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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

23 de dezembro de 2009

Paz na Terra - Verdadeira ou Falsa?

"Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1:11).

 

          Será que iríamos recebê-Lo, hoje, se Ele nascesse num estábulo e fosse deitado numa manjedoura? Será que iríamos acreditar que Ele é o Rei que estamos aguardando para governar o mundo? Claro que não!

          Ainda bem que Ele virá em glória, acompanhado dos Seus anjos e santos, os quais terão sido arrebatados antes da Tribulação.

        Há 2.000 anos, as massas não O aceitaram nem creram nEle. Pensando num reino terreno governado por um rei humano, alguns exageraram o sentido de Suas palavras, tentando adaptá-las à sua visão, enquanto outros tentaram matá-Lo. Por que? Simplesmente porque Ele fazia com que os homens que se consideravam bons descobrissem sua maldade interior, quando O escutavam, pois Sua mensagem expunha os pecados deles:

          "...Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (João 3:19).

          Durante séculos, os líderes religiosos têm acrescentado o nome e as promessas de Jesus aos caminhos de salvação por eles construídos, visando a paz mundial. A mensagem de propaganda do popular pintor cristão - Thomas Kinkade - (quem sabe escrita pelos seus anunciantes e não por ele mesmo) mostra a grande aceitação das sínteses espirituais de hoje:

          "Minha obra mais recente - A Prayer for Peace - é uma admoestação agonizante de que a paz em nosso mundo é sempre possível para os que nela crêem e oram. A figura dramática de um profeta ocupa os rochosos píncaros que se elevam sobre esta cidade. A meu ver, trata-se de uma figura de Cristo, a qual tenho tratado com a mais profunda espiritualidade e que deveria ser abraçada pelas pessoas de outras crenças. Iluminada por uma lua radiante, esta figura sagrada ora... para que o caloroso brilho do luar possa cobrir toda esta cidade com uma espiritual brancura de serenidade". (1)

          Será que o  verdadeiro Jesus iria se inspirar na brancura do luar como fonte de paz? Será que os Seus legítimos seguidores devem considerar outros deuses e os gurus como "sagrados"? Será que nosso Senhor, que orou ao Pai Celestial: "Seja feita a tua vontade" , iria fazer uma oração ecumênica desse tipo?

          À medida em que a cortina vai descendo sobre o palco da era "cristã" ocidental [N.T.: quando os cristãos nominais se comportam como legítimos pagãos],  a diferença entre a verdadeira luz de Cristo e o brilho do mundo vai ficando mais visível. Não existe outro mês do ano que possa ilustrar maior hostilidade contra o Jesus da Bíblia do que o mês de Dezembro.

          Os que visualizam a paz mundial através da melhoria social não conseguem tolerar qualquer  sinal de um rei nascituro. O solstício de inverno dos pagãos se adapta melhor do que a manjedoura de Belém, a qual está sendo banida de todos os lugares mantidos pelos nossos impostos. Esse banimento há muito se tem expandido, com a exibição de símbolos não cristãos, como árvores de Natal, Papai Noel, na base das cores verde e vermelho.

          Um artigo intitulado "Santa Claus Deemed Too Religious for a School Fundraiser"  (Papai Noel Considerado Religioso Demais para Uma Mantenedora de Escola) [N.T.: nos Estados Unidos] mostra uma senhora aborrecida, acusando a escola primária de quebrar a lei do país, apresentando Papai Noel [N.T.: por ela considerada uma figura religiosa]. Esta [N.T.: "sumidade na Bíblia"] disse: "Eu esperava ter patrocinado um evento dentro da lei, inclusivo a todos". Em sua carta enviada à escola, ela disse: "Esta não é uma argumentação de caráter religioso, mas sobre a lei da nossa terra". (2)  [N.T.: O desejo de inclusão mundial está claro no desabafo desta missivista].

