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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

23 de novembro de 2016

Crucificação, tortura e abuso sexual: o custo de ser cristão sob domínio do Estado Islâmico

Karlus foi informado de que ele seria morto a tiros, mas no dia em que sua execução deveria acontecer, ele foi libertado. (Foto: Reuters).
Karlus foi informado de que ele seria morto a tiros, mas no dia em que sua execução deveria acontecer, ele foi libertado. (Foto: Reuters).
Depois que o grupo extremista Estado Islâmico tomou o controle do território iraquiano, em 2014, e a resistência do Iraque entrou em colapso, os cristãos foram informados que deveriam sair da região, a não ser que eles se convertessem ao Islã ou pagassem um imposto especial. A maioria fugiu, mas de acordo com os testemunhos dos refugiados na Jordânia, aqueles que foram deixados para trás tiveram de se submeter à tortura, conversão forçada, escravidão sexual e até mesmo a crucificação.
O “World Watch Monitor” conta a história de Karlus, um cozinheiro de 29 anos que não conseguiu deixar sua casa em Batnaya, uma aldeia fora de Mosul, porque ele tinha que cuidar de seu pai com deficiência. Quando os terroristas chegaram a sua casa, destruíram uma cruz e uma foto de Jesus.
Ele foi levado para uma delegacia de polícia e ficou lá por sete semanas. Os jihadistas retaliaram seu rosto. Durante sua detenção, ele ficou pendurado no teto por uma corda anexada ao seu pé esquerdo. Ele foi espancado e chutado. Também esfregavam sal em suas feridas. Ele diz que também foi abusado sexualmente por três mulheres.
Karlus foi informado de que ele seria morto a tiros, mas no dia em que sua execução deveria acontecer, ele foi libertado. Ele fugiu para o Curdistão, foi tratado na Espanha e procurou asilo na Jordânia.
O cozinheiro Karlus, de 29 anos, foi preso e torturdo pelo Estado Islâmico. (Foto: ADF International).
Outros relatos
Outra vítima cristã do Estado Islâmico foi Esam, pai de três filhos. Ele disse que dois parentes de sua esposa não conseguiram fugir antes que os extremistas chegassem e foram raptados. O marido não foi mais visto desde então e a esposa "vive forçada com um dos líderes do EI".
Relatos têm surgido de milhares de mulheres Yazidi sendo levadas para a escravidão sexual, depois que o grupo extremista invadiu a região de Sinjar em agosto de 2014. Mas o relato de Esam sugere que mulheres e meninas cristãs também foram alvo dos abusos.
"Ouvimos falar de 12 meninas cristãs que estão com os líderes do EI", disse ele. "Nosso bispo disse às pessoas para não informarem que elas perderam suas filhas, porque isso é uma vergonha para a família", pontuou.
Apesar dos progressos realizados contra o Estado Islâmico, em Mosul e sua inevitável recaptura, muitos refugiados estão muito traumatizados para contemplar o retorno à região. Aqueles que podem ter pedido de asilo nos países ocidentais, entre eles a família do cunhado de Esam, estão se recuperando na Suécia.
“O irmão de minha mulher foi crucificado pelo EI”, disse Esam. "Ele foi crucificado e torturado na frente de sua esposa e filhos, que foram obrigados a assistir e disseram que se ele amasse a Jesus, ele morreria como Jesus".
Esam disse que os combatentes torturaram seu parente por cinco horas, cortando seu estômago e deixando ele aberto. Depois o penduraram numa cruz.

Via: Guia-me

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