A CAMA INSIDIOSA

         Há algum tempo, li uma short story (12 pp.) de Wilkie Collins e memorizei a trama, pois ela tem o sabor de um conto de Sherlock Holmes ou de Agatha Christie. A propósito, esta autora começou a escrever livros de suspense aos 80 anos de idade. Por que eu, também, não posso fazer o mesmo, só que enxertando alguma admoestação bíblica? Vamos à estória lida no original e resumida em Português.

         Um jovem inglês resolveu passar férias em Paris e, pela primeira vez, entrou num cassino, a fim de conhecer a jogatina. Acabou sendo atraído pela roleta e começou a jogar, embora não tivesse muita experiência no assunto. Mas, como a sorte estava sorrindo para ele, continuou jogando, até que o gerente do Cassino fechou a banca, entregando-lhe uma soma equivalente a milhares de dólares. Enquanto ele jogava, um cavalheiro simpático estava incentivando-o a prosseguir e, quando o jogo foi encerrado, o tal cavalheiro convidou o ganhador para tomar uma bebida, numa pousada próxima. O jovem aceitou o convite,  ficaram conversando até de madrugada, quando já haviam ingerido vários copos de cerveja inglesa [a qual, segundo o Dr. Schultze, é a pior do mundo) e o inglês estava se sentindo exausto. O novo amigo sugeriu que eles alugassem dois quartos, ali mesmo, tendo escolhido os que lhes foram indicados pela proprietária, a qual, aparentemente, não conhecia o acompanhante do novo rico.

         Apesar do cansaço, o inglês não conseguiu dormir, porque estava excitado demais com a nova riqueza adquirida sem grande esforço. Deitou-se durante cinco minutos, levantou-se da cama e ficou observando a lua. De repente, viu  a cama trepidando e baixando, o que o levou a imaginar que estava delirando. A cama baixou e sobre a mesma caiu uma gigantesca tampa de madeira. O jovem sentiu que estava acontecendo algo errado, decidiu pular a janela do primeiro andar e foi até o posto policial para contar o caso.

         Foi então que o delegado informou que muitas pessoas haviam morrido, misteriosamente, por asfixia, naquela pousada, onde a polícia jamais havia descoberto a causa da morte. Por isso, resolveu ir com o jovem inglês investigar o caso da cama que se movimentava pela madrugada. Descobriram que o móvel, após ter baixado,  ficava selado num cubículo totalmente fechado, onde o ocupante ficava absolutamente sem ar e morria sufocado, para ser descoberto, já sem vida, apenas na manhã seguinte, com a aparência de ter sofrido um colapso cardíaco.

         Esta pousada francesa me faz lembrar algumas igrejas carismática, que hipnotizam os seus membros, a fim de extorquir dinheiro “para a obra do Senhor”. Quem conhece a Palavra de Deus não se deixa embriagar com o barulho ensurdecedor, nem com os sinais e maravilhas dessas igrejas, pois o nosso evangelho é o de Paulo, meridianamente simples, sem nenhum misticismo nos seduzindo e sem barulho algum de música contemporânea.

         Amigo, leia a Bíblia, medite bem no seu conteúdo e livre-se das artimanhas carismáticas, as quais armam camas perigosas, onde você vai se deitar, para jamais acordar espiritualmente, a não ser no Dia do Juízo, para ser julgado e condenado, por ter seguido um falso evangelho. Lembre-se que todos nós seremos julgados pela Palavra de Deus (João 12:48) e não pelos sofismas carismáticos.

Mary Schultze, www.maryschultze.com – 24/03/2011.