Tenho escutado alguns pregadores falando no púlpito contra "os irmãos acomodados", que não colaboram no trabalho da igreja, os quais só querem sorver a sabedoria da liderança e do pastor; enfim, que são pessoas sem um pingo de amor à causa de Cristo, etc.
Para início de conversa, a causa de Cristo não é exatamente a igreja organizada. Cristo ordenou que fôssemos pregar o evangelho por todo o mundo, não que nos organizássemos em igrejas, com toda uma burocracia, impedindo a marcha do Reino, lugares onde as pessoas buscam auto-afirmação e se contentam em ocupar cargos elevados, olhando os irmãos da platéia como se fossem inferiores.
Paulo diz (em Gálatas 5:14) que para ser um cristão cumpridor de toda a lei, basta que uma pessoa creia em Jesus Cristo e ame ao próximo, o que, aliás, Jesus também disse. Se eu creio em Jesus Cristo como meu Salvador e sou honesto, ou seja, amo e respeito as pessoas que eu conheço e, principalmente, as que estão mais próximas, estou cumprindo toda a lei.
Na igreja que eu frequento, existem alguns irmãos deslumbrados com os respectivos cargos que ocupam ali dentro, os quais, passam pelo lugar onde me sento, há 13 anos, me olham e não me cumprimentam (provavelmente se achando tão importantes que não devem se rebaixar ao ponto de dar bom dia a uma velhinha "coitada", que nem sequer tem um cargo na igreja). Esses deslumbrados, quando me encontram nas ruas da cidade ou em suas casas de negócio, me tratam como se eu fosse a Rainha da Inglaterra. Em suma: dentro da igreja em sou "NINGUÉM", sendo "ALGUÉM" apenas quando estou fora da igreja.
Eu gostaria muito que esses imponentes oficiais (na pose e na ignorância do verdadeiro Cristianismo) conhecessem 1% do que eu conheço em matéria de Bíblia e Eclesiologia; que falassem fluentemente o mais importante idioma do planeta; que lessem a versão mais perfeita da Bíblia no original (a King James) e tivessem realizado hum milésimo do trabalho que eu tenho realizado, gratuitamente, na obra de Deus, usando a cultura e a inteligência que Ele me deu, por Sua misericórdia infinita. Por isso, eu sempre agradeço ao Pai, pedindo perdão por ser uma serva tão inútil na preciosa obra do Seu Filho.
Realmente, não preciso, nem devo participar de trabalho algum na igreja; porque o meu dom deve ser usado noutro setor, no meu púlpito, que é a Internet, através do qual posso alcançar, em poucos minutos, mais de 5.000 leitores, quando jogo no ar um artigo ou um livro evangélico.
Outra coisa que não me interessa é participar das fofocas que rolam dentro da igreja. Aos domingos, fico sentada, quietinha, em meu canto, e, enquanto o pastor não aparece para iniciar o culto, muitas vezes sou obrigada a escutar pessoas comentando sobre alguns irmãos, contando intimidades da própria família ou falando de doenças. Por isso, sempre levo um texto em Inglês, para me concentrar na leitura e não ficar escutando esse tipo de coisas.
Muitas vezes, como diz Spurgeon (em um dos seus sermões por mim traduzido), são as fofocas do lugar. Toda igreja e, neste caso, toda família e toda cidade sofrem a praga de uma certa irmã X, a qual toma chá destilando o seu veneno. As fofoqueiras nunca se calam e vivem circulando no meio das pessoas que lhes dão atenção, com grande devoção e prática. Ninguém precisa procurar um moto contínuo, mas apenas observar suas línguas. Nas reuniões femininas do chá, e noutros ajuntamentos de mulheres, as fofoqueiras costumam dissecar o caráter dos vizinhos e até ficam ansiosas por atingir o pastor, a esposa e os filhos deste, criticando o vestido curto, ou transparente, da esposa e a ausência dos filhos do pastor (que dizem estar estudando nos Estados Unidos, o que não sei se é verdade), contando até mesmo quantas fitas a "primeira dama" usa num colar moderno que ela comprou na última viagem ao exterior, por conta da igreja... E assim por diante. Mas que me interessa escutar estes comentários?
Existem ainda certas pessoas que nunca se sentem felizes, como quando estão "de coração partido", ao contar ao pastor que a irmã M.S. é uma serpente venenosa; que ele está muito enganado em achar que os irmãos Fulano e Beltrano são boa gente e que elas ouviram o irmão Sicrano dizer que o irmão e a Sra. B. falaram isto e aquilo da irmã C., e que esta vai sair da igreja por causa da fofoca contra ela [E o alfabeto inteiro é mencionado, para convencer o pastor da maldade dos irmãos em cheque.]
Agora vou fazer também uma fofoca, para dar razão ao Spurgeon.
Conheço uma irmã que vinha sempre ao meu apartamento, para o lanche da tarde, toda quarta feira, chegando uma hora antes do culto, para contar as fofocas da igreja. Quando assumiu um cargo importante, de repente deixou de me cumprimentar e foi sentar-se bem longe, no meio de outras pessoas que ocupavam cargos na organização. Algum tempo depois, ela perdeu o cargo e voltou a me procurar, queixando-se da liderança da igreja, dizendo-se vítima de injustiça, etc. Ora, quando ela não tinha um cargo na igreja era feliz. Se agora está infeliz, não sou eu quem vai resolver o seu problema, escutando suas lamúrias constantes.
Por essas e outras é que tenho me realizado FORA DO TRABALHO DA IGREJA, sem ficar sujeita ao comando de homens, que se acham importantes, mas que, na verdade, são menos sábios do que eu, porque ainda acreditam no valor de uma posição eclesiástica, enquanto eu só acredito numa posição diante do Pai Celeste e, por isso, continuo amando e servindo exclusivamente o Seu FILHO, evitando que Ele se irrite contra mim (Salmo 2:12-a).
Reccebi da Mary Schultze por e-mail, ww.maryschultze.com
Gostei muito do texto e me identifiquei com tudo que voce disse.
ResponderExcluirChego a ficar enojado com pessoas que se sentem "melhores"por carregarem com sigo titulos sobre determinados cargos.
Deus tenha misericordia de todos.
Sera que Deus conseguem ve-las assim?
melhores ou piores?
Deus abençoe a todos.Ja estou te seguindo,aguardo sua visitinha.
www.oliveralves.blogspot.com