreveu? Jesus teve irmãos? Maria foi virgem durante toda sua vida? Jesus estudou? Qual profissão seguiu? Como era fisicamente? Esteve na Índia? Deixou alguma coisa escrita? Teve um relacionamento amoroso com Maria Madalena? Teve filhos? Por mais simples ou absurdas que algumas dessas questões possam parecer, elas merecem uma discussão. "Algumas realmente atormentam a vida dos fiéis", reconhece o padre mariólogo Vicente André de Oliveira, membro da Academia Marial de Tietê, no interior de São Paulo. As respostas apontam caminhos, mas não têm a aspiração de ser definitivas. O estudo científico da vida do Messias ajuda na construção do que se convencionou chamar de Jesus histórico. Em esforço que surgiu no final do século XVIII e ganhou ritmo com importantes e raras descobertas arqueológicas no século XX (leia quadro na página 76), um Jesus que vai além dos relatos bíblicos começou a ganhar forma.
Ele surgiu do debate acadêmico do que podia e não podia ser considerado fonte para o entendimento da vida que o Nazareno levou na Terra. E, como a fé cristã, evolui e ganha novos contornos diariamente. Para o fiel bem resolvido, não há disputa entre o Jesus histórico e o bíblico, ou divino. "Cristo trouxe uma mensagem poderosa de amor e perdão que é inatingível", afirma Fernando Altemeyer, professor de teologia e ciências da religião da PUC-SP. Para quem crê, é esse o legado do homem de Nazaré. Mas toda informação que contribuir para montar o quebra-cabeça dessa que é a mais repetida e famosa história da humanidade será bem-vinda.
Jesus nasceu em Belém ou Nazaré?
Embora os evangelhos de Mateus e Lucas afirmem que Jesus tenha nascido em Belém, é muito provável que isso tenha ocorrido em Nazaré. "Todos os grandes especialistas bíblicos são unânimes em admitir que Jesus nasceu em Nazaré", afirma Frei Betto, religioso dominicano autor do recém-lançado "Um Homem Chamado Jesus". Ao que tudo indica, Lucas e Mateus teriam escolhido Belém como cidade natal de Jesus para que suas versões da vida de Cristo se alinhassem a uma profecia do Antigo Testamento, segundo a qual o Messias nasceria na Cidade do Rei Judeu, ou seja, a Cidade de Davi, que é Belém. Quanto à afirmação de que Jesus teria nascido em uma manjedoura rodeado de animais, Sylvia Browne, americana autora do best seller "A Vida Mística de Jesus", é taxativa: "Tanto José quanto Maria provinham de famílias judias nobres e prósperas, de sorte que Jesus nasceu em uma estalagem e não em um estábulo, rodeado de animais", diz. "José, de família real, não podia ser pobre – era um artesão especializado." A afirmação de Sylvia é contestada por Fernando Altemeyer, professor de teologia e ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Afirmar que a ascendência nobre de José garantiria o bem-estar da família não faz sentido", argumenta. Ele lembra que Davi é do ano 1000 a.C. e em um milênio sua fortuna certamente teria se dispersado. "Fora que a ascendência entre os judeus vem de mãe, não de pai", explica. Para o teólogo, são muitas as fontes independentes que tratam da pobreza da família de José e é quase certo que Jesus tenha nascido em um curral e morado em um gruta com o pai e a mãe, que não eram miseráveis, mas tinham pouca terra e viviam como boa parte dos judeus pobres das áreas rurais.
Quando Jesus nasceu?
Uma coisa é certa: ele não nasceu no dia 25 de dezembro. E a razão é simples. Esta data coincide com o solstício de inverno do Hemisfério Norte, quando uma série de festas pagãs, muito anteriores ao nascimento de Cristo, já aconteciam em homenagem a divindades ligadas ao Sol e a outros astros. Ao que tudo indica, o dia foi adotado pelos católicos primitivos na esperança de cristianizar uma festa pagã. Faz sentido. Jesus também significa "Sol da Justiça", o que faz dele um belo candidato a substituto de uma efeméride como o solstício de inverno. Se Jesus não nasceu em 25 de dezembro, a Igreja Católica também não sabe qual o dia nem o ano exatos. Os registros abrem um leque relativamente grande de possibilidades. É certo, porém, que o nascimento aconteceu antes da morte do rei Herodes, em 4 a.C., já que foi ele quem pediu o recenseamento que teria obrigado a viagem de Maria e José a Belém. Quanto ao mês e o dia, só há especulações. Para o padre mariólogo Vicente André de Oliveira, da Academia Marial de Tietê, no interior de São Paulo, Jesus teria nascido entre os meses de setembro e janeiro, quando, segundo ele, eram tradicionalmente feitos os censos em Belém. Já as pesquisas do astrônomo australiano Dave Reneke mostram que a estrela que teria guiado os Reis Magos apareceu em junho – crença compartilhada por parte da comunidade católica. Wagner Figueiredo, colunista do site Mistérios Antigos e autor de "Trilogia dos Guardiões – O Êxodo", por sua vez, coloca as fichas no oitavo mês do ano, que, segundo ele, seria o período oficial de recenseamento dos romanos.
Quem e quantos foram os Reis Magos?
Se realmente existiram, os Reis Magos não eram reis e provavelmente não seguiram estrela nenhuma. O único registro dessas figuras nos evangelhos canônicos, ou oficiais, está em Mateus, que fala dos magos do Oriente e de uma estrela seguida por eles. Mas a menção não diz quantos eram os visitantes nem se eram, de fato, reis. "Como esses magos trouxeram três presentes, supõe-se que eram três reis", explica o cônego Celso Pedro da Silva, professor de teologia e reitor do Centro Universitário Assunção (Unifai), em São Paulo. A versão atual da história se formou junto com o forjar de diversas tradições católicas durante o primeiro milênio da Era Cristã. Convencionou-se chamar os visitantes de Melchior, rei da Pérsia, Gaspar, rei da Índia, e Baltazar, rei da Arábia. Também ficou estabelecido que eles teriam trazido incenso, ouro e mirra como presentes ao recém-nascido. Para Wagner Figueiredo, colunista do site Mistérios Antigos e autor de "Trilogia dos Guardiões – O Êxodo", os três seriam, ainda, astrólogos ou astrônomos, já que usaram uma estrela para guiá-los até Belém. "Mas não sabemos se a estrela de Belém era mesmo uma estrela", diz Figueiredo.
