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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

3 de dezembro de 2009

Acreditar e Agir


Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
 
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
 
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra "acreditar" e no outro "agir".
 
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
 
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
 
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
 
Então o barqueiro disse ao viajante:
 
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
 
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
 
Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos, é preciso também agir para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.
 
Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.
 
Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não violência.
 
Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.
 
Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou, agiu, e superou a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.
 
Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender os nativos, no mais completo anonimato.
 
Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.
 
E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?
 
Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.
 
Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.
Lembre-se também que Deus apenas lhe fornesse o remo, o barco e lhe dá forças para remar.
...............
 
Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:
 
Verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo outros territórios ou saindo dos caminhos de Deus.
 
Se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio.
 
E, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.
 
Depois de tomar todas essas precauções, siga em frente e boa viagem. Deus é contigo.
 

Jeferson Queiroz

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