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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

20 de julho de 2015

O chamado de Isaías, e o do Thalles…, ou, “pensando de si mesmo além do que convém!

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Mais uma vez o “superastropopgóspil” Thalles Roberto causou alvoroço na rede mundial de computadores. Em um vídeo de uma apresentação recente, disse aos seus fãs:
“vocês gostam das minhas músicas? Quem gosta? Mas eu vou dizer, o próximo disco não vai ser para vocês, me desculpe entristecer vocês, mas meu deus [minúsculo mesmo] me pediu [...] sai daí e vai lá pra fora” [e eu, que escrevo esse texto, pergunto: posso ouvir um amém!!!?].
Com isso, Thalles afirmou que o Senhor o mandou parar de pregar para a igreja e ir pregar “lá fora”, que queria vê-lo fazer sucesso “lá fora”, pois, fazer sucesso no meio gospel é fácil por estar no meio de gente fraca (referindo-se a outros artistas), é como bater em bêbado.
Assim que vi o vídeo fiquei pensando sobre outro homem que ouviu o chamado de Deus, o profeta Isaías. Há aqui dois homens que, aparentemente, tiveram uma experiência semelhante, a de ouvir a voz de Deus. Mas a semelhança termina na alegação de ter ouvido a Deus. O resultado do ouvir a voz de Deus foi bem diferente. Vejamos:
Isaías, no ano da morte do rei Uzias, entrou na casa de Deus e viu o Senhor dos Exércitos assentado num alto e sublime trono. Viu ainda serafins que louvavam a Deus, proclamando a sua santidade. Antes mesmo de Deus dizer alguma palavra, Isaías declarou: “ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”(Is 6.5). Ao declarar sua indignidade e pecado um anjo tomou uma brasa viva do altar, tocou os lábios do profeta e o purificou do seu pecado. Foi após isso que, ao ouvir a pergunta de Deus sobre quem ele poderia enviar, Isaías respondeu que era para enviá-lo. Deus, então o mandou pregar a Palavra. Mais à frente o profeta ainda ouviria de Deus: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará aquilo que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.11).
O que é mais curioso é que a Palavra de Deus que seria pregada por Isaías, e que prosperaria naquilo para o que Deus havia designado, teria por intuito endurecer o coração do povo a fim de que viesse o juízo sobre eles (veja Is 6.1-13).
Mas com Thalles as coisas são diferentes. Quando deus começou a falar com ele sua resposta foi: “Senhor, mas eu estou acima da média”. O pior disso não foi nem ouvir a baboseira soberba do Thalles, foi ouvir as palavras que ele atribuiu ao seu deus, confirmando sua megalomania ao dizer: “Thalles, tudo o que você podia fazer por eles você já fez. Os filhos dos desviados ouviram o evangelho, você falou do evangelho de uma forma diferente para todo mundo e só você faz o que você faz, do jeito que você faz”.
Além disso, diferente de Isaías que ouviu que a Palavra pregada prospera naquilo para o que Deus a designou, Thalles relata que um pastor disse a ele que “a música é mais poderosa que as palavras” (o que torna isso ainda pior é o fato de ele cantar heresias). Pobre Isaías, que não sabia cantar...
Você percebe a diferença entre o chamado de Isaías e o chamado do Thalles? Isaías se viu pecador, foi perdoado e enviado a pregar a Palavra que Deus faria prosperar. Thalles se viu acima da média, teve sua megalomania confirmada e foi enviado a cantar e fazer sucesso “lá fora”, sob o pretexto de fazer o que ninguém mais poderia.
A diferença está naquele que chamou a cada um deles. Isaías foi chamado pelo Senhor dos Exércitos, o Deus revelado nas Escrituras, que usa pecadores indignos para cumprir os seus desígnios. Thalles foi chamado por um ídolo, um deus que depende de um popstar altivo que acha que faz o que ninguém mais pode fazer, um deus que reconhece e não vê problema em seu “instrumento” seja venerado por fãs em vez de ele mesmo receber a glória.
Enquanto escrevia, vi que um site publicou uma nota da assessoria do cantor (há que ponto chegamos, já imaginou Isaías com uma assessoria?...) que confirma a megalomania altiva (perdoe a redundância) do cantor. Diz ele:
“Deus me deu uma chave poderosa chamada música autêntica! Todos os artistas seculares me procuram [você leu certo, todos e não alguns ou muitos, mas todos] pra receber palavras, pra contar que Deus está fazendo algo forte na vida deles através da minha música [não da Palavra, mas da sua música], e TB que eles encontraram em mim uma ponte pra JESUS! Eles dizem que as coisas começam a ficar mais claras, mas que não entendem muita coisa!” (grifos meus)
O Deus da Bíblia não é assim! O problema é que Thalles confunde o seu ídolo com o Santo de Israel e se esquece, ou não sabe, daquilo que o Senhor falou por meio do próprio Isaías: “A minha glória, não dou a outrem” (Is 48.11).

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