"Ela pode ter sido um cometa, uma supernova ou o alinhamento celeste de planetas", explica. Em consulta ao histórico astronômico de então, Figueiredo descartou a possibilidade de a estrela ser um cometa. Segundo ele, o único fenômeno astronômico desse tipo visível da Terra em anos próximos ao nascimento de Jesus foi a passagem do cometa Halley. Mas o Halley riscou o céu em 12 a.C., no mínimo cinco anos antes do nascimento de Jesus, o que o elimina como candidato a estrela de Belém. Um registro do que hoje chamamos de supernova por astrônomos chineses na constelação de Capricórnio no ano 5 aC. é o candidato mais forte. "A supernova, que é a explosão de uma estrela, cria um forte ponto luminoso no céu", especula Figueiredo. Ele lembra, ainda, da impressão de movimento que esses fenômenos deixam, o que as alinha com a descrição que se tem da estrela de Belém. A terceira e última possibilidade de explicação astrológica trata do alinhamento de planetas entre os anos 7 a.C. e 6 a.C. Na primeira tese, Júpiter e Saturno se alinharam criando um ponto luminoso que caminhou pelo espaço entre maio e dezembro daquele ano. Já na segunda, Júpiter, Saturno e Marte se aproximaram na constelação de Peixes, formando um único e poderoso ponto luminoso no céu.
Jesus teve irmãos? Maria se manteve virgem?
Muito da discussão em torno dessa pergunta se deve à ambiguidade do termo grego adelphos, que para alguns significa irmão, enquanto para outros significa companheiro, amigo. Nos evangelhos de Mateus e Marcos e na carta de Paulo aos Gálatas, a palavra surge e, para quem é partidário da primeira interpretação, confirma a existência de irmãos e irmãs de Jesus. Segundo Rodrigo Pereira da Silva, professor de teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-EC), se os irmãos existiram, eles seriam seis – quatro homens e duas mulheres –, identificados no Evangelho de Marcos. Silva lembra também que no evangelho apócrifo de José fala-se que o pai de Jesus era viúvo quando se casou com Maria e que teria filhos do primeiro casamento. O teólogo ressalva, porém, que duas situações narradas pelos evangelhos canônicos, tidos como fonte mais confiável, depõem contra essa interpretação. "Esses supostos irmãos dão ordens a Jesus", argumenta. "Isso jamais aconteceria se eles fossem, de fato, irmãos, porque Jesus foi o primogênito. E o mais velho, na Galileia de então, tinha autoridade sobre a família", diz.
Soma-se a isso o fato de Jesus ter confiado sua mãe ao apóstolo João no momento da crucificação, segundo está descrito no Evangelho de João, e não a um de seus supostos irmãos. Sabe-se também, a partir dos textos bíblicos, que, além de Maria, mãe de Jesus, nenhum parente direto do Messias estava ao pé da cruz quando ele foi morto. O rechaço da igreja à possibilidade da existência de irmãos de Jesus se explica. Se a teoria fosse verdadeira, iria contra um dos dogmas marianos segundo o qual a mãe de Jesus teria dado à luz virgem e assim permanecido até a assunção de seu corpo aos céus. Por isso o apego ao problema de tradução da palavra adelphos e aos sinais que estão na "Bíblia" da ausência de irmãos (segundo interpretação oficial). Para o padre mariólogo Ademir Bernardelli, da Academia Marial de Aparecida, no interior de São Paulo, a existência ou não de irmãos é mais simbólica do que prática. "A virgindade de Maria é uma tradição que foi criada com o tempo", diz Bernardelli. "A pergunta pela virgindade no parto ou depois do parto nunca foi um assunto discutido entre a hierarquia católica primitiva, só surgiu depois", afirma.
Especulação ou não, a tese de que Jesus teria irmãos ganhou força com um precioso achado arqueológico em 2002. Chamado de ossuário de Tiago, o artefato é uma urna de pedra-sabão com as inscrições "Tiago, filho de José, irmão de Jesus". Embora a Igreja conteste as inscrições, feitas em aramaico, o objeto atraiu a atenção tanto de sensacionalistas quanto de estudiosos. A urna é, sem dúvida, legítima e data do tempo de Cristo. Já a autenticidade das inscrições, mais especificamente a parte que diz "irmão de Jesus", ainda está sendo avaliada pela comunidade arqueológica internacional. Se comprovada, esse seria o primeiro e único objeto vinculado diretamente a Jesus já descoberto.
Jesus estudou? Qual profissão seguiu?
Para Wagner Figueiredo, colunista do site Mistérios Antigos e autor de "Trilogia dos Guardiões – O Êxodo", Jesus teve formação intelectual mais rica do que se supõe a partir dos evangelhos. "Era comum, na Antiguidade, que os mais ricos custeassem os estudos dos prodígios apresentados ao conselho do templo", diz. Cristo era uma dessas crianças brilhantes e certamente não passou despercebido no templo, onde chegou a protagonizar uma cena curiosa, aos 12 anos, quando colocou os sábios para ouvi-lo. Mas mesmo que tenha tido uma formação, Jesus continuou como um homem de hábitos e mentalidade rurais. "Podemos chamá-lo de um caipira antenado, que tinha sensibilidade suficiente tanto para dialogar com o povo quanto com a elite intelectual de sua época", resume Paulo Augusto Nogueira, professor de teologia da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo.