Num mundo que confia mais nos sentimentos do que nos fatos, este absurdo argumento faz sentido. Ele ilustra a atitude de quem despreza a mais sutil recordação daquela sagrada noite de Natal, num longínquo passado. E nem deveríamos nos surpreender. Jesus avisou que o mundo não teria a menor tolerância com Ele e Sua verdade [N.T.: e olha que o tal "Papai Noel" é uma figura católica e, portanto, não cristã. Mas, para os ímpios, é uma figura que representa o Cristianismo...]:

"Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou". ( João 15:19-21).

Quem não O conhece não pode compreender a razão por que Ele veio ao mundo (Efésios 4:18). Muitos consideram o evangelho um mito e a cruz, uma vergonha. Tendo racionalizado o pecado e justificado o seu compromisso com a imoralidade, o mundo descarta a morte e ressurreição de Cristo. Seu anseio de paz mundial exige a negação desta exclusiva verdade.

Dois tipos de paz - Muitos profetas do Velho Testamento predisseram o nascimento de Jesus trazendo Sua paz indescritível. Em Isaías 9:6-7, lemos: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto".

Paz, sim, através da cruz. Uma paz que em muito excede as pálidas ilusões dos cegos idealistas. Os alegres anjos de Deus proclamaram uma paz celestial para todos os que de boa vontade recebessem o Rei em suas vidas, para reinar em seus corações e ali estabelecer o Seu reinado espiritual... Em e através da vida do Seu povo, o qual iria viver como peregrino e forasteiro neste mundo corrupto.

Isto deve parecer estranho aos que compartilham a solidariedade global, visualizando um "cristo cósmico" governando o mundo. Contudo, devemos nos lembrar da resposta dada por Jesus à pergunta que dois confusos discípulos lhe fizeram, conforme Lucas 12:51: "Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão". O mundo não entende esta "dissensão". Ansiando por uma unidade que traga a paz, sob os seus próprios termos, ele exige o pluralismo, o inclusivismo, o fim do estigma do pecado e a tolerância com tudo que Deus considera errado. [N.T.: Ser "diferente" agora é merecer uma honra especial pelas leis deste mundo em completo declínio moral e espiritual]. O artigo britânico "Whose Country is This?" (De Quem é Este País?) ilustra o engodo atual:

"Nos últimos tempos, temos tentado, gradual e desesperadamente, não ofender as minorias, na época de Natal, reagindo à necessidade do politicamente correto, a fim de, supostamente, encorajar o que é inclusivo. Mas a verdade é que estamos criando divisões e dissensões, com a imposição de uma atitude fascista no Natal, até mais desagradável do que o normal.  As escolas e os distritos mantêm festas para celebrar (se este é o termo correto) o multiculturalismo. O hinos e a árvore de Natal são banidos (mesmo tendo o Natal se originado no solstício de inverno do paganismo, tendo sido, depois, cristianizado). A pragmática (funcional) atitude tem sido ensinada pelos emergentes, os quais têm rejeitado o discernimento bíblico, como sendo divisivo. O amigo íntimo do Pr. Rick Warren, Barack Obama, fez a seguinte declaração (quando ainda era senador), na conferência "Building a Covenant for a New America" (Construindo uma Aliança para Uma Nova America), em Junho 2003:

'A democracia exige que os religiosamente motivados transformem suas preocupações em valores universais, em vez de em valores específicos da religião... exige-se que suas propostas se sujeitem aos argumentos e à razão conciliadora... Ora, isto vai ser difícil para os que acreditam na inerrância da Bíblia, como o fazem muitos evangélicos. Mas numa democracia pluralista não temos outra escolha'"  (4).

 

A verdadeira paz

 

          A verdade é que temos uma escolha: negar a Cristo ou segui-Lo. Esta última opção poderá nos custar o emprego, os amigos e a aceitação do mundo. Mas, durante séculos, Seus amigos têm abandonado tudo para segui-Lo. Amando-O mais do que amam o mundo, eles têm encarado prisões e torturas e até a morte cruel. Contudo, a paz de Sua presença compensa toda a dor da perseguição.

