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"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim." – Jo 15.18

26 de agosto de 2010

O Evangelho do EGO


Um dos temas mais populares da psicologia é o da auto-realização. Embora se trate de um tema extremamente popular, ele tem uma origem recente, tendo surgido somente nos últimos 70 anos (1940), fora da igreja e nos últimos 30 anos, dentro da igreja.
         À medida que a humanidade passou da autonegação para a auto-realização, um novo vocabulário surgiu, revelando uma nova atitude e uma nova visão da vida. O novo vocabulário se tornou a  exata fabricação da nova psicologia conhecida como psicologia humanista. Seu foco principal é a auto-atualização e o seu chamado sonoro, a auto-realização. E a auto-realização acompanhada das suas auto-variações auto-hifenadas e auto-fixadas, tais como: auto-amor, auto-aceitação, auto-estima e autodignidade, tornaram-se a nova terra da promissão. Em seguida, quando a igreja se tornou psicologizada, a ênfase passou de Deus para o EGO.
Livros “cristãos” começaram a refletir o que era aceito pela sociedade. Alguns exemplos destes são: Love Yourself, The Art of Celebrating Yourself, You`re Someone Special, Self-Esteem, You Are Better Than You Think, e, provavelmente,  o mais conhecido de todos, de Robert Schuller, Self-Esteem,  The New Reformation. Livros e exemplos de uma elevação psicológica da mentalidade são numerosos.
Conforme os psicologizadores do Cristianismo, o maior empecilho para uma vida plena é a baixa auto-estima. No objetivo de levar os seus seguidores a testar o seu potencial (auto-atualização),  eles substituem uma forma de autocentralidade (elevada auto-estima) por outra forma de autocentralidade (a baixa auto-estima). Em qualquer caso, o EGO é o foco principal da cura, bem como do problema.
A baixa auto-estima é popular, porque a pessoa é mais inclinada a aceitar a ideia de ter uma baixa auto-estima do que confessar os pensamentos malignos, ímpios e autocentrados e, em seguida, arrepender-se através da crença do que Deus disse em Sua Palavra.
Enquanto a baixa auto-estima exige um tratamento psicológico, para elevar a auto-estima, o pensamento pecaminoso exige confissão, arrependimento, restauração e andar pela fé, em amoroso relacionamento com Deus, provido pela cruz de Cristo. Sugerimos que a pessoa procure na Escritura e descubra as maiores dificuldades para encontrar um antídoto para os problemas da humanidade, em vez de tentar espiritualizar qualquer loucura psicológica.
A maior necessidade da humanidade é Jesus Cristo e não uma elevada auto-estima.
A não ser que a Escritura seja moldada, conforme os ensinos que promovem o EGO, a Bíblia ensina claramente que o cristão deve ser centrado em Cristo e em favor do próximo. Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos são os mandamentos principais da Bíblia. Nela, não se encontra o conselho de amar a nós mesmos ou que a auto-estima esteja em falta.
Em vez do auto-amor ser ensinado como uma virtude na Escritura, ele é colocado entre as pecaminosas obras da carne. Por exemplo, Paulo coloca o auto-amor a partir de uma perspectiva oposta à dos promotores de hoje, tanto dentro como fora da igreja: “SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.
Os ensinos do auto-amor, da auto-estima e de autodignidade foram copiados  do mundo e não da Escritura. Eles são um produto dos psicólogos humanistas e não da Palavra de Deus.
Numerosos são os exemplos de psicólogos “cristãos” que são ordenados ministros. Eles começam desejando cristianizar a psicologia, mas acabam psicologizando o Cristianismo. O Dr. Richard Dobbins, fundador e diretor do Emerge Ministries    é um exemplo dos muitos ministros que se voltaram para a psicologia.