Segundo o americano H. Wayne House, autor do livro "O Jesus que Nunca Existiu", o Messias provavelmente sabia ler em hebraico e aramaico e escrever em pelo menos um desses idiomas. Suspeita-se, também, que falava um pouco de grego, a língua comercial da época.
Quanto à profissão que seguiu, há controvérsias. E as dúvidas surgem por causa de uma palavra ambígua, usada nos registros mais antigos dos evangelhos. Neles, José é apresentado como "tekton", uma espécie de artesão que faria as vezes de um mestre de obras. Ele teria, portanto, as habilidades de um carpinteiro, mas não apenas. Jesus e José seriam uma espécie de faz-tudo. Faziam a fundação de uma casa, erguiam paredes como pedreiros e construíam portas como carpinteiros. É sabido também que tinham ovelhas e uma pequena plantação. Portanto, teriam algumas noções de pastoreio e agricultura.
Como era Jesus fisicamente?
A imagem de Cristo que se consagrou foi a de um tipo bem europeu: alto, branco, de olhos azuis, cabelos longos ondulados e barba. Mas são grandes as chances de que essa representação esteja errada. "É praticamente certo que ele não foi um homem alto, a julgar pelos objetos, como camas e portas, deixados por seus contemporâneos", revela a socióloga e biblista Ana Flora Anderson. O fato é que não há registros fieis da aparência do filho de Maria. Essa ausência de documentos se explica. Para os especialistas, até o ano 30 d.C. pouquíssimas pessoas sabiam quem era Jesus. "Mas ele é Deus encarnado. Então teve um corpo, uma aparência física", afirma padre Benedito Ferraro, professor de teologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC), no interior de São Paulo. E se por um lado a existência carnal de Jesus impôs limites físicos a um Deus todo-poderoso, ela deu asas à imaginação e à especulação dos fieis já no século II e III d.C. sobre a aparência desse Deus em carne e osso.
A julgar pelos registros históricos que contam um pouco da vida na região em que Jesus nasceu e foi criado, o Messias deve ter sido um homem baixo, de pele morena e cabelos escuros e encaracolados (à esq., uma reconstituição feita pelo médico especialista em reconstrução facial inglês Richard Neave, da Universidade de Manchester). Por ser um trabalhador braçal, tinha uma estrutura física bem desenvolvida. "Como palestino, deveria ter as características daquele povo", lembra frei Betto, dominicano autor do recém-lançado "Um Homem Chamado Jesus". Esse é o máximo a que chega a especulação baseada em estudos. "Não saberemos nem precisamos saber da real aparência de Jesus – ela não importa", afirma o cônego Celso Pedro da Silva, professor de teologia e reitor do Centro Universitário Assunção (Unifai).
Jesus foi à Índia?
Teria Cristo pregado às margens do rio Ganges? Quem garante de pés juntos que ele esteve na Índia, cita duas possibilidades cronológicas. A primeira, durante os chamados anos perdidos, dos 12 ou 14 anos de idade aos 28 ou 30 anos. A segunda, depois da ressurreição. Ambas as afirmações são extremamente controversas e têm tanto apaixonados defensores quanto vigorosos detratores. O teológo americano H. Wayne House, do Dallas Theological Seminary no Texas, Estados Unidos, não acredita na visita de Jesus à Índia, mas reconhece que são muitas as fontes que narram uma suposta passagem do Messias, não só pela Índia, mas também pela região das Cordilheiras do Himalaia. Um texto hindu do século I d.C. menciona a suposta visita de Cristo ao rei Shalivahan, empossado mandatário da cidade de Paithan, no Estado de Maharashtra, em 78 d.C.
Sylvia Browne, americana autora do best seller "A Vida Mística de Jesus", é fervorosa defensora da visita de Jesus à Índia. "Há dezenas de textos de eruditos orientais que confirmam a estada de Jesus na Índia e em regiões vizinhas na época", conta ela em seu livro. Segundo Sylvia, Jesus recebeu diferentes nomes nas culturas pelas quais circulou, entre eles "Issa", "Isa", "Yuz Asaf", "Budasaf", "Yuz Asaph", "San Issa" e "Yesu".
Para a maioria dos cristãos, essas afirmações são absurdas. "Esses nomes são muito comuns na Índia, não permitem concluir que se referem ao Jesus que reconhecemos como Cristo", sentencia Rodrigo Pereira da Silva, professor de teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-EC). Silva explica que uma série de documentos reunidos em livro do alemão Holger Kersten chamado "Jesus Viveu na Índia", de 1986, incendiaram uma discussão vazia sobre o assunto. "Isso é uma picaretagem", afirma o teólogo Pedro Vasconcelos Lima, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). Para ele, explorar esse tipo de ideia é caminhar no limite ético da especulação. "Era uma época de efervescência religiosa", lembra o teólogo Fernando Altemeyer, colega de Lima na PUC-SP. "Um sem-número de sujeitos com o nome Issa ou Yesu pode ter aparecido na Índia e se anunciado profeta ou liderança de Israel", lembra. Há também o argumento das dificuldades e custos de uma viagem como essa no século I d.C. Jesus, muito provavelmente, não teria como arcar com as despesas de uma empreitada desse tipo.
Jesus foi tentado pelo demônio no deserto?
