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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

28 de março de 2015

JEAN WYLLYS E O SEU ESTADO LAICO CATEGORIA:

Por Geremias Couto

Como era de se prevê, o Deputado Federal Jean Wyllys, aquele que projetou a sua imagem para o país através do "excelente" programa, Big Brother Brasil - BBB, da Rede Globo, protocolou na Câmara dos Deputados o PL 882/2015, que permite a realização do aborto pelo SUS até a 12ª semana de gravidez, quando o feto já está praticamente formado. Não tenham dúvida que durante a discussão, ou mesmo antes disso, quem se opor ao parlamentar, que representa o movimento GLBT, será xingado por ele e sua trupe de fundamentalista, retrógrado, ultrapassado, ignorante e outros epítetos impublicáveis. Dirá, ainda, que o Estado é laico e não cabe qualquer interferência de cunho religioso no debate. Regra geral, essa é a forma com que os defensores do aborto tentam excluir os que se lhe opõem: empurrar a fé para um biombo imaginário que criaram.

Mas meu propósito, por enquanto, não é discutir o Projeto de Lei. Quero tratar, isto sim, de algumas coisas para as quais o deputado deveria voltar a sua atenção, visto que estão dentro da alçada dos objetivos de seu mandato, para então concluir o post tratando do Estado laico. Pelos seus posicionamentos, acredito que seja a pessoa certa a quem encaminhar as demandas que passarei a listar. Afinal, imagino que Jean Wyllys tenha convicções arraigadas sobre as posições que defende, entre elas o cumprimento rigoroso dos Direitos Humanos, quando estes são violados, seja no Brasil, seja em outros países. É uma questão de coerência.

Começo por pedir ao parlamentar que levante a sua voz com a mesma veemência contra os abusos que enfrentam os homossexuais nos países islâmicos, onde sofrem severas mutilações pela rigidez da lei islâmica. Acentue-se que, com a ascensão do Estado Islâmico - ISIS, alguns estão sendo executados de forma covarde, sem que eu tenha ouvido ou lido alguma manifestação contrária de sua parte, seja na mídia, seja na tribuna da própria Câmara dos Deputados. Ou não interessaria "comprar briga" com esses países por serem estratégicos para a visão ideológica que Vossa Excelência defende? Ou esses homossexuais seriam perigosos, de má índole, diferentes dos homossexuais brasileiros? Lembre-se, deputado, que essa causa é sua! Como explicar o seu silêncio?


Outra pedido que gostaria de lhe encaminhar é que, também, assumisse a bandeira contra a máfia dos "carimbadores", que, segundo matéria divulgada pelo Fantástico, passa de propósito o vírus da Aids para os seus parceiros, sem que estes saibam. Não sou preconceituoso. Acredito que o sexo oposto sofra, também, com esse tipo criminoso de ação. Mas o que a reportagem mostrou, Excelência, foi um comportamento praticamente restrito ao grupo. O senhor não considera, deputado, que esses indivíduos estão, em certo sentido, tendo uma atitude homofóbica? Afinal, são homossexuais afetados propositalmente pelos próprios parceiros, que ficam sujeitos a desenvolver a doença pelo resto da vida. Além de criminoso, é um ato de covardia! Essa causa também é sua. Poderão esses sofredores da homofobia dentro do proprio grupo contar com a sua voz?


Afirmei no início que terminaria o post tratando do Estado laico, uma das causas que Vossa Excelência tanto defende em seus embates contra os "fundamentalistas religiosos". Quero fazer-lhe uma sugestão. Aproveite a experiência de seu colega de Partido, Chico Alencar, ligado às comunidades eclesiais de base da Igreja Católica, e proponha com ele que a Lei 6802/80, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente João Figueiredo, seja revogada. O que dispõe a norma? "Art. 1º  É declarado feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Art. 2º  Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 30 de junho de 1980, 159º  da independência e 92º  da República". Está aí um caso flagrante, que fere de maneira frontal o Estado laico, pois é o Estado quem determina ao pais fechar as portas, não importa a crença de cada um, para venerar, adorar ou prestar culto a um ícone de uma religião, transformado por lei em padroeira do Brasil. Se Vossa Excelência permanecer em silêncio sobre isto e os demais pontos aqui enumerados, terei todas os motivos para duvidar de suas convicções.

Afirmei, também, que, por enquanto, não trataria de sua proposta de regulamentação do aborto. É certo, todavia, que o farei nos proximos dias para contrapor à sua proposta. Mas não se preocupe. Não usarei nenhum argumento religioso. A minha tese será defendida em seu próprio campo.


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Geremias Couto é pastor, escritor, jornalista e colunista no Púlpito Cristão

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