Em seu filme instrutivo - The Believer and His Self Concept, Dobbins conduz os elespoectadoires a uma série de passos, os quais terminam cantando: ”Sou uma pessoa amorável. Sou uma pessoa valiosa. Sou uma pessoa perdoável”.  Neste exercício de Dobbins, encontra-se a confusão entre o fato bíblico de que Deus ama, valoriza e perdoa os Seus filhos e a mentira humana da psicologia de que somos intrinsecamente amorável, valiosos e perdoáveis. Contudo, se tivéssemos um átomo de valor e um átomo de perdão, então não faria sentido Cristo ter vindo ao mundo para dar a Sua vida por nós.
Deus escolheu manifestar o Seu amor por nós porque “Deus é amor”, não por causa da nossa amorabilidade, nem mesmo depois que nos tornamos crentes. Seu amor e Sua escolha em nos perdoar são apenas pela Sua graça, a qual não merecemos. Ele nos ama, não porque o mereçamos, nem pela nossa retidão, mas pela Sua maravilhosa graça. A verdade paradoxal, profunda e poderosa da Escritura é que, embora não sejamos intrinsecamente amoráveis, valiosos e perdoáveis, Deus nos valoriza e perdoa. Esta é a pura Teologia bíblica, com a todo poderosa  mensagem da morte e ressurreição de Cristo. A verdade bíblica deve ser apresentada como: “Não sou uma pessoa amorável. Não sou uma pessoa valiosa. Não sou uma pessoa perdoável, mas mesmo assim, Cristo me ama e morreu por mim!”
A alternativa do auto-amor não é o auto-ódio, mas um relacionamento com Deus e com o próximo. A alternativa da auto-estima não é a de se autodenegrir, mas de compreender a grandeza de Deus habitando num fraco vaso de carne (os salvos), através do Seu Santo Espírito. A alternativa da autoplenitude  não é o auto-esvaziamento em auto-insignificância. É o convite divino para ficarmos totalmente envolvidos na Sua vontade e nos Seus propósitos, a fim de que a plenitude venha através do nosso relacionamento com Ele e não com a valorização do nosso EGO.
A conscientização de que o Deus Criador do universo escolheu colocar o Seu amor sobre nós deveria gerar uma estima por Ele e não pelo nosso EGO. A maravilhosa verdade de que Ele nos tem chamado a um relacionamento com Ele, para realizar a Sua vontade, ultrapassa de longe os ínfimos sonhos de nossa autoplenitude.
Os psicologizadores da igreja não estão ministrando sustento espiritual aos que tentam se sentir bem com a sua autocentralidade. Estão defraudando-os das riquezas de Cristo, as quais têm sido oferecidas a todos os que se humilham diante dEle. A palavra “humildade” não consta do vocabulário psicológico. Dobbins chega ao ponto de encorajar as pessoas a expressarem ira contra Deus (Ver os registros de James Dobson com este mesmo ensino). Ele diz: ”Quando você estiver irado contra Deus, diga-lhe que está irado. Vá em frente e diga isto. Ele é bastante grande para aceitá-lo”. Onde, na Escritura, temos o ensino de que devemos ficar irados contra Deus? Jonas ficou irado, para o seu próprio prejuízo, mas nenhum exemplo é encontrado no sentido de que Deus tenha concordado ou encorajado tal sentimento. Eclesiastes 5:2 diz: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras”.
Sempre que a psicologia é interligada à Escritura, ela dilui a Palavra de Deus e ilude a igreja. A ira é mais complexa do que a simplicidade com a qual Dobbins a descreve. Sua base bíblica para expressar a ira é, no mínimo, fraca e mal direcionada. E os seus filmes “instrutivos” estão embasados em suas próprias opiniões e conclusões, não em comprovações psicológicas.  Infelizmente, suas opiniões e conclusões não refletem a realidade. Aparentemente, Dobbins gostaria que acreditássemos no que ele diz. Mas, subscrever esta teoria letalmente hidráulica  e verticalmente tendenciosa, é ensinar picantes tolices, pois acreditar que alguém possa ficar irado contra Deus é uma ideia totalmente antibíblica e, portanto, não confiável...

Texto adaptado por: Wagner Lemos
Original: Martin & Dreide Bobgan – Excerto do PsychoHeresy: The Psychological Seduction of Christianity - 
Traduzido por Mary Schultze, 08-08-2010. 

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