Que Jesus foi tentado no deserto, não há dúvida. O episódio é relatado por três evangelistas, Mateus, Marcos e Lucas, e citado pelo quarto, João. O que se questiona é a natureza do demônio que se apresenta a ele. Seria ele o demônio feito homem ou apenas uma síntese simbólica das tentações às quais todos os seres humanos estão sujeitos? Para o padre Vicente André de Oliveira, mariólogo da Academia Marial de Tietê, no interior de São Paulo, a tentação do demônio é simbólica. "O deserto e o demônio são maneiras de ilustrar o encontro de Jesus com suas limitações como homem", diz Oliveira. Simbólico ou não, o encontro aconteceu. E para o teólogo Pedro Vasconcelos Lima, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib), segundo os textos oficiais, o demônio se materializa diante de Jesus. Nesse sentido, ele tinha uma aparência física, apesar de ela não estar descrita. Pelos relatos de Mateus e Lucas, sabe-se apenas da conversa entre o Filho de Deus e Satanás. "Eram tentações que tinham como objetivo tirar Jesus de seu caminho", lembra o mariólogo. A saber: a tentação do poder, da vaidade e do exibicionismo.
Jesus já gozava de fama quando foi levado pelo Espírito Santo para passar 40 dias e 40 noites no deserto. Se quisesse um cargo público na burocracia romana, por exemplo, era praticamente certo que o conseguiria e, com ele, viriam fartos benefícios. Mas isso seria se entregar às tentações. Ele resistiu e saiu recompensado, na visão dos cristãos.
Jesus era um judeu taumaturgo?
Judeus taumaturgos eram figuras muito comuns no tempo de Jesus: homens que circulavam pela Galileia fazendo milagres como uma espécie de mágico. Mas, para a maioria dos especialistas, não há possibilidade de Cristo ter sido um deles, apesar de suas andanças e milagres. A afirmação vem de muitas fontes. "Jesus pedia segredo dos milagres que fazia, não cobrava por eles e evitou fazer curas diante de quem tinha meios de recompensá-lo", explica Rodrigo Pereira da Silva, professor de teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-EC). Segundo ele, os taumaturgos jamais agiriam dessa maneira. "Eles eram profissionais da cura. Jesus, não." Outra diferença importante entre Jesus e os taumaturgos era que o Messias apresentava Deus de maneira acessível aos fiéis. Diferentemente dos taumaturgos, que valorizavam uma espécie de canal exclusivo que teriam com o divino para operar seus milagres, Jesus tentava ensinar as pessoas a cultivar o contato com Deus. E, assim, receber suas graças sem intermediários.
Mas a fama de Jesus como um judeu taumaturgo existiu e, em alguns lugares, ainda existe. Quem afirma é Giordano Cimadon, coordenador da Associação Gnóstica de Curitiba e membro de um dos braços brasileiros do gnosticismo, grupo religioso que condiciona a salvação ao conhecimento. Ele conta que, no início da Idade Média, provavelmente no século VII, alguns escritos chamados "Toledoth Yeshu", que significa algo como o "Livro da Vida de Jesus", circularam tentando expor Cristo como mais um entre os muitos judeus taumaturgos da Galileia. "A obra, que mostra Jesus como um falso Messias, circulou também como tradição oral", conta Cimadon. Depois, ela foi redigida em aramaico e traduzida para ídiche, ladino e latim. A versão mais famosa foi compilada pelo alemão Johann Wagenseil e impressa na segunda metade do século XVII. O texto cria polêmica até hoje por divulgar uma versão deturpada supostamente por grupos de judeus da vida de Jesus. Argumenta-se que ela foi usada para legitimar o antissemitismo entre os séculos XIII e XX.
Qual a relação de Jesus com seus apóstolos?
Há quem argumente que a escolha que Jesus fez dos discípulos tenha sido um desastre. Não houve um sequer, por exemplo, que o acompanhasse durante a crucificação. Mas a Igreja Católica garante que ele confiava nos apóstolos que escolheu, inclusive nos que o traíram. Para o cônego Celso Pedro da Silva, professor de teologia e reitor do Centro Universitário Assunção (Unifai), em São Paulo, Cristo tinha plena consciência de que lidava com homens e que os homens têm suas limitações. "É a beleza da obra de Jesus", diz. Cristo tratava todos com igualdade, mas com Pedro, João e Tiago tinha mais intimidade. Mesmo sabendo que Pedro, por exemplo, negaria conhecê-lo em três ocasiões no dia de sua morte. Da mesma maneira, Jesus escolheu Judas, que também o traiu. Sobre ele, há farta literatura. Em evangelho atribuído a Judas, o apóstolo não aparece como traidor, mas como engrenagem fundamental do projeto de Deus , pois sem ele Jesus não seria crucificado e não se martirizaria para salvar os homens.
Com que idade Jesus morreu?
Provavelmente não morreu com os consagrados 33 anos. Essa marca foi estabelecida pela tradição durante os primeiros séculos do cristianismo primitivo – ou seja, não há nada que a comprove. Para o espanhol Ramón Teja Cuso, professor de história antiga da Universidade da Cantábria, Jesus não poderia ter morrido com 33 anos. Se ele nasceu entre os anos 6 a.C. e 5 a.C. e Pôncio Pilatos, algoz de Jesus, ocupou o cargo de prefeito da Judeia entre 29 d.C. e 37 d.C., o Messias morreu com, no mínimo, 34 anos e no máximo 43 anos.
Já o professor de filologia grega da Universidade Complutense de Madri, Antonio Piñero, usa a astronomia para fazer suas estimativas. Segundo ele, analisando o calendário de luas cheias no dia da Páscoa judaica, e existem registros desse fenômeno na data da crucificação, há apenas duas possibilidades de morte de Jesus dentro da janela estabelecida pelo professor Teja: 7 de abril de 30 d.C. e 3 de abril de 33 d.C. Nesse sentido, Jesus teria morrido com 36 anos ou 39 anos. Ainda assim, essas são apenas conjecturas. Elas dependem de variáveis que não podem ser verificadas, como, por exemplo, o relato de que havia uma lua cheia na ocasião da morte de Jesus ou que seu ministério teria durado três anos. O ano certo, portanto, dificilmente será conhecido, mas sabe-se, com uma margem mínima de dúvida, que foi entre os anos 29 d.C. e 37 d.C.
