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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

20 de março de 2011

Carta de um pastor brasileiro ao Presidente Barack Obama, com amor


Obama Corcovado
Montagem

Caro Barack,

Parabéns pelo sucesso de sua visita ao meu País, o Brasil. Ficamos todos orgulhosos pela maneira respeitosa com que você referiu-se à nossa nação. Não como um País do futuro, mas um País para o qual o futuro já chegou. Não mais como uma república de bananas, como fizeram alguns de seus antecessores, mas como uma potência econômica. Um deles foi capaz de confundir nosso País com a Bolívia em seu discurso. 

Confesso que gostaria muito de tê-lo assistido pessoalmente, inclusive em sua visita à Cidade de Deus, bairro próximo à minha casa em Jacarepaguá. Porém, por estar residindo atualmente nos Estados Unidos, fiquei impossibilitado disso. Mas torci muito para que você experimentasse um pouco do calor humano de nosso povo tão sofrido e cheio de esperança. Pelo jeito, você causou tão boa impressão nos moradores daquela comunidade, que não duvido que alguém sugira que ela deixe de ser chamada “Cidade de Deus”, para se chamar “Obama”. 

Embora nosso povo já não nutra tanto respeito e admiração pela nação americana, consegue enxergar em você um ícone da esperança, uma espécie de ‘embaixador do futuro’. 

Moro na Flórida, onde você não desfruta de muita popularidade, e tenho ouvido severas críticas ao seu governo, principalmente por parte dos mais conservadores. Alguns se referem a você como se fosse o Anticristo. Apesar disso, minha admiração por você não diminuiu. Fui um dos que se emocionaram com o discurso feito em Chicago após a declaração de sua vitória em 2008. Mas devo confessar minha frustração com o seu governo no que tange à política externa e ao tratamento dos imigrantes.

Como conciliar a figura do Obama, ganhador do prêmio Nobel da Paz, com o Comandante-em-chefe da maior potência bélica do planeta, sabendo que enquanto você acenava para o nosso povo no Rio, exibindo um farto sorriso no rosto, caças americanos atacavam a Líbia, sob suas ordens diretas, com o pretexto de intervir numa crise que não é da conta dos EUA?  Lembrei-me de uma cena do filme “O Poderoso Chefão”, em que alguém era assassinado a mando de um mafioso, enquanto ele assistia a uma ópera, num lugar muito parecido com nosso Teatro Municipal no Rio. Não lhe incomoda saber que centenas, talvez milhares de civis morrerão nesses ataques? Que outro interesse haveria por parte das nações mais ricas do mundo na Líbia, senão em seu petróleo? 

E quanto a Cuba? Quando terminará aquele vergonhoso embargo econômico? Por que perpetuá-lo? E aquele muro na fronteira com o México? Não seria isso uma reedição de um passado que gostaríamos de esquecer? Por que trazer para as Américas o que tanta dor trouxe a Europa, e particularmente a Alemanha? 

Sou testemunha do sofrimento dos imigrantes em sua terra. Imaginava que, por ser filho de imigrantes (há quem diga que você também o é, pois nunca fora comprovada sua cidadania americana através da apresentação de sua certidão de nascimento), os milhões de imigrantes que ajudam a fazer deste País o mais próspero do Mundo, seriam vistos com mais compaixão (não sei se esta seria a melhor palavra…), ou pelo menos com mais respeito. Não é isso que temos visto aqui. Muitos são tratados como animais, presos, humilhados e deportados sem qualquer piedade. 

A gente sabe que nesse mundo pós-moderno, imagem é tudo, ou pelo menos, quase tudo. Seu discurso no Municipal foi digno de ser aplaudido em pé. Eu mesmo o teria aplaudido se lá estivesse. Ter citado o Jorge Benjor, ensaiado algumas frases em português, comentado sobre o jogo entre Vasco e Botafogo, foram, sem dúvida, tiradas de mestre. Mas cancelar sua ida ao Corcovado pra não ser visto em frente a um símbolo cristão da magnitude do Cristo Redentor, causando constragimento às nações islâmicas, a meu ver, foi uma bola fora. Pelo menos, foi o que ouvi da boca de uma comentarista no telejornal da GloboNews. Aquela estátua que retrata o Cristo de braços abertos é símbolo da receptividade do nosso povo, e receber visita de milhares de turistas, de todas as religiões, inclusive muçulmanos. 

Imagino que não deve ser nada fácil lidar com tantos interesses antagônicos. Pressões por todos os lados. Lobistas. Opinião pública. Conservadores. Progressitas. Ufa! Geralmente, os presidentes americanos envelhecem em quatro anos o equivalente a pelo menos uma década. Me explica como você se mantém jovial já na reta final de seu governo?

Talvez você jamais tenha acesso a esta carta, mas peço a Deus, juntamente com meus leitores, que lhe dê sabedoria, discernimento, e não apenas carisma, para conduzir a América, e por conseguinte, o Mundo, a um tempo de estabilidade, prosperidade, harmonia e amor. Mesmo tendo pouco tempo pela frente como mandatário deste País, ouse fazer a diferença, vencer os interesses, e propor ao Mundo uma agenda pautada no amor e respeito entre os povos. Que você entre pra história, não só por ter sido o primeiro presidente negro dos EUA, mas por ter deflagrado um processo de transformação social sem antecedentes na história mundial. Sonho? Talvez. Mas aprendi de Alguém que nada é impossível para aquele que crê. Yes, you can!

Hermes C. Fernandes

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