          Uma jovem judia, na época da Alemanha nazista, descobriu esta maravilhosa paz, depois que aprendeu a confiar em Jesus. Anita Dittman nos conta sua linda história no livro "Trapped in Hitler's Hell"  (Apanhada no Inferno de Hitler):

          "... Estávamos em 1933... Eu não conseguia voltar para casa, depois das aulas, sem ser apedrejada e espancada... Mas isto seria apenas o começo daqueles 12 anos... De 12 anos esperando uma batida na porta da frente, pela GESTAPO, para ver um amado sendo arrancado pelos cabelos ou pela barba, sendo levado para locais desconhecidos, numa viagem feita num veículo atulhado com centenas de pessoas espremidas, chorando, apavoradas, a caminho de um campo de extermínio ou de uma bala misericordiosa, que terminasse tudo aquilo.  Entre os infelizes judeus, eu era ainda uma das poucas pessoas que possuíam um lar verdadeiramente cristão. Eu havia encontrado Jesus e Ele oferecia paz, em meio àquele turbilhão. Afinal, não é Ele o Príncipe da Paz?" (5).

          Claro que sim! E para Anita um dos momentos mais luminosos, naqueles anos terríveis, aconteceu numa noite de Natal, em 1944. Nesse tempo, ela era uma adolescente esquelética, lutando para não morrer de inanição. Sob os inacreditáveis trabalhos forçados e uma dieta de fome num campo nazista, ela teve a alegria de receber um presente especialmente incrível: junto com outros cristãos, ela recebeu permissão para celebrar o Natal na igreja de uma vila próxima. Um guarda iria acompanhá-los, com todos os prisioneiros orando, na esperança de que a verdade de Cristo despontasse no coração dele. (parece que falta algo nesta frase...)

Ela prossegue:

          "Para os esgotados prisioneiros cristãos, que amavam Jesus, aquela foi a melhor notícia que tivemos durante meses e até anos... Éramos vinte pessoas caminhando com dificuldade sobre os montes e as campinas, naquela noite, a fim de alcançarmos e nos reunirmos na igreja, onde centenas de pequenos agricultores e pessoas das cidades vizinhas se encontravam. A neve caía lentamente!

          Quando lemos a história do Natal, tivemos plena certeza de que Jesus conhecia o nosso exato sofrimento, porque Ele também havia experimentado o sofrimento humano. Ajoelhados junto ao altar, sob a fraca luz das velas, nós oramos pela Alemanha e pelas famílias separadas pela guerra. Enquanto isso, o guarda permanecia na porta da entrada, do lado de fora. Depois do culto, voltamos para o campo, sob a luz da lua, pois a neve havia deixado de cair"  (6).

            Paulo nos ensina, na 1 Coríntios 2:9: "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam". E na  2 Coríntios 9:15, lemos: "Graças a Deus pelo seu dom inefável!"

 

Bibliografia:

1. Thomas Kinkaide, "A Prayer for Peace," at www.thomaskinkade.com/magi/servlet/com.asucon.ebiz.catalog.web.tk.CatalogServlet?catalogAction=Product&productId=204561

2.  "Santa Claus Deemed Too 'Religious' for School Fundraiser."  See also Foundations for Faith and Freedom and Ban Truth - Reap Tyranny

3. "Whose Country Is It?"
4. Erin Roach "Obama Asks Evangelicals To Assimilate," July 5, 2006 - (BP)--  
http://www.evangelicalnews.org/indiv_pr.php?pr_id=6279

5. Anita Dittman with Jan Markell, Trapped in Hitler's Hell, published by Lighthouse Trails, 2005, pages 12-13.

6. Ibid., page 134.

 

Berit Kjos - "Peace on Earth, True or False?"

Traduzido e adaptado por Mary Schultze, em 08/12/2009.

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