O dia da semana é consenso. De acordo com a "Bíblia de Jerusalém", a tradução mais fiel dos originais das Sagradas Escrituras, Jesus morreu em uma sexta-feira, dia 14 de Nisã, que equivale, no calendário judaico, a 30 dias entre os meses de abril e março. A crença de que essa é a data correta é quase unânime entre os especialistas ouvidos por ISTOÉ.
Jesus manteve um relacionamento amoroso com Maria Madalena?
Como a questão que envolve as possíveis viagens de Jesus ao Vale do Rio Ganges, essa é uma pergunta que gera discussões acaloradas. Um dos grupos que defendem a relação de amor carnal entre Jesus e Maria Madalena com mais fervor é o dos gnósticos. Como Sylvia Browne, americana autora do best seller "A Vida Mística de Jesus". Para ela, Jesus conheceu Maria Madalena ainda na infância e se casou com ela no que ficou conhecido, nos evangelhos, como o episódio das Bodas de Caná. Nessa ocasião, Jesus transformou água em vinho, que era parte fundamental da cerimônia do matrimônio. "Maria, mãe de Jesus, não ignorava que, pelos costumes judaicos, o noivo era responsável pela distribuição do vinho", diz Sylvia. "Então quem fabricou o vinho oferecido aos convidados em Caná? Jesus. Era ele o noivo", afirma em seu livro.
Outro indicador de que Jesus e Maria Madalena teriam uma relação amorosa estaria registrado no evangelho apócrifo de Filipe. Nele estaria escrito que Jesus beijava Maria Madalena na boca – afirmação constestada por uma corrente de tradutores. Ela, por sua vez, o compreendia melhor do que qualquer discípulo. A certa altura, os apóstolos chegam a demonstrar ciúme.
A americana Sylvia vai mais longe. Ela sustenta que Jesus teve filhos com Maria Madalena. As crianças teriam nascido depois da suposta morte de Cristo, que, segundo ela, foi forjada com a ajuda de Pôncio Pilatos e José de Arimateia. Ambos teriam tirado Jesus e Maria Madalena da Galileia num barco que passou pela Turquia e Caxemira, até aportar na França. Durante a estada na Turquia, a primeira filha do casal Jesus e Maria Madalena, chamada Sara, teria nascido. Outra menina e dois meninos teriam sido gerados já na França.
A Igreja Católica rechaça qualquer possibilidade de relação de amor carnal e, portanto, de filhos entre os dois. "Jesus deixou sim descendentes, espiritualmente, bilhões deles espalhados por todo o planeta", afirma o padre mariólogo Vicente André de Oliveira, da Academia Marial de Tietê, no interior de São Paulo. A instituição religiosa reconhece, porém, que Maria Madalena era de fato muito próxima de Jesus. "Para os homens daquela época, ver Jesus confiar segredos a uma mulher era uma afronta", lembra o cônego Celso Pedro da Silva, professor de teologia e reitor do Centro Universitário Assunção (Unifai). "Mas da simples confiança concluir que havia uma relação matrimonial é deduzir demais."
O professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Rodrigo Pereira da Silva lembra que quando o livro "O Código da Vinci", de Dan Brown, foi lançado, em 2003, um sem-número de supostos especialistas surgiu para confirmar o que o próprio autor havia classificado de ficção. Uma das afirmações seria de que Leonardo Da Vinci retratou Maria Madalena, e não o apóstolo João, ao lado de Cristo na "Santa Ceia". "Criei um curso com a Coordenadoria-Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (Cogeae) da PUC-SP só para esclarecer a confusão criada pela obra", lembra. Batizada de "O Código da Vinci e o Cristianismo dos Primeiros Séculos: Polêmicas", a disciplina foi um sucesso. Ainda assim, muitas das afirmações do livro, que vendeu cerca de 80 milhões de cópias e foi traduzido para mais de 40 idiomas, permaneceram como aparentes verdades para muitos. "Mas não são", sentencia Silva.
Jesus deixou algo escrito?
"É mais fácil encontrar os vestígios de um palácio do que de uma choupana", diz o teólogo Pedro Vasconcelos Lima, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). Com essa afirmação, Lima resume o argumento que explica a inexistência não só de qualquer documento escrito por Jesus, mas de objetos que tenham ligação direta com ele. É que, no início do século I d.C., Cristo não tinha nenhuma importância. E, historicamente, os documentos mais antigos só registram os feitos de estadistas e donos de grandes fortunas – como sabemos, ele não foi nenhum dos dois. O único registro que se tem de Jesus escrevendo está nos evangelhos. Eles relatam o episódio da adúltera que seria apedrejada até a morte – supostamente Maria Madalena –, mas que foi salva pelo Messias. Cristo teria escrito algo na areia para afastar quem queria matar a mulher. "Não sabemos o que foi, mas podem ter sido os nomes de quem havia se encontrado com ela, talvez alguém importante ou até alguns dos que queriam apedrejá-la", explica o cônego Celso Pedro da Silva. Fora isso, porém, não há absolutamente nada escrito por Jesus que tenha sido encontrado – ou para ser achado, suspeita-se. Na melhor das hipóteses, pode haver anotações de um ou outro fiel feitas durante uma das pregações de Cristo. Mas, até hoje, esses registros permanecem perdidos.
Quem escreveu os evangelhos? E quando?
A própria Igreja Católica reconhece que não há como saber se os evangelhos foram, de fato, escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João. Nos textos não há menção aos autores. Sylvia Browne, americana autora do best seller "A Vida Mística de Jesus", usa essas supostas brechas nas escrituras para tecer suas teorias. Ela lembra que a "Bíblia" como a conhecemos só tomou forma a partir do Concílio de Niceia, em 325 d.C., e que nesses três séculos a Igreja manipulou transcrições e traduções dos evangelhos para que eles divulgassem uma mensagem alinhada ao projeto de expansão da instituição. Sylvia sustenta ainda que os evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos foram escritos pela mesma pessoa e que apenas o de João teve um autor exclusivo. Supostas contradições, omissões e coincidências seriam sinais da manipulação.
A teoria da coautoria começou a tomar forma no início do século XVIII, com os trabalhos do teólogo protestante alemão Heinrich Julius Holtzmann e do filólogo Karl Lachmann. Chamada de "Questão Sinótica", ela tem apoio de importantes estudiosos da atualidade, como o inglês Marc Goodacre, responsável pelo núcleo de estudos do Novo Testamento na Universidade Duke, na Inglaterra, e John Dominic Crossan, teólogo e fundador do controverso Jesus Seminar. Em 1968, um outro pesquisador inglês, A.M. Honoré, chegou a fazer um levantamento mostrando que 89% do que está em Marcos se encontra em Mateus, enquanto 72% de Marcos está em Lucas.
"Isso é uma besteira", argumenta o teólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Fernando Altemeyer. Para ele, não há contradição nos evangelhos e as omissões e coincidências são justificáveis. "Os evangelhos não foram escritos como biografias de Jesus", reforça o teólogo Pedro Vasconcelos Lima, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). "Eles contam as partes da vida do Messias que têm importância", conclui. Os relatos da vida de Cristo que não entraram para o Novo Testamento circulam com o título de evangelhos apócrifos. Entre os séculos XIX e XX houve uma explosão nas descobertas desse tipo de documento. Hoje já são mais de 15 os relatos extraoficiais. A Igreja não os reconhece, embora utilize parte dos que datam dos séculos I d.C. e II d.C. para reconstruir o dia a dia de Jesus, que viveu como mais um dos milhares de judeus remediados da Galileia.
Os evangelhos também não foram escritos logo depois que os fatos aconteceram. Eles datam dos anos 70 d.C. e 90 d.C. e foram redigidos, provavelmente, em aramaico e hebraico. Chegaram até nós por meio de cópias, pois os originais foram perdidos. Não se tem registro de como isso aconteceu, mas não seria difícil danificar um manuscrito em papiro no tempo de Jesus. As cópias foram descobertas em fragmentos e reconstruídas por pesquisadores alemães no início do século XIX. A mais antiga, em papiro grego, data do século II d.C. e foi reconstruída no século XIX pela equipe Nestle & Alland, de Stuttgart, na Alemanha.
O que diz a arqueologia
Só a arqueologia é capaz de preencher as imensas lacunas que compõem a trajetória de Jesus na Terra. Ao se debruçar sobre os costumes e a cultura do tempo do Messias, através de buscas por monumentos, documentos e objetos que compunham aquela época, os pesquisadores da área se movimentam para saciar as centenas de indagações acerca do judeu que mudou a história da humanidade. Praticamente não há esperanças de se achar algo diretamente ligado a Jesus Cristo ou à sua família. Mas há expectativa de se encontrar objetos relacionados a contemporâneos, da mesma classe social, que moravam na Galileia. Nesse quesito, o século XX foi recheado de conquistas. Novas técnicas e o renovado interesse por provar, ou desmentir, o que foi escrito pelos evangelistas alimentaram as buscas pelo que sobrou do tempo de Jesus. E as descobertas foram importantes. Entre papiros e pergaminhos, jarros, urnas, pedras e ruínas comprovou-se parte do que disseram Mateus, Marcos Lucas e João (leia quadro).
Mas, quando o assunto é arqueologia, todo cuidado é pouco. Nem tudo é o que parece. Por isso, o processo de verificação da autenticidade dos objetos é lento e rigoroso. Que o digam os estudiosos do que ainda vem sendo considerado o último grande achado do tempo de Cristo: uma urna que conteria os ossos de Tiago, irmão do Messias. Revelada em 2002, ela já foi reconhecida como objeto do tempo de Cristo, mas as inscrições em aramaico que a identificam como sendo de Tiago ainda estão sob avaliação da comunidade arqueológica internacional. "Pude ver o ossuário em primeira mão, quando estive em Israel no começo de 2009", conta Rodrigo Pereira da Silva, teólogo, filósofo e doutor em teologia bíblica com pós-doutorado em arqueologia na Andrews University, nos Estados Unidos. "Mas ainda há muito o que ser feito para validar as inscrições."
Professor de teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-EC), Silva também é arqueólogo e já participou de escavações em Israel, na Jordânia, no Sudão e na Espanha. Ele conta que, no caso da urna de Tiago, se comprovada a autenticidade de seus escritos em aramaico, esse será o primeiro artefato arqueológico com vínculos diretos com Jesus. No dia 21 de dezembro, um outro achado empolgou os arqueólogos. Foram encontrados os restos de uma casa humilde de Nazaré que datam do século I d.C. Com dois quartos, um pátio e uma cisterna, ela ajuda a resconstruir a vida de judeus do tempo de Cristo. "As informações vêm sempre fragmentadas", explica Pedro Vasconcelos Lima, professor de teologia e presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (Abib). "Não podemos esquecer que esses fragmentos não foram criados para responder às nossas perguntas e, por isso, precisam de um cuidadoso trabalho de contextualização."
Enquanto a contextualização segue a todo vapor, nos departamentos acadêmicos das melhores universidades do planeta, o trabalho de campo tem encontrado mais obstáculos do que de costume. Como se o calor, a areia e as outras tantas dificuldades usuais da arqueologia já não fossem suficientes, questões políticas das regiões escavadas têm influenciado pesadamente as áreas disponíveis para exploração. "Vemos muitas descobertas se esgotarem nelas mesmas", explica Rafael Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e teólogo do Centro de Estudos Bíblicos (Cebi). "O sujeito faz a descoberta, quer escavar o entorno, buscar outros sinais e não pode", afirma. É que boa parte da terra onde estão enterrados muitos desses objetos está em áreas de constante disputa, como é o caso de porções territoriais de Israel. "Se o século XX foi bom para a arqueologia, dos anos 90 para cá temos visto uma calmaria nos achados – mesmo com essa história do ossuário de Tiago", afirma o professor Silva. Sem achados, sem história.
Fonte: Revista Isto É – Edição 2094 de 23 de dezembro de 2009
Silas Malafaia compra em dolar um avião mais caro que o de R. R. Soares e Samuel Câmara juntos
Depois do Missionário R. R. Soares e do Apóstolo Renê Terra Nova, mais um famoso pastor aderiu a nova moda evangélica e comprou um avião particular, juntando-se a outros nomes pioneiros nesse tipo de compra como Edir Macedo e Samuel Câmara.
Silas Malafaia, que é o vice-presidente da Covenção Geral das Igrejas Assembléias de Deus, anunciou que comprou o avião em um culto que realizou em uma igreja em Boca Raton, nos Estados Unidos. Segundo vários brasileiros presentes, o Pastor teria dito que foi uma "galinha morta", já que o preço pago foi de 12 milhões de dólares (cerca de R$20.800.000,00), sendo que o avião vale 16 milhões de dólares (cerca de R$27.840.000,00).
O avião de Silas Malafaia não é novo, já teve um dono, mas seu modelo é mais caro do que os aviões de R. R. Soares, Renê Terra Nova e Samuel Câmara juntos, que custam 5 milhões cada, tem banheiro a bordo e capacidade para 8 pessoas.
O blogueiro Leonardo Gonçalves comentou em seu blog sobre o ocorrido: "Com tanta necessidade em terras tupiniquins, com milhares de crentes passando dificuldade nos bolsões da fome no Brasil, confesso que até pensei na possibilidade do senhor Silas usar esse dinheiro para levar educação, alimento e salvação a estas pessoas. Mas infelizmente ele preferiu investir em comodidade, igualando-se aos outros ícones da prosperidade". Leonardo também lembrou dos episódios em que o PastorSilas Malafaia pediu incisivamente junto com o Dr. Morris Cerullo ofertas voluntárias de R$900 prometendo prosperidade e uma Bíblia de estudo sobre "batalha espiritual e vitória financeira" para os contribuintes: "Parece que a farra dos 900 reais, somado à intimidação que o Cerrulo fez na TV, levou milhares de pessoas a ofertarem para o ministério, e ele [Silas Malafaia], sábio e prudente, aplicou o dinheiro onde havia mais necessidade" e completou "Rachem a cara e queimem a língua todos vocês que disseram que a bíblia de 900 reais não trazia prosperidade! Sim, eu confesso que estava enganado. A bíblia do Cerrullo, de fato, prospera!".
Silas Malafaia, que não constuma dar entrevistas, exibiu a alguns dias em seu programa de televangelismo um desabafo aos que criticam seus atos, visivelmente indignado, o mais famoso pastor da Igreja Assembléia de Deus afirmou que "Quem critica não faz nada. Você conhece alguma coisa que algum crítico construiu? Crítico é um recalcado que tem sucesso da obra alheia", finalizou.
Fonte: Gospel+
29 de dezembro de 2009
Como Deus faz História
Quando Jesus nasceu, cumpriram-se literalmente inúmeras profecias feitas séculos antes. O Antigo Testamento está repleto de indicações da primeira vinda de Cristo. Com o Seu nascimento, as promessas da Palavra de Deus se fizeram História. O mais admirável, entretanto, é a maneira como Deus faz Sua Palavra tornar-se real e Suas profecias transformarem-se eventos históricos: muitas vezes Ele usa as atitudes profanas das pessoas e as circunstâncias políticas da época para concretizar Seus planos. A Bíblia nos traz muitos exemplos nesse sentido. Destacaremos três, salientando lugares relacionados com o nascimento e a infância de Jesus.
Belém. |
1. Jesus deveria nascer em Belém
Por volta de 700 anos antes de Cristo viveu o profeta judeu Miquéias, que predisse acerca do aparecimento do Messias de Israel: "E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5.2).
Aquele que tem origens eternas, e que age desde sempre, viria a nascer em um lugar pré-definido e específico, que era Belém, pequeno e insignificante lugarejo na Judéia. Caso a anunciação do nascimento do Rei de Israel se referisse a Jerusalém nada haveria de extraordinário, uma vez que os reis normalmente nascem na capital do reino. Porém, com muitos séculos de antecipação, um lugar sem representatividade foi destacado entre os milhares de Judá para ser o local do nascimento do Rei que viria, o que era algo muito especial. Praticamente todo cidadão de Israel conhecia essa passagem das Escrituras que afirmava que um dia o Messias viria de Belém. Por isso, quando Herodes perguntou onde nasceria o rei dos judeus, os entendidos na Lei puderam lhe fornecer imediatamente o nome do lugar onde deveria nascer o Prometido segundo as profecias: "Então, convocando [Herodes] todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: [em Miquéias 5.2] E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel" (Mt 2.4-6).
Entretanto, em relação a essa profecia havia um problema, e este não era pequeno: Maria e José não viviam em Belém, mas em Nazaré (Lc 1.26), e aparentemente não planejavam se mudar para Belém. Deus não enviou um anjo para lhes dizer: "Querido José, querida Maria, vocês não sabem que o Messias deve nascer em Belém? Vocês não sabem que a Palavra de Deus precisa se cumprir e Seu Filho não pode nascer em Nazaré? Levantem! Ponham-se a caminho para que se cumpra a palavra do Senhor falada através do profeta Miquéias!"
Não foi o que aconteceu. O imperador César Augusto tomou uma decisão política em Roma, bem longe de Israel e sem ter a mínima noção das profecias bíblicas – decretando um recenseamento do povo. Essa decisão política obrigou José, juntamente com Maria, que estava no final da gravidez, a irem até Belém para se registrarem no censo populacional. Em Lucas 2.4 lemos que José era "da casa e família de Davi". Portanto, era em Belém (a "cidade de Davi") que ele tinha de se registrar. Chegando lá, Maria logo deu à luz ao Filho de Deus. É o que podemos chamar de "tempo de Deus"! O Senhor, em Sua onisciência e onipotência, usou a política secular e um de seus líderes para fazer cumprir Suas profecias e para concretizar as previsões de Sua Palavra.
A Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também diz que Ele viria do Egito. |
2. Jesus viria do Egito
A Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também diz que Ele viria do Egito. No oitavo século antes de Cristo, outro profeta anunciava em Israel a respeito do vindouro Messias:"Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho" (Os 11.1). Os comentaristas judeus aplicavam essa profecia a Israel e ao Messias, o que se torna bem evidente conhecendo o contexto do Novo Testamento. Mas como ela se cumpriu, como foi que Jesus, ainda menino, veio do Egito? A maioria de nós conhece a história da matança dos meninos judeus em Belém ordenada pelo infanticida rei Herodes, que via seu trono ameaçado pelo nascimento de Jesus. A Bíblia diz a esse respeito: "Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta [em Os 11.1]: Do Egito chamei o meu Filho" (Mt 2.13-15).
Os planos cruéis, egoístas e assassinos de um político mundano acabaram contribuindo para que a Palavra se cumprisse. Herodes pensava que aniquilaria os planos divinos, mas sua maldade apenas contribuiu para que as profecias se cumprissem literalmente.
O nome "Nazaré" origina-se da raiz hebraica "nezer", que significa "broto", "renovo" ou "ramo". O profeta Zacarias anunciou o seguinte, 520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: "E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor" (Zc 6.12). |
3. Jesus, o Nazareno
Segundo minha contagem, Jesus é chamado de "Nazareno" pelo menos 18 vezes no Novo Testamento. Ele era conhecido como "Jesus de Nazaré", pois tinha vivido ali por muitos anos. Quando morreu na cruz, sobre Sua cabeça estava afixada uma placa que dizia: "Este é Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus". O nome "Nazaré" origina-se da raiz hebraica "nezer", que significa "broto", "renovo" ou "ramo". O profeta Zacarias anunciou o seguinte, 520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: "E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor" (Zc 6.12)."Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens de presságio; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo" (Zc 3.8). Jeremias proclamou o mesmo 80 anos antes de Zacarias: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, a agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra" (Jr 23.5).
Quando Jesus veio, Ele foi o "Nazareno", o "Renovo" do qual falavam as profecias. Mas como Jesus não apenas nasceu em Belém sem que seus pais residissem ali, veio do Egito por razões inacreditáveis e ainda pode ser chamado de Nazareno? Porque mais tarde Ele morou em Nazaré, confirmando uma vez mais as profecias, mostrando que elas se cumprem por razões às vezes bastante profanas. Herodes havia morrido, e José ainda vivia com Maria e o menino no Egito quando, através de um anjo, recebeu ordens de retornar à terra de Israel. Era óbvio que José desejava retornar à sua terra com sua família, mas quando ficou sabendo que Arquelau reinava no lugar de seu pai, ficou com medo. Arquelau era um dominador de triste fama e muito cruel, que os romanos suportaram por apenas dois anos e depois o depuseram. Na realidade, quem deveria assumir o trono de Herodes na Judéia era outro de seus filhos, mas por um capricho pessoal, Herodes mudou seu testamento pouco antes de morrer e colocou Arquelau no poder. Para não se submeter ao seu domínio, José foi viver na Galiléia, na cidade de Nazaré, que estava subordinada a outro governante: "Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno" (Mt 2.19-23).
Vista de Nazaré. |
Esses três exemplos mostram muito claramente que nada nem ninguém pode impedir ou barrar os planos de Deus. Não há falha humana, manobra política, crueldade, capricho ou força da natureza que impossibilitem Deus de concretizar Seus propósitos. Nada impedirá que Jesus volte cumprindo Suas promessas a Israel. Os acontecimentos proféticos, cujo desenrolar vemos em nossos dias, culminarão na volta de Cristo e mostram que ela está se aproximando. Todos os fatos que acontecem no mundo são dirigidos por Deus de tal forma que acabarão servindo para que os Seus desígnios se realizem e para que Jesus venha a este mundo como o Rei e Messias. Jesus voltará cumprindo muitas profecias que ainda não se realizaram, pois muitas delas dizem respeito diretamente a Sua volta em poder e glória e à restauração de Israel, predita tantas vezes e por tanto tempo! Israel já retornou à sua própria terra depois de um longo tempo de dispersão (Diáspora), quando havia judeus espalhados pelo mundo todo. Até o terrível Holocausto acabou servindo à causa judaica, pois acelerou a fundação do Estado de Israel e permitiu que mais judeus voltassem à sua pátria. Quase todas as nações votaram em favor de Israel nessa ocasião, pois estavam chocadas com o que havia acontecido aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial nas mãos dos nazistas. Apenas três anos depois do final da guerra, os judeus já possuíam seu próprio Estado. No entanto, a luta, atual e futura, dos inimigos contra Israel e contra Jerusalém é predita nas profecias, e precisa acontecer. A Bíblia fala de uma unidade mundial política, religiosa e econômica que acabará se opondo a Israel. Hoje vemos que todos os esforços políticos acontecem em função desse desejo de globalização. A Palavra de Deus se cumpre sempre. Alegremo-nos por isso!
(Norbert Lieth -http://www.beth-shalom